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História Divorce - KrisMin - Capítulo único


Escrita por: Bowop

Notas do Autor


Essa história já estava à um tempo na minha cabeça. Queria muito escrever ela, mas não sabia por onde começar, muito menos como narrar e bom, hoje enfim eu consegui colocá-la para fora da minha mente e fiquei um pouco sentimental por conta disto. Ainda mais por conseguir me infiltrar na cena e sentir cada sentimento descrito... No entanto, espero que gostem dela tanto quanto eu gostei!

Capítulo 1 - Capítulo único


  Os papéis do divórcio se encontravam sobre a mesa, os dois homens se encaravam sem saber ao certo o que falar. Pela primeira vez, dentro de três longos meses, não tinham palavras nem mesmo para brigar. Talvez, tudo o que tivessem a dizer um ao outro, já havia se extinguido na última briga que tiveram. A mesma briga que impulsionou Minseok a erguer o seu dedo indicador, contra o peitoral de Yifan e gritar pelo divórcio, sem sentir uma única ponta de receio.

   No fundo, sabiam que se amavam, mas afinal que amor era aquele? Um não tinha tempo para o outro. Não conseguiam manter nem um do mais simples de todos os diálogos. A convivência se tornara nociva e as palavras tal dolorosas como uma faca de dois gumes, atravessando o corpo. 

— Você vai assinar ou não? 

    O mais velho dos dois o olhou seriamente e Yifan desviou os olhos daqueles documentos, fitando aquele com quem conviveu por tantos anos da sua vida. 

   Não precisava de muito para que pudesse relembrar os anos maravilhosos que viveu ao lado daquele sul-coreano. Yifan era apenas um intercambista chinês, que tinha o sonho de se formar em D.G. E então Minseok apareceu em sua vida. Curioso e simpático, disposto a ajudá-lo com o que precisasse. Inclusive, a fazer o odioso nó na gravata que se juntava ao uniforme monocromático da faculdade.

   Um suspiro cansado deixou os lábios finos e ressecados. Ambos sabiam que não deveriam estar naquela situação. Não depois de tudo o que viveram. Não depois das promessas que fizeram. Mas um sonho realizado acabou com tudo o que construíram em anos de amor e amizade. O Wu conseguira o seu próprio estúdio de design gráfico e de repente não havia mais espaço para o Kim em sua vida. Conclusão alcançada pelo próprio Minseok que, por muitas vezes, jogou sobre o chinês toda a culpa do casamento não dar mais certo.

   Como poderiam continuar? O Kim não sabia e o Wu também não. Mas queriam. No fundo, eles realmente queriam. No entanto, o orgulho era forte o suficiente para se tornar páreo a vontade de permanecerem juntos e tentar reconstruir aquele matrimônio.

— Eu não sei... 

   Foi a primeira vez que Yifan falou, desde que chegara ao apartamento que morou até uma semana atrás, com o baixinho dos fios escuros e levemente ondulados, de uma maneira não natural. O mais novo parecia ter paralisado, quando viu toda a documentação entre os dedos finos e pequenos de Minseok. Que possuía uma postura defensiva e uma falsa ferocidade em seu olhar. 

   Ambos quebrados...

— Como não sabe? Do nada perdeu a coragem de fazer o que queria desde quando conseguiu aquele maldito estúdio? - a voz saiu repleta de amargura.

   O baixinho sempre torceu pela felicidade do seu amado amigo, namorado e então marido. Mas as coisas haviam mudado. A felicidade do outro não era mais a sua, pois se tornara a sua maior decepção e motivo de dor. O Kim tentou, de todas as maneiras possíveis, fazer que o outro enxergasse os erros que estava cometendo ou que ouvisse ou insultos que proferia ao sul-coreano. Mas de nada adiantou. A situação parecia piorar. Piorar ao ponto de Yifan esquecer do próprio aniversário de casamento com aquele que jurou amar pelo resto dos seus dias. E aquilo Minseok não poderia suportar.

— Eu te dei tudo, tudo o que eu poderia e o que eu achava não conseguir. Eu moldei toda a minha vida por você, Yifan. - o moreno mais baixo se levantou, andando até o mais novo, que o olhava dolorosamente. — Eu lutei contra todos que além de serem homofóbicos, eram xenofóbicos. Boa parte da minha familia, não suportava a ideia de que um dos primogênitos mais promissores dos Kim, além de ser gay ainda se casaria com um chinês. Um chinês sério demais e que aparentava estar sempre desgostoso com tudo e com todos. - ele parou em frente ao Wu, que abaixou o olhar, sentindo as bochechas úmidas pelas próprias lágrimas. — E pra que, Yifan?...

   As lágrimas pareciam querer cegar os olhos do mais novo, que apertava as pálpebras com força, sentindo os olhos arderem e o coração ficar pequeno e apertado, ao ouvir todas aquelas coisas dolorosas. Não queria aceitar, mas desde o início, fôra Minseok que mais lutou pelo relacionamento dos dois. Principalmente para serem aceitos e respeitados. Tentou falar, mas as palavras pareceram morrer em sua boca, antes mesmo de serem ditas em você alta. Tentou tocar seu marido, mas este se afastou. Repelindo totalmente o chinês, que engoliu em seco, voltando o seu olhar para a caneta prateada, cintilando sobre a superfície de vidro. Em meio àquela meia dúzia de papéis, que serviriam para dar fim ao mais lindo e, ao mesmo tempo, ao mais doloroso ciclo da sua vida. 

— Se eu falar que te amo, você acreditaria em mim? Se eu falar que está doendo demais a situação em que nos encontramos, você me diz que sente o mesmo?

   Os olhos vermelhos e ainda menores, ocasionados pelas lagrimas, se voltaram para o mais baixo dos dois, que o olhava firmemente, lutando para que não se rendesse àquele imenso turbilhão sentimental que paraiva sobre si.

— As vezes precisa doer... As vezes precisamos morrer para que possamos voltar a viver, Wu Yifan.

   Seus movimentos foram limitados, mas diretos. Em poucos segundos a caneta cintilante ganhou espaço entre os dedos alvos e esguios do Kim, que rapidamente assinou nos espaços delimitados para ele, logo, passando a caneta e também a papelada do divórcio para seu, ainda, marido.

— Assine, Wu!

   A frase saiu como se fosse uma ordem, mas a maneira como o sobrenome ainda soava tão melodioso e acolhedor, nos lábios do outro, levou o chinês a jogar a caneta de qualquer jeito sobre a mesa e rasgar, sem um pingo de piedade todos aqueles documentos que o separariam, oficialmente, de Minseok.

— O que você fez?

   O Kim pegou os papéis, que haviam sido jogados contra o tapete felpudo, sobre os seus pés e olhou incrédulo para os mesmos. Não queria aceitar, mas sentia o coração aquecido pela a atitude do marido.

— Você está certo, Seok. - o apelido foi dito depois de meses. Agora de uma maneira leve, livre de culpa e com uma determinação à tempos não vista, pelo mais velho do casal. — As vezes precisamos morrer para que possamos viver novamente e eu escolhi matar a minha carreira, para que possa voltar a viver ao seu lado. Existem inúmeras profissões que eu posso seguir e outras que realmente gosto. Esse "sonho", apenas serviu para nos afastar e a partir de agora, mais nada ficará entre nós. - os papéis foram retirados, suavemente, das mãos do baixinho. Que o olhava tendo as orbes umedecidas e uma leve curvatura em seus lábios avermelhados. Aquilo era um pequeno indício de um sorriso.

    Os dedos de Yifan alcançaram o rosto que, mesmo beirando os trinta anos, ainda aparentava ser tão jovial. Os lábios do mais velho foram capturados por ele, que sem perder tempo, os selou de maneira apaixonada. Se afastando apenas para proferir, em um fio de voz, aquelas três palavras, que ambos sentiram falta.

— Eu te amo...

   Os narizes se tocando, as testas grudadas uma na outra. Minseok cansado de afastar todos aqueles sentimentos, de sustentar toda a pesada armadura que pusera sobre si, abandonou toda a falsa força, se entregando aquele amor antigo e verdadeiro.

— Eu te amo...

   Aquilo bastou para que ambos tivessem uma nova certeza. Por mais que as coisas tivessem ficado tão árduas e hostis entre eles, o amor no fim permanecia o mesmo. Apenas coberto por uma grossa camada de frustrações mal resolvidas, mas que foram dissolvidas no momento em que Yifan percebeu que estava prestes a perder o amor da sua vida.


Fim


Notas Finais


Até uma próxima, não deixem de favoritar e escrever um comentário fofinho, hm?

See you soon kisses <33


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