História Difficult - fillie - Jantares de mentira-Millie Bobby Brown

Millie Bobby Brown

Mais tarde, Finn me mandou uma mensagem de que ás 18:30h ele iria vir me buscar, e agora são 15:56 em frente ao guarda-roupa procurando algo apropriado para a ocasião. Acho que ir com um vestido justo e curto não vai servir, então desci as escadas chamando minha mãe ou meus irmãos.

- mãe?

- aqui na sala querida! - a mesma responde

- mãe, sabe aquele jantar que eu te falei? - pergunto

- sei sim, o que tem?

- eu não tenho nada pra ir! - reclamo sentando-se no sofá com as pernas dobradas

- mas e os seus vestidos? - pergunta 

- são muito curtos. Nada depois das coxas - respondo

- já sei. Eu vou na loja de uma amiga aqui perto, e já volto! - fala se levantando, pegando sua bolça em cima do sofá e saindo.

Como eu já sei como a minha mãe demora quando vai as compras, decido tomar um banho relaxante. E de banheira, claro. Quando você quiser relaxar de verdade, tome um banho de banheira. Pelo menos assim eu relaxo, e super funciona. Subo as escadas novamente e sigo o caminho para meu quarto e fecho a porta. Meu quarto não é tão grande, mas é do tamanho perfeito pra mim. Vou em direção ao meu armário novamente, e pego uma roupa qualquer, e fui em direção ao banheiro ao lado do meu quarto. Fecho a porta, ligo a torneira e começo a me despir. Mas dessa vez não me olho no espelho, pois meio que eu não tenho tempo, e entro na banheira já enchida. Deixo meus pensamentos me levarem longe enquanto olho para o teto.

Antes de tudo aquilo acontecer, eu até tive uma infância boa. Meus pais não brigavam, sempre me davam atenção, saímos várias vezes entre outras coisas. Eu era feliz. Mas depois daquela noite, meu pai saiu de casa e deixou eu e minha mãe sozinhas, apenas com a casa. Na noite, eu não tinha o reconhecido, só depois do ocorrido que eu me toquei que meu pai tinha feito aquilo. E diferente de outras pessoas, eu não me sentia suja ou outra coisa, eu não conseguia sentir NADA! Só um vazio enorme no meu peito, e não consegui contar pra ninguém sobre meu pai. Só para Finn. Só ele sabe de tudo isso, e eu me senti bem eu finalmente contar pra alguém. Me senti mais leve e segura com, pelo menos, alguém sabendo disso.

Mesmo não o conhecendo muito bem, já considero meu porto seguro. Eu sei que parece loucura, mas vejo que ele não age como ele quer agir. Algo me diz que ele finge ser uma pessoa que não é, e que não quer ser.

Meus pensamentos foram interrompidos por um batente de porta forte no andar de baixo.

- FILHA! CHEGUEI! E COM O SEU VESTIDO! - grita minha mãe

- OI MÃE! TÔ AQUI EM CIMA! - lhe respondo saindo da banheira

Pego minha toalha e me enrolo saindo do banheiro. Olho a minha janela e vejo que já está quase anoitecendo.

Que tempo rápido!

Minha mãe nem bate na porta, apenas entra e se senta na cama com um saco grande nas mãos.

- você vai amar seu vestido! - ela fala com um sorrisinho triunfante

Ela se levanta e abre o saco. Revelando um vestido cor de creme, sem mangas, com um decote coração e um tecido fino para cobrir, e cheio de pedrinhas na parte de cima do vestido (foto lá em cima). Simplesmente divino!

- mãe.. é lindo! - falo com um sorriso nos lábios, enquanto ainda olhava o vestido

- sabia que iria gostar! Assim que eu vi, te imaginei nele - falou - o que está esperando? Um convite pelo vestido? Vista ele que daqui a pouco o seu.. amigo vem - ela fala com um sorrisinho malicioso enquanto fechava a porta.

Finalmente sozinha, começo a colocar um conjunto de lingerie branca, coloco o vestido e começo a me arrumar. Para combinar com o vestido, coloco um salto cor nude não muito alto, faço chapinha no meu cabelo escuro e faço uma maquiagem bem básica mesmo. Quando terminei tudo, eram 18:25h, cinco minutos antes do horário, pelo menos não me atrasei. Quando ia me sentar na cama, campainha toca me fazendo dar um pulo. Abro a porta e desço a escada e abro a porta. Me deparando com Finn em um terno preto com uma camiseta branca social por baixo e uma gravata, também, preta.

Lindo! penso

- nossa... você está.. linda - ele fala com um lindo sorriso

- obrigada, você também está - falo

Ele me estende seu braço e pergunta "Vamos?" eu apenas acento  cabeça e pegou seu braço.

O caminho até a casa dos Wolfhard foi com risadas, músicas dos anos 80 e trocada de olhares discretas, mas que os dois percebemos muito bem. E assim que chegamos, pode se ouvir uma música clássica e bem calma, havia vários carros estacionados em torno da casa, muito caros aliás.

- vou repetir o que eu disse antes, você está muito linda - Finn disse sussurrando em meu ouvido, fazendo-me arrepiar.

- você também está - falo sussurrando também.

Assim que entramos, me deparo com várias pessoas vestidas formalmente e uma mesa grande o bastante para a família Wolfhard, e mais algumas mesas redondas ao redor, e mais uma pista de dança com o piso polido.

- quer dançar? - Finn pergunta saindo do meu lado e indo parar na minha frente, estendendo sua mão

- claro, mas não sei dançar muito bem - alerto pegando sua mão.

- isso não é problema - fala me conduzindo até a pista de dança.

Paro em sua frente e o mesmo pega minhas mãos e coloca a direita em seu ombro enquanto segura minha outra mão. Sua mão esquerdo vai em direção a minha cintura e fica lá. Começamos com o pé direito e depois fomos para o esquerdo, Parecia aquelas danças que se faz nas festas de 15 sabe?! Então, estávamos daquela forma, um olhando diretamente para o outro enquanto girávamos entre aquelas pessoas. Pela primeira vez, Finn me gira graciosamente e logo depois voltamos a posição anterior. Como a música estava prestes a acabar, Finn me gira uma última vez e me joga pra trás no final. Nossos rostos estavam muito perto e eu podia sentir um hálito de menta. Nos aproximamos e selamos nossos lábios delicadamente em um selinho.

Ainda com nossos lábios juntos, ele me levantou até eu ficar com os pés apoiados no chão corretamente. Separando nossos lábios, Finn lança um de seus lindos sorrisos e encosta sua testa na minha.

- obrigado por vim - fala desencostando sua testa na minha.

- não ia deixar seus pais na mão - respondo.

- só eles? - pergunta me conduzindo para fora da pista.

- e um garoto de cabelos cacheados, alto e com lindas sardas pelo rosto - falo sorrindo divertida

Finn desvia o olhar para trás de mim e o vejo ficar tenso.

- eu já volto - fala saindo atrás de mim.

O sigo com os olhos e o vejo indo na direção de íris. Ela estava com um top roxo escuro com pedras de enfeite e uma saia rodada da mesma cor que seu top, e para combinar seus saltos eram pretos couro e seus cabelos estavam presos em um coque alto. Seu pai deve ser um dos amigos do pai do Finn, e ela é amiga dele, então porque não vim, certo?! Perco Finn de vista quando os pais do mesmo aparecem na minha frente com um sorriso no rosto.

- Millie querida! - Mary me abraça como um cumprimento - que bom que você veio! Está linda! - fala me olhando dos pés à cabeça.

- obrigada Mary, a senhora também está divina - falo. Mary estava vestindo um vestido azul escuro com saltos pretos, e um coque meio despojado com uma bolsinha de mão da mesma cor que seus sapatos.

- por favor Millie. Senhora é minha mãe, é só "você" mesmo - fala com um divertimento.

- ok então - falo com um sorriso, meus olhos tentam achar Finn , mas não consigo achá-lo -- licença - falo antes de me retirar.

Vou a procura de Finn e daquela loira aguada que estava junto, mas não os acho em nenhum lugar. Subo para o andar de cima e vou procurando nos quartos, mas paro quando ouço a voz de Finn.

- eu não gosto dela. Só a trouxe porque meus pais a convidaram, se fosse por mim, nem teria trazido ela - o mesmo fala sem nenhuma importância, me fazendo lacrimejar.

- então, você não gosta dela? - Íris pergunta

Por favor Finn...

- claro que não Íris! Tá maluca? - fala um pouco mais alto, me atingindo como uma adaga no peito.

Aquela dança não significou nada pra ele então? Nem os beijos e caricias? As risadas que demos juntos? Foi tudo uma mentira então? Esse tempo todo eu fui iludida pelo Finn? Por que isso doí tanto?

Desço as escadas com cuidado indo em direção a porta principal e indo embora sem me despedir de ninguém. E como se não bastasse, uma forte chuva começa a descer me encharcando. Mas isso não importa pra mim, com a dor que Finn Wolfhard deixou no meu peito, tiro meus sapatos e começo  caminhar de volta pra casa debaixo de uma chuva que, provavelmente, me deixará doente.