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História Die for love - Identidade falsa


Escrita por: meclodir

Capítulo 18 - Identidade falsa


Anteriormente em Die for love...

- Você é um desgosto para a família!

"O que você está fazendo comigo?"

- Tem lugar para mais um?

"Estou a caminho"

Capítulo dezoito.

"Senhorita, você não pode passar, seu nome não está na lista!".
A recepcionista tentava barrar Lauren, mas a morena não aceitaria ser parada.
Nada a impediria de chegar até Camila, nem mesmo o segurança que discretamente se aproximava.

- Olha, sei que só está fazendo o seu trabalho, mas está vendo aquela garota? - aponta para a cubana ainda longe.- ela precisa de mim e você pode chamar até mesmo a polícia, eu vou lá de qualquer jeito! - a mulher volta seu olhar da Cabello para a Jauregui suplicante.- por favor...

- Tudo bem, mas vocês não podem demorar, precisamos da mesa.

 A recepcionista, alta, magra, de cabelo raspado e corpo negro dentro de um justo terno azul, cede ao pedido.
 Lauren mal a espera terminar, continuando seu caminho enquanto murmurava agradecimentos.
 A latina tinha seu rosto enfiado nos braços sobre a mesa, os olhares de pena se tornaram muito torturantes e ela queria se esconder, não viu a maior chegar, mas escutou alguém sentando na cadeira à sua frente, sem surpresa quando levantou a cabeça e encontrou dois olhos esverdeados pairando sobre si.
 Nada é dito, elas só ficaram ali se encarando, Lauren calmamente correndo seu olhar pelo corpo da garota a procura de ferimentos. Camila começou a brincar envergonhada com o pano da mesa, esperava ser bombardeada pela maior dizendo como estava certa e ela errada, que deveria ter a ouvido.
 No entanto, isso não veio, ela apenas sentou lá e se deixou ser ignorada.

- Não vai dizer nada? "Eu te avisei"? - pergunta amarga.

- Não - diz de imediato, e Camila finalmente a encara.- ele machucou você?

- Não quero falar sobre isso.

- Camila...

- Por favor, Lauren, agora não.

 A Jauregui decide não insistir, teriam tempo para essa conversa mais tarde. Ela suspira, pensando no próximo passo, que felizmente foi dado pela menor.
"Quero sair daqui", Camila anuncia, e a morena assente, um tanto aliviada por estarem saindo antes de serem expulsas.
 Lauren levanta, estendendo a mão para  Camila que hesita por alguns instantes, por fim aceitando e se deixando ser conduzida para fora, recebendo um sorriso gentil da recepcionista quando passam.
 Elas vão em direção à motocicleta estacionada, e a cubana para de repente, puxando o braço da morena que a olha confusa.

- Não quero voltar para casa, não agora...

- Está tudo bem - tranquiliza, pondo com cuidado as mãos nos ombros da garota.- quer saber? Eu sei exatamente do que você precisa.

[...]

- Michelle Morgado?

- Eu mesma. Algum problema? - Lauren desafia o atendente incrédulo.

- Nenhum.

 O rapaz gordo de cabelos volumosos e loiros da mesma cor da barba cheia, dá de ombros enquanto guardava o dinheiro no caixa, não parecendo querer se incomodar esta noite. Logo empacotando a compra e vendo as duas garotas saírem, Camila com um sorriso impressionado, estava frio e ela usava a jaqueta da maior.

- Michelle Morgado? - questiona, e a maior apenas arqueia as sobrancelhas.- isso é uma identidade falsa! - exclama com a boca formando um O.

- Parabéns, Sherlock!

- Lauren, você mentiu!

- Não é a pior coisa que já fiz, e não é totalmente mentira... faz parte do meu nome: Lauren Michelle Jauregui Morgado.

- Espera, o quê?!

- Ah, nem comece, Estrabão!

- Como você sabe meu nome completo?

- Eu sei de tudo... Karla! - provoca antes de acelerar o passo.

- Lauren!

 Camila acompanha rindo, mas seu riso some assim que chegam ao seu destino.
 Naquele parque que estava velho e gasto, todos os acontecimentos da noite voltaram para a Cabello, por um momento ela esqueceu o porquê de estarem ali, desejava que fosse porque havia escolhido sair com Lauren ao invés de Shawn, mas não escolheu.
"Você quer subir primeiro?", a Jauregui sugere, e Camila instantaneamente sente o corpo oscilar, tendo em vista que usava um vestido, Lauren rápido percebe, "eu vou na frente...".
 Já estava em cima do velho escorregador quando Camila sobe, tarefa não muito fácil com um vestido apertado e ridiculamente vermelho.
 Ambas sentam de frente uma para a outra na tristonha casinha do brinquedo, e a Jauregui abre a garrafa de uísque comprada.

- Servida?

- Lauren, não podemos, somos menores de idade, é contra a lei.

- Camz... minha doce, Camz, em algumas situações da vida, você tem que olhar para as leis e dizer um grande e belo foda-se, essa é uma das situações - explica, mantendo a garrafa estendida.- mas tudo bem se você não quiser...

 A garrafa é tomada de suas mãos por Camila que engole o líquido direto, se arrependendo do ato assim que o gosto é entendido por sua língua.
 Sua garganta queima e seus olhos lacrimejarem, começando a tossir em seguida.
"Uau, vai com calma!", aconselha, esfregando seu braço.
"Estou bem...", responde entre os engasgos. Ela leva o jarro até a boca novamente, tomando o máximo de goles que consegue. Céus, aquilo era horrível, mas tudo era bem-vindo se prometesse a fazer esquecer dos eventos da noite.
 Nem metade do álcool havia sido tomado e Camila já estava consideravelmente fora do seu habitual, ela sempre foi fraca para bebidas, e haviam todos esses drinks que Shawn insistiu que ela tomasse no restaurante.

- Vamos... toma também! - ela empurra a garrafa para a morena, que nega.

- Camila, estou dirigindo.

- Você vive tomando cerveja no clube! - argumenta com a voz grogue.

- As que tomo não têm álcool, bem diferente de uísque, então, agora, não posso beber - conta, desviando o bico do frasco.

- E cadê aquela história toda de "foda-se a lei"? Hein, senhorita malvadona?! - Lauren faz uma careta para o apelido.

- Eu nunca colocaria sua segurança em risco... - Lauren se acanha diante sua própria honestidade.- e comprei pra você.

- Uhhh, então seu plano era me deixar bêbada, Jauregui?

- O quê?! Não, espera... - finalmente se dá conta do quão ruim foi essa ideia.- quer saber? Chega de bebida pra você, mocinha!

- Não... chata! - protesta quando Lauren pega a garrafa praticamente cheia de suas mãos e a deixa de lado.- eu te odeio! - cruza os braços e um beicinho se forma nos lábios, como uma criança birrenta.

- Ah, você odeia? - pergunta, tentando se manter séria.

- Não... eu gosto de você.

 Confessa com um sorriso bobo, e o peito da maior acalenta, não sabia o que tinha feito para merecer alguém como Camila, pura e boa Camila, gostando dela, uma gargalhada lhe escapa quando a bendita garota se joga nela para um abraço desengonçado, seu rosto igualmente esquentando quando a cubana monta em seu colo.
 Por um tempo elas só ficaram assim, Lauren envolveu os braços ao redor da cintura fina, Camila descansava o rosto em seu ombro, a morena também desejou que isso estivesse acontecendo em outra ocasião. Lauren se sente relaxar totalmente contra a menor.
 Camila ergue sua cabeça, um sorriso fraco enquanto assistia as feições fortes da maior sendo iluminadas pelos fachos de luz que passavam pelos vãos da casinha, sua mão segue um deles, delicadamente pousando na bochecha de Lauren e acariciando o local. A respiração da Jauregui engata, confusa com a mudança brusca de cenário, Camila se aproxima e ela pode sentir o cheiro de uísque no hálito que atinge seus lábios, como queria que fosse diferente...

- Camila, não...

- Por que não? Você quer isso... - tenta de novo, se reaproximando da garota só para receber uma gentil mão em seu peito, a empurrando para longe.

- Não assim - sussurra, achando as íris castanhas pelas quais cruzou um traço de mágoa.

- Não, eu... entendo, me desculpa - pede, de repente sóbria, começando a sair do brinquedo.

- Camz? - chama, mas Camila já deslizava para fora.

 Lauren desce pelo outro lado do escorregador duplo, levanta e continua andando até uma lixeira, se livrando da garrafa e percebendo que a menor não a seguia, ainda deitada no brinquedo. Ela não estava surpresa por Camila ter acabado de quase a beijar, e por ela ter quase a beijado de volta, a essa altura já estava bem óbvio o que ambas queriam, ou pelo menos agora ficou, elas só não sabiam como chegar lá. Ainda não.
Elas nunca conversam o suficiente.
Camila não sabe lidar com rejeições.
E Lauren vai a amar esperando pelo dia que Camila a deixe, ela sabe que a cubana não tem muitos motivos para ficar. Tão bonita. Tão boa. 

- Ele me trouxe ao parque... - Camila começa num tom embargado, depois de Lauren ter deitado ao seu lado.

- Quem? - questiona, fitando a garota, que mantinha sua atenção no céu, ele estava limpo esta noite.

- Austin - Lauren sente seu sangue gelar, chocada demais com a menção inesperada para conseguir dizer qualquer coisa.- ele me beijou e... abaixou a calça, queria que eu... eu não queria! - a frase é cortada com vergonha.

- Camz!

A morena sentou rapidamente, mas suave o bastante para não assustar a garota que tinha seus olhos apertados e lágrimas escorrendo por suas bochechas, os braços protetoramente envolta da caixa torácica.
"Eu o irritei, a culpa é minha, é tudo culpa minha, eu devia... ter feito o que ele queria, eu...", seus punhos cerrados começam a alternar entre espancar o próprio peito e têmporas enquanto repetia seu mantra: "é tudo culpa minha".
 Lauren segura com força seus pulsos, não permitindo que se machucasse mais, alguns golpes soltos a atingindo antes de prender Camila em um abraço apertado, a cubana se debatia, socava na intenção de a fazer se afastar, mas a Jauregui mantinha ela firme nos braços, os próprios olhos ardendo com a cena.

- Me solta, me solta! Me solta... - suplicava, o choro agudo vindo descontrolado.

- Pode me bater, faz o que quiser comigo, mas não se machuca, por favor, isso eu não aguento.

 Sussurra com esforço, Camila podia ser pequena, mas era incontida como um gato.
 Depois de minutos - que mais pareceram horas - a cubana para de tremer e lentamente se aconchega em Lauren, suas mãos agarrando a garota como se sua vida dependesse disso, a respiração apressada enquanto se acalmava, ela precisava daquilo, todo esse tempo guardando a angústia, e finalmente tinha saído, estourado, como uma latinha de refrigerante agitada.

- Como você pode não me odiar? - murmura no pescoço da morena que a desprende para poder ver seu rosto.

- Camila, me escuta? Nunca poderia odiar você, eu...

- Como você consegue? Depois de tudo... eu sou nojenta! Eu me odeio!

- Para com isso... - pede baixo, horrorizada com os dizeres da mais nova.- não é sua culpa! Ele não tinha o direito de fazer isso com você, e não me importo com o que pensam ou dizem, porque não é sua culpa! - expressa em um único fôlego, tirando uma mecha caída do rosto da cubana e deixando a mão deitar no lado do pequeno rosto, seu outro braço ainda ao redor da menor.

- Acha que sou uma boa pessoa? - Camila questiona, seus olhos brilhando naquela mistura de álcool e tristeza. Os tristonhos olhos mais lindos que Lauren já viu.


- É a melhor pessoa que conheço.

- Você deve ser a única que acha isso - ri sem humor, se afastando do abraço.

 Lauren a observa trêmula, o que ouviu fez as cordas de seu coração puxarem e sua garganta secar.
Tudo o que queria era poder tomar as dores da cubana para si e a proteger do mundo. E estava perdida demais nos próprios pensamentos para perceber Camila levantando e correndo em direção a uma das árvores, se jogando no chão quando o vômito tomou conta.
"Tudo bem, acho melhor irmos para casa!", ela corre para segurar seu cabelo e esfregar suas costas, a cubana assente tonta, mas não parecia o melhor momento para andar de salto, já que se não fosse por Lauren, teria caído de cara no chão.
"Sapato idiota!", amaldiçoa, e a Jauregui se abaixa para tirar seu salto alto, livrando os pés que estavam vermelhos e inchados, logo em seguida ela tira os próprios tênis, os calçando na cubana.

- Lauren, você vai ficar descalça.

- Parabéns, Sherlock! - ela repete brincando, suas meias em contato com o chão gelado.

- Não, eu não posso aceit... - se abaixa para os tirar, mas tudo ao seu redor gira.- okay, vou aceitar, sim.

 Lauren solta um riso e as duas caminham, ou é o que a cubana acha que faz, tropeçando até a motocicleta que felizmente não estava longe.
 Depois de minutos se concentrando na missão de pilotar e segurar a menor à sua frente, a morena relaxa ao chegarem em casa.
 Bem, talvez não, pois quando abriram a porta, deram de cara com uma Sinuh enfurecida.

- Onde é que vocês se meteram?!

- Querida, Shawn nos contou o que aconteceu - Clara se pronuncia, e Camila nota o rapaz no canto da sala, seu estômago embrulha.

- Ele contou, é? - pergunta, o fitando brutalmente.

- Sim, querida, fico feliz que você e Lauren tenham decidido sair, mas deveriam atender o celular, ligamos várias vezes para ter notícias.

- Espera, o que ele contou exatamente? - o rapaz agora estava inquieto e nervoso.

- Vocês foram ao restaurante, e voltando para casa encontraram Lauren, você escolheu ficar com ela.

Sinuh responde afiada.
Ele mentiu! É claro que mentiu, Camila sentia o seu sangue quente, ela devia contar tudo, mostrar quem realmente era Shawn Mendes.
 Mas não podia, não quando isso significava perder a família Jauregui, não quando significava perder Lauren.
 Então ela apenas assente com um sorriso forçado e tenta caminhar até o quarto, seus cambaleios não passando despercebidos por Sinuh.
"Camila, você bebeu?", se aproxima para analisar a menor. A garota vira lentamente para encarar a mãe, Lauren estava prestes a intervir quando Camila começou a falar:

- Claro que não!

- Camila, você está cambaleando.

- O salto machucou meus pés, por isso troquei de sapatos com a Lauren, viu? - aponta para os pés descalços da morena que sorri sem graça.

- Está cheirando a bebida.

- Fomos numa festa... - começa, vendo a mãe se preparar para uma briga.- fica calma! Tinham pessoas legais lá, algumas eram maiores de idade e estavam bebendo, sem querer derrubaram um pouco em mim, está tudo bem, boa noite! 

 Finaliza e sai, não dando espaço para mais discussões. Simplesmente deixando todos que se entreolham atordoados atrás dela, Lauren tinha a boca aberta num sorriso chocado com o que acabara de ver, Camila Cabello, a garota mais dentro da linha que ela já conheceu, acabou de inventar desculpas que nem a Jauregui seria capaz de elaborar tão bem e tão rápido dada as circunstâncias.
 Ela solta um riso baixo e corre pro quarto também, disfarçando sob o olhar mortal de Sinuh.

- O que foi aquilo?! - pergunta num tom divertindo, fechando a porta do lugar.

 Assim que vira, seu pulso parou com a imagem do vestido de Camila caindo no chão, suas costas lisas e bronzeadas surgindo, ela ali, nua, no meio do quarto, diante da garota que se força a virar novamente para a parede e apertar os olhos, mesmo com o calor que assustadoramente inunda seu útero.

- Tudo bem, Lauren? -  sua voz estava mais próxima do que deveria.

- Camz... - então ela sente como havia prendido a respiração.- Camila, você está sem roupa.

- "Parabéns, Sherlock"!

- Por favor, se vista - não a entendam mal, ela não queria pagar de boa moça, pois está longe disso, ela queria Camila, muito, mas não queria que fosse desse jeito, não queria tocar Camila da mesma forma que outros tocaram.

- Ou o quê? - a maior sente uma mão em seu ombro, a fazendo estremecer.

- Camila...

- Vira... - ordena, mas Lauren nega.

- Você está bêbada, não quer isso!

- Vou te mostrar o que eu quero.

 Camila agarra as laterais da garota, a girando e prendendo contra a parede, Lauren ainda desvia os olhos para o chão.
"Olha pra mim... Jauregui, olha pra mim", Lauren permanecia relutante, mas algo sobre Camila tão autoritária, a deixava incapaz de desobedecer, e assim que a figura apareceu em seu campo de visão, ela soube que não tinha mais volta.
 O corpo bem desenhado, os seios firmes, a pele dourada, as mãos caídas ao lado do corpo, dando acesso total para ser contemplada.

- Eu quero que você me toque.

- Eu não posso... - sussurra com pouca força.

 Camila agarra suas mãos e as leva para os próprios seios, a fazendo apertá-los, a morena sente os mamilos enrijecerem rápido sob o contato e um gemido a escapa dos lábios.
 A Cabello força uma de suas coxas entre as pernas de Lauren, deixando sua respiração fraca, ela desce uma das mãos da garota, fazendo com que os dedos da maior sentissem o quanto a cubana estava molhada só para ela, enquanto se aproxima do ouvido e rosna:

- É hora de você cumprir o que prometeu na dança.

- Cam...

- Me fode.

 E Lauren não espera mais um minuto antes de segurar sua nuca, a beijando com mais força e depois com mais força, Camila respondendo com a mesma intensidade, enroscando a mão em seu cabelo. A Jauregui tateia erroneamente a porta atrás de si, até atingir a fechadura e a trancar, ela agarra a cintura fina quando Camila pula em seu colo e é fácil sentir a umidade acertando sua barriga onde as pernas da menor se enrolaram. Lauren as carrega até a cama mais próxima, dirigindo seus beijos para o pescoço da Cabello, que controlava seus barulhos, "eu quero ouvir você, Camz...", ela disse, e Camila não se importou em ser um pouco mais alta conforme Lauren descia seus beijos e movimentava suas mãos...



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