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História Die for love - Cigarros


Escrita por: meclodir

Capítulo 21 - Cigarros


Anteriormente em Die for love...

- Te proíbo de ser adulta.

- Quem sabe, minha querida?

- Eu perdoei.

O ar era doce, e ele não tinha o direito de ser.

Capítulo vinte e um.

"Às vezes, a pessoa de quem você precisa, precisa ainda mais de você".


 Camila acordou com Sofia babando em cima dela, empurrando a irmã com uma expressão de nojo, ela meditou um pouco sobre sua vida enquanto encarava o teto e a garotinha continuava roncando baixo ao seu lado.
 Seu coração estava partido, realmente não sabia muito bem como se sentir agora, mas era grata por ter tido um lugar onde pôde procurar refúgio. Queria passar o dia todo na cama, não apenas porque a rejeição ardia em seu peito, e sim porque seus sentimentos eram demais no momento e ela precisava desligar às vezes.
 Desde muito nova foi assim, as cordas dentro de si íam se soltando, até precisar parar para que elas pudessem se amarrar frouxas outra vez, e então, tornarem a soltar alguma hora. Muitas dessas horas nem precisavam ser ruins, ela podia estar bem, e ainda apagar, criando um ciclo.
 Entretanto, não queria dessa vez, não ali, não queria que sua mãe se preocupasse agora, e com certeza não queria que as Jauregui's e os Mendes a vissem desse jeito, tão derrotada. Então ela levantou, e seu dia ainda passou como um borrão, Lauren havia sumido novamente, a cubana não ligou para tentar ter notícias, não procurou por ela, não esperou, e estaria mentindo se dissesse que aquele tempo sozinha não a fez bem, ela pôde pensar, isso era muito mais fácil sem o furacão Lauren por perto, com seu combo de hiperatividade e calmaria que apenas ela sabe equilibrar.
 A Cabello se reprime por dentro, de novo pensava na Jauregui, lembranças do dia anterior passam por sua cabeça, a frustração que sentiu, a raiva... Lauren sempre saiu sem dar explicações, por que de repente ela tinha que deixar o rastreador Camila atualizado sobre tudo o que fazia?

 Ela se sentia como uma criança birrenta, e não podia culpar ninguém além de si mesma, Lauren não queria nada com ela, e havia deixado isso bem claro. Camila tinha que esquecer, mas não era fácil, controlar seus batimentos quando se aproximou da motocicleta a esperando também não foi.
 Nada de movimentos além dos necessários foram tomados, nada foi dito, palavra alguma trocada enquanto estavam sentadas no sofá de couro surrado. Dinah, Ally e Normani agiam normalmente, sem nunca perceber a tensão que envolvia as garotas, só que a conversa casual delas não foi capaz de alimentar todo o espaço que segurava um silêncio tedioso. Então a porta foi batida com força e um Harry aos prantos apareceu: 

- O Louis é um idiota! - exclama, se jogando no sofá com as mãos sobre o rosto. 

- Calma, margarida, o que aconteceu? - Normani questiona.

- Acredita que ele esqueceu nosso aniversário de namoro? Estamos juntos há o quê? Quatro anos! E ele nem lembra da droga de um aniversário! - as três garotas vão ao seu consolo.

- É o apocalipse gay... a menos que nosso camren nos salve? 

Dinah sugere, Camila e Lauren se entreolham, desviando seus olhares logo em seguida. Para a sorte de ambas, a porta foi batida uma segunda vez, outro casal entrando em cena: Justin e Selena.

- Você é muito controladora! - o rapaz grita, indo em direção ao bar e pegando uma cerveja.

 - Eu sou controladora? Você me troca na primeira oportunidade que tem!

 - Não tenho culpa se ela aceita fazer comigo, coisas que você não aceita!

 - Como o quê, Justin? Rachas? Fumar maconha por aí? Esse tipo de coisa?!

 - Ela é divertida!

- Então a culpa é minha?

- Claro! Selena, eu sou homem! Homens têm necessidades, e se você não me mantém entretido, vou procurar outra... é claro que vou!

 As vozes ganhavam tons mais baixos, Selena chorava e Justin se aproximava dela lentamente, ninguém interferia.
 Demi aparece logo atrás, assistindo tudo em silêncio. Ninguém fazia muita questão em prestar atenção neles, só viram quando tudo parecia ter se resolvido, "eu te amo", a garota diz, quase como uma súplica, veja como eu te amo e me ame de volta, por favor, me ame de volta. Ela se joga nos braços dele, inúmeras desculpas sendo pedidas, "eu te perdoo", o rapaz garante "mas só tem um jeito de te perdoar mesmo, vamos lá fora".
 Eles saem do local, de mãos dadas e sorrisos nos rostos, os que ficam, se encaram. 

- Parece que não é só com casais gays... - Normani comenta.

- Que isso não caia sobre Troy e eu - Ally deseja apreensiva.

"Relaxa, pequena, nada separa você e aquele carinha!", Dinah tranquiliza com um sorriso que não a atinge os olhos. Todas tentavam acalmar Harry que ainda estava no seu chilique, Camila vai falar com Demi, a garota não havia aberto a boca desde que chegou.

- Você está bem?

- Melhor impossível - responde irônica.

- Devia falar com ela, sabe? Se abrir.

- Não é tão simples, Mila, ela está cega num relacionamento abusivo, vocês viram, sem chance.

- Sempre tem uma chance, e se ela não enxergar a garota incrível que você é, é ela quem está perdendo - sorri de forma acolhedora, pondo uma mão sobre a perna da Lovato.

- Obrigada - sussurra, apertando essa mesma mão.

 Pelo canto do olho, a cubana pôde ver Lauren, a garota afundou mais contra o sofá, desviando seu olhar para qualquer ponto aleatório que não fosse elas duas. A Cabello sentiu uma satisfação indescritível ao perceber que ela estava com ciúmes, não que se orgulhe disso, mas não foi Lauren quem a empurrou para escanteio?
 Só que Harry continuava com seu ataque, o caso de Justin e Selena já tinha enchido a cabeça de todo mundo, e talvez tudo isso tenha se tornado um emaranhado de estresse e a perna da morena balançava freneticamente.
Camila a observava com cuidado, seu olhar fixo no chão, claramente seus pensamentos longes demais, sua mão por baixo da blusa, arranhando discretamente um pedaço da barriga, a cubana conhecia os sintomas iniciais de uma crise de ansiedade, mas felizmente, antes que precisasse arrastar a morena para fora, ela mesma saiu apressada.
 Camila não se conteve em segui-la, Demi sorriu de forma compreensiva.

 - Desde quando você fuma? - comenta, encontrando a maior escorada na motocicleta, um cigarro apagado entre lábios, lutando contra o vento para acendê-lo.- ou é só mais uma referência? A Culpa é das Estrelas?

 - Está mais para Quem é você, Alasca? - ri fraco.- "todos fumam pra se divertir... eu fumo pra morrer" e blá blá blá... - cita, e a menor estremece, tentando se convencer de que era só a ansiedade momentânea falando.- estou brincando... - Camila queria dizer que não tinha graça, que não queria que ela brincasse com isso, ou até mesmo pensasse nisso, mas ela não precisava ser repreendida agora.- na verdade, essa é a primeira vez que experimento, dizem que é um dos melhores métodos de desestresse.

- É, acabar com seus pulmões deve ser muito lenitivo - ironiza, ficando frente à morena.- me dá isso?

 Ela remove o objeto dentre os dentes de Lauren que não protesta, e o guarda no bolso onde a lâmina ainda estava.
 Não haviam conversado desde a noite passada, e a aproximação na qual se encontravam não era a melhor dada a situação, a cubana cai alguns passos para trás na intenção de conseguir manter o controle de suas ações.
"Então... quais os motivos para você estar tão estressada?", essa não era uma pergunta estranha, era? Segundo Lauren, ainda são amigas, e amigas compartilham sentimentos, quase todos pelo menos.
 Antes que a questão pudesse ser respondida, Louis passa direto por elas, um buquê de flores na mão, tão perdido em pensamentos que não as notara. 

- Bem, aí se vai um deles - responde, observando o garoto que recitava o que parecia ser um pedido de desculpas.

- Ele vai saber o que fazer, algumas pessoas não percebem quando magoam outras, não percebem ou não se importam - Lauren não parece ter recebido a indireta, a cubana continua num suspiro.- de qualquer forma, Louis contou como eles lutaram pra conseguir ficar juntos.

- Não são eles em si, é só... a situação...

 Se interrompe com um bufo, não sabendo explicar em palavras o que sentia, bruscamente se deu conta de que tudo é temporário, até o amor e a paz, em um minuto tudo está bem e depois, tudo se foi.
"Não deveria ser tão difícil...", sua voz baixa e grossa, como um fantasma em seus lábios, já não falava sobre namorados que esquecem aniversários. Camila a observa, por sua vez, as palavras morreram em sua língua, a morena parecia cansada, cada vez menos com a Lauren que a cubana conheceu, a jovial e de ar poderoso, que poderia abrir espaços em multidões com um simples estalar de dedos.
 Ela receia no início, mas logo puxa a maior para um abraço, a fazendo ficar pequena quando rapidamente se aconchega em seu peito.
Você põe a coisa que pode te matar entre os dentes, mas não lhe dá o prazer de conseguir, como fazer isso quando, o que pode nos matar está dentro de nós? Nossos pensamentos mais cruéis. 
"Quer saber o que é realmente desestressante?", a morena questiona, se afastando com um sorriso mais brilhante. "Vem comigo!", ela agarra a mão de Camila e a puxando em passos rápidos pelas ruas vazias.

[...] 

- Lauren, não podemos fazer isso! 

- Deixa de ser medrosa, Cabello, ninguém vem aqui há meses - responde, pulando o portão.

 Camila olha ao redor, cuidando se alguém poderia vê-las, e relutantemente faz o mesmo, de uma forma menos ágil, tentando ignorar como a morena agarrou sua cintura para lhe ajudar a pousar, ou como seus dedos tinham esse imã natural e acabavam juntos.
 A casa tinha dois andares, e uma piscina que a Jauregui rondava, parando em frente a um interruptor, ela o pressiona e uma luz forte irradia da água que começa a se agitar. A Cabello não estava impressionada, era uma piscina, como a maioria das casas em Forks possuía, como a casa dela possuía.
 Agora, Lauren sendo iluminada pelo tom azulado e o refletir da água batendo em seus olhos, isso era impressionante. 
"Entra comigo?", sua jaqueta já sendo tirada.
Camila não conteve o próprio corpo de esquentar com cada peça de roupa que caía da morena, mas não podia se sentir assim, podia?
 Porque Lauren se arrependeu. Para sua sorte, antes que entrasse em combustão espontânea, a Jauregui se jogou na água, lançando rajadas por todos os lados.
 Camila riu enquanto a imagem da morena se tornou novamente emersa. "Você não vai entrar?", ela ia entrar? Camila Cabello e água, não era uma boa combinação.

- Não, vou ficar por aqui, eu acho...

 Depois de tirar os tênis, e as calças serem dobradas, pondo os pés na água, ela estava quente, a água e Camila, ter Lauren Jauregui apenas de roupas íntimas na sua frente deixa qualquer um quente. 
 A cubana tentava lutar contra esses pensamentos, mas sentiu falta deles quando foi atingida pela vertigem com aquele buraco que poderia a engolir e sufocar a qualquer momento. 

- Camz? - Lauren põem a mão sobre a perna da garota repentinamente inquieta.- tudo bem?

- Eu e a água não temos uma relação muito boa, só isso. 

- Merda... eu esqueci, me desculpa - seu corpo é lançado para a borda da piscina.

- Pode ficar, está tudo bem.

- Talvez... nós possamos tentar resolver isso juntas, você confia em mim?

 A resposta veio de imediato, Camila confiava.
 Confiava na forma como a Jauregui agarrava firme seu quadril, em como seu corpo estava rígido para sustentar o peso da cubana enquanto era descida à água, por um segundo, a latina sentiu pânico, foi quando seus pés não alcançaram o chão e ela se agarrou ao pescoço da maior como um gato arisco, então o solo se fez presente mesmo que na pontinha dos dedos e ela sentiu segurança, ali, nos minutos restantes em que já estava bem. Lauren se mantinha perto, pronta para agir caso necessário.
 As duas não se moveram, abraçadas, a água quente muito agradável para a noite fria em Forks. O vapor de suas respirações fundindo com o da água, Camila desprende do abraço, se sentindo confiante para isso, como há anos não se sentia, não era realmente nada grande, nada que lhe permitisse fazer algo além de movimentar levemente os braços e sorrir como uma criança realizada.

- Estou fazendo isso... eu estou fazendo isso! - exclama baixo, um sorriso que lhe ia de orelha a orelha.

- Quer tentar boiar? - Lauren pergunta, compartilhando da mesma emoção, só que com muito orgulho envolvido.

 A garota concorda, se esforçando para não pensar demais, as mãos da maior descansam em suas costas, ela fecha os olhos e a respiração é presa. "Não me solta, não me solta...", inspira, e Lauren permanecia a suspendendo firme, a cubana levou seu tempo para criar coragem e soltar os braços da maior, os deixando balançar suave pela água.
 Era como uma criança aprendendo a andar de bicicleta, e a morena nunca lhe deixaria até que estivesse pronta. O peso de seu corpo sumiu, ela se sentiu flutuar e seus olhos voltaram a abrir com cuidado.
 Não arriscou se mover, mas soube que Lauren flutuava ao seu lado quando suas mãos se uniram, para mostrar que ela estava ali, sempre estaria ali para Camila. 
 Por um tempo ficaram observando as estrelas, conforme seguiam as leves ondas, e sem que percebesse, lágrimas escorreram pelo rosto da cubana, em direção a água. Lauren não tinha medo de se mover, e pôde vê-las. 

- Ei, você tá legal? - pergunta com urgência, apoiando Camila para ficar de pé. 

- Estou... estou ótima, Lauren! Nunca pensei que faria isso de novo - sussurra com os olhos marejados, fazendo a maior sorrir carinhosa e aliviada.

- Ainda podemos tentar mergulhar, o que acha?

 A cubana já não tinha tanta certeza sobre isso, mas estava confiante com tudo o que já tinha feito até ali, assim sendo, concordou.
 Lauren contou até três antes delas inalarem uma grande quantidade de ar e afundarem na água, logo que ficou completamente presa na incapacidade de respirar e água entupiu seus ouvidos, Camila entrou em pânico, se lançando para cima com urgência. 
"Não, não, não...", murmurava em meio a tosse e o debater de seus braços. 

- Calma! Está tudo bem - Lauren rapidamente envolve seu corpo, usando da falta de peso para prender as pernas da cubana ao redor de sua cintura, segurando forte a garota que se agarra à ela como uma tábua de salvação e treme em seu aperto.- você tá segura... eu tô aqui - garante, esfregando suas costas até sentir sua respiração acalmar, ficando desse jeito por longos minutos.- quer me contar sobre isso?

 Questiona em um sussurro, já não sabendo mais como ajudar a garota, talvez conversar sobre melhore as coisas, Ally a ensinou sobre isso uma vez. A latina hesita, sendo deixada na borda da piscina pela Jauregui que senta ao seu lado.
 Camila ainda vestia suas roupas, a morena achou melhor não insistir que as tirasse, mesmo correndo o risco de uma pneumonia, a garota agora usava sua jaqueta sobre os ombros, se inebriando com o calor e o perfume frutado.
"Camz?", chama atenção, sua blusa sendo recolocada para proteger do frio, Camila sabia o que ela iria perguntar, mas não era uma história fácil, não se sentia pronta para contá-la, nem mesmo para Lauren. 

- O que aconteceu na noite com o Shawn?

 Okay, por essa pergunta ela não esperava, porém, era tão difícil quanto, a maior se preparava para pedir desculpas pela invasão e dizer que ela não precisava contar se não quisesse, mas Camila respira fundo se preparando, sentia as palavras prenderem na garganta, precisava contar, agora ou nunca.

- Estávamos jantando, e ele só... ele começou a me tocar... - sentia seus olhos marejarem de novo, não por um motivo bom, olhava para o céu à procura de manter as lágrimas presas. Lauren ansiava por sua fala, a raiva surgindo, não dizia nada, não queria pressionar.- eu o empurrei, o time de futebol todo estava lá, eles assistiam pela janela, riam de mim, eles... eu juro que não fiz nada! Eu juro!

 É interrompida por um soluço tomando conta, a Jauregui não demora em lhe puxar para um abraço apertado, como se pudesse tomar as dores da garota para si, queria poder.  "Você estava certa, sinto muito! Eu sinto muito!", a cubana contava entre o choro, um choro de total vergonha, e Lauren não podia se importar menos em estar certa, na verdade, odiava estar.
Se sentia terrível por não ter protegido Camila, por ter deixado ela se machucar assim, terrível por não poder fazer nada nem mesmo agora.
 A sensação de impotência voltou.

- Eu vou matar ele... - exaspera, entre os cabelos escuros em seu rosto. 

- Me escuta! - segura seu rosto, o tom era autoritário e Lauren não pôde fazer nada além de escutar.- não quero que você faça nada. 

- Camila...

- Não, Lauren! "Sempre", lembra? Eu preciso do sempre - diz, afundando no ombro da morena de novo.

- Sempre...

 Sussurra, beijando os cabelos molhados, Lauren Jauregui cumpria suas promessas, e ela prometeu o sempre para a latina, sempre estaria com ela independente do que acontecesse, quando ela precisasse, agora mais do que nunca.
 Mesmo assim, não deixou de pensar em inúmeras formas de fazer Shawn pagar pelo que fez, ele não poderia sair impune, enquanto pensava a menor tornou a se afastar, com os olhos baixos, engolindo seco.

- O que você disse naquela noite, era verdade?

- O que eu disse? - questiona confusa, removendo o cabelo do rosto da cubana.

- Sou uma das melhores pessoas que já conheceu?

- A melhor - sua falta de hesitação foi o que acalmou Camila.

 Suas palavras não passavam de sussurros, estava frio, a pequena bruma que as cercava não era o bastante para impedir que se enxergassem, que Lauren enxergasse o sorriso reprimido nos lábios da cubana, aquele pequeno volume no canto da boca fez seu coração aquecer, embora seu corpo tremesse. Elas apreciaram o silêncio dessa vez, observando os pés abrindo espaço na água quente, até se encontrarem, o mínimo toque sendo suficiente para lhes fazer querer mais. Ou talvez, apenas Camila, afinal, Lauren havia se arrependido.

- Você me disse que não valia a pena - a maior começa de forma dura.

- O quê?

- Quando discutimos aquele dia, me disse que você não valia a pena. Tentei dizer algo, mas não consegui.

- Tudo bem, eu entendo.

- Não, não entende, Camila, você vale muito! E quer saber? Pena... pena eu sinto do Shawn, Austin Mahone, e qualquer um que não tenha se permitido ver o quão você é rara. Céus... - solta uma risada sem humor enquanto jogava a cabeça para trás na intenção de olhar a noite estrelada, acalmar esses nervos que ameaçavam tomar conta, antes de voltar para Camila que a encarava encantada.- você é linda e nem sabe disso - continua com um sorriso triste.- e não digo apenas fisicamente, não tem nada feio em você de nenhuma forma, queria que pudesse se ver como eu te vejo. 

 Finaliza. Camila não sabia o que dizer, não queria dizer nada. Em um movimento suave, sua mão foi para o pescoço pálido à sua frente, o pulso calmo da outra garota, acelerando sob seus dedos.
 Ela deixou o polegar acariciar levemente o queixo definido, e aproximou seus rostos aos poucos, esperando pela negação que infelizmente vem. 
"Camila...", Lauren geme baixo, quase como se o interromper da ação lhe trouxesse dor física.
Camila para no espaço em que seus narizes se tocavam, não ousando fechar a lacuna, mas também não se afastava, porque a garota de quem esperava uma repreensão, ela se distanciando e indo embora, continuou ali, tão próxima e distante como nunca.

- Eu vou estar sempre do seu lado, sempre mesmo, prometo... mas como uma amiga - termina se afastando, encontrando as íris escuras esperando pelas dela.

- E se eu não quiser que sejamos apenas amigas? - toma coragem para perguntar.

- Então, eu realmente sinto muito.

- Não mais do que eu.

 O silêncio volta, e como ele poderia ter se tornado enjoativo entre elas, mas agora, era apenas comum. O celular vibra ao lado da morena e ela sorri triste.
"Duas horas, vamos?".
Duas horas, o tempo estabelecido por elas mesmas, para ambas estarem em casa. Camila assente, um sorriso fraco em seus lábios, acabam de se vestir quando a jaqueta é estendida para Lauren, a garota nega. "Fica com ela", oferece, torcendo o cabelo para tirar o excesso de água.

- Lauren, está congelando.

 - Por isso mesmo, minhas roupas estão secas, ao contrário das suas.

 Argumenta, ajudando Camila a repor a peça de roupa, fechando o zíper devagar, a imagem da cubana com suas roupas era extraordinária.
 Elas chegavam perto do clube quando o vibrar frenético do celular, chama a atenção das duas, Lauren retira o aparelho do bolso, franzindo a testa ao olhar sua tela.
 "Vou ir buscar os capacetes, está bem? Eu já volto, prometo", antes que a cubana possa dizer qualquer coisa, ela praticamente corre em direção ao clube. Assim que sozinha, Camila sorri ao lembrar dos dizeres da morena, não queria pensar nas partes ruins, a promessa de estarem sempre juntas a aquecia, assim como o tecido da jaqueta que lhe envolvia, se sentia tão bem a usando, essa sensação de poder que ela emanava.
 A falta da morena se fazia cada vez mais incômoda, ela havia saído há algum tempo, aconteceu alguma coisa?
 Quando decidiu entrar no clube encontrou Harry e Louis abraçados no sofá, pareciam ter feito as pazes, Justin e Selena também, pois se beijavam em outro. Demi bebia com Normani, Ally observava com desgosto Dinah matar zumbis em seu jogo, sua expressão se torna surpresa ao ver a Cabello. 

- Mila, o que está fazendo aqui? - pergunta, todos olham para a cubana.

- Estava esperando a Lauren, mas ficou frio - explica confusa, os outros se entreolham.

- Como assim esperando? Mila, ela foi embora.

 A Cabello sente uma náusea familiar tomar conta de seu estômago, Lauren havia a deixado, sem explicações, pretextos ou avisos.
 Ela simplesmente foi, com uma promessa quebrada, Camila se sentia mais sozinha do que nunca.



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