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História Die for love - Hematomas; parte dois


Escrita por: meclodir

Capítulo 11 - Hematomas; parte dois


Anteriormente em Die for love...

- Eu já disse que estou bem!

 Um estrondo toma conta do lugar.

- Você precisa de ajuda?

Ela suspira, e sem perceber, suas mãos estavam agarradas nas alças do sutiã de Lauren, prontas para descer.


 Capítulo onze.

 A Jauregui põem as mãos sobre as de Camila, cortando seus movimentos.
"Eu me viro daqui", sussurra, tirando a cubana de seu transe.
"Sim! Claro...", se afasta envergonhada, murmurando um pedido de desculpas, de repente o chão parecia muito interessante para ela, e a parte de trás de sua orelha pedia para ser coçada em um gesto nervoso. "Vou buscar suas roupas e preparar algo para você comer", Camila sai do banheiro ignorando os protestos da maior, depois de alguns minutos ela leva roupas limpas e as solta sobre a privada, rápido o bastante para não se permitir olhar em direção ao corpo que já estava debaixo d'água. Indo à cozinha, ela abriu a geladeira e pegou ingredientes para um sanduíche, até que passos são ouvidos e a cubana instintivamente se abaixou atrás da bancada.


- Lauren, é você? - a voz rouca de Shawn se faz presente.

- Ãhn... sim? - se repreende mentalmente, por que ela mentiu?

- O que está fazendo?

- Um sanduí... - pigarreia, engrossando mais a voz.- um sanduíche.

- Essas horas? Ah, claro que sim, aposto que chegou agora como sempre.

- É, pois é... - por que não conseguia parar de mentir?

- Tem certeza de que é... - desconfiado, se aproxima da bancada.

- Claro que sou eu, seu idiota! Quem mais seria? Droga, eu odeio tanto tudo e todo mundo... - lamenta, forçando ainda mais a voz.

- É, é você! - o rapaz conclui, convencido, voltando para o quarto, mas então ele para abruptamente, fazendo a cubana que já estava levantando, se jogar no chão outra vez.- quem está no banheiro?

- Camila? - mente de novo, e o rapaz cantarola em concordância. Uma ideia surge na cubana.- o que você... o que está achando dela ficar aqui com a gente?

 Shawn arqueia uma sobrancelha, curioso com a suposta meia irmã puxando assunto. A Cabello sabe que não deveria se aproveitar da situação daquela maneira, mas tudo já estava bem, e ela não podia perder a oportunidade. Por fim, o maior dá de ombros.

- Tô achando uma maravilha! Você sabe quem ela é... como ela é - responde divertido.- é só uma questão de tempo...

- "Como ela é"? - Camila sente quando sua voz afina.- tempo para quê?

- Coisa minha, Lauren! Acho melhor vo... - antes que pudesse terminar, Shawn é interrompido por um barulho alto vindo do banheiro.- o que foi isso?

- Não sei, vou conferir - murmura preocupada.

- Eu vou!

- Não vai, não! - ela exclama, tossindo assim que soou menos Lauren do que gostaria.- eu vejo isso.

- E o que te faz pensar que pode mandar em mim?

- O fato de que La-Camila está no banho, e está sem roupa? - Shawn solta uma risada nasal.

- Não é como se fosse alguma novidade para ela - retruca ligeiro, e o sangue da cubana gela.

- O que você quer dizer com isso?! - rosna, mesmo ciente de que suas pernas adormecerem.

- Nada, Lauren, nada... - a Cabello suspira frustrada.- agora, pare de fazer barulho, amanhã tenho que levantar cedo estudar, alguém aqui ainda tenta dar orgulho pra essa família.

 Após ele finalmente voltar para o quarto, Camila estava com raiva por suas palavras, mas se certificou de que a barra estava limpa e correu para o banheiro.
 Assim que entrou, ela se surpreende com a imagem da garota caída, a água atingindo suas costas e sua respiração assustada, e sem pensar Camila se joga para junto dela, desligando a água.
"Não sei o que aconteceu, meu joelho simplesmente cedeu do nada", a cubana analisa sua perna, o joelho inchado e vermelho, com uma contusão, como não tinha visto isso antes?
 Ela deixou Lauren sozinha, aquilo era culpa dela!
 O corpo da Jauregui é enrolado em uma toalha e levantado, sendo carregado até a privada outra vez.  Nessa altura ambas já estavam encharcadas, Camila ofega ao dar conta da garota nua em seus braços, mas isso não era o que importava agora, porque a morena não parecia ligar para sua falta de roupas, e principalmente, porque ela estava mais machucada e a culpa era de Camila.

- Lauren... - começa, a maior sabia o que ela ia dizer.- eu... - por favor, não diga.- sinto muito - fala, com seus olhos marejados.

- Ei - ela brinca, cutucando a bochecha da menor.- não quero ouvir você dizendo isso nunca mais, entendeu? Você não tem culpa de nada.

- Vai me contar o que aconteceu? - funga, inclinando contra o toque da mão de Lauren, ainda em sua bochecha.

- Talvez outra hora, quando eu estiver... você sabe, vestida.

 As duas riem, a Cabello vira de costas para deixar Lauren se vestir, só não esperava que o espelho estivesse tão próximo. Ela sente sua espinha estremecer com a visão da toalha caindo e o corpo desnudo tomando conta de sua visão, a pele de alabastro e os seios rosados que secam sua boca, junto com a excitação evidente, também vem um aperto inédito em seu peito, ao ver todas as marcas roxas espalhadas por ali. Camila se força a fechar os olhos, não devia estar fazendo aquilo!
 Logo a morena já estava com suas roupas íntimas e a cubana pôde se virar novamente.

- Espera - pede, fazendo a maior parar de se vestir e a fitar confusa.- seus machucados...

- O que têm? - pergunta, sem entender.

- Não podemos deixa-los assim... - ela abre o armário e retira o kit de primeiros socorros.

- Como sabia onde isso estava?

- Já fiquei muito entediada por aqui, Jauregui, tédio e curiosidade não combinam, agora não se mexa.

 Lauren faz o que é pedido, endireitando melhor que consegue a postura. Camila retira seus dedos de dentro do pote de gel, levando eles cuidadosamente para a perna da garota, massageando devagar a contusão.
"Desculpa...", murmura, fazendo uma careta quando Lauren geme de dor.
O gel gelado lambuzando seus dedos que roçavam contra a pele macia, Camila massageia mais e faz alguns curativos nos cortes, sem contar a atadura improvisada no joelho.
 Depois de tudo remendado, ela ajuda Lauren a vestir o resto das roupas, a morena nunca teve problema com a nudez, com certeza não tem vergonha de seu corpo, mas não é nada além de reconfortante, a forma que a cubana mantém seus olhos nos dela o tempo todo. Então os cuidados vão para o rosto, os olhos que Camila tanto gostava, estavam vermelhos, um deles inchado com o pequeno corte sobre a sobrancelha, sua boca cheia e desenhada, agora lesionada.
 Camila leva um curativo até o local, o grudando contra o arranhão, Lauren observa seus movimentos suaves, admirando a menor que estava novamente tão próxima.


 "Nós temos que parar com isso", pensa, correndo suas mãos até os antebraços dos dedos em seu rosto, Camila para de se mover, sua respiração visivelmente trancando, como se esperasse por aquilo, seus olhos chegam nos de Lauren, e elas estão nesse momento quando nos conectamos com alguém e desejamos só poder estar assim com ela, sem malícia, apenas cuidado. Camila leva sua mão até a lateral da cabeça da Jauregui, fazendo um carinho que a faz ronronar como um gato quando seus olhos fecham para apreciar a ação, e de repente a cubana queria muito protegê-la do mundo e de qualquer coisa que tenha a feito ficar desse jeito.
 Em um movimento gentil, ela puxa a maior para um abraço, primeiro Lauren fica tensa contra ela, mas brevemente Camila a sente amolecer em seu toque, afundando mais a cabeça em sua barriga, uma sensação de alívio saindo dela enquanto o estresse deixava seus ombros. Elas ficaram desse jeito por um tempo, eram até mesmo incapacitadas de pensar qualquer coisa além de como seus braços traziam conforto, quando enfim se afastaram, o ar estava um tanto constrangedor, nem uma das duas sabendo como explicar o ocorrido.

- Ãhn... - a menor cria coragem para começar, sem encarar Lauren.- você tem que comer alguma coisa.

- Não estou com fome - discutem baixo.

- Não importa, Lauren, perdeu muito sangue, tem que comer ou vai ficar pior do que está! - a morena lhe olha divertida.- não que você esteja mal! Você está bem, está linda, está sempre linda, não que eu repare, é só que... - se interrompe, desistindo de tentar consertar, e suspira.- precisa se alimentar, okay?

 Lauren ri internamente com o nervosismo da garota, mas não insiste, estava sendo um fardo, ao menos poderia ser um fardo obediente.
 E lá estavam elas, sentadas à mesa da cozinha, ou pelo menos era o que a morena tentava fazer, debruçada no móvel.
 Ela mentiu para si mesma sobre não estar com fome, sua boca doía toda vez que mordia, mas céus, como estava com fome!
 Camila a deixa para ir trocar seus lençóis, ao voltar, já com suas próprias roupas secas, sorriu vendo a Jauregui dormindo sobre os braços, o sanduíche pelo menos não existia mais.

- Ei - chama baixo.- você tem que ir para a cama.

 Os olhos verdes abrem, e a Cabello sentiu seu peito aquecer, vendo o brilho novamente neles.
 Lauren murmura algo incompreensível e estende os braços como uma criança para Camila que ri.

- Eu não consigo levantar você.

- Ma...s mia pe-erna - suas palavras são borradas pela cabeça enterrada nos braços.

- Está com dor na perna? - a garota confirma.- tudo bem...

 Ela vai em direção aos armários, ouviu algo sobre Clara ter um estoque de remédios caso ocorresse alguma emergência.
 E lá estava, a cubana nunca agradeceu tanto por seu estágio numa farmácia no verão passado, pegando um comprimido, ela ajuda a garota a toma-lo e então caminham para o quarto.
 Mais uma vez, lê-se: Camila arrastou Lauren como pôde e a largou o mais suave possível na cama, ela cobre a garota de olhos fechados, parecendo nada mais do que contente em se afundar nos lençóis novos. Camila lhe observa dormir, uma mecha de cabelo cai sobre o rosto pálido e ela leva a mão para removê-lo, a deixando descansar contra a bochecha machucada, ela suspira com alívio, pois tudo parecia estar finalmente bem.
 A Jauregui estava serena, e a menor percebe o quão cansada estava, levantando para ir até sua própria cama.
 Porém - e Lauren pode culpar a dor ou o remédio - em um movimento único ela agarra a cintura da cubana, a puxando para sua cama.
 No que estava pensando? Não! Ela não podia fazer aquilo, mas por que não conseguia soltar? Céus, Camila não merecia isso, até uma simples atitude de abraçar alguém, era agressivo quando feito por Lauren!
 Camila tremia, estava com medo, é claro que estava com medo, estava sendo atacada!
 Lauren abre meramente os olhos, apenas para enxergar a figura que se ela não se engana, estava em total pavor agora, mas a cubana estava rindo.

- Eu tenho que ir para minha cama! - exclama, sem realmente tentar se soltar.

- Uh-hum - nega.

 Por que está fazendo isso? Por que simplesmente não a deixa ir?
 Sentia as palavras chegando em sua boca, não, ela não vai dizer isso!
"Fica comigo?", o pedido escapa, se sentia exausta demais para se punir agora.
 Camila não diz nada, depois de alguns minutos, minutos demais para Lauren que já estava pronta para se desculpar por seus atos imprudentes, a cubana se ajeitou na cama, procurando uma posição mais confortável e envolveu os braços ao redor da cintura da maior, a deitando em seu peito, ela passa a mão pelo cabelo agora seco, e inicia leves círculos.
 Lauren pega no sono assim que pode jurar ter sentido um demorado beijo em sua cabeça, e Camila tenta a acompanhar, ainda ali pela morena, porque a abraçaria até calar tudo o que gritava dentro dela, e se isso a fizesse inteira outra vez, a abraçaria para sempre.



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