História Discovery - I don't want to forget

Camila estava me beijando a um bom tempo quando suas mãos desceram até a minha bunda e ela apertou forte me fazendo quase engasgar. Ela sorriu quando percebeu minha falta de ar, então desceu alguns beijos para o meu pescoço. O meu juízo indo para o inferno. Eu sentia meu corpo ficar mais e mais quente a cada ponto em que ela me tocava ainda por cima da roupa. Seu corpo pressionando o meu contra a parede de vidro.

- Camila, espera! Não podemos fazer isso. – Falei a empurrando um pouco para longe e saindo de perto dela. Seus olhos castanhos cada vez mais escuros. Ela lambeu os lábios e então mordeu o inferior. Minha cabeça girou e eu quis nunca a ter parado. 

Ela ficou me encarando por algum tempo. A minha respiração ainda forte. Ela sorriu e olhou a vista rapidamente. 

- Você está certa. Desculpa. Eu acho que passei dos limites. – Balançou a cabeça olhando pra mim outra vez. – Vamos voltar pra nossa maldita festa antes que eu faça alguma besteira nessa sala. 

- Que besteira faria? – Perguntei sorrindo e ela gargalhou. 

- Não pergunte, Lauren. Você não gostaria de saber. – Deu de ombros e caminhou até a porta da sala. Olhou pra mim e eu caminhei até ela. 

Nós pegamos o elevador segundos depois. O silêncio reinando entre nós. Camila tinha um sorriso quase estúpido no rosto, um sorriso confiante e provocante. 

- Você beija bem. É difícil manter o controle. – Falou entre o silêncio enquanto descíamos. O led do painel marcava o 7° andar. Eu engoli a saliva novamente e me senti nervosa. Não era certo o que havia na minha mente. Não agora. Não com pessoas nos esperando. 

- Você também beija bem. – Falei baixo. Camila me olhou e sorriu mais largo. Não a olhei nos olhos, apenas a podia ver pela visão periférica. 

- Eu sei. – Ela gargalhou. – Mas você ainda tem mais controle que eu. Obrigada por nos tirar de lá. 

- Você não faria muito mais do que aquilo. – Dei de ombros tentando acreditar nas minhas próprias palavras. 

- Você não me conhece, Jauregui. 

- Mas eu gostaria de conhecer. – Usei suas palavras outra vez. Ela deu um sorriso fofo e me abraçou de lado quando as portas abriram na portaria. 

Nós passamos por alguns seguranças e os oferecemos sorrisos rápidos. Camila me arrastando para fora do edifício. 

Chegamos a boate pela terceira vez no dia e então Camila nos guiou até o bar onde Dinah abraçava Normani enquanto elas riram. 

- O que estão fazendo? – Camila perguntou ao me soltar. 

- Não sabemos. – Ela responderam juntas e então caíram na gargalhada. 

- Lauren. – Halsey disse atrás de mim. Eu virando para a encontrar. Dei um sorriso fraco e nervoso. – Pensei que tivesse ido embora. 

- Eu só fui... É... 

- Eu tive que buscar algo na editora e ela me ajudou. Já estamos de volta. Vai querer outra bebida, Smurf? – Camila a perguntou rindo e então Halsey a abraçou enquanto elas gargalhavam juntas. Eu me sentindo nervosa demais para rir sobre algo. - Vem, garota. Você é adulta o suficiente para beber aqui, certo? 

- Ela não tem 21, Camila. – Dinah falou olhando pra mim. 

- Droga. Você não tem 21. – Camila concordou com a amiga. – A Halsey bebe um pouco por você. 

Camila permaneceu se divertindo agora bem mais do que antes. Ela não saiu do meu lado porém. Eu tentei pedir algo para beber enquanto ela não olhava, mas o garçom se negou quando provavelmente percebeu minha idade. 

Todos haviam voltada para a pista de dança. Apenas Camila e eu sentadas em uma das mesas próximas ao bar. Ela me olhou sorrindo. Uma garrafa de água na sua mão. 

- Por que não está bebendo como todo mundo? – Perguntei. 

- Preciso cuidar de você, garota. – Elevou a sobrancelha rapidamente e piscou. 

- Sei me cuidar sozinha. Você pode beber se quiser. – Dei de ombros. 

- Não quero ficar bêbada de novo e esquecer sobre essa noite. – Seus olhos estavam presos em mim assim como os meus nela. – Eu acho que você gostaria de um copo de alguma bebida na mão porém. 

- Talvez. – Sorri. 

- Está entediada? – Ela perguntou se aproximando mais. 

- Talvez. – Ela gargalhou. 

- Você sabe ser chata quando quer.- Me empurrou levemente. – Quer ir embora? 

- Você quer? – Perguntei de volta. Ela virou o rosto para o outro lado e pareceu pensativa. 

- Talvez nós pudéssemos ir embora e comemorar do nosso jeito. – Deu de ombros e sorriu. - Vem, eu vou pagar o que já beberam e deixar algo reservado para o resto da noite. 

- Tem certeza? Não precisamos ir embora agora. – A segui até o bar. 

- Eu sei, mas também não quero estar aqui. Não estamos fazendo nada. – Ela me olhou por cima do ombro e sorriu. Eu me perdi imaginando como poderíamos comemorar isso sozinhas. 

Camila deixou parte da conta aberta na boate para que as meninas continuassem bebendo. Nós voltamos ao seu apartamento como sempre fazíamos. Ela rindo sobre uma história que me contava. Eu focada demais no movimento dos seus lábios para prestar atenção em suas palavras agora. 

- Quer comer algo? – Perguntou após abrir a porta. Minha mente completamente fora de controle. 

A primeira coisa que fiz ao dar dois passos para dentro do apartamento foi beijar Camila outra vez. Eu não me privaria das coisas que eu desejava realmente fazer. Repeti em minha mente minha promessa de ano novo. 

Camila sorriu e empurrou a porta com o pé enquanto me empurrava até que caíssemos no sofá. Ela por cima de mim enquanto minhas mãos tentavam desesperadamente sentir seu corpo. 

Ela baixou o joelho exatamente entre as minhas pernas e eu gemi em sua boca com o contato inesperado. Outra vez ela sorriu e desceu novamente beijos para o meu pescoço enquanto tentava abrir caminho para dentro da minha blusa. 

- Você parece tão sensível. – Ela sussurrou contra a minha orelha. O joelho baixou mais e ela pressionou com mais força. Dei outro gemido enquanto tentava não a olhar nos olhos. 

- Você parece pervertida e desesperada. – Falei baixo, mas ainda firme. Ela riu contra a minha pele e se afastou um pouco para que pudesse ver meu rosto. Eu respirei fundo tentando não ser tão fraca assim. 

- Você seria pervertida e desesperada se fosse o contrário. – Elevou a sobrancelha sorrindo. 

- Talvez eu seja tão pervertida e desesperada quanto você. – A empurrei para o lado e nós caímos no chão sobre o tapete da sala. Camila sorrindo enquanto eu caía sobre ela. 

Não dissemos nada. Não nos movemos. Permanecemos na mesma posição. Nossos olhos conectados uns aos outros enquanto o tempo parecia não passar. 

- O que estamos fazendo, Lauren? – Camila perguntou em um tom baixo, quase rouco. 

- O que? 

- O que estamos fazendo? Isso, agora. O que ...? – Pareceu confusa. Seu olhar ainda no meu. Eu respirei fundo e levantei de cima dela para me sentar no chão contra o sofá. 

- Eu não sei. – A respondi. Ela fez o mesmo que eu e se sentou ao meu lado. 

- É difícil recuperar o controle, não? – Perguntou. Agora encarávamos uma TV desligada. 

- Sempre foi difícil ter algum controle quando se trata de você. – Falei sem pensar muito antes. Eu só deixei que as palavras viessem. – Eu não te beijei de novo hoje porque eu só queria sentir de novo o que senti no ano novo. Eu te beijei porque eu... Sinto algo por você. 

Camila relaxou o corpo um pouco mais ao meu lado. Não me olhou. Ela descansou a cabeça no sofá e encarou o teto, talvez. Tive que continuar. 

- Te beijei porque eu quis isso de verdade. Você me beijou no primeiro dia do ano e isso foi tudo o que eu tive na minha mente até te ver pela primeira vez na editora e depois descobrir que trabalharíamos juntas. Não falei nada porque se você não me reconheceu, talvez fosse ser estranho você saber que tinha me beijado, mas ao mesmo tempo não lembrar e se questionar sobre isso. Quando eu te beijei hoje, não foi somente sobre o que aconteceu no ano novo, mas pelo sentimento que eu tenho agora depois de te conhecer durante esse pequeno tempo que tivemos juntas. Sobre tudo o que eu descobri sobre você, sobre todas as vezes que você me surpreendeu sendo apenas você mesma. É algo que eu não consigo parar de pensar. Eu te via todos os dias e ainda tinha isso, eu queria que lembrasse de mim e me quisesse de volta também. Você enlouqueceu minha mente em um curto período de tempo e eu te beijei de volta porque não consegui controlar mais o que eu deveria ter feito. Eu juntei coragem de onde talvez não existisse mais e então... 

- Você me beijou para provar o que sentia. – Me interrompeu e eu finalmente a olhei de novo. – Talvez eu sinta o mesmo desde o primeiro sonho. Eu não sei, mas... Eu fiquei feliz que tenha dito isso agora e tenha me beijado para que eu percebesse que nunca havia sido um sonho. 

Eu sorri, mesmo ela não tendo dito o mesmo que eu. Ela havia me beijado de volta também e por hora, aquilo me foi tão suficiente. 

O silêncio reinou durante longos minutos. Ambas agora encarávamos o teto enquanto tudo passava pelas nossas mentes como um furacão. 

- Você ainda quer comemorar comigo? – Perguntou. – Eu estou morrendo de fome. 

- Eu também estou com fome. – Sorri ao vê-la sorrindo também. 

- Pizza? 

- Você prometeu não comer muita pizza esse ano, Camz. – Eu gargalhei. 

- Bem, não lembro mais as promessas que eu fiz, Laur. – Riu junto comigo. 

- Eu posso te lembrar se você quiser. 

- Talvez mais tarde. Agora vou pedir uma pizza pra gente. – Ela levantou do chão e pegou sua bolsa jogada um pouco ao lado da porta. – Qual seu sabor favorito? 

- Pepperoni? 

- Pepperoni! – Falou com sotaque italiano e eu ri. – Fique em silêncio. Eu espero que eles ainda entreguem a essa hora ou vamos dormir com fome. Não tenho mais nada no armário. 

A pizza chegou enquanto ela me mostrava sua coleção de discos latinos. Era óbvio sua descendência latina. Suas curvas não a deixavam mentir. 

Comemos ouvindo um dos seus álbuns favoritos. Ela tentou dançar algo, mas caímos na gargalhada segundos depois. 

Nos arrumamos para dormir e outra vez repetindo o que já havia acontecido muito. Eu estava em suas roupas e debaixo dos seus cobertores. A diferença dessa vez, porém, foi a minha coisa favorita. 

Camila deitou ao meu lado. Não falamos nada, mas havia um sorriso em nossos lábios. Ela respirou fundo e fechou os olhos. Eu respirei fundo e a observei até ela cair no sono. Então a olhei um pouco mais tentando fotografar seus detalhes com meus próprios olhos e imprimir imagens suas na minha mente. Eu adormeci com sua imagem real bem a minha frente.