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História Diz amor - Capítulo Unico


Escrita por: smallbirdie

Notas do Autor


Gente, primeiro de tudo obrigada por lerem a minha fic! Fico muito feliz que tenham reservado um tempinho pra isso. Segundo, essa é a minha história para o #desafiobrega do grupo Shikatema Br! adorei a ideia e cada segundo que me dediquei. Por fim, eu escolhi o cantor Falcão e a musica Diz amor.
Muito obrigada

Capítulo 1 - Capítulo Unico


“Em cima um amor me espera (ahhhh)
Em baixo outro alguém me venera (ahhhh)
São duas paixões que eu tenho no meu coração”

Shikamaru acordou com o barulho de seu celular. “Na sua cara”, uma música nova de algum artista brasileiro que ele pouco conhecia tocava em alto e bom som, anunciando que sua melhor amiga o procurava. Ele tateou a mesa ao lado da cama, tentando achar o aparelho. 

“Alô?” – Ele disse em meio a um bocejo, sentindo uma forte dor em sua cabeça, imediatamente se arrependendo de ter bebido tanto.

“Bom saber que você está vivo, Shikamaru” – A voz estridente de Ino soava do outro lado da linha – “Ainda dormindo?”

“Sim e de ressaca” – O mal humor era claro em sua voz.

“Vish, então é melhor desligar antes que você me mate” –  Era impressionante como ela nunca passava mal mesmo depois de tanta bebida – “O almoço ainda está de pe?”

“Sim”

A cabeça dele latejava quando Ino finalmente desligou. Alguns flashs da noite passada vinham em sua cabeça, mas nada que fizesse muito sentido. Era cada vez mais claro que não conseguiria dormir, por isso tratou de levantar e vestir a primeira bermuda que encontrou, ansiando por uma grande xícara de café. Saindo do seu quarto, o mesmo atravessou o corredor de seu pequeno apartamento e se dirigiu para cozinha. Depois de preparar seu café, o Nara se sentou no confortável sofá da sala, sentindo a brisa leve que entrava pelas janelas. Era sempre assim quando saia com a amiga, os dois bebiam como se não houvesse amanhã, ele acordava com uma puta ressaca e ela novinha em folha. Ino era problemática, mas era uma das poucas pessoas que conseguiam animar ele, a loira insistiu para que os dois comemorassem a promoção de Shikamaru, mesmo que ele não achasse algo necessario.

Seu café já estava quase no fim quando ele lembrou que os dois haviam tirado fotos em seu celular. Depois de voltar ao quarto e revirar as cobertas atrás do aparelho, finalmente conseguiu abrir a galeria e conferir as fotos. Os dois estavam sorrindo, ele segurando uma garrafa de cervejas e Ino um copo com alguma daquelas bebidas coloridas que ela gostava. Já haviam-se passado cerca de 30 minutos quando ele foi para o banho, sabia que ia acabar se atrasando se ficasse deitado.

[...]

“Shikamaru, aqui” – sua amiga acenava de uma das mesas do fundo.

“Eu ainda estou de ressaca, agradeço se gritar menos” – respondeu com uma careta, se aproximando da mesa.

“Alguém ta azedo” – Ino riu enquanto bebia seu chá – “Tudo isso por que viu a Tema agarrando aquele gato do Hidan?”

“Cala a boca” – Essa era uma das poucas coisas que Shikamaru não conseguia esquecer, a imagem de sua namorada, ou melhor, ex-namorada, beijando aquele bastardo.

“Ainda da tempo de se desculpar com ela” – Os olhos azuis o encaravam, lendo tudo que se passava na cabeça dele, quase como se tivesse dentro dela – “Você sabe que foi idiota”

“Eu sei” – respondeu cabisbaixo, odiava falar dela. Odiava lembrar de quando havia sido um verdadeiro idiota e perdido o amor de sua vida. Inevitavelmente, algumas lembranças começaram a surgir e tomar seus pensamentos...

...

“Tem certeza que você tem que ir agora, Tema?” – Shikamaru perguntou em quanto fazia carinho nos cabelos loiros da namorada – “Ainda tem tempo antes da festa”

“Eu sei, mas eu prometi pras meninas que ajudaria com as roupas” – Temari brincava com a mão do namorado – “Daqui a algumas horas já vou voltar a te encher o saco”

O Nara beijou a cabeça de Temari, respondendo que ela nunca o pertubava. Os dois namoravam desde o início da faculdade e haviam se conhecido graças a alguns amigos em comum. A mesma estava em seu segundo ano de direito e era uma das melhores alunas do curso. Além disso, Temari era dona de uma beleza estonteante e olhos verde que deixavam Shikamaru hipnotizado.

“Eu tenho que ir” – Ela se levantou da cama e deu um selinho nos lábios dele – “Te vejo daqui a pouco”

....

“Ei, terra para Shikamaru” – ela estalava os dedos em sua frente, despertando-o de seus devaneios – “Seja homem, fale com ela”

“Claro” – o Nara revirou os olhos – “Temari não me quer nem pintado de ouro, ela me mata se eu falar com ela”

“Isso é verdade” – A Yamanaka riu lembrando da amiga – “Mas também, depois do que você fez”

“Não ta ajudando nem um pouco”

“Ainda bem, por que você não merece” – ela apontou um dedo para o rosto dele – “Seu idiota”

Ele desviou o olhar e observou o movimento do restaurante, vendo uma figura conhecida entrar pela porta. Usando um vestido vermelho e seus tradicionas quatro rabos de cavalo, Temari se apoiou no balcão enquanto fazia seu pedido. Mais uma vez, Shikamaru sentiu seu coração bater mais rápido pela loira que ele costumava chamar de sua. Seguindo seu olhar, Ino notou a presença da amiga, tendo uma ideia.

“Tema, aqui” – Mais uma vez ela acenava e gritava, enquanto Shikamaru sentia uma tensão percorer seu corpo.

Ao ouvir seu nome, a Sabaku virou e deu de cara com uma Ino animada e um Shikamaru com cara de quem viu o fantasma do natal passado. A mesma cara que a loira exibia agora. Desde o rompimento deles, os amigos dele sempre procuravam deixar os dois o mais longe possível. Todos, exceto a Yamanaka. Sem muitas opções, ela andou até a mesa dos dois, dando um abraço na amiga.

“Ta fazendo o que aqui?”

“A mesma coisa que você” – riu – “Vim almoçar”

Discretamente, Ino olhou para Shikamaru, vendo a uma espressão triste no rosto do amigo. Já havia passado da hora daqueles dois se acertarem e tudo que eles precisavam era um empurrãozinho, mas antes que ela pudesse fazer qualquer coisa, o nome de Temari foi chamado, anunciando que seu pedido estava pronto. Depois de despedir-se da amiga e ingnorar Shikamaru, ela se retirou.

“Eu sei que vocês ainda se amam e que você se arrepende do que fez” – Sua mão estava em cima da dele – “Lembre-se do que eu digo, ela só precisa te perdoar uma vez”

“O problema é que ela nem olha na minha cara” – suspirou.

“Quem sabe você não tem uma chance em breve” – seu tom escondia algo, Shikamaru só não sabia o que era.

...

Ele deu um ultimo beijo na namorada e fechou a porta, jogando de volta na cama de seu pequeno quarto. Era o início de mais um ano de faculdade, ou seja, novas matérias, novas festas, novos calouros... Seus pensamentos foram interrompidos pelo barulho do celular, avisando que uma nova mensagem havia chegado.

“Estou louca pra te ver mais tarde” – Uma de suas calouras, Ami, não parava de provocar e flertar com Shikamaru, mesmo que ele sempre deixasse claro que estava com Temari. Deletou a mensagem e seguiu para o banho, pretendia dormir um pouco antes da festa.

...

Depois de despedir-se de Ino, o moreno seguiu para seu apartamento. Já faziam 3 anos do rompimento, mas Shikamaru ainda sofria na mesma intensidade. Talvez até mais. Ao abrir a porta do apartamento, seguiu para varanda e acendeu um cigarro. Ele tinha certeza que Temari jamais o perdoaria, não depois do que ele fez.

“O que eu to fazendo da minha vida?” – Ele olhou para o céu, como se a resposta fosse milagrosamente aparecer. Estava sozinho, acabando com sua saude aos poucos com cigarros e bebidas. Seu trabalho era bom, mas do que adiantava as conquistas se não podia dividir com a mulher que ele amava?

Terminou seu cigarro e seguiu para o banho, era a despedida de solteiro de um de seus melhores amigos, Naruto Uzumaki, e o grupo haviam combinado de se reunir em uma boate recém inaugurada. Ele estava feliz pelo amigo, finalmente havia tomado coragem e pedido a mão de sua namorada de longa data, Hinata Hyuuga. Os dois haviam começado a namorar na mesma época que ele e Temari, por isso sempre foram próximos um do outro.

...

A festa já estava rolando solta quando Shikamaru chegou. Todos os seus amigos já estavam lá, cada um segurando um copo, provavelmente falando de mulheres. Afinal, os unicos que namoravam eram ele e Naruto, que assim como ele cursava engenharia.

“Finalmante Shikamaru” – Naruto veio em sua direção e deu um abraço no amigo, o cheiro de cerveja exalando de seu corpo – “Achei que tinha desistido”

“Acabei dormindo mais do que devia” – seguiram juntos para perto do grupo, onde seus outros amigos o esperavam.

“Tem uma caloura enchendo o saco atrás de você” – Gaara Sabaku, aluno de relações internacionais e cunhado de Shikamaru, disse com uma cara de poucos amigos – “Temari sabe disso?”

“Não, e nem pode” – Shikamaru pegou uma latinha de cerveja – “Eu já disse que tenho namorada, não tem porque falar pra Tema”

“Já que não está interessado, se importa se eu ficar com ela” – Sasuke Uchiha olhava para direção da pista de dança. Assim como Temari, ele cursava direito – “Ela não é de se jogar fora”

“Não que você dispensaria qualquer mulher” – Neji Hyuuga,o unico que cursava administação, zombou do amigo.

Shikamaru riu da cena, poucas vezes havia visto Neji zoar alguem, era algo raro. Ainda distraido, ele não percebeu quando uma figura feminia chegou por trás e tapou seus olhos. Ele reconheceu o perfume da namorada na hora, puxando-a para um beijo.

“Então é assim que você trata mulheres que te agarra por tras” – Ela exibia um biquinho.

“Só quando essas mulheres usam o mesmo perfume que você” – ela riu e o puxou para mais um beijo.

“Vamos parar com essa pouca vergonha” – Gaara brincou, colocando-se no meio dos dois.

“Não precisa ter ciumes, ruivinho” – Ino puxou o Sabaku para um beijo – “Deixa os pombinhos de lado”

Temari riu da cena, era sempre divertido quando os amigos se juntavam. Como ela não bebia cerveja, pediu para Shikamaru pegar um copo de água. O moreno se dirigiu para o bar, onde um rapaz ruivo misturava vodka com algum suco de frutas.

“É impressionte como as coisas mudam né?” – ruivo indagou – “Quem iria imaginar que Temari Sabaku iria sossegar com alguém”

Shikamaru ignorou o comentário, sabia que a namorada era popular e ja havia ficado com um ou dois caras da faculdade. Continuou seu caminho até a geladeira, pegando uma garrafa de água.

“Me chamo Sasori” – ele continuou – “Eu frequentava a mesma escola dela, em Suna, e cara, eu nunca vi uma mulher como ela”

“O que quer dizer?”

“Ela era um furacão, todos sabiam disso” – Sasori tomou um gole de sua bebida – “Não era uma festa a não ser que Temari estivesse lá. Digamos que ela tinha um dom na arte de festejar e animar, principalmente os homens.”

“É até dificil acreditar que ela sossegou” – Shikamaru ouviu enquanto se afastava do bar. Precisava de ar fresco.

...

Ao estacionar em frente a boate, reconheceu o rapaz loiro cercado por mais quatro amigos, aparentemente ele era o unico que faltava. Ao se aproximar, cumprimentou-os com um sorriso e apertos de mão, parabenizando o amigo pelo casamento

“Nem dá pra acreditar que esse baka conseguiu a mão da Hinata” – Sasuke tomou um gole de sua cerveja – “Ela é uma santa mesmo”

“Pelo menos eu não to enrolando” – Naruto cruzou os braços – “Quando vai pedir a mão da Sakura-chan?”

“Isso não é da sua conta” – o Uchiha revirou os olhos, levemente corado – “Não pretendo me amarrar tão cedo, Sakura sabe disso”

“Estamos ficando velhos mesmo” – Neji riu – “Naruto já está noivo, eu e Gaara indo pelo mesmo caminho... só mesmo Sasuke e Shikamaru que continuam nessa putaria”

“Culpa dele que vacilou com a minha irmã” – o Sabaku tinha uma espressão séria, ainda não se conformava com a atitude do amigo – “E Sasuke só não quer admitir que está caidinho pela Sakura, assim como sempre esteve desde a faculdade”

Todos riram, até mesmo o Uchiha, não tinha como negar que ele sempre teve uma queda pela rosada. Depois de jogarem mais um pouco de conversa fora, o grupo entrou na boate, indo diretamente para o camarote, onde uma garçonete deixou algumas garrafas de cerveja. Aos poucos, mais garrafas de cerveja e outras bebidas diferentes chegavam na mesa, atraindo os olhares femininos. Já passava de 2h da manhã quando Shikamaru decidiu fumar, seguindo para área aberta da boate, atrás do bar. Contudo, algo lhe chamou atenção.

“Eu quero 5 shots de tequila” – A voz de Temari soava embrigadada e sua postura estava estranha, o Nara estava certo que ela havia bebido demais – “Não esquece o limão e o sal, gatinho”

A Sabaku piscou para o barman, esperando seu pedido. Um rapaz se aproximou da loira, sussurando algo em seu ouvido, provavelmente dando em cima dela. O sangue de Shikamaru ferveu, mesmo sabendo que não era da sua conta, continuou observando a cena. Temari negou com a cabeça, rindo e dando as costas pro rapaz que definitivamente não aceitou um “não” como resposta.

“Vamos, vai ser divertido, linda” – o rapaz segurava o pulso de Temari com força, deixando a mesma em pânico.

“Eu não quero” – Ela, inutilmente, puxava seu braço, mesmo sabendo que ele era mais forte. Aquilo iria ficar marcado, ela sabia – “Me solta”

“Para de dificultar” – Ele a puxou pra longe do bar.

Mesmo cercada por tantas pessoas, ninguem parecia ver o desespero no rosto da loira, provavelmente achavam que só estava se fazendo de dificil. Ela, por sua vez, estava tonta demais para correr e a musica estava alta demais, de modo que não a escutariam. Suas amigas não a procurariam tão cedo, já que a Sabaku sempre sumia por ai.

 Era isso, ninguem a resgataria.

...

“Amiga, vou procurar o Shika, ele está demorando demais”

Ino apenas assentiu com a cabeça, voltando a conversar com Tenten e Sakura. Já faziam alguns minutos que ele havia ido ao bar, não fazia sentido demorar tanto. Procurou pela casa toda, até que se lembrou do jardim. Seguindo seu palpite, Temari encontrou o namorado sentado em um banco.

“Já cansou da festa?” – Disse sentando-se ao lado dele.

O Nara não respondeu, apenas encarou a loira. Algo estava errado.

“Aconteceu alguma coisa?”

“Sabia que seu colega de Suna, está aqui?” – Sua voz estava fria e seu rosto sério – “Ele me disse algumas coisas bem interessantes sobre você, principalmente sobre como você era conhecida”

Ela não respondeu. Odiava pensar sobre seu passado em Suna.

“Eu não sou mais aquela Temari” – ela olhou pra baixo, envergonhada – “Não precisa se preocupar com isso”

“Será mesmo, Temari?”

“O que está insinuando, Shikamaru?” – Seu olhar agora estava direcionado pra ele – “Acha que eu te trai ou algo assim?”

“Eu não sei, Temari, afinal você mentiu pra mim esse tempo todo”

“Menti?” – Seu corpo estava tenso, como ele podia dizer algo assim? – “Eu nunca menti pra você, só não pensei que precisava dar um relatório do que eu fiz ou deixei de fazer quando era SOLTEIRA”

“Então você tem orgulho disso? De ter agido daquele jeito?” – As palavras saiam impulsivamente, ele sabia que estava bêbado e enciumado, que não pensava nada daquilo.

“Eu não tenho orgulho, mas também não sinto vergonha” – Seus olhos se enchiam de lagrimas – “Isso não muda nada do que eu sinto por você”

“Pra mim muda” – Ele levantou com as mãos no bolso – “Só me diz, por que nunca quis transar comigo se já fez isso com metade de Suna?”

“Como pode dizer isso?” – As lágrimas já corriam pelo seu rosto – “Você é mesmo um idiota, Shikamaru, não sei como pude ficar com você por tanto tempo”

Temari se levantou, afastando-se do moreno. Sabia que havia exagerado, mas a atitude do namorado a magoou profundamente. Precisava sair dali, discutir naquele momento só pioraria a situação.

...

De repente, sentiu o peso desaparecer de seu pulso, fazendo com que a mesma caisse no chão. Alguém havia socado o rapaz, fazendo com que ele caisse desacordado no chão.

“Você está bem?” – Uma mão estava estendida na sua frente.

Ela apenas assentiu, segurando a mão de Shikamaru, observando as pessoas em volta dos dois e do rapaz. Imediatamente, ele começou a puxar sua mão em direção a saida, sentindo a loira tremer um pouco. Já do lado de fora, o Nara colocou sua jaqueta nos ombros de Temari e abriu a porta do carro. Ela permaneceu em silencio durante a curta viagem até o apartamento dele, só se pronunciando quando o carro parou.

“Onde estamos?”

“Na minha casa” – abriu a porta do carro – “É melhor não ficar sozinha agora”

Ela assentiu, secando algumas lágrimas. Os dois continuaram em silêncio durante o percurso.

“O banheiro é a segunda porta a direita” – disse ao abrir a porta – “Tome um banho quente enquanto eu preparo um chá, vai te fazer bem”

Ela sorriu um pouco, seguindo para o banheiro. Depois de terminar o banho, colocou seu vestido e seguiu para cozinha, onde Shikamaru a esperava com uma xícara de chá.

“Vou te emprestar uma roupa mais confortável” – ele entregou o chá de camomila, seu favorito, e andou na direção do quarto.

“Shikamaru” – ele parou – “Obrigada”

...

Estático, o Nara não acreditava nas palavras que acabara de ouvir. Temari havia terminado com ele?

“A coisa foi feia, viu?” – Ami se aproximou dele, sentando ao seu lado – “Sua namorada não foi nem um pouco sensível”

Ele permaneceu em silêncio, sem encarar a caloura. Estava confuso, com raiva e magoado. Ami, por sua vez, viu a oportunidade perfeita de ficar com ele.

“Vem, ela não merece suas lágrimas” – A menina puxou a mão dele, levando o mesmo para dentro de casa, mais especificamente pra pista de dança. O Nara não tinha expressão, ainda tentando entender que ele e Temari haviam rompido.

Shikamaru a encarou, enquanto ela cruzava os braços abaixo do peito. Ela levantou dois dedos, anunciando que ele tinha duas opções.

“Você pode chorar e se lamentar por uma garota que não está nem ai pra você ou pode curtir comigo”

“Você está certa” – se sentia magoado, humilhado e traido.Temari havia terminado com ele, estava livre pra fazer o que bem entendesse.  

Os dois começaram a dançar juntos, de uma maneira vulgar. Ela era ousada e gostava de provocar, afastando qualquer resquício de sanidade de sua cabeça. Seus amigos tinham espressões confusas, até perguntaram o que havia acontecido, apenas para saber que o casal havia rompido. As meninas foram atras de Temari, os garotos perderam a vontade de ficar na festa e logo ele e Ami ficaram sozinhos. A festa já estava no final, mas a noite ainda não tinha acabado pra eles, por isso seguiram para uma boate.

Depois de mais alguns shots, os dois já estavam trocando beijos e carícias em algum canto isolado do club, sem se importar com mais nada.

...

“Você não tem nada pra me agradecer” – ele continuou seu caminho até o quarto.

Temari sentou-se no sofá, dando alguns goles em seu chá, aproveitando para avisar as amigas do que havia acontecido. Alguns minutos depois, Shikamaru lhe entregou uma calça e uma blusa de pijama, anunciando que ela dormiria em seu quarto e ele na sala. Ela não discutiu, apenas continuou em silêncio, observando o mesmo sentar no chão e enconstar as costas no sofá. Seu cabelo   

“Que coincidência a despedida da Hinata ser no mesmo lugar que a do Naruto” – Ele estava nervoso, a presença de Temari fazia suas mãos suarem e seu coração bater mais rápido. Precisava fumar.

“É verdade” – Ela observou o moreno pegar um cigarro, levando-o a sua boca – “Está fumando agora? nunca achei que seria idiota a ponto de fazer isso”

“Eu fui idiota o suficiente para te perder” – acendeu o cigarro, trangando em seguida – “Isso é só um efeito colateral”

A Sabaku não respondeu, apenas encarando Shikamaru. Ele estava magro, mas não de uma maneira saudável, seu rosto era marcado por olheiras profundas e os olhos haviam perdido o brilho que costumavam ter. Ele parecia acabado, mais morto do que vivo. Será que ela era o motivo pra isso? Não fazia sentido, afinal foi Shikamaru que partiu seu coração e sua confiança.

“Ninguem te forçou a acreditar naquilo tudo e muito menos a transar com aquela garota enquanto ainda estava comigo” – Era a primeira vez depois de tantos anos que ela falava no assunto – “Cresça e lide com isso como um homem”

Temari estava certa. Já estava na hora de agir como homem e não mais como um covarde.

“Eu nunca tive a oportunidade de me desculpar” – Sua cabeça estava baixa – “Não é sua culpa, eu errei. Não sei por que deixei aquilo me atingir tudo, eu era imaturo e não conseguia aceitar que mesmo depois de um ano de namoro você não queria transar comigo mas já tinha feito isso com outros”

“Você tomou conclusões, até porque eu nunca tinha dito que havia transado com ninguém” – sentia a raiva a muito reprimida saindo por meio da sua voz – “Sasori invetou aquilo e você acreditou. Eu não era santa em Suna, mas também não saia transando com qualquer um como vc imaginou. Por Deus, Shikamaru, eu era virgem.”

Ele escutou tudo de cabeça baixa, remoendo as lembranças daquela noite e as palavras do ruivo. A palavra sexo ou transa nunca havia sido usada, mas foi a primeira coisa que Shikamaru imaginou.

“Eu costumava beber muito e agarrar muitos garotos, mas meus irmãos nunca deixaram eu passar do limite. Eles queria uma chance pra eu recomeçar, foi por isso que viemos pra Konoha” – Aquele assunto sempre essa dificil pra ela, de maneira que não conseguiu conter as lágrimas – “Mas você preferiu acreditar no pior e sair transando com qualquer uma”

“Eu achei que a gente tinha terminado”

Shikamaru tentou continuar mas foi interrompido por Temari, ela não queria mais ouvir, ela não queria ceder a enrolação dele. Seu coração estava fechado, mas sabia que acabaria perdoando-o se continuassem assim. Ela adentrou no quarto e trancou a porta, permitindo-se chorar só mais uma vez pelo homem que jurou esquecer. Abriu a janela, deixando o vento frio da madrugada entrar, tentando se distrair observando as coisas a sua volta. A decoração era simples, apenas cama, armario e escrivaninha. Alguns porta retratos estavam dispostos em uma prateleira contendo fotos dele com os amigos, os pais e até mesmo uma foto com ela no primeiro encontro dos dois. Ela segurou a foto, lembrando de como havia se divertido naquele dia quando sentiu algo atrás dela, mais especificamente um envelope com seu nome.

Era uma carta pra ela. Sem pensar, rasgou o envelope e começou a ler.

 “Temari

Mais uma vez sonhei que estavamos juntos, mesmo depois de tantos anos que não nos falamos. Com sempre, acordei chorando, sentindo falta do seu abraço, do seu toque.

Muitas pessoas me consideram um gênio, mas eu sei que não existe ninguem mais burro que eu. Afinal, eu fui o responsável pelo nosso término, pelo seu sofrimento e eu nunca vou me perdoar por isso. Eu daria qualquer coisa para voltar no tempo e mudar isso, mas infelizmente não é possível.

Só posso aprender a lidar com a dor e torcer para que você encontre alguém melhor do que eu.

Te amo pra sempre

Shikamaru”

“Seu idiota” – apertou a carta no peito, sorrindo.

Shikamaru já estava deitado quando ela chegou na sala, mas não importava. Ela precisava dele, agora, pra sempre. Lembrou de todas as vezes que sentiu a falta dele, de todas as vitórias que queria ter compartilhado e principalmente, de como a vida acaba de uma hora pra outra. Eles não tinham tempo a perder. O passado pertencia ao passado, era impossível mudar, mas o futuro dependia somente deles.

“Está tudo bem, Temari?” – A confusão estampada em sua cara, vendo a loira se aproximar e beijar ele.

Os lábios dela encontraram os dele em um beijo cheio de saudade, salpicado pelas lágrimas dela e a surpresa dele. Logo, o beijo inocente se tornou intenso, apaixonado sendo apenas interrompido quando o ar faltou, mas ele continuava abraçado com ela. A primeira a quebrar o silêncio foi Temari.

“Eu juro que tentei te odiar” – Ela sussurrou – “Todos os dias, eu praguejava e maldizia seu nome, mas eu nunca deixei de te amar, nem por um segundo.”

“Temari, eu sei que errei, eu fui um canalha” – Suas mãos puxaram delicadamente o rosto dela – “Mas eu juro que nunca mais vou te fazer sofrer, ou sequer derrubar uma lágrima”

“Eu só preciso que você me perdoe uma vez, por que eu vou me redimir todos os dias”

"Claro, até porque eu arranco seu pinto se você fizer alguma gracinha dessas de novo" - Ela ria da espressão assustada dele.

"Fica comigo?" - Ele pediu, arrancando um sorriso dela.

A Sabaku assentiu, vendo o brilho voltar aos olhos dele. Os dois trocaram um beijo demorado, que levou a outro, depois mais outro.. Shikamaru a pegou no colo, se dirigindo ao quarto, onde se amaram até o dia seguinte.

Diz amor esqueça o que aconteceu
Quem sabe agente acaba com essa dor (ohhhh)
O orgulho que era tanto já morreu.

[...]

"Ino, acho que não vou conseguir" - Temari se olhava no espelho, analisando seu vestido e sentindo seu estômago revirar. Já fazia um ano que ela e Shikamaru estavam juntos de novo e cada dia ela tinha mais certeza de sua decisão, mas isso não significava que ela não ficaria nervosa ao entrar na igreja. 

"Depois de tudo que vocês passaram, pode ter certeza que vai sim, nem que eu te arraste pelos cabelos" - Ela envolveu a amiga em um abraço - "Você está linda"

Temari riu, envolvendo a amiga nos braços. Ela não podia discordar, os dois haviam superado muitos obstáculos para estarem aqui hoje. Ino terminava de ajeitar seu véu, sorrindo de orelha a orelha. 

"Shikamaru já sabe sobre a gravidez?" - A Yamanaka soltou uma risada da expressão indignada da amiga - "Tem uma garrafa de champagne intacta aqui e você sempre bebe pra se acalmar, foi como somar um mais um"

Temari estava boquiaberta, era impossível esconder algo dela.

"Ainda não, só descobri uma semana atrás e vou contar só depois da cerimônia" -  Sua fala foi interrompida por uma batida na porta, de onde saiu Gaara.

"Tema, você está linda" - Sua voz estava embargada - "Tem certeza que aquele bastardo Nara te merece?"

As duas loiras começaram a rir, sendo logo acompanhas por Gaara. Faltavam cinco minutos pro início do casamento, como acompanhante da noiva, Gaara devia escoltar a mesma até o altar. Depois de dar um beijo na Yamanaka, sua noiva, o Sabaku estendeu o braço para irmã, que aceitou prontamente, e a encaminhou para porta da Igreja. 

"Pronta?" - Dois funcionários abriram a porta e a marcha nupcial imediatamente começou. 

Assim que seu olhar encontrou o de Shikamaru, Temari esqueceu todo o medo, todo o nervosismo. Eles pertenciam um ao outro.

"Como nunca estive antes" - Ela respondeu, andando em passos decididos para seu futuro. 


Notas Finais


Muito obrigada, espero que curtam <3


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