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História Diz-me Quem Sou... - O Plano do Dragneel


Escrita por: Lucy_Scarlet_

Notas do Autor


Yoo meus amores <3

Desculpem não ter postado domingo como estava destinado, porém fiquei e ainda estou um pouco adoentada e gripada, pelo que não tive oportunidade de postar. Mas também, porque estou eu falar aqui dos meus problemas? Os leitores não querem saber deles, não é? Eles querem é o capítulo :3 Aii, bom aqui têm o capítulo, bem quentinho!! Espero que gostem e AGRADEÇAM porque eu estava a pensar fazer mais um MISTÉRIO mas depois pensei: "Opa, tadinhos dos meus leitores, já têm tanto mistério para desvendar que até ficava mal... Não vou ser mazinha desta vez..." E pronto, eu acabei por revelar o suposto mistério que iria fazer...

OPA CARALHO!!!!! *OOOOOOO* 140 FAVORITOS!!!! PUTA MERDA QUE EU MORRO JÁ AQUI!!! 140?? 140!!! AHHHHHHH QUE BOMM!! MEUS AMORES EU AMO-VOS DO FUNDO MEU CORE <3 <3<3<3<3<3<3<3<3 E agradeço desde já os 15? acho que foi 15... Os 15 comentários do capitulo anterior! Sério, MUITO obrigada, eu acho que sem vcs eu não conseguiria! Ain!! MEU DEUS QUE EU NÃO TO A ACREDITAR!!! YEEEEEEHHHHHHH

Sem mais delongas, BOA LEITURA!! ^^

Capítulo 13 - O Plano do Dragneel


Fanfic / Fanfiction Diz-me Quem Sou... - O Plano do Dragneel

Somente faltava uma aula para terminar o meu horário normal académico, uma vez de que se seguiriam mais três horas de permanência na Academia com um certo rosado se recusava a entender uma simples equação. Só desejava que aquele período de estudos terminasse rapidamente, pois ainda faltavam quatro meses para o término daquele ano na Academia, que daria entrada ao ambicionado verão.

                Erza estava sentada numa das mesas de um dos corredores em frente à sala da qual iríamos ter a próxima aula. Mordiscava, impacientemente, a sua lapiseira vermelha com um pequeno ursinho acastanhado, que se encontrava pendurado por um ligeiro fio que se amarrava à lapiseira. Aquele pequeno brinquedo balançava devido às mordidas que a ruiva oferecia ao seu material de escrita, enquanto pensava, cautelosamente, sobre um exercício algébrico do seu livro de Matemática. Parecia enraivecida por não conseguir encontrar a solução para aquele problema que o Professor ainda nem sequer havia falado, pois era uma matéria que, provavelmente só daria em abril. Vendo aquela indignação consigo própria, decidi aproximar-me da ruiva, visualizando o que ela tentava resolver. Ergui uma sobrancelha da primeira vez que lera o problema, porém a mente iluminou-se de clarificação e apontei para o livro.

                - Eu acho que a solução é o número 2. – Respondi sugestivamente, encolhendo os ombros e percebendo o olhar de uma certa azulada que também se encontrava grudada a Erza, tentando encontrar a solução que a ruiva não entendia.

                - Hum… - Levy murmurou pensativamente, enquanto entortava os lábios e apertava os olhos, tentando raciocinar com mais cautela. – Tens razão, Lucy. – Um sorriso surgiu por entre os lábios da pequena, que assentiu com a cabeça em positividade.

                - Mas como assim é o número 2? – Erza abanava a cabeça negativamente, não conseguindo entender a razão pelo qual a solução do problema seria aquela.

                - É uma rasteira, Erza. – Identifiquei o erro que, possivelmente, ela estaria a cometer, indicando no livro. – Este sinal não conta. – Indaguei seriamente, olhando-o no rosto para que ela entendesse qual fora o erro.

                - Exatamente. – Levy concordou e fitou a ruiva com um sorriso branco, ao observá-la com uma expressão mais confiante.

                - Ah! – Soltou um suspiro forte, retirando a lapiseira encarnada da boca e fechando os olhos por segundos. – Têm razão. Acabei por pensar que este sinal pudesse ter valor… - Direcionou o olhar novamente para o livro, revendo o problema e resolvendo-o como uma forma de o solucionar corretamente. – Sim, é o número 2. – Concluiu secamente, fechando o livro e encarando a capa do mesmo.

-x-

                - Jellal vem cá. – Um certo rosado proferiu em chamamento, fazendo sinais com o dedo para que o azulado viesse ao seu encontro.

                - O que é que tu queres, Natsu? – Ele perguntou num tom frio e secante, cruzando os braços e ouvindo o que o rosado pretendia dizer-lhe.

                - Lembras-te de quando tu e o Gajeel foram contar ao Makarov que eu usei magia contra a nerd? – Natsu relembrou pausadamente, colocando as mãos nos bolsos e esboçando um sorriso maligno e malicioso.

                - Estavas a infringir as regras, Natsu – Jellal argumentou severamente, embora sentisse um pequeno arrepio pela espinha após ter escutado aquelas palavras ameaçadoras vindas da boca do rosado.

                Natsu pretendia comunicar o que pensara acerca daquele assunto, pois estava bastante vingativo naqueles últimos dias. Embora não considerasse aquele ato de denúncia como uma traição, tal feito teria de ter uma punição válida, pois não era rapaz de deixar pessoas impunes após os seus crimes, por mais argumentos concretos que utilizassem em sua defesa. E para a sua vingança, ele necessitava de dois ingredientes imprescindíveis: um ponto fraco da vítima e o interesse dele próprio. Somente com esses dois ingredientes, a sua vingança poderia ser concretizada com enorme sucesso. Respirou fundo, pois estava um pouco duvidoso da reação do companheiro, uma vez que por vezes Jellal reagia pacificamente, porém, noutras circunstâncias, a situação piorava para o seu lado quando o azulado perdia o controlo dos seus atos. Desviou o olhar por segundos e tentou tomar coragem para não perder a compostura que havia mantido até àquele segundo. O seu olhar alcançou um certo moreno de peitoral descoberto e apenas de boxers, motivo para certos gemidos e suspiros constrangedores de algumas garotas que ousavam observá-lo daquele jeito tentador, ao qual o moreno apenas retribuía com acenos e olhares, embora não entendesse o motivo de tanta manifestação de sedução repentina.

                - Olhos caídos – O rosado chamou a atenção do moreno que, naquele momento, entregava um olhar atrevido a uma rapariga que afirmara que ele era sedutor.

                - O que foi, Foguinho? – O rosto dele rodou bruscamente, demonstrando um olhar indignado pela interrupção de tentar seduzir uma garota.

                - Veste as roupas, Capitão Cueca – Aquele apelido fora usado adequadamente, uma vez que Gray estava somente com a sua roupa íntima, o que fez com que risos soassem das bocas dos seus companheiros.

                - Mas quando é que é eu…? – Os olhos do moreno arregalaram-se após olhar para si mesmo e verificar que se havia despido inconscientemente, como era frequente.

                O seu uniforme estava caído no chão, totalmente desarrumado. Gray curvou-se a apanhou os seus pertences, recomeçando a vestir-se apressadamente e ficando dececionado ao escutar leves suspiros e murmúrios tristonhos das garotas que antes o viram com aqueles abdominais apetecíveis, descrito por elas. Soltou um pequeno suspiro enfadonho e puxou os cabelos desorganizado para trás, abanando a cabeça depois, fazendo com que aqueles fios de cabelo negros adquirissem um efeito rebelde e provocativo.

                - Ao menos um “Obrigado, Natsu” – O rosado barafustava com indignação, cruzando os braços e fingindo estar ofendido com a falta de respeito vindo do seu companheiro.

                - Agradecer-te por as raparigas deixarem de apreciar o belo corpo do Gray Fullbuster? – Gesticulou a perfeição dos seus músculos, fazendo com que os seus amigos revirassem os olhos.

                - Eu não tenho a culpa do belo corpo do Gray Fullbuster não ter sido belo o suficiente… - Murmurou em provocação, desviando o olhar e soltando uma gargalhada debochada.

                - O que é que disseste, Botija de Fogo?! – O moreno rangeu entre dentes, enquanto alcançava o cachecol do rosado com as mãos, puxando-o para si com força.

                - Ai nossa que violência! – Natsu abanava os braços de um modo homossexual e soltava gritos agudos, embora não tivesse capacidade suficiente para o fazer corretamente. – Não me bata, por favor, Princesa do Gelo, não me bata… - Fingia que choramingava, fechando os olhos com força e continuando a abanar as mãos. – Não me bata que eu sou de porcelana! – Soltou outro pequeno grito agudo e estridente, fazendo com que as risadas fossem incontroláveis.

                - Vai à merda. – O moreno soltou-o num impulso forte, gargalhando com força, enquanto Natsu lhe dava um pequeno soco amigável no ombro com um sorriso divertido no rosto.

                Jellal tentou recompor-se rapidamente, dando as suas últimas risadas e tossindo consequentemente. Com o dedo indicador direito, puxou a sua gola da camisa, tentando fazer menos pressão de ar dentro da sua roupa, ajeitando a sua gravata depois, fazendo um nó mais solto. Tossiu mais algumas vezes e observou Natsu com um sorriso distraído no rosto, ao qual aproveitou o momento para o chamar à atenção. Ergueu uma das suas mãos e puxou o ombro do rosado com firmeza, fazendo-o voltar-se para o azulado e encará-lo com uma expressão confusa, porém logo percebeu a razão pelo qual Jellal havia feito aquilo. Ajeitou o cachecol branco à sua maneira e caminhou dois passos, colocando o seu plano ameaçador em prática.

                - Bom – Tentou reaver a conversa que fora formulada momentos antes daquele incidente com o Gray, fazendo com que ele e Gajeel parassem de gargalhar e o escutassem com atenção, embora o seu plano apenas se dirigisse ao azulado. – Lembras-te, certo? – Colocou as mãos nos bolsos das calças brancas e olhou seriamente para Jellal.

                - Sim. – O azulado confirmou com aceno afirmativo de cabeça, cruzando os braços apressadamente.

                - Ainda bem que te lembras, meu amigo. – Esboçou um sorriso sarcástico e sinistro, fazendo o azulado estremecer com a sua reação.

                - O que queres dizer com isso? – Uma sobrancelha ergueu-se no seu rosto, procurando perceber aonde Natsu pretendia chegar com aquela indireta.

                - Oras, apenas quero informar-te que, graças a essa denúncia, terás de me fazer um pequeno favor – Fez um sinal com o seu indicador e o seu polegar, indicando a porção que significava a palavra “menor”.

                - Nem pensar, Natsu. – A cabeça de Jellal abanou negativamente, enquanto falava aquilo decididamente.

                - Mas nem sequer escutaste o que ele disse, Jellal. – Fora Gajeel que se pronunciara indiretamente, enquanto se tentava esforçar para conter as suas risadas debochadas.

                - Não preciso de escutar – O azulado indagou friamente, sem olhar para o moreno que se encontrava atrás de si, encostado à parede, que correspondia a um canto abrigado do corredor, aonde poderiam resolver assunto mais pessoais, sem haver demasiadas intervenções desnecessárias. – Eu sei que vai sair merda. – Acrescentou fria e seriamente, fazendo o rosado encolher os ombros como se estivesse algo dececionado.

                - Então, não terei outra escolha… - Natsu afirmou num tom convicto e assustador, fazendo com que Jellal se arrepiasse discretamente, com algum medo do que ele pudesse fazer, pois conhecia-o demasiado bem.

                - Como assim? – Jellal sentia-se um tanto apavorado com a expressão do rosado, que o observava com alguma destreza e desdém.

                - Farás o que eu te disser, ou uma certa pessoa saberá da tua paixão – Ameaçou severamente, portando um olhar sinistro e maquiavélico, enquanto fazia pequenos corações com os dedos.

                - Não eras capaz… - Os olhos do azulado arregalaram-se rapidamente e o seu corpo não conseguia pensar numa escapatória, pois não existia nenhuma.

                - Não me subestimes, Jellal – O rosado inclinou um pouco a cabeça para o lado esquerdo, fitando-o com um olhar convicto.

                O azulado sentiu um aperto no seu coração apaixonado, fazendo com que a sua respiração sofresse uma interrupção brusca e se tornasse descompassada e pesada, como se o ar fosse forte o suficiente para os seus pulmões não o inalarem corretamente. As famosas borboletas afloraram dentro da sua barriga, criando certos arrepios medonhos, que percorriam cada vértebra da coluna de Jellal. Subitamente, os seus dedos começaram a vacilar incontrolavelmente, seguidos dos seus lábios levemente avermelhados. A sua mente resignava-se ao facto de Natsu ser incondescendente quando se tratava de vingança, porém, para o azulado, ele havia ultrapassado os limites ultrapassáveis, embora não o pudesse ter impedido de tal feito. Aquela chantagem fora, sem sombra dúvida, longe demais, todavia não existia outra possibilidade ou alternativa se não ceder e aceitar as condições do rosado, uma vez que não poderia colocar a sua paixão não correspondida em risco. Inalou a maior quantidade de ar que lhe foi possível e, em seguida, soltou um suspiro delongado e profundo como a incredibilidade que o afligia naquele instante. Tentou certificar-se de que fora a escolha mais acertada ao aceitar a chantagem de Natsu.

                - Dou-te um conselho, Jellal – Fora Gray quem se pronunciara num tom de deboche, interrompendo, rudemente, os devaneios do azulado. – Aceita as condições do Foguinho - Sorriu irónica e provocadoramente, interrompendo o seu conselho amigável para direcionar o seu olhar para um certo rosado que o fuzilava mortalmente.

                - Eu ouvi, Stripper. – Natsu retorquiu friamente, escondendo um pouco do seu rosto sobre o cachecol branco, ficando com o lábio inferior coberto.

                - Amem-se menos… - Gajeel indagou com um sorriso sarcástico expressado no rosto, escutando ambos os amigos rangerem os dentes com a sua provocação.

                - Bom – Gray continuou com a fala inicial, decidindo não responder ao comentário do moreno, dirigindo o olhar para Natsu que apenas encolheu os ombros e soltou um murmúrio prolongado. – Como eu estava a dizer… - Olhou para o azulado que, naquele momento, também correspondeu ao olhar, embora ainda permanecesse um pouco perdido nos seus pensamentos íntimos. – Aceita a chantagem, ou, quem sabe, a fúria da uma certa ruiva possa submergir como um vulcão quando souber da tua paixão secreta. – Colocou as mãos nos bolsos e sorriu de soslaio, olhando para Natsu, que parecia um tanto enfurecido.

                - Isso foi uma indireta?! – O rosado soltou um grito transbordado de raiva pela calúnia de Gray, cerrando os punhos com força e determinação.

                - Se a carapuça serve… - O mesmo lhe respondeu com indiferença, fechando os olhos e encolhendo os ombros, enquanto gargalhava abafadamente.

                - Não tenho a culpa de ela ser tão assustadora – Cruzou os braços e escondeu ainda mais o rosto, aparecendo somente os seus olhos negros embaçados por alguns fios de cabelo róseos.

                - Ele tem razão, Gray – Gajeel afirmou com aceno de cabeça, embora tentasse controlar uma gargalhada forte ao relembrar os episódios assombradores do dia anterior.

                - Talvez… - O moreno pareceu indiferente, porém enviou uma piscadela para Gajeel, que retribuiu com uma risada contida.

                - Não é talvez, é concretamente. – O rosado redarguiu num tom aborrecido, enquanto colocava as mãos nos bolsos e suspirava pesarosamente. – Jellal. – Tentou quebrar aquele clima tenso que se apoderava do seu corpo e que, somente se concentrava nele próprio, pelo que decidiu trazer o motivo daquela conversa ao de cima. – Aceitas ou não? – Ergueu uma sobrancelha rosada e esboçou um sorriso de canto.

                - Não tenho outra escolha se não ceder, certo? – Deu de ombros, enquanto soltava um suspiro profundo e pesado.

                - É verdade, não tens. – Assentiu com a cabeça, tentando controlar gargalhadas de orgulho por poder colocar o seu plano de vingança em prática.

                - Só uma pergunta – O azulado pediu permissão para retirar uma dúvida, que lhe foi concedida pelo rosado. – E o Gajeel? – Arqueou uma sobrancelha azulada no topo da sua testa, direcionando o olhar para o mesmo, que o admirava um tanto incrédulo com aquela pergunta.

                - O Gajeel? – O moreno apontou para si mesmo, como se fosse demasiado importante para ser acusado de um suposto crime. – Onde é que eu entro na conversa? – Perguntou num tom agressivo e violento, inclinando o corpo um pouco para frente e obrigando-o a mirá-lo com algum espanto.

                - Desde que tu também denunciaste o Dragneel… - Cruzou os braços com força e firmeza, erguendo um pouco a cabeça como se se demonstrasse magoado com a inocência de Gajeel perante algo que lhe parecia óbvio.

                - Mas eu já paguei a dívida. – O moreno respondeu com um sorriso orgulhoso, embora não se parecesse muito satisfeito com o que lhe havia sido chantageado.

                - É verdade. – Natsu assegurou um pouco impaciente, embora lhe agradasse o facto de observar um certo sentimento de medo invadir o corpo do azulado inocentemente.

                - Não me lembro de nada… - Jellal demonstrou-se desconfiado com o que os seus companheiros haviam assegurado, pois não lhe fora informado de que Gajeel já havia sido alvo da vingança de Natsu.

                - Claro que não. – Gray antecipou-se a falar, interrompendo Natsu despropositadamente, ouvindo-o reclamar em murmúrios. – Estavas ocupado com despedidas – Levantou as sobrancelhas e pronunciou-se com insinuações no seu olhar atrevido, fazendo o azulado corar fortemente, embora não fosse muito fácil, dado o seu tom de pele moreno.

                - Como é que eu não sabia o que me aguardava…? – Jellal levou uma mão à sua testa, cobrindo todo o seu rosto e suspirou pesadamente, abanando a cabeça negativamente como um sinal de desapontamento consigo mesmo.

                - Porque és apaixonado demais – Gajeel comentou de uma forma verdadeira, observando um certo brilho pesado e sinistro surgir por entre os espaços que se abriam entre os dedos ágeis do azulado.

                - Não iremos desviar a conversa, pessoal – Natsu barafustou de um modo certamente irritado, pelo que os três garotos o olharam com alguma admiração no olhar. – Jellal, uma vez que tu és, como é que eu hei de dizer… - Levou uma das mãos ao queixo, detendo uma expressão pensativa mas irónica em simultâneo. – Próximo da loirinha – Apontou com o indicador para mim, embora o tenha feito bastante discretamente e com um olhar repugnante estampado no rosto. - Terás de lhe pedir a pasta dos estudos que ela tem, onde, respetivamente, estão os resultados dos exercícios que ela me irá passar– Prosseguiu com um sorriso debochado, lançando-me um olhar ameaçador e voltando-o para o azulado novamente, prosseguindo: - No Horário Extra que o Diretor nos obrigou a fazer… - Barafustou as últimas palavras com algum desapontamento na voz, enquanto revirava os olhos e suspirava de resignação.

                - Desafio difícil, certo Jellal? – Gray lançou-lhe um olhar sarcástico e largou uma pequena gargalhada abafada.

                - Assim, eu estou a trair a confiança da Lucy – O azulado protestou tristemente, ignorando o comentário que o moreno lhe fizera.

                - Jellal, tu pertences aos Populares – O rosado fez uma pequena careta e abanou a cabeça de indignação, após ter escutado aquelas palavras vindas da boca do companheiro. – E os Populares não se dão com os Nerds. – Cuspiu aquela frase como se se sentisse enojado com o simples facto de ter pronunciado a palavra “nerds”.

                - Não tive problema algum até hoje. – Jellal retorquiu sem lhe dirigir o olhar, permanecendo pensativo quanto ao que lhe era proposto a fazer.

                - Olha, por alguma razão há o Grupo dos Populares e o Grupo dos Nerds, correto? – Fora Gray quem se pronunciara, dando um pequeno soco amigável no ombro de Jellal.

                - Eu sei, eu sei… - Baixou a cabeça devagar e suspirou pesarosamente, recordando-se da única coisa que caracterizava o Grupo a que pertencia. – A reputação. – Ergueu o rosto novamente e recebeu sorrisos satisfeitos dos três garotos que o rodeavam.

                - Exatamente, Jellal – O rosado assegurou com um aceno de cabeça e um sorriso debochado no rosto.

                - Não, Natsu, não está certo. – O azulado retorquiu rudemente, olhando-o nos olhos com firmeza e brutalidade. – A minha reputação não funciona como a vossa. A minha reputação não está à base de curtir com todas as raparigas da Academia nem discutir com quem não pensou sequer em tocar-nos com um dedo. – A sua voz aumentou de timbre, embora ainda se mantivesse calma e pacífica, mesmo que a sua expressão demonstrasse, exatamente, o oposto.

                - Não sejas hipócrita, Jellal. – Gajeel reclamou com a sua voz grossa, demonstrando de que se encontrava presente no seio daquela conversa.

                - Hipócrita? – Jellal rodou a cabeça e olhou o moreno de lado, não entendendo a que é que ele se referia com aquele defeito.

                - Sim, hipócrita. – Assentiu com a cabeça e fechou os olhos por segundos, cruzando os braços mais uma vez. – Não te esqueças de que tu também curtias com as raparigas. – Apontou com num tom de desdém, fazendo com que o azulado gargalhasse de desprezo.

                - De que te ris? – Natsu perguntou friamente, arqueando uma sobrancelha e colocando as mãos nos bolsos das calças.

                - Disseste bem, Gajeel. – Respondeu entre risos fortes e sinistros, tornando aquele clima um pouco ambíguo e pesado. – Curtia. No passado. – O seu olhar tornara-se sério e severo, fazendo com que os três colegas engolissem em seco com aquela mudança repentina de humor. – Porém, ao invés de vocês, eu nunca tive a decência de discutir com uma nerd. – Cruzou os braços e deixou que alguns fios de cabelos escondessem parte da sua tatuagem que detinha na face direita.

                - Tu eras medroso, porque sabias o quão fortes elas eram. – Gray indagou secamente, desviando o olhar de Jellal e soltando um suspiro discreto.

                - Não era medroso, Gray. – O azulado redarguiu num tom frio e sério, deixando esclarecido o facto de não deter qualquer medo. – Eu era apaixonado. E ainda sou. – Completou com um argumento que lhe tingiu, vivamente, as maçãs do rosto, enquanto tentava esconder o rubor ao fechar os olhos.

                - O amor não significa nada. – Natsu indagou firmemente, dando ênfase na última palavra da sua frase. – Apaixonares-te foi um erro. Não haverá mulher nenhuma que te irá escolher pelo simples facto de seres quem tu és, deixando de parte o dinheiro, a fama e a beleza. Nenhuma. – Prosseguiu com um tom de voz mais baixo, como se sentisse uma certa dor no seu peito que o fizesse desapontar-se com algo.

                - Ainda com essa história? – Gray cruzou os braços com força e determinação, detendo uma expressão indignada no rosto.

                - Isso foi passado, Dragneel – Tentou confortar Gajeel, dando uma pequena pancadinha nas costas do amigo.

                - Mas ainda se mantém presente. – O rosado retorquiu friamente, escondendo parte do rosto com os seus cabelos rosados.

                - Vais manter-te preso com algo que já ocorreu há cinco anos? – Gray reclamou bruscamente, embora se preocupasse com o seu melhor amigo, porém à sua maneira.

                - Tinhas doze anos, Natsu. – Daquela vez, fora o azulado que se manifestara, abanando a cabeça negativamente.

                - Tinha doze anos, mas sabia o que era a vida, porra! – Ergueu o rosto abruptamente, encarando cada um nos olhos, como se lhes desejasse a morte mentalmente.

                - Esquece-a. – Gray aconselhou num tom mais sereno, fazendo com que o rosado suspirasse pesada e forçosamente. – Esquece-a de uma vez! – Novamente havia-se exaltado, pois estava irritado com o facto de aquela história se ter prolongado por tantos anos e ainda não ter sido encerrada e enterrada.

                - Julgas que é fácil para uma pessoa esquecer alguém?! – Natsu agarrou o moreno pela gola da camisa, rangendo os dentes com força. – Julgas que é fácil fingir que nada aconteceu?! – Lançou mais uma pergunta, embora soubesse que não detinha qualquer resposta da parte do colega.

                Natsu sentia-se frustrado e incontrolado, domado pela raiva e pela ira. Tinha o conhecimento de que eles estavam certos, porém, para ele, simplesmente a palavra esquecer não fazia sentido na sua vida, pois ele era incapaz de esquecer. Embora fosse ainda uma criança perto da adolescência, ele conhecia o mundo que o rodeava, por muito que não transparecesse. Havia aprendido, após esse incidente, a modificar o seu modo de enxergar o mundo, embora as recordações ainda se mantivessem presentes a cada dia, não o autorizando a esquecer, porque era impossível fazê-lo, uma vez que as memórias permaneciam vivas como fogo ardente numa fogueira. Ele necessitava de esquecer, mas não conseguia.

                - Só é difícil se tu assim o pretenderes que seja. – O moreno apenas pronunciou aquela frase, não querendo delongar aquela discussão sobre algo que não devia nem sequer ser lembrado.

                - Oras, tu não entendes, Gray – Barafustou rudemente, ajeitando o seu cachecol mais acomodadamente, enquanto dirigia o olhar para Jellal, que o fitava com alguma preocupação. – Faz o que eu te pedi, Jellal. – Pronunciou bravamente, dando a entender de que queria que aquele assunto se encerrasse rapidamente.

                - Se a Erza descobrir, ela mata-me! – O azulado protestou em defesa, tentando fazer com que o rosado mudasse de opinião quanto à sua chantagem.

                - Então fá-lo sem ela descobrir – Gajeel respondeu-lhe com um revirar de olhos, como se fosse algo óbvio demais.

                - Como? – Jellal ergueu uma sobrancelha, sentindo-se desapontado consigo mesmo por deter a certeza de que teria de prosseguir com o que Natsu pretendia.

                - Fazendo-o sem erros, oras. – Natsu deu de ombros e balançou a cabeça negativamente, prosseguindo sem deixar algum tempo para que o azulado argumentasse. – Ouve, vais até à loirinha e pedes-lhe os apontamentos. – Ia fazendo sinais com as mãos, para que a sua explicação resumida tivesse mais perceção e ênfase. – Tiras o celular e começas a tirar fotografias às explicações para que depois eu possa copiar quando ela me der o exercícios para fazer. Por isso, terás de enviar as fotografias que tirares para mim. – O azulado assentiu com a cabeça, porém ainda lhe restavam dúvidas. – E para que tudo corra bem, finges que estás a enviar uma mensagem a alguém ou a comentar algo numa rede social. Entendeste? – Terminou num tom pausado, como se ele tivesse uma compreensão lenta e não percebesse algo se lhe fosse dito com rapidez.

                - Não me tinhas contado a última parte – Ele fingiu estar um pouco magoado, pois sem a última parte do plano, ele iria, possivelmente, fracassar.

                - Conversas alheias interromperam o meu raciocínio. – Resmungou friamente, enquanto direcionava o olhar para um certo moreno que estava ao seu lado.

                - Isso foi uma indireta, Botija de Fogo? – Gray gritou enfurecido e cruzou os braços com determinação, fechando os olhos e virando o rosto, como quem decide não falar a alguém durante algum tempo.

                - Não. Foi uma direta mesmo. – Respondeu-lhe com um sorriso debochado no rosto, observando o moreno olhá-lo de soslaio e, depois virar a face novamente. – Bom, agora não percas tempo, meu caro Jellal, e prossegue com a minha vingança. – Fez um sinal com a mão e indagou num tom de hipnose, embora Jellal apenas tenha suspirado tristemente e começando a caminhar.

                - Vais ficar de mau humor, Gray? – O rosado arqueou uma sobrancelha e cruzou os braços, observando o moreno que se recusava a olhá-lo no rosto, mantendo-o virado para o lado oposto.

                - Magoaste os meus sentimentos – Gray proferiu dramaticamente, fazendo com a sua voz adquirisse um tom um pouco mais agudo, dando ênfase às suas palavras.

                - Não vão fazer espetáculo gay, pois não? – Gajeel levou uma mão à testa e balançou a cabeça com os olhos fechados.

                - Vamos – Natsu esboçou um sorriso tentador e sedutor, aproximando-se de Gray que ainda mantinha a sua postura séria e contraditória.

                - Não acredito… - Gajeel murmurou pesadamente, soltando um logo suspiro, enquanto não resistia a enxergar o teatro que os seus dois companheiros de sala iriam fazer.

                - Por favor, meu amor – Natsu juntou as duas mãos e pestanejou rapidamente, fazendo uma voz chorosa e arrependida, enquanto Gray permanecia intacto, sem gargalhar ou sorrir. – Eu sei que errei, por isso perdoa-me. – Aumentara a sua voz aguda e dececionada, decidindo ajoelhar-se perante o moreno e mantendo as mãos unidas, em frente ao rosto, como se pedisse para que ele o perdoasse do seu pecado.

                - Não sei – Gray indagou firmemente, abrindo um pouco os olhos e observando a expressão do rosado, enquanto se continha para não dar uma risada de deboche pela figura do amigo.

                - Desculpa, meu amado, por ter ferido os teus sentimentos com o que eu disse. Foi uma necessidade incontrolável, apenas estava a tentar expressar-me… - O rosado prosseguiu amorosamente, embora não estivesse em sã consciência do que afirmava, pois não fazia sentido algum o que dizia.

                - Magoaste-me profundamente – O moreno levou a palma da mão à testa, balançando a cabeça para trás, como se estivesse predestinado uma morte qualquer. – Jamais pensei que as minhas conversas fossem um fardo para ti, nem que perturbavam o teu raciocínio! – Continuou sem lhe dirigir um único olhar, esperando o que Natsu iria fazer em seguida.

                - Elas perturbam, sim. – Respondeu entre risos abafados, pelo que respirou profunda e pesadamente, tentando controlar as suas gargalhadas. – Mas não deixam de ser importantes. Por favor, meu amor perdoa-me pelo meu feito horrendo e desprezível. – Agarrou-se às calças do moreno e choramingou num tom homossexual.

                - Se te perturbam, porque ainda me amas? – Gray levou uma das mãos ao peito, simbolizando a sua dor sentimental.

                - Porque eu admiro a maneira como as tuas conversas me perturbam… - Respondeu apaixonadamente, olhando para o moreno com uma expressão tristonha e abalada. – E jamais te trocaria, embora eu te ofenda sem ter esse direito, eu amo-te, meu amor. E sempre te amarei. – Retornou a joelhar-se e colocou o queixo sobre as suas mãos unidas, enquanto esperava uma resposta vinda dele.

                - Então, jamais pensarias em trair-me, mesmo que as minhas conversas te perturbem? – Gray perguntou com voz chorosa, trazendo como assunto principal, a traição, embora nada tenha a ver com a indireta que Natsu havia dito para ele.

                - Jamais, meu amado. Jamais. – Abanou a cabeça negativamente, observando que o olhar satisfeito que o moreno lhe mandara. – Continuarás a ser a minha puta. – Esboçou um sorriso debochado e percebeu de que não era mais capaz de conter os seus risos.

                - Ai que emoção – O moreno limpou uma lágrima teatral, fingindo que estava comovido com a declaração amorosa do rosado.

                Natsu levantou-se rapidamente, sacudindo o pó que se instalar nas suas calças por terem estado em contacto com o chão. Gargalhadas se fizeram ouvir vindas da boca do três garotos, principalmente de Gray e Natsu, que haviam atuado perfeitamente, tentando controlar todos os seus risos durante a peça teatral. Embora não tivesse tido algum sentido, não deixou de ser cómico, e pelo facto de terem colocado a “traição” como assunto final, tornara aquele espetáculo improvisado, um tanto mais engraçado. Gajeel tinha que admitir de que fora bem executado, pois as suas gargalhadas definiam o quão perfeito fora aquela peça improvisada no momento. Gray deu um pequeno soco amigável no ombro do rosado, pelo facto de ter dito que ele continuaria a ser a sua puta. Natsu retribuiu o soco, gargalhando sem intervalos, enquanto o ar lhe era escasso e os risos incontroláveis. Gajeel soltou um suspiro grosso, e agarrou a barriga fortemente, tentando retomar o fôlego novamente, para depois, acrescentar:

                - E viveram felizes para sempre – Indagou ironicamente, fazendo uma voz aguda que não funcionara como esperara e tossisse algumas vezes, pelo que mais gargalhadas foram escutadas, embora os seus rostos já se encontrassem vermelhos.

-x-

 

                Rodei um pouco a cabeça para a direita, desviando o olhar do livro que eu estava a ler, enquanto a aula não se iniciava. Havia lido umas vinte páginas de um livro que eu estava a tentar ler durante aquele trimestre e que não tivera oportunidade de ler, pelo que iria tentar aproveitar os últimos meses de aulas daquele ano até às Férias de Verão. Agarrei numa parte da folha daquela página e apressei-me a virá-la, enquanto o meu olhar atingia, ambiguamente, uma certa silhueta azulada, que, por sinal, se dirigia à nossa mesa com um sorriso desdenhoso estampado naquele rosto moreno. Arqueei uma sobrancelha no alto da minha testa, observando, de soslaio, Erza e Levy levantarem, em simultâneo, as suas cabeças, olhando para mim com alguma confusão e, depois para o azulado, que se aproximava cada vez mais. A ruiva fechou o livro de Matemática com veracidade, não desviando o olhar da pessoa. Levy apenas colocou o queixo sobre as duas mãos ágeis e ligeiras, fazendo balançar alguns cabelos azuladas presos pela sua fita alaranjada.

                - Jellal? – Erza atrevera-se a pronunciar-se, erguendo uma sobrancelha ruiva e colocando ambas as mãos sobre o seu colo.

                - Olá-á Erza-a – O azulado gaguejou sem intenção, tentando reprimir o rubor que se instalava nas suas bochechas e, possivelmente, blasfemando-se a si próprio por tal ter ocorrido sem a sua autorização.

                - Aconteceu alguma coisa? – Perguntei friamente, demonstrando-me um pouco desconfiada com a sua vinda repentina.

                - Não, nada. – Ele apenas respondeu apressadamente, eliminando a vergonha e esboçando um sorriso terno e amigável.

                - Hum… - Murmurei longamente e comprimi os olhos com uma certa expressão suspeitosa, embora tivesse a consciência de que Jellal era alguém diferente dos Populares.

                Os meus orbes castanhos seguiram a sua figura atentamente, alcançando uma das cadeira vazias e puxando-a para si, enquanto fazia ecoar um certo grito estridente vindo o arrasto contra o chão. Ele não desgrudava o olhar de Erza, que, por milagre, a fez corar um pouco com a insistência permanente dos olhos do azulado nos seus. Observei-a desviar o olhar rapidamente, escondendo um pouco o seu rubor com alguns cabelos vermelhos, contudo, não fez muito efeito, pelo que somente piorou a situação, pois os seus cabelos estavam com a mesma tonalidade que as suas faces. Contive uma gargalhada após ter visto a sua reação e ela ergueu o olhar por entre as sombras daqueles fios ruivos, olhando-me de um modo assombrador e sinistro. Levy permanecia intacta, inerte e perplexa, pois também havia enxergado a ruiva corar superficialmente, embora não deixasse de ter sido notado, pois fora a primeira vez que algo do tipo havia ocorrido. Um sorriso malicioso brotou dos lábios da azulada e a sua mão foi de encontro aos seus lábios, de modo a conter uma risada debochada. Jellal observava-nos com alguma intriga, rodando a cabeça várias vezes e, em seguida, balançando-a repentinamente, ao percebermos de que também se encontrava corado.

                - O que foi, Jellal? – A ruiva perguntou ameaçadoramente, mantendo ainda a cabeça baixa e tentando não vacilar na voz.

                - Nada-a, eu só… Bom… Eu queria… - Entendi que ele se encontrava atrapalhado com a forma como Erza lhe dirigira as palavras, pelo que ele próprio tropeçava nas suas, não conseguindo completar uma única frase que fizesse sentido.

                - O que é que tu queres? – Fora Levy quem o tentar incentivar de alguma forma, entendendo que ele pretendia algo.

                - Bom, Lucy? – O azulado dirigiu o olhar para mim, chamando-me à atenção, enquanto se sentava na cadeira calmamente e colocava os cotovelos sobre a mesa.

                - Sim? – Respondi solenemente, erguendo uma sobrancelha e inclinando um pouco o rosto.

                - É verdade que tu dás explicações ao Dragneel? – Perguntou num tom inocente, pelo que eu entendera de que ele ainda não havia tido conhecimento de tal, embora não tivesse notado de que ele havia mentido, uma vez que, na segunda-feira, Natsu lhe havia contado.

                - Infelizmente é verdade. – Assenti com a cabeça, dando um leve suspiro tristonho e desolado.

                - Se foi por causa daquele incidente, eu peço desculpa. – Prosseguiu arrependido, baixando um pouco o tom de voz, notando-se de que se encontrava realmente dececionado.

                - Foi por causa do incidente, mas a culpa não é tua. – Indaguei secamente, tentando, ao máximo, parecer um pouco consoladora, embora eu não o tivesse conseguido como desejava.

                - Pois não, Jellal. – Levy assegurou com um sorriso um tanto sonhador no rosto, pelo que eu pude detetar de que se prosseguisse com mais alguma fala, algo iria sair errado. – A culpa é das estrelas… - Completou com um suspiro divino, olhando para cima, como se admirasse o céu azul daquele dia de primavera, embora apenas encarasse o teto sujo daquele estabelecimento.

                Como adivinhara, Levy acabou por sonhar demais. Normalmente isso acontecia quando ela encontrava alguma frase debochada que se pudesse encaixar na fala de uma pessoa, pelo que sempre esboçava um sorriso trémulo e sonhador. Nada havia que pudesse ser feito para controlar aquelas suas falas sarcásticas, pois, de qualquer maneira que tentássemos, ela arranjaria modo de as dizer, pelo que acabámos por deixá-la sonhar demais.

                Erza soltou um longo e pesaroso suspiro, acompanhado de alguns murmúrios que incluíam as afirmações “Sempre a mesma Levy” ou “Tão sonhadora”, pelo que eu não consegui resistir a deixar que uma risada debochado tomasse conta daquele ambiente tenso. A ruiva ergueu a cabeça e olhou para mim com um sorriso divertido estampado no rosto pálido, pelo que outro sorriso carinhoso brotou dos lábios do azulado, após observar de que Erza estava divertida com a situação. 

                - Levy, não sejas sonhadora. – Retorqui friamente, olhando-a com alguma maldada e fazendo com que ela se encolhesse um pouco, temendo o meu olhar.

                - Bom, eu… - O azulado recomeçou por afirmar, tentando ir direto ao assunto, porém, as suas mãos entrelaçavam-se freneticamente, sentindo-se um pouco inseguro. – Dar-me-ias autorização de-e ver que explicações dá-ás ao Dragneel? – A sua voz tremia como se estivesse a sofrer um sismo e suor escorria da sua testa, molhando-lhe o rosto corado.

                - Queres ver as minhas folhas com os exercícios? – Arqueei uma sobrancelha com desconfiança, enquanto o observava a coçar a nuca num tom nervoso, enquanto desviava o olhar e soltava alguns risos desesperados.

                - S-sim… - Ele assentiu em concordância, tendo coragem de me observar diretamente, porém foram somente míseros segundos.

                - E posso saber por que razão tu queres as minhas folhas? – Inclinei o rosto um pouco para diante, pousando o meu queixo sobre a minha mão direita e fitando o azulado fixamente.

                - Ah, Lucy, não sejas tão severa… - Rosnou a ruiva num ato de repreensão, notando-se na sua expressão alguma impaciência pelo facto daquele pedido delongado, pelo que suspirou pesadamente.

                - Erza, tu sabes que eu não confio nele – Indaguei friamente, lançando o olhar para ela, que revirou os olhos e abanou a cabeça.

Observei Jellal de soslaio e pude notar um certo sentimento de deceção e tristeza, após ter escutado o que eu afirmara. Porém eu não me importei com o facto de ele se encontrar um pouco ofendido, pois aquilo que eu dissera, fora verdade. Não daria os meus pertences a alguém que, embora tivesse estado comigo durante aqueles quatro anos, não me conseguira dar confiança. O mesmo se assemelhava a Levy, embora com ela eu sentia-me com capacidade de contar alguns segredos, como por exemplo o que acontecera com a minha mãe – que havia falecido – e o que ocorrera no seu ateliê, onde encontrara as minhas chaves. No entanto, acontecimentos como se maltratada pelo meu pai, eu não me sentia segura para lhe confiar aqueles segredos mais íntimos, embora eu os confiasse a Erza.

-Lucy são só umas folhas – Tentou convencer-me a entregar as minhas explicações ao azulado, que contorcia as mãos de nervosismo.

- Ele não iria querer as minhas explicações sem ter uma razão concreta, Erza. – Retorqui desesperadamente, impondo os meus argumentos, enquanto a ruiva levava uma das mãos à testa e soltava um murmúrio incompreensível.

- Ele tem uma razão concreta – Ela cruzou os braços com força e encostou-se na cadeira de uma forma assustadora.

- Tem? – Ergui uma sobrancelha e coloquei as mãos sobre a mesa, inclinando um pouco o rosto.

- Tenho? – Jellal perguntara com os olhos arregalados, apontando o indicador do dedo para si próprio, estranhando o que a ruiva iria afirmar.

- Sim, ele tem. – Erza assegurou com a cabeça, fechando os olhos e olhando para Levy com um sorriso tremido, piscando-lhe o olho.

- E qual é? – A azulada interrogara com uma expressão descontraída, parecendo transmitir as suas fantasias sonhadoras para a ruiva, que a fitava atentamente.

- Curiosidade. – Erza afirmou com um sorriso desdenhoso, fazendo a azulada soltar algumas gargalhadas.

- Erza, isso não é uma razão. – Comprimi os olhos com força e mordi um pouco o lábio inferior, fazendo-a rir-se interiormente, enquanto colocava uma madeixa de cabelo ruiva atrás da orelha, uma vez que, naquele dia, tinha um cabelo solto.

- Ah, cala-te, Lucy – Erza rodopiou os olhos com impaciência e bateu com ambas as mãos sobre a mesa, fazendo com que o azulado tomasse um leve susto com o ruído surdo provocado pelo embate.

                Antes que eu pudesse redarguir em defesa contra o que a ruiva havia pronunciado, a mesma havia atacado a minha mochila subitamente, impossibilitando-me qualquer movimento repentino que a pudesse travar daquela ação. Reclamei arduamente contra o que ela estava a fazer, porém não serviu de muito para corromper o que ela planeava tentar fazer. Erza colocara a minha mochila sobre o seu colo e, ao olhar atento de nós os três, a mesma abriu-a com um único e feroz movimento, fazendo-a abanar bruscamente. Colocou a mão dentro da mochila e retirou de lá uma pequena pasta verde, repleta de folhas rabiscadas com uma caneta preta. Esboçou um sorriso introvertido e fitou-me cruelmente. Eu desviei o olhar e cruzei os braços, encolhendo os ombros em seguida e soltando um rápido suspiro. Erza entregou a minha pasta para as mãos do azulado, que, primeiramente olhou para mim, no intuito de me pedir permissão, contudo, eu apenas fiz um sinal repentino com a mão e encolhi os ombros.

                Jellal agarrou a minha pasta com força e começou por abri-la com cuidado, visualizando, atentamente, o que as folhas continham, como se estivesse um tanto interessado no seu conteúdo. Limitei-me a observá-lo de lado, certificando-me do que ele estava a fazer. Ia folheando cuidadosamente as folhas, como se procurasse algo, pelo que arqueei uma sobrancelha e olhei para Erza, que me correspondeu com um encolher de ombros. Direcionei os olhos, de novo para o azulado, que, para meu espanto, havia deixado a pasta aberta sobre as pernas cruzadas e remexia no seu celular, movimentando os dedos agilmente pelo ecrã tátil. Não consegui observar o que ele estava a fazer, contudo presumi que pudesse estar a responder a alguma mensagem, pois mexia freneticamente os dedos e os seus orbes escuros percorriam o ecrã como cobras.

                - Que estás a fazer? – A azulada pronunciou-se num tom curioso, esboçando um sorriso angelical.

                - O meu pai mandou-me uma mensagem… - Respondeu entre pausas, não retirando o olhar do celular, parecendo bastante atento.

                - Hum… - A ruiva murmurou com um sorriso de canto no rosto, fazendo-me abanar a cabeça e suspirar pesarosamente.

                - Já me podes devolver a minha pasta, Jellal? – Estendi a minha mão direita na sua direção, esticando os dedos rapidamente.

                - Oh, claro… - Ele esboçou um sorriso introvertido e constrangido, elevando uma das mãos e coçando a nuca nervosamente, enquanto colocava o celular sobre a mesa e o deixava no modo inativo. – Aqui tens, obrigado. – Abriu o seu sorriso de um jeito simpático e afável, entregando-me a minha pasta e desviando rapidamente o olhar, como se tivesse medo de algo.

                Assenti com a cabeça em sinal de afirmação, segurando na pasta com firmeza e encarando-a por alguns segundos, no intuito de verificar se estava tudo em ordem. Apressei-me a arrumá-la dentro da mochila, lançando um olhar cruel para a ruiva, por ter entregado a minha pasta ao Jellal sem a minha permissão. Ela correspondeu com um encolher de ombros e um suspiro forçado, pelo que eu balancei a cabeça e revirei os olhos de impaciência. Abri a minha mochila, que se encontrava sobre a mesa e perto de Erza, e arranjei um pequeno espaço entre os livros, colocando a minha pasta entre eles. Peguei, em seguida, no fecho com firmeza e, num único movimento, fechei a mochila. Puxei-a para mim bruscamente, como se tivesse medo que a ruiva a tentasse abrir de novo sem a sua autorização. Preferi mantê-la segura de qualquer perigo, pelo que me abracei a ela e fitei o livro que eu estava ler. Encontrava-se fechado, tal como eu o deixara antes de Jellal ter chegado para me pedir a minha pasta das explicações. Soltei um suspiro demorado e fechei os olhos, tentando dissipar toda a tensão que me assistia naquele momento, após pensar em mais três horas de convivência com Natsu. Abri os meus orbes achocolatados e direcionei-os para um canto ao acaso, que, por ironia do destino, caíram sobre um canto afastado e refugiado dos outros alunos, aonde se encontravam os três membros do Grupo dos Populares. Revirei os olhos de repugnância e balancei a cabeça negativamente, tentando desgrudar o meu olhar daquele local. Porém, foi-me impossível desfazer aquele ato, pois os meus olhos pareciam ter correntes de metal pregadas aos olhos de um certo rosado que, naquele momento, também me fitava. 


Notas Finais


Eai? Gostaram? Espero bem que sim^^

Comentem, favoritem e sigam a história por favor!!! :D Fiz este capítulo com amor meus divos!
Ja'nee até domingo! o/


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