1. Spirit Fanfics >
  2. Disable >
  3. Espairecer.

História Disable - Espairecer.


Escrita por: littlediao

Notas do Autor


Esse capítulo nem era pra ter ficado tão triste assim, mas eu estava ouvindo Lana Del Rey enquanto escrevia, então contribuiu pra ficar tudo bem triste hauahaua. Gostei bastante de escrever esse, espero que esteja bom.

Capítulo 8 - Espairecer.


Fanfic / Fanfiction Disable - Espairecer.

Kansas, Topeka.

– Ele o que?! – Perguntou Kristen, num tom alto. Montaigne havia voltado com dificuldade para casa de Joo duas horas após o incidente, e no momento, estava explicando o que aconteceu à eles, Kristen estava perdendo a paciência.

– Eu estava desmaiado, o que podia fazer?! – Disse Montaigne, com uma compressa de gelo na cabeça. Richard andava de um lado para o outro, pensativo, Sarah estava na cozinha, preocupada, e ao mesmo tempo ouvindo a voz de seus pais ecoando em sua cabeça.

– Então o cara não era vampiro? Deve trabalhar pra eles. – Disse Richard, tentando manter a calma enquanto falava. Kristen não parava de ligar no telefone de Joo, mas apenas caia na caixa postal.

– Isso não é óbvio? – Disse Montaigne, num tom de ironia. Kristen desligou o telefone e o encarou.

– Escuta aqui você é muito.. – Ela começou a chegar perto de Montaigne, apontando o dedo na cara dele. A possível briga foi interrompida por Sarah, que quebrou a janela com uma frigideira, todos olharam para ela totalmente confusos, Richard se aproximou dela, e segurou seus braços, ela estava prestes a quebrar todo o resto da casa ou fazer pior.

– Sarah o que foi?! O que houve?! – Gritou Richard, enquanto afastava ela da gaveta de facas, a garota gritava desesperada como se estivesse sendo atacada, Kristen chegou perto dela e segurou seu rosto com firmeza.

– Sarah! Me escuta! Não é real!! – Disse Kristen, sacudindo a garota. Sarah hesitou alguns segundos, e desmaiou, Richard a segurou com força para que ela não caísse no chão, Montaigne observava a cena assustado.

Kristen e Richard colocaram ela no quarto, ainda desmaiada, e o palpite deles era que Sarah estava tendo visões e ouvindo coisas, o que fazia ela não conseguir diferenciar o real e o não real, a situação estava crítica. Montaigne tentou rastrear o celular de Joseph, eram aproximadamente 17:00 da tarde, e demorou um pouco para ele conseguir rastrear, mas conseguiu encontrar o nome do bairro, o local em si estava protegido e não podia ser rastreado. Sarah ainda estava desacordada no quarto, Kristen achou melhor colocar uma algema para impedir que ela fizesse alguma besteira, Montaigne então foi verificar com Richard se ele tinha conseguido algo, pois estava procurando possíveis locais onde os vampiros podiam estar.

– E então? Alguma coisa? – Perguntou ele, Richard balançou a cabeça positivamente.

– Tem dois lugares, um outro galpão abandonado, e uma casa quase que totalmente demolida no meio da mata, lá é escuro, é um bom palpite. – Disse Richard, Montaigne não disse nada, apenas pegou a jaqueta de couro em cima do sofá.

 – Eu vou preparar as armas, temos que ir logo. – Resmungou o rapaz vestindo a jaqueta, Richard se levantou da cadeira e fechou o notebook, enquanto Montaigne ia até a caminhonete do lado de fora.

Kristen estava com Sarah no quarto de cima, esperando ela acordar.

– Hum.. – Murmurou Sarah, Kristen se levantou ao ouvi-la. Ela tentou puxar a mão direita, mas estava presa na cama. – O que é isso?

– Precaução. Como você tá? – Perguntou Kristen, Sarah olhou para trás dela, e viu seus pais de mãos dadas, sorrindo para ela, com as gargantas cortadas. Como era torturante ver aquilo.

– Vou ficar bem. Pode me trazer um copo d’água? – Perguntou Sarah, Kristen acenou positivamente com a cabeça, e saiu do quarto para buscar o copo.

Assim que ela saiu do quarto, Sarah abriu as algemas com o grampo escondido na manga da jaqueta jeans, e se levantou meio tonta, seus pais ainda estavam no mesmo lugar, e ela finalmente se cansou daquilo. Cansou de ver a família morta, de se sentir um estorvo no meio dos caçadores, ouvir vozes, cansou de ser ela.

Sarah desceu pela janela do segundo andar, e se pendurou na varanda, para pular no gramado e sair dali sem ninguém notar, enquanto isso, na sala, Richard e Montaigne se preparavam para sair, Kristen notou, e com o copo d’água na mão, parou no meio da escada.

– Acharam alguma coisa? – Perguntou ela.

– Sim, acho que encontramos o lugar onde Joo está. E a Sarah? – Respondeu Richard, Montaigne havia pego as coisas na caminhonete e voltado para dentro, o mesmo estava afiando um facão enorme, enquanto encarava Kristen.

– Ela acabou de acordar, mas não parece bem. – Disse ela, olhando para os degraus de cima da escada. Richard suspirou aliviado por ela ter acordado.

– Então acha que ela não deve ir? – Perguntou Richard, Kristen balançou os ombros, pois não sabia se era bom ela ir ou não.

– Vou falar com ela. – Kristen continuou subindo as escadas, até chegar ao quarto, Sarah não estava mais lá. Está a apenas a algema presa na cama. – Merda!! Richard!!

– O que houve?! – Perguntou ele, indo em direção a escada, mas Kristen desceu rapidamente antes que ele precisasse subir.

– Sarah fugiu. Ela vai fazer alguma besteira eu tô sentindo isso. – Disse Kristen, andando com pressa até onde sua camisa xadrez estava pendurada. Richard ficou surpreso com a notícia.

– Fugiu? – Richard olhava para o chão completamente confuso. Era muita coisa com que se preocupar, tanta que chegava a dar um nó na cabeça dele.

– Ah pelo amor de deus, o Joseph está preso em um ninho de vampiros provavelmente morto, e vocês estão aí se preocupando com a garota maluca e mimada que quer se matar?! Temos prioridades! Se ela quer morrer o problema é dela! Me poupem!! – Montaigne jogou a bolsa no chão com força, enquanto gritava. Kristen chegou perto dele, e o puxou pela jaqueta, ela era apenas alguns centímetros menor que ele, e então deu um soco com toda força na cara do infeliz. Após isso, tirou a arma do cinto, e apontou na testa do indivíduo.

– Kristen, pare! – Richard se aproximou para impedir que ela fizesse alguma besteira.

– Escuta aqui seu babaca, a única pessoa “maluca” aqui é você, e se falar assim dela de novo eu meto um tiro na sua cara você tá me entendendo? – Disse ela, com tanta raiva que mal sentiu dor no punho por ter dado um murro na cara dele. Montaigne não disse uma palavra sequer, ficou calado encarando Kristen com o nariz sangrando.

Segundos depois de dizer as palavras, ela se afastou, guardou a arma, e foi até Richard.

– Vocês podem ir atrás do Joo, eu vou procurar a Sarah e encontro vocês lá. – Disse ela, passando reto ao lado dele, Richard acenou positivamente, e segurou o braço da mesma, que se virou para ver o que era.

– Fica fria tá legal. – Disse ele, tentando acalmá-la. Kristen balançou a cabeça, e saiu pela porta da frente.

A casa ficou no maior clima ruim, Richard e Montaigne não falaram muito um com outro enquanto se preparavam para ir ao ninho, Richard deixou uma mensagem para Kristen com o endereço do lugar, logo os dois pegaram a caminhonete de Joo, e foram dirigindo até o local, Montaigne estava sério, suas mãos tremiam, como se ele estivesse ansioso para matar. Esquisito.

Kristen não pegou o carro, pois não tinha como Sarah ir longe a pé, então resolveu ir pela rua de trás da casa, onde o edifício ficava, por sorte, ela olhou rapidamente o mesmo, sem dar muita importância, mas foi então que ela viu algo estranho, tinha alguém subindo a escada de serviço ao lado do prédio, que levava até a cobertura, era Sarah. Kristen correu até a escada ofegante, na esperança de alcançá-la, mas ela já estava bem a frente, quase na cobertura, e era realmente, um edifício muito alto.

Sarah havia chego no alto do prédio, ela olhou para a lua que brilhava fortemente naquela noite, e foi andando com calma até a beira da cobertura. Seu cabelo estava preso a um coque, mas as mechas que estavam soltas, se moviam com o vento frio que soprava. Ela enfim chegou na beirada, e então colocou seu pé direito quase que para fora da cobertura, enquanto olhava para baixo, eram metros de altura até chegar ao chão, mas isso não a assustava no momento, o que a assustava era lembrar que se não fizesse o que pensava em fazer, continuaria a ser atormentada, quem sabe até quando? Meses? Anos? Para sempre?

– Sarah! Não! – Gritou Kristen, se apoiando quase sem fôlego no suporte da escada, Sarah se virou lentamente para trás, ainda na beirada, bastava um pequeno movimento para ela cair do edifício. Seus cabelos voavam sobre seu rosto angustiado, seus olhos estavam lacrimejando, e ela estava surpresa por Kristen estar ali. Após recuperar um pouco o fôlego, ela começou a andar até Sarah. – Não faça isso.

– Por que não? Isso não vai parar, você não entende. – Sarah deu um passo para trás, literalmente à beira do precipício, Kristen chegou bem perto dela, uns 2 metros de distância, com uma expressão cansada.

– Porque você faz parte da família, e nós cuidamos uns dos outros. Você tem que deixar eles irem Sarah, ou isso nunca vai parar. – Disse Kristen, com um olhar sincero. Sarah levantou a cabeça, e as lágrimas começaram a cair sem parar, ela olhou para o lado, e viu seus pais sorrindo para ela, como se estivessem permitindo que ela fosse.

– Adeus, mãe, adeus, pai. – Disse Sarah, num piscar de olhos, ela não os via mais, e então ela hesitou por alguns segundos, e cambaleou para longe da beira. Kristen estava parada em sua frente, observando o estado dela. Sarah deu um passo à frente e abraçou Kristen, com as duas mãos em suas costas.

Kristen ficou sem reação por alguns breves segundos, e depois retribuiu o abraço, apoiando a mão na cabeça de Sarah, que ficava na altura de seu queixo, e levantou a cabeça, olhando para o horizonte, aliviada por tudo ter acabado bem, Sarah se sentia segura aos braços de Kristen, como se ela fosse protegê-la, ela viu que podia confiar nela, e ter os outros como família também, pôde finalmente perceber que suicídio não era uma opção, seu rosto estava molhado por conta das lágrimas que caíam sem controle. Elas ficaram ali, por alguns longos minutos.

Nem tudo estava resolvido, Joseph ainda estava preso. Richard e Montaigne haviam acabado de chegar em frente a casa no meio do mato, estacionaram na entrada do matagal para não chamar atenção, e foram andando até a casa, e em golpe de sorte, aquele era o lugar. Eles tinham facões escondidos no casaco, afinal, não faz sentido atirar em um vampiro, tem que cortar a cabeça fora. Ambos decidiram ir pelo mesmo lado, entrando de surpresa pela porta dos fundos, mesmo sem saber quantos vampiros teriam ali.

– Sejam bem-vindos! – Richard e Montaigne se viraram para trás rapidamente, já retirando os facões dos casacos, e deram de cara com dois vampiros, um deles deu um soco certeiro em Richard, que o fez cair, o outro havia feito o mesmo com Montaigne, foi tão rápido que mal deu tempo de reagir. Após isso, colocaram sacos pretos em suas cabeças, como o que haviam colocado em Joo. Foi burrice entrar lá assim, pois vampiros sentem o cheiro de sangue a quilômetros de distância.

Um dos vampiros deu lhe um soco no rosto, e então Richard se deu conta de que estava amarrado à uma cadeira, olhou a sua volta, e viu Montaigne também amarrado, Joo estava no chão, ainda preso a cadeira, desacordado.

– Vocês mataram ele!! – Gritou ele, olhando para Joo no chão, pensando que o mesmo estava morto. Richard tentava se soltar, mas as cordas estavam bem apertadas, Montaigne estava de cabeça baixa, como se já tivesse desistido de tentar sair. Tinham pelo menos 6 vampiros ali.

– Não, não matamos. Ainda! – Um deles, o mais falante, começou a debochar. Ele se aproximou de Joo, e o chutou, para mostrar que ele estava vivo, o mesmo se moveu com dificuldade.

– Pare com isso! – Disse Montaigne, num tom feroz. O vampiro se aproximou dele, e o encarou com um sorriso, o rosto de Montaigne estava machucado pelo soco de Kristen.

– Cala boca, cara. – Respondeu o vampiro, decidido a não parar de insultá-lo tão cedo. Richard notou que os facões estavam sobre uma mesa perto de onde Joo estava. Ele provavelmente havia sido tão machucado que mal conseguia se levantar do chão. – E então, o que vamos fazer com eles, Hillary?

– Estou pensando. Esses dois são bem fortinhos. Mas o velho… – Um dos vampiros era uma mulher, que estava sentada com as pernas cruzadas, apreciando o espetáculo. – Coloquem o velho em pé.

Dois deles colocaram Joseph sentado à cadeira novamente, o mesmo levantou a cabeça com o olho esquerdo quase totalmente fechado, por conta do inchaço. A mulher de cabelos castanhos cacheados, se levantou, e começou a se aproximar de Joseph, mas parou no meio do caminho, os outros vampiros também pareciam concentrados com algo.

– Temos companhia. – Disse ela, dando meia volta. Richard olhou para Montaigne, e então eles entenderam do que se tratava, os vampiros haviam sentido cheiro de sangue, sangue humano. – Carl, cuide disso.

– Claro. – Um dos dois que estavam ao lado de Joseph, se dirigiu até a porta de saída, a mulher continuou a se aproximar de Joo, sem dar muita importância pra quem vinha. Ela colocou as mãos frias no rosto dele, que tentou fazê-la parar.

Um barulho oco, de algo pesado caindo no chão, foi ouvido vindo da porta dos fundos, era a cabeça de Carl. Quem havia cortado era Kristen, ela estava com um facão em mãos, todos os vampiros foram para cima dela, já a mulher foi mais rápida, e cortou o pulso, pretendendo transformar Richard e Montaigne antes de Kristen chegar até ali. Sarah correu para cima dela com o facão, antes que ela pudesse transformá-los, e a empurrou na parede com força, tentando cortar a cabeça dela, mas a moça era forte, e a fez derrubar o facão longe, a deixando sem armas, os três ainda estavam presos, tentando se soltar, Kristen estava lidando sozinha, com 5 vampiros. Sarah deu um jeito de injetar o sangue do homem morto na mulher, que funcionava como uma droga para deixar um vampiro fraco durante um curto período, após conseguir derrubá-la, Sarah foi até Richard, e cortou a corda que o prendia, o mesmo rapidamente pegou o facão sobre a mesa e foi ajudar Kristen, que já estava no chão, Sarah soltou Joo e Montaigne, nisso, um dos vampiros avançou nela, mas os reflexos de Joseph foram rápidos, ele cortou a cabeça do sangue suga imediatamente com o facão ao seu lado, mesmo quase indisposto, ele continuava em pé. Richard conseguiu cortar a cabeça de um deles, Kristen de um, Montaigne de dois, contando assim parece até um placar de jogo. A vampira ainda estava viva, tonta, tentando se levantar, Montaigne quis fazer as honras, então chegou perto dela, e cortou-lhe a cabeça, sem hesitar. Kristen estava encostada na parede, segurando o ombro, pois um dos vampiros havia deslocado o mesmo, Richard e Sarah estavam servindo de apoio para Joo, Montaigne parecia querer cortar a cabeça de Kristen também, pela forma que a encarava. Pegaram o caminho de volta para a casa de Joo, depois de atear fogo nos corpos. Chegando lá, Sarah e Richard colocaram Joseph no sofá, para fazer os curativos, mesmo totalmente nocauteado, Joseph insistia em dizer que estava bem.

– Existem mais deles. Eu ouvi a conversa dela no telefone… – Disse Joo, enquanto Sarah limpava seu rosto com soro fisiológico. Kristen estava sentada em uma cadeira, Richard estava atrás, prestes a colocar o ombro dela no lugar, e com um movimento doloroso puxando-o para trás, voltou ao normal fazendo um estalo.

– Cacete, isso doeu Richard!! – Reclamou Kristen, com a mão no ombro, Richard revirou os olhos.

– Como assim mais? – Perguntou Montaigne, que estava limpando o sangue da vampira que havia espirrado em seu casaco. Sarah estava quase terminando o curativo.

– Ainda tem mais vampiros espalhados por aqui, eles provavelmente irão atrás dos outros. – Disse Joo, com uma expressão um tanto agoniada. Sarah havia terminado o curativo. – Obrigado, querida.

– Então o que estamos esperando?! – Retrucou Montaigne, Joo se levantou do sofá, estalando as costas.

– Precisamos pesquisar, não sabemos onde eles estão. – Respondeu ele, olhando para Montaigne como se ele não fosse mais o mesmo.

– Damos conta daqui, eles já podem voltar pra casa. – Disse Montaigne, que parecia estar muito incomodado com a presença deles ali. Embora, na hora H, Richard tivesse salvado ele de levar um belo de um nocaute de um dos vampiros.

– O que deu em você, Thomas? – Perguntou Joseph, Kristen foi até a cozinha, na tentativa de fugir do assunto, Sarah também não estava entendendo muito bem a situação.

– Eu só estou dizendo que damos conta, não precisamos de ajuda, principalmente deles. – Era verdade que Thomas era bom no que fazia, mas também era um tremendo babaca de vez em quando.

– Tudo bem Joo, se vocês acham que não precisa, a gente volta sem problemas. – Disse Richard, Sarah cruzou os braços enquanto olhava para Montaigne.

– O que quis dizer com isso? – Perguntou ela, Montaigne não respondeu, apenas começou a rir sarcasticamente.

– Vamos. – Kristen voltou a sala, e pegou o casaco em cima do sofá, parecia estar cansada de ouvir as merdas do Montaigne. Joseph se aproximou dela.

– Acalme-se, vocês não precisam ir. – Disse Joseph, tentando acalmar a situação, Kristen largou o casaco bruscamente.

– Eu não aguento mais ficar um minuto no mesmo lugar que esse cara. – Disse ela, se referindo a Montaigne, o mesmo andou até ela com uma expressão raivosa.

– Você acha que pode fazer aquilo e sair impune né? – Disse ele, bem perto de Kristen, a mesma levantou a cabeça para ele, demonstrando a falta de importância que tinha quanto aquilo, o que o deixou fulo. – Se eu fosse você ficava longe de mim, garotinha.

– Ei!! Parem!! – Disse Joseph, após empurrar Kristen, impedindo que ela batesse em Thomas de novo. A mesma se afastou ainda brava, e subiu as escadas para buscar suas coisas no quarto.

Kristen de forma alguma ficaria ali com Montaigne, era capaz deles se matarem, então eles resolveram que voltariam para Michigan e deixariam o caso com Joo. Richard explicou para ele o que havia acontecido quando Sarah não estava perto, e ele entendeu o motivo dos dois de detestarem. Kristen arrumou tudo e foi esperar no carro, depois de se despedir de Joseph, Richard e Sarah estavam conversando com Joo antes de irem para o carro, mas Kristen deu umas buzinadas para eles andarem logo, Joo se desculpou por tudo, embora a culpa dele. Então caíram na estrada, era madrugada, mesmo com o ombro doendo e o sono tomando conta, Kristen não queria deixar Richard dirigir, ela tinha um amor por aquele carro que era até estranho.

– Podemos fazer uma coisa antes de voltar pra casa? – Perguntou Sarah, enquanto estavam na estrada, Richard estava dormindo no banco da frente.

– O que quer fazer? – Respondeu Kristen, concentrada na estrada deserta preenchida por uma neblina. Sarah respirou fundo antes de responder.

– Conhece o cemitério perto da capela em Redmond? – Perguntou ela, com a mão em seu pingente. Kristen balançou a cabeça positivamente. – Se puder me dar uma carona até lá.

– Claro. – Ao notar que Sarah não estava muito bem, Kristen resolveu não perguntar nada no momento.

Kristen dirigiu até  o cemitério, quando chegaram lá já eram aproximadamente 06:00 da manhã, Sarah pegou sua bolsa com suas coisas, que estava ao seu lado junto às outras malas.

– Pode me emprestar as chaves um minuto? – Perguntou Sarah, Kristen tirou as chaves da ignição, e entregou a ela, a mesma desceu do carro com sua bolsa nas mãos, olhando em volta, não haviam carros na rua, e o cemitério estava vazio.

Ela então foi até o porta malas, Kristen estava olhando para o volante pensativa. Sarah tirou um galão de álcool do porta malas, e o fechou novamente. Após isso, ela foi andando até a janela do banco do motorista, Richard continuava dormindo, parecia que nada podia acordá-lo no momento. O dia estava amanhecendo, o céu tinha uma cor amarelada mesclada com azul, e a neblina ainda tomava parte do local, Sarah se abaixou para falar com Kristen pelo vidro do carro.

– Obrigada por tudo, de verdade. – Disse ela, já com os olhos se enchendo d'água, Kristen estava com uma expressão magoada, mas balançou a cabeça positivamente.

– Prometa que vai voltar. – Disse Kristen, olhando fixamente para ela, seus rostos estavam bem próximos um do outro, Sarah sempre apreciava as duas cores dos olhos de Kristen, que chamavam sua atenção. Durante alguns segundos, ambas ficaram em silêncio.

– Eu prometo. – Disse Sarah, com sinceridade, entregando as chaves para Kristen, a mesma pegou, e colocou na ignição.

– Boa sorte, Sarah, não esqueça que pode contar com a gente pra tudo, está bem? – Disse Kristen, ainda magoada, Sarah acenou positivamente com a cabeça, meio trêmula por estar tentando controlar o choro.

A mesma se afastou do carro, e deu meia volta, segurando a bolsa com uma mão, e o galão de álcool com a outra. Kristen ficou observando enquanto ela caminhava em linha reta para dentro do cemitério, sem olhar para trás. E com o turbilhão de pensamentos martelando em sua cabeça, ela acelerou, e seguiu em frente, mesmo não querendo deixá-la, sabia que tinha que apoiar sua decisão. Sarah chegou ao túmulo de seus pais, onde tinham várias lápides ao lado com o sobrenome “Reineck”, pela quantidade de familiares que estavam enterrados ali. Ela colocou sua bolsa e o galão ao lado da lápide, foi até um canto do cemitério onde as ferramentas eram guardadas, e pegou uma pá. Voltando ao túmulo, ela ficou alguns segundos olhando para o mesmo, e então começou a cavar com a pá, enquanto as lágrimas caíam de seu rosto, ao alcançar os caixões enterrados lado a lado, ela os abriu usando a pá, pela falta de paciência de procurar algo mais eficaz. Os caixões já totalmente quebrados, mostravam os ossos de seus pais, Sarah procurava ser forte naquele momento, ela precisava fazer aquilo.

Abriu o galão de álcool, encharcou os ossos, e então tirou um isqueiro do bolso, jogando o mesmo dentro da cova. Sarah não saiu dali até que o fogo havia se apagado por completo, ficou em pé olhando o fogo tomar conta de tudo, era libertador para ela saber que aquilo finalmente ia acabar de uma vez, e que seus pais descansariam em paz. Era normal, em funerais de caçadores, eles queimarem o corpo, é como uma tradição. Jane havia sido cremada também.

Após o fogo se apagar, ela jogou toda a terra por cima novamente com a pá, e então se afastou do túmulo.

– Eu amo vocês. – Disse ela, antes de dar meia volta até o túmulo de Jane, que ficava quase ao lado. Ela não dizia nada, apenas pensava no quanto ela fazia falta, no que ela sacrificou para salvá-la. Jane morreu como heroína. Como caçadora. E o destino de Sarah dali então, nem ela sabia dizer, tudo o que ela queria naquele momento era espairecer de tudo, e foi o que ela fez.


Notas Finais


Esse capítulo eu imaginei várias reações legais pra colocar, mas tiveram algumas que não consegui descrever muito bem, não sou bom nisso, enfim, espero que tenha dado pra entender o que eu quis passar. Até a próxima o/


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...