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História Diz-me Quem Sou... - Ele Tornou-se O Meu Problema


Escrita por: Lucy_Scarlet_

Notas do Autor


#Ohayo minna-san!! *3*
#Me perdoem pela demora, mas como eu disse nos comentários eu estive fora por alguns dias... Mas pronto, eu estou de volta!! o// Yeeeehhh
#E como disse, eu iria compensar-vos com um capítulo GRANDÃO (sorry pelo testamento rsrs) e com uma pitada de Nalu
#Só pra vos esclarecer, o casal Nalu ainda não vai ficar formado e ainda não há paixão fazendo TUM TUM no peitinho deles os dois tá? Isso só muito mais pra frente mesmoo heuheuheu
#Espero que gostem desse capítulo e eu agora terei alguns problemas, pelo que não sei se posto depois de amanhã ou só quarta-feira.... Pelo que peço muita desculpa, mas amanhã não haverá possibilidade de postar, e na terça eu não tenho bem bem a certezinha. Possivelmente só quarta-feira :c
#Não me matem, e peço POR FAVOR, favoritem e comente que não custa nadicaa! 3 comentários por capítulo eu axo que é pouquito ne? Não to discriminando ninguém nem nada disso, até porque eu to amando os comentários! Só axo que deveria ser mais e mais! Não deixem de comentar porque é isso que faz com que eu tenha empolgação pra postar mais rapidim! *3* não é isso que vocês querem? Rapidim!? o3o o// então favoritem e comentem tá? ^^
#Aiii meus diwos que eu tenho que agradecer os favoritos e os comments verdade? Muito arigato, e quanto mais possível!! o/ vos amuu
#Uma coisinha, eu não tive tempo de rever o capitulo, por isso, qualquer erro desculpem!!! D:
#Ahhh ia esquecendo isso... rsrsrs pra esse capítulo todinho, fiquem ouvindo essa música que tá bem adequada pra Nalu hahahaha Ariana Grande - Problem ft. Iggy Azalea
fica muito bem com a fanfic penso eu, pelo menos esse capítulo eu escrevi ouvindo essa música haha :3 eu vou postar o link nas notas finais pra voces irem lá ta bom? Vao la no final primeira antes de ler o capitulo pra ouvirem a musica tá?
#Boa leituraaaa

Capítulo 4 - Ele Tornou-se O Meu Problema


Fanfic / Fanfiction Diz-me Quem Sou... - Ele Tornou-se O Meu Problema

- Conta o que aconteceu! – A azulada esboçou um sorriso brilhante que percorria todo o seu rosto, acompanhado do seu brilho exuberante que detinha nos seus olhos negros e grandes.

                As duas garotas haviam-se sentado nas suas cadeiras, uma vez que a albina tinha ido embora, tomada por vencida com as minhas poucas mas boas provocações. Não podia deixar de me sentir um pouco de orgulho por vê-la sair daquele modo tão furioso e vencido. Era verdade que quase todos os garotos daquela Academia suspiravam de amor por ela. Não me admirava, já que ela trajava aquele estilo de roupa tão provocante.

                Erza suspirava pesadamente, com a cabeça descaída sobre a sua mão direita, olhando fixamente para mim e depois para o seu caderno. Parecia entediada com algum assunto em que envolvesse a azulada, uma vez que suspirava sempre que ela tentava falar, demonstrando que não estava a gostar da conversa de Levy. Arqueei uma sobrancelha e tentei compreender a razão pelo qual as duas estavam agir daquela forma tão fria uma com a outra.

                - O que foi Erza? – Dirigi o olhar para a ruiva, que apenas subiu os olhos e suspirou mais uma vez, como se estivesse cansada de algo.

                - O que foi o quê? – A azulada interrompeu o argumento que a ruiva iria indagar, erguendo uma sobrancelha azulada e puxando o timbre de voz, para que lhe desse alguma atenção.

                - Levy, deixa a Erza explicar. – Pedi no meu tom frio e seco, ao qual ela apenas baixou o olhar e se sentou novamente, uma vez que se havia levantado para interromper a ruiva.

                - Só te vou avisar de uma coisa. – Levantou o rosto e olhou para os meus olhos com aquele seu olhar arrogante e sombrio.

                - Continuo à espera… - Aumentei o timbre de voz com uma expressão de impaciência, ao perceber que ela se estava a delongar despropositadamente.

                - Digas o que disseres, hoje a Levy está in love. – Fez uma cara de nojo, colocando a língua de fora e fechando um dos olhos, abanando os braços diante do seu rosto pálido.

                - “In love?” – pensei eu para comigo, arqueando uma sobrancelha loira e semicerrando um pouco os meus olhos, olhado para Levy que detinha o seu olhar inocente, como se desconhecesse totalmente o que estávamos a discutir. – “A Levy… In love? Para a Erza estar tão enojada é porque a Levy ficou drogada…” – Fechei os olhos e suspirei pesadamente, ouvindo a azulada engolindo em seco e encolhendo-se com a minha expressão. – Porquê in love? – Perguntei à ruiva que, mais vez decidiu lamentar o facto de ter iniciado aquela conversa.

                Dirigi o olhar para Levy, que colocava as mãos diante do rosto e entrelaçava os dedos pequenos uns nos outros, de um jeito frenético e embaraçoso. Observei que o seu rosto ia adquirindo um tom nítido de rubor, fazendo com que os seus lábios esguios vacilassem inconscientemente, fazendo com que ela se encolhesse ainda mais, receando qualquer que fosse o nosso pensamento a respeito do seu constrangimento.

                - Porque ela comentou que tu e o Atrasado poderiam fazer um bom casal – Respondeu num tom seco e surdo, com algum medo de ter de explicar o que a pobre da azulada havia afirmado sem noção.

                No entanto, aquilo fora o suficiente para quase ter um enfarte. Arregalei os olhos e acabei por me engasgar com a minha própria admiração e incredibilidade. Tossi diversas vezes, tentando alcançar o ar que insistia em querer escapar-se-me. Jamais pensaria que Levy pudesse pensar algo tão errado e absurdo acerca de mim. De facto eu considerava que ela detinha uma imaginação deveras fértil, uma vez que concordava que uma pessoa fria, inteligente e sensível como eu pudesse fazer par com alguém mulherengo, arrogante, estúpido, egoísta e bruto como ele. E após o que ele fizera hoje isso ainda se considerava mais impossível de acontecer. Numa coisa eu concordava com Erza: “Levy estava in love.” Ainda pensei que fosse uma questão de paixão por algum garoto da Academia, contudo nunca e jamais acharia que fosse por algum casal que se pudesse formar de um jeito tão absurdo e impossível, como eu e o Pompom. Tal fantasia somente poderia ocorrer dentro da mente da azulada, nunca iria acontecer no mundo real, por mais que o mundo assim o permitisse. Nós não éramos feitos um para o outro, e a nossa relação era apenas de ódio e raiva. Nunca entraria a palavra amizade entre nós os dois, muito menos a palavra amor. Eu tinha de deixar bem clarificado o facto de que tal apenas pudesse ser fantasiado e não ocorrido.

                - Levy – Chamei a azulada que apenas subiu o olhar negro para mim com bastante medo do que eu pudesse argumentar em minha defesa. – Eu penso que a Erza já te tenha explicado alguma coisa sobre esse assunto… - Rodei o rosto para a ruiva e a mesma assentou em concordância, pronunciando um “nhm…” em resposta. Voltei a minha atenção para Levy, que engoliu em seco e me observou com aquele sentido de culpa. – Eu só quero que saibas, que independentemente de todas as razões possíveis que me apresentes, nunca haverá mais nada entre mim e ele, além de ódio. – Forcei a voz na última palavra, fazendo com que a azulada rapidamente acenasse afirmativamente com a cabeça. – Muito menos, depois de ele me ter feito isto. – Apontei para as minhas ligaduras e ela relembrou o que eu havia dito momentos antes, depois de a albina sair.

                - Desculpa, Lucy… - Sibilou num tom fraco e surdo, ao qual eu abanei a cabeça negativa e friamente.

                - A culpa não é tua. – Afirmei, tentando fazê-la controlar o medo e a apreensão.

                - Mas… - Foi a vez de Erza articular alguma coisa, rompendo aquele clima pesado que se estava a instalar entre mim e a azulada medricas. – Conta-nos o que houve de tão estrondoso entre ti e a Inteligência Em Pessoa? – Perguntou com um sorriso debochado e irónico, fazendo-me soltar uma pequena risada de malícia, ao relembrar aquela manhã tão turbulenta.

                - O que é que se pode dizer…? – Encolhi os ombros e coloquei o meu indicador na bochecha, olhando para o teto e tentando encontrar as palavras certas para lhe explicar o sucedido. – Eu estava a estudar… - As duas garotas assentaram em concordância, pronunciando um leve, mas audível “nhm” em resposta. – e depois apareceu o Grupo dos Gayzinhos… - Completei num tom de ironia forçada, ao qual Levy esboçou um sorriso sínico. – E como sempre, o Natsu decidiu provocar-me e eu respondi… Começámos a discutir, entrou o Gray na briga… - Larguei algumas gargalhadas exibicionistas e maníacas, deixando que Erza respondesse com o seu olhar orgulhoso. – Deixei a Princesa do Gelo inconsciente e o Natsu acabou por usar magia contra mim, fazendo com que o Gajeel e o Jellal fossem fazer queixa ao Diretor… - Suspirei pesada e fortemente, continuando a descrever a ação deles como pura burrice por pensarem que eu fosse uma pacóvia qualquer que não detinha força suficiente para controlar o rosado. – “A nossa briga estava a ir num bom caminho e eu conseguiria controlá-lo…” – Pensei para comigo, rosnado um pouco entre dentes, tentando fazer com que a raiva não se descontrolasse.

                - Ai… - Levy e Erza proferiram, colocando a mão sobre a boca, não imaginando qual fosse o castigo que o Diretor daria por violação das regras.

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                - O velhote não quis punir-me da Academia… - Um certo rosado também estava a explicar o que tinha acontecido dentro da sala do Diretor, apoiando o seu queixo sobre a sua mão esquerda e suspirando de impaciência e tédio.

                - O que é que ele decidiu, então? – Um certo azulado perguntou num tom de preocupação, colocando as mãos no bolsos e sentindo a brisa ir contra os seus cabelos compridos.

                - O que é que ele decidiu… Tsc… - Fez uma cara de enojado ao relembrar todas aquelas palavras secas e autoritárias que o Diretor havia cuspido em ordem. – Que eu tinha de estudar com a loira nerd… - Concluiu num murmúrio forçado, fazendo com que todos arregalassem os olhos de admiração.

                Gray acabou por tossir algumas vezes, gemendo um pouco de dor, ao tocar no nariz já ligado com ligaduras fortes. Custava-lhe respirar, tal como custava a Natsu que tivera de levar um tratamento ainda mais doloroso. Tinha o nariz deslocado e a enfermeira tivera de o colocar no respetivo lugar, tendo de fazer movimentos com a mãos sobre o nariz do rosado, até o conseguir colocar no devido local. Além disso, Natsu tivera de coser o canto direito da boca, porque seria bastante difícil um corte tão profundo cicatrizar como outros ferimentos menos relevantes.

                - Tu vais estudar com a nerd?! – Gajeel soltou uma gargalhada grossa e arfada, como se pensasse que algo fosse pura brincadeira do rosado, para tentar fazer com que eles achassem que o Diretor fora bastante exigente. – Conta-me histórias, Boca-de-incêndio… - Não conseguiu controlar mais os risos e teve de se sentar na mesa de pedra, diante do rosado que o fuzilava, furiosamente, com o olhar.  

                Natsu exaltou-se com a afirmação de Gajeel, saltando para cima da mesa de pedra e agarrando-lhe as roupas junto ao pescoço, encostando a sua testa com a dele e rangendo os dentes, como pura indignação e protesto. O moreno, por sua vez, não pareceu nada admirado com a reação do rosado, esboçando um sorriso malicioso e sínico por entre os seus lábios, deixando Natsu ainda mais furioso com a expressão dele.

                - Estás a insinuar que eu te estou a mentir?! – Indagou num tom frio e forte, como se pensasse que o moreno fosse ficar medroso com o seu timbre de voz. Muito pelo contrário, ele estava a rir-se da cara de fúria e calamidade de Natsu.

                - Não estou a insinuar nada… - Exerceu força com a sua testa contra a dele, fazendo um vai e vem entre ambos. – Só acho que tu não nos queres dizer qual foi a verdadeira decisão do Diretor…! – Rosnou alto em protesto, fazendo com o rosado apertasse ainda mais a sua camisa branca de uniforme, tentando controlar-se para não lhe agarrar a gravata azul.

                - Se eu disse que o velhote decidiu que eu tinha de estudar com a nerd, achas que estou somente a mentir?! – Ameaçou rudemente, puxando da camisa branca e retornando a diminuir a dor, fazendo o moreno balançar minimamente o corpo.

                - O que eu acho é que tu estás cheio de medo de admitir que foste punido por não teres controlado a magia ao levares uma sova da nerd. – Um sorriso malicioso e sínico fez-se brotar por entre os lábios de Gajeel e Natsu rangeu ainda mais entre dentes, fuzilando-o como nunca.

                - E se eu te disser que tenho de estudar três horas, depois da aulas, com aquela loira estúpida, TODOS os dias?! – Os olhos de Gajeel não tiveram outra opção senão arregalarem-se com a afirmação do rosado.

                Natsu soltou-lhe a roupa, deixando-a amachucada com a força que fez. Voltou a sentar-se e suspirou de azar, ao tentar perceber como seria as últimas três horas deste dia. Não se sentia preparado para consumir matéria daquela maneira tão estrondosa e de certeza de que passaria o tempo inteiro a ignorar-me por completo. O problema era se o Diretor lá permanecesse na Academia e observasse tudo o que ele estivesse ou pretendesse fazer quanto a estudar comigo. Não poderia inventar qualquer desculpa nem iniciar uma nova briga, ou arriscar-se-ia a levar um castigo maior. E isso era o que ele temia.

                - E quem é que te obriga a cumprir essas três horas, Olhos Puxados?! – Gray perguntou com os braços cruzados, erguendo uma sobrancelha negra e exibindo o seu olhar rebelde. – Tu fazes o que quiseres aqui, ou ainda não percebeste isso? – Indagou por fim, soltando um suspiro profundo e surdo, enquanto articulava um “tsc” abafado.

                - Eu não fui feito para ir lavar banheiros, Capitão Cueca. – Levantou o olhar sem mover o seu rosto moreno, olhando-o de baixo e observando um sorriso irónico instalar-se no seu rosto.

                - Não me digas que vais limpar banheiros se não estudares com a loira?! – Gray soltou uma grande gargalhada de sarcasmo, imaginando totalmente o cenário de Natsu com um espanador.

                - Já imagino… - Gajeel afirmou, colocando as suas botas em cima da mesa de pedra e cruzando os braços, olhando para Jellal que também se ria, embora estivesse um pouco preocupado com o que pudesse acontecer. – O Rosinha vestido de empregada doméstica… Com aqueles vestidos curtinhos e bem gays…! – Levantou as mãos e encenou as curvas de um corpo de mulher, explicando o que queria dizer.

                - Sim, sim… - Gray concordou com o moreno e decidiu completar a sua imaginação bastante pervertida. – Com muitas rendinhas e folhos! – Fez gestos com as suas mãos da cintura para baixo, demonstrando como seria a suposta saia da vestimenta imaginária de Natsu. – Depois, poderia trajar aquelas fitas brancas no topo da cabeça e com uma lingerie bem picante. – Gajeel soltou mais uma risada irónica, fazendo com que o rosado escondesse o rosto dentro do seu cachecol aos quadrados.

                - E usava aquelas botas de salto alto com pompons dos lados… - Gray gargalhou alto enquanto abanava a cabeça em concordância com a imaginação de Gajeel. – Trazia um espanador e uma vassourinha para dançar enquanto estava entediado de limpar. Haha! – Concluiu imaginando Natsu a dançar com a vassoura, levantando a saia de cada vez que elevava a perna.

                - Funcionava como um varão daqueles bares de strip… Ficava a cantar “Work Bitch” de Britney Spears! – Gray estava agarrado à barriga e fazia pressão, para tentar controlar a dor de tanto rir do desgraçado do rosado. Gajeel fingia que cantava a música da cantora, enquanto Gray imitava a dança que Natsu supostamente faria.

                - Podem esperar sentados o resto da vida, porque eu não vou limpar os banheiros! – O rosado respondeu num tom seco e forte, fuzilando os dois garotos que mal conseguiam respirar de tanto gargalhar. Natsu encolheu-se ainda mais dentro do seu cachecol, cruzando os braços e revirando os olhos com ao ouvir aquela absurda imaginação acerca dele.

                Ele estava decidido a estudar comigo, porque não iria suportar ter de limpar locais imundos onde os alunos faziam o que lhes dava na cabeça. Muito menos, ter de ficar a escutar as gargalhadas irónicas e as provocações dos seus colegas sobre tal assunto. Preferia ficar três horas do seu dia comigo, a olhar os livros e a tentar aprender alguma coisa que, mais tarde, iria ignorar por completo. Preferia deste modo. Contudo tinha a certeza de que essas três horas não se reservariam somente a um estudo dedicado. Teria de haver algum divertimento para tentar animar um pouco esse tempo despendido. Um divertimento à maneira do Natsu.

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                A azulada vinha agarrada a mais uns livros sobre Matemática, enquanto pensava exuberantemente sobre um dos exercícios que uma das páginas dispunha para ser solucionado. Friccionava a lapiseira contra a sua bochecha e detinha um olhar pensativo sobre aquilo que fazia. Tinha um andar calmo e curto, seguido de um andar grosso e pesado que insistia em tentar chamá-la à atenção. Ela sabia que ele a seguia, contudo preferiu ignorar o facto de ele vir a provoca-la dentro de alguns minutos. Levantou o seu pequeno rostinho pálido na minha direção e esboçou um sorriso pálido, do quase proferiu amorosamente:

                - Até amanhã, Lucy! Boa sorte! – Acenou com um brilho maníaco nos olhos, enquanto se dirigia à saída da Academia, seguida pelo dito cujo que a iria provocar mal chegasse ao lado de fora do estabelecimento enorme.

                Acenei em resposta, no meu jeito ríspido e seco, ao qual ela não resistiu em esboçar uma risadinha sínica. Agarrei nos meus livros e arrumei-os dentro da minha mochila azul, na qual acabei por retira o manual de História, que seria a primeira matéria que tentaria explicar a um certo rosado que esperava por mim junto à porta, cruzando os braços e olhando-me de lado. Suspirava umas quantas vezes pela demora que eu estava a ter enquanto arrumava as minhas coisas com a maior das calmas.

                Erza também se preparava para sair, dando um pequeno beijo no rosto do azulado que depressa corou com tal toque. Os olhos da ruiva reviraram e eu percebi que tal beijo fora um pedido de Jellal e não intenção de Erza para o fazer. Esbocei um sorriso orgulhoso e metido, ao qual não passou despercebido pela ruiva, que rapidamente me lançou um olhar feroz, porém divertido. Fora a vez do azulada retribuir com um beijo rápido no rosto da ruiva, onde se fez notar um pouco de rubor, por mais que ela o quisesse eliminar ou esconder, ele estava presente. Jellal pronunciou um “até amanhã, Erza” docemente, ao qual a ruiva apenas respondeu “Até amanhã” num tom frio. Abandonou a sua mesa e dirigiu-se à porta, ao qual foi recebido com um olhar mortal e ameaçador de Natsu, que lhe parecia querer dizer que exigia explicações no dia seguinte quanto àquele pedido frente a Erza. O azulado apenas engoliu em seco e encolheu os ombros, dando uma pequena palmada nas costas do colega, ao qual respondeu com um “Tchau” bastante rude.

                Coloquei a minha mochila sobre os ombros e fechei um olho com força devido à dor que me provocara ao levar a mala brutalmente contra o meu ombro ligado. Acenei a Erza para me despedir dela e a ruiva somente me piscou o olho, de modo a que só eu pudesse entender a que é que aquele piscar de olhos queria significar. Balancei a cabeça negativamente e virei costas, olhando para o rosado que suspirou de alívio assim que me viu sair.

                - Cruz Credo, loira, até ganhei raízes! – Ajeitou a mochila nas suas costas e começou a caminhar ao meu lado, exibindo a sua expressão fria e arrogante de sempre.

                - Desejava eu que estivesses plantado… - Murmurei baixo embora não tenha passado despercebido pelo rosado, que rapidamente franziu o sobrolho e me obrigou a parar de andar, aproximando o seu rosto do meu.

                - O que é que disseste, loirinha? – Esboçou um sorriso trémulo, contudo atrevido e malicioso, ao qual eu cruzei os braços e arqueei uma sobrancelha.

                - Nada que te diga respeito, rosinha. – Empurrei o seu peito e desviei-o do meu caminho, retomando a caminhada em direção ao corredor aonde nós iríamos estudar. – Agora mexa a bunda que eu não quero estar à tua espera para estudar… - Soltei um enorme e profundo suspiro e ele gargalhou alto e irónico.

                - Ficas à minha espera se assim tiver de ser – Afirmou num tom de ameaça, como se eu temesse completamente o facto de ele levantar o tom do timbre perante mim.

                - Experimenta só para veres como é que será, Princesa… - Olhei para ele, que seguia atrás de mim, e esbocei um sorriso irónico e malicioso, ao qual ele rapidamente me alcançou.

                Senti ele puxar-me a cintura das calças largas do uniforme para junto de si. Tentei resistir àquele puxão, mas ele era mais forte do que eu e o meu corpo foi de encontro ao dele. Os meus olhos arregalaram-se quando ele me encostou a uma das paredes do lado esquerdo e prensou o meu corpo contra o seu, agarrando-me a cintura com gentileza. Pressionei as minhas mãos contra o seu peito e tentei fazê-lo sair de cima de mim, contudo o seu corpo estava demasiado próximo do meu e eu sentia que não era capaz de resistir por muito mais tempo. O rosado nunca tinha arriscado tanto na sua vida, muito menos agarrar-me daquele modo tão quente. O seu rosto estava a centímetros do meu e parecia querer ainda maior proximidade, ficando a milímetro dos meus lábios. Senti a sua respiração quente e calma contra a minha, quase ofegante e descontrolada. Os seus lábios esboçaram um sorriso debochado e malicioso, ao qual o meu coração parecia querer saltar-me pela boca. As suas mãos percorreram as minhas ancas devagar, passando pelas minhas coxas e apertando-as sem ter a noção da sua força. Tentei não gemer com tal toque, contudo foi-me impossível não ceder a qualquer som que desejasse sair por entre os meus lábios. Natsu soltou uma risadinha arfada e divertida, enquanto baixava o seu rosto em direção à dobra do meu pescoço, aonde as ligaduras não se encontravam presentes. Tentei fazê-lo retroceder com tal ato, pressionando as minhas mãos, abruptamente contra os seus ombros. Porém nada pude exercer para que se retivesse dentro dos seus limites. Senti-o depositar um beijo delongado sobre a minha pele, fazendo um pequeno som devido ao sorriso irónico que esboçou entretanto. Os meus pequenos pelos arrepiaram-se com tal toque e o meu corpo não se encontrava nem um pouco acostumada ou preparado para aquele ataque. Outro beijo se fez cessar contra o meu pescoço e, mais uma vez eu pensava em retê-lo.

                - O q-que pensas que e-estás a fazer? – Questionei num tom esforçado e rosnei para dentro, amaldiçoando o dia em que nasci por ter gaguejado naquele precioso momento em que não podia ter feito.

                Ele ergueu o rosto com uma expressão debochada e maliciosa, dirigindo os seus olhos negros e penetrantes contra os meus. Por momentos, consegui perder-me naquele labirinto ocular e quase pude observar uma nítida e desconsolada sombra e solidão. Engoli em seco e segurei firme nas suas mãos morenas e fortes, as quais que entrelaçaram os dedos nos meus e mantiveram os meus braços encurralados em lado do meu corpo. Poder-se-ia afirmar que me encontrava entre “a espada e a parede”, contudo, neste caso, seria algo do género “a burrice e a parede”.

                Os lábios do rosado subiram em direção ao meu ouvido, mordendo-me o lóbulo da orelha esquerda. Gemi interiormente, uma vez que não poderia demonstrar qualquer prazer em vê-lo fazer aquele tipo de assédio sexual. Senti-o rir-se mais uma vez, respirando contra a pele do meu pescoço e fazendo-me arrepiar com o seu ar quente e deveras compassado. Como poderia ele estar tão calmo?

                - O que tu desejas… - Respondeu com uma voz sensual e necessitada, como se daquilo eu dependesse com urgência.

                Revirei os olhos com profunda indignação e tentei soltar as minhas mãos entrelaçadas nas dele. Por muito que não acreditasse, ele parecia ter sido bastante inteligente e esperto em aproveitar aquele momento em que se encontrava comigo, para ajustar contas. Ele só era burro porque queria. Se ao menos os testes fossem sobre “A Caracterização de Mulheres”, apostava a minha alma em como ele seria o melhor aluno da turma com a mais alta nota da Academia. Tal esperteza só poderia ter uma e simples explicação: Oportunidade. Sem dúvida que o seu sentido de oportunista era bastante aguçado e perspicaz em relação à sua inteligência inexistente.

                - Natsu… pa-ara… - Pedi noutro gaguejo, enquanto ele se divertia a provocar-me aquele estado de ansiedade e nervosismo, por eu não deter qualquer argumento ou forma de o fazer parar.

                Os seus olhos subiram com rapidez e os meus orbes castanhos fitaram aquele seu olhar maníaco e julgado. Observei cada fio rosado que alcançava aquele rosto moreno, analisando que ele detinha os cabelos um pouco mais compridos que os outros garotos. Os seus lábios quase que tocaram nos meus de tão próximos estarem, fazendo com que eu me sentisse bastante descontrolada com a situação.

                - Larga-me – Exigi num tom mais forte, obrigando-o a largar as minhas mãos e colocando as suas sobre a minha cintura, segurando-a firmemente.

                - E porque devo eu obedecer a uma loirinha nerd como tu? – A sua sobrancelha ergueu-se no topo da sua testa e afirmou com uma expressão atrevida.

                - Porque eu não sou as garotinhas com quem tu andas por aí e com quem tu fazes o que quiseres. – Esbocei um sorriso irónico e frio, do qual da boca do rosado se soltou uma gargalhada audível e abafada.

                - E porque quereria eu curtir com uma antissocial como tu, loira? – Retornou a fazer a mesma pergunta, apenas colocando-a noutros termos e utilizando outros objetivos.

                - Então porque é que me encurralaste aqui, Senhor Eu-Tenho-Respostas-Para-Tudo? – Segurei-lhe firmemente as suas mãos que se apoiavam na cintura das minhas calças, fazendo-as descer alguns centímetros.

                - Hey, as perguntas faço eu. – Indagou num tom sério e seco, contudo um pouco sensual e atrevido, pelo que me vi sujeita e sentir o meu coração bombear com maior força.

                - E eu respondi-te com outra pergunta – Afirmei solenemente, porém estava desejosa de regressar a casa antes que algo menos previsível pudesse vir a acontecer.

                - Loirinha, tu és completamente igual às outras garotas – Balançou a cabeça num sinal negativo, como se se demonstrasse profundamente dececionado.

                - Estás a mentir. – Franzi o sobrolho e abri a boca para argumentar algo, contudo o rosado antecipou-se com mais um dos seus sorrisos costumeiros.

                - Será que estou? – Aproximou-se de novo da minha orelha e soltou um suspiro sensual, ao qual somente senti a necessidade incontrolável de me arrepiar. – Porque será que tu ficas tão incomodada quando eu me aproximo de ti? – Afastou-se outra vez, alcançando o meu olhar arregalado com tal pergunta.

                - Não sei se tu tens muito a ver com isso. – Respondi friamente e ele largou um riso surdo, olhando para baixo, onde as minhas mãos estavam sobre as dele, exercendo uma certa força, à qual ele identificou que fosse para ele me largasse.

                - Não preciso que respondas, nerd. Eu sei perfeitamente a razão… - Esboçou um sorriso torto e malicioso, fazendo-me recear dos seus pensamentos.

                - E qual é, princesa? – Atrevi-me a provocá-lo também, expondo as minhas dúvidas por completo e cometendo um erro quase fatal.

                - Tu achas que eu sou irresistível. – Respondeu com o seu orgulho no auge e eu apenas arregalei os olhos e abri a boca de perplexidade. – Não me olhes assim, loirinha. Eu sei perfeitamente que tu me achas atraente. – Aproximou ainda mais o seu rosto do meu, fazendo-me ressaltar com tal reação.

                - Longe disso. – Indaguei num tom forte, contudo ele não parecia convencido com a minha afirmação decidida.

                - Não vale a pena negares quando o teu coração fica descontrolado e a tua respiração acelerada se eu me aproximar de ti… - Explicou num timbre de sarcasmo e arrogância, provocando uma certa incredibilidade na minha feição.

                - Chega, Natsu. Solta-me e vamos estudar. – Rodei o rosto para um dos lados e prensei as minhas mãos contra o seu peito, de modo a que ele se afastasse do meu corpo.

                - E se não quiser soltar? – Desafiou-me com aquela sua voz autoritária e forte, pelo que não hesitei em decair um pouco a cabeça para a direita e fitá-lo por alguns segundos.

                Levantei o meu pé com alguma rapidez e friamente prensei contra o seu sapato negro, fazendo-o soltar-me num ápice e agarra-se ao seu pé dorido. Soltei uma pequena risada debochada e irónica, fazendo com que ele me alcançasse o olhar friamente, esperando que eu recuasse por medo. Ao invés disso, somente ajeitei a minha roupa larga e puxada e comecei a caminhar de novo.

                - Não digas que não avisei. – Um sorriso debochado e maníaco surgiu por entre os meus lábios levemente avermelhados.

                -“Loira idiota” – o rosado roeu-se de indignação, enquanto me fuzilava com intensidade e prensava os dedos sobre o sapatão, tentando minimizar a dor.

                - Outra coisa – Parei de andar e apenas rodei a cabeça de modo a poder alcançar-lhe o rosto moreno. Os seus olhos, rapidamente fitaram os meus e o seu corpo endireitou-se, colocando as mãos nos bolsos e esperando que eu falasse. – Vou-te pedir para que me prometas que nunca te apaixonarás por mim.

                O rosado arregalou os olhos de divertimento e rapidamente soltou uma risadinha irónica e psicótica, como se eu estivesse a brincar com ele. Não entendi qual fora o motivo de tanta graça, uma vez que eu estava a falar de um modo sério e frio. O Dragon Slayer levantou os braços como se se mostrasse rendido e recomeçou a caminhar na minha direção.

                - Fique descansada Milady. – Desenhou um sorriso por entre os seus lábios que me deixou bastante desconfortável. – Afinal, que razão tinha eu para me apaixonar por uma nerd idiota como tu, verdade? – Encolheu os ombros e uma gargalhada se fez ecoar naquele corredor.

                - Apenas promete. – Olhei para ele friamente, fazendo com ele encolhesse os ombros e suspirasse profundamente.

                - Como queiras… - Abanou os braços à frente do corpo e baixou a cabeça num impulso de redição. – Prometo. – Abanou a cabeça negativamente e recusou-se olhar para mim enquanto caminhávamos em direção a algumas mesas que se encontravam no final daquele corredor.

                Abri uma porta grande e em madeira, que rangeu ao sem empurrada para a frente. Diante de nós estavam algumas mesas desocupadas, onde demonstravam ser um local perfeito para estudar. Do meu lado direito encontrava-se uma das saídas possíveis para os recintos exteriores, aonde o sol iluminava os espaços verdes com enorme intensidade. Do meu lado esquerdo encontravam-se mais dois corredores distintos, apenas reservados para a entrada de professores e auxiliares. Mais adiante, permaneciam os banheiros feminino e masculino.

                Pousámos os nossos pertences sobre uma das mesas e Natsu retirou os seus livros de História, uma vez que vira que eu tinha os meus nas mãos. Soltou um grosso e profundo suspiro, enquanto puxava a cadeira para trás, fazendo a mesma ranger com precisão. Sentou-se e abriu um dos cadernos, olhando com desinteresse para a matéria que se expressava. Revirou os olhos mais uma vez e deixou descair a cabeça sobre a sua mão direita, olhando-me descarregar a minha mochila e sentar-me diante ele, abrindo o meu livro de História na parte das Revoluções Liberais.

                - Podemos começar? – Apontei para um dos títulos com o qual prosseguiria com a explicação e subi o rosto para o olhar desinteressado do moreno.

                - Como queiras… - Resmungou em murmúrio, desejando estar em casa a ouvir música ou a jogar videogame.

                - Muito bem… - Retomei uma golfada de ar e fi-lo observar e escutar a minha explicação acerca daquele tema. – A Revolução Francesa teve como principal objetivo… - Iniciei a minha explicação o mais simples que pude, uma vez que eu tinha conhecimento de que se utilizasse uma linguagem um pouco mais cuidada, de certeza de que passaria em branco todo o meu tempo gasto a tentar explicar-lhe algo que, para mim, era completamente óbvio.

                Tive a ligeira sensação de terem passado alguns minutos. Um quarto de hora para ser mais precisa. Tínhamos de estudar todo o tema sobre a Revolução Francesa e ainda fazer alguns exercícios para testar os seus conhecimentos e observar se realmente conseguiu compreender alguma coisa sobre o assunto. Naquele momento estaria no meu quarto, provavelmente a estudar ou a ser culpada de mais um assunto que desconheço pelo meu pai. Não podia afirmar que estar em casa a estudar ou levar um sermão do pai fosse algo agradável, contudo estar a despender o meu tempo com um falhado total que se recusa em aprender seja o que for também não nada confortável.

                - Percebeste? – Perguntei por fim, assim que acabara de lhe explicar todos os pontos necessários para que ele pudesse compreender a matéria.

                Natsu ainda se encontrava com a cabeça apoiada na sua mão direita, olhando fixamente para o meu livro de História, onde a matéria não lhe agradava nem um pouco. Permaneceu imóvel por alguns segundos e apenas se ouvia a sua respiração controlada e quente. Por fim, terminou com consentir com a cabeça, indicando que havia entendido a minha explicação. Porém, tal aceno de cabeça não me convencera de forma alguma, uma vez que o rosado mal piscava os olhos e mantinha-os arregalados.

                - Vou fazer-te umas pequenas questões para testar o teu conhecimento… - Expliquei num murmúrio que ele percebeu de imediato, abrindo a boca para argumentar em defesa, enquanto eu remexia em alguns papéis espalhados por entre as folhas do meu livro. – Primeira pergunta… - Semicerrei os olhos para os meus apontamentos que tinha e que usava para quando necessitasse de estudar. – Onde ocorreu a Revolução Francesa? – Peguei numa das perguntas onde até uma criança era capaz de responder sem ter ouvido metade da minha explicação.       

                Ele passou as mãos pelo rosto e ficou pensativo com a minha pergunta. Eu revirei os olhos e abri a boca de indignação ao perceber que nem a uma simples pergunta ele tinha capacidade para responder. Manteve-se em silêncio e na sua mente ecoavam inúmeras perguntas e dúvidas, enroladas numa manta de desespero e angústia.

                - Aqui, no Japão. – Respondeu com um sorriso orgulhoso no rosto, ao fim de pensar bastante tempo, dando por decidido a sua resposta final.

                - Natsu… - Pressionei as pontas do dedo indicador e do polegar contra o meu nariz, fechando os olhos e respirando bastante profundamente. – Revolução Francesa… Revolução Francesa! – Fiz soar o meu timbre forte com a última palavra, na tentativa de o fazer pensar melhor sobre a sua resposta.

                - Eu já percebi, nerd. E já respondi! – Encolheu os ombros de impaciência e tentou demonstrar de que a sua resposta era mais do que óbvia.

                - Não! Não está correto! Não percebeste? – Comecei a gritar com ele devido à minha impaciência perante uma pergunta tão óbvia e, que nem mesmo ele era capaz de acertar. – Revolução Francesa! Revolução FRANCESA! FRANCESA…! – Segurei no livro com força e virei-o para ele, para que ele pudesse visualizar melhor. Apontei para o mapa que se destacava numa das figuras e que representava a devida resposta. Contudo, ele manteve-se em silêncio e eu não tive outra escolha senão identificar a resposta correta. – Natsu, a resposta é França! Tu não percebeste nada do que eu te expliquei… - Murmurei num suspiro pesada e retornei a colocar o livro sobre a mesa, folheando o livro de volta à primeira página aonde havia iniciado a primeira hora.

                - O problema és tu. – Apontou-me o dedo, dando por concluído que era eu a culpada da sua inexplicável incompreensão. – Não sabes explicar como deve ser, loira. – Resmungou friamente e cruzou os braços, recusando-se a ouvir a explicação de novo.

                - Não é verdade. Tu é que não te limitas a tentar perceber um pouco. – Retaliei o rosado num tom forte e seco, fazendo-o suspirar de ironia. – A História é simplesmente uma história do país de que se fala. Não é nada mais. – Tentei explicar-lhe uma forma mais simples de ter prazer em aprender, contudo ele ignorou a minha dica, fazendo com que eu não me contentasse com tal reação.

                Soltei um suspiro forte e fechei o livro de História num único movimento. Peguei nos meus caderno e no meu livro, arrumando-o dentro da minha mochila. Retirei depois o meu livro de Matemática, seguido dos meus apontamentos e exercícios que ele teria de fazer naquela tarde. Ainda faltavam duas horas para o estudo diário terminar e eu já demonstrava cansaço de tentar fazê-lo compreender uma única palavra da minha explicação. Abri o livro de Matemática numa das matérias que estavam a ser dadas naquela altura.

                - Natsu, agora tens de prestar bastante atenção, senão não és capaz de perceber. – Aproximei o meu livro dele e Natsu lançou os olhos para as figuras geométricas que se desenhavam nas páginas, seguidas de números e siglas que, para ele, eram algo completamente anormal. – E se tiveres alguma dúvida, pergunta.

                 Fui observando, enquanto tentava explicar diversas regras para que ele pudesse efetuar os cálculos necessários segundo o raciocínio que escolhesse tomar, que o seu rosto ia demonstrando certas caretas de total desinteresse e incompreensão. Eu sabia que ele se iria recusar a perguntar fosse o que fosse, por se achar demasiado macho e poderoso para ter dúvidas perante uma explicação vinda de uma nerd como eu. Receava bastante o que o Diretor Makarov pudesse decidir se concluísse que Natsu não havia aprendido nada nos dias em que esteve a estudar comigo. De certeza de que eu sairia culpada por não ter capacidade de o fazer compreender uma simples pergunta como “Onde ocorreu a Revolução Francesa?”. Não detinha qualquer estratégia ou meio que o pudesse ajudar, e mesmo se tivesse recusava-me a demonstrá-lo. Ele próprio teria de ser esforçar para aprender.

                Terminei a minha explicação e ele deteve a mesma expressão de quando comecei a explicar aquelas poucas e simples regras de cálculo. Suspirei pesadamente por saber de que teria de recomeçar tudo de novo, porque jamais ele conseguiria resolver um exercício se não havia memorizado qualquer regra de cálculo. Fechei o livro diante do seu rosto e os seus olhos negro arregalaram-se, como que pedindo para deixar aquilo aberto para que pudesse recorrer às informações. Entrelacei os meus dedos uns nos outros e apoiei-lhes o meu queixo, enxergando a expressão de nervosismo de Natsu.

                - Natsu, eu tenho aqui exercícios para tu resolveres. – Desentrelacei os meus dedos e agarrei numa folha que estava dentro do meu caderno, estendendo-a na frente do rosto perplexo do Dragon Slayer. – Eu quero ver, pelo menos, um único exercício correto. – Exigi com o meu tom de voz pesado e assombrador, pelo que o fez suspirar de tédio e pegar num lápis, começando a rabiscar a folha com os que, deveriam ser os seus cálculos.

                Antes que ele pudesse terminar o que estava a tentar fazer, rapidamente lhe retirei a folha com brusquidão, arregalando os olhos de inquietude e impaciência ao observar o que ela havia decidido fazer. Senti a pulsação do meu sangue acelerar e o meu respirar se tornou mais bruto e forte. A minha boca entreabriu-se num impulso de retaliar contra o que ele fizera. Aquilo estava a tornar-se num problema que teria de suportar durante o meu quotidiano. A folha estava repleto de rabiscos e desenhos, ao invés de cálculos e raciocínio. Aquilo foi o suficiente para me pôr fora de mim.

                - Natsu Dragneel, o que raio é isto?! – Rodopiei a folha para que ficasse virada para ele e o meu olhar franziu em segundos, demonstrando que não me encontrava nem um pouco contente com o que ele fizera. – Estás a brincar comigo? – Questionei totalmente indignada e descontrolada.

                - Então… - Ele encolheu os ombros e os seus lábios desenharam um sorriso irónico e inocente no seu rosto moreno. – Eu não percebi como é que se fazia… - Soltou uma pequena risada arrogante e cruzou os braços, admirando os seus desenhos na folha. – Mas tenho habilidade para desenho, não concordas?

                - Não. – Respondi friamente e peguei numa borracha que tinha na minha bolsa azul. Apressei-me a apagar todos os desenhos e rabiscos que estavam esboçados na folha e, em seguida, agarrei numa das minhas lapiseiras, aonde prossegui a explicar o primeiro exercício. – Aqui, tu não podes simplesmente passar este número para o segundo membro… e este sinal tem de mudar comparativamente com este que se mantém igual… Se tens um sinal de menos atrás no número, então o sinal do número muda… mas se tens um sinal de mais, o sinal do número permanece igual… e quando se trata de parêntesis, tens de efetuar a operação primeiro… e só depois podes deslocar o número para aqui… e este muda para ali, contudo o sinal permanece no primeiro membro… - Tentava explicar o mais simples que podia, enquanto efetuava a conta do primeiro exercício.

                - Não percebi. – Respondeu prontamente, encostando-se na cadeira e cruzando os braços de novo, observando com arrogância a folha de exercícios.

                - Como assim, “não percebi”? – Arregalei uma sobrancelha loira e dei uma olhada no que havia explicado segundo antes. – Acabei de te explicar agora.

                - Tu não explicas bem e eu não compreendo! – Resmungou novamente, culpando-me da sua idiotice extrema.

                - Hey, não tenho culpa de seres tão burro! – Apontei o meu indicador contra ele, indagando feroz e friamente de que ele estava errado.

                - Eu não sou burro, tu é que és nerd demais para mim. – Inventou outra desculpa que lhe havia surgido na mente, enquanto se recusava a olhar sequer para mim.

                - Não fui eu que deixei o cérebro na maternidade. – Respondi num tom seco e arrogante, observando-o colocar os pés em cima da mesa e baloiçar a cadeira minimamente.

                - Não sou eu que não sei dar explicações! – Lançou-me um olhar psicótico e maníaco, detendo a sua expressão séria e irritante, pensando ser insignificante o facto de ter de aprender aquelas regras tão complexas.

                - Se ao menos te desses ao trabalho de aprender a ser alguém na vida… - Murmurei em resmungo, folheando o meu livro e observando os exercícios ainda por fazer, efetuando os cálculos dos mesmos mentalmente.

                - O que é que a Milady disse? – Retirou os pés de cima da mesa e aproximou-me da mesma, lançando os seus punhos contra a base de madeira, aproximando o seu rosto do meu e esboçando um sorriso sínico e debochado.

                - Nada que seja do teu respeito, Salamander. – Respondi num tom firme e autoritário, olhando-o naqueles olhos profundos e negros, que se demonstravam possuídos naquela altura. – Agora, faz os exercícios! – Ordenei com fúria e coloquei a folha diante da face do rosado, que rapidamente a esgueirou para o lado e me fitou com o seu olhar medonho.

                - Eu já disse que não percebi! – Retornou a repetir como se eu me importasse com o facto de ele ter aprendido ou não. Era problema dele se escolhia dedicar algum do seu tempo aos estudos ou se preferia ser um burro para sempre.

                - E eu já disse para tomares atenção! – Pousei a folha abruptamente contra a mesa e deixei que os nossos olhares maníacos se comunicassem entre si por segundos, dando espaço para as palavras se formassem dentro da minha boca. – Vamos começar outra vez. – Baixei o olhar e recompus-me na minha cadeira de madeira, suspirando pesada e fortemente, alçando da minha lapiseira e recomeçando a explicação a partir dos cálculos que havia feito.

                Sempre que lhe explicava algo e seguidamente lhe perguntava se havia percebido, sempre recebia um assento afirmativo, contudo eu sabia que ele não tinha entendido nada do que eu explicara. E isso irritava-me profundamente, saber que ele não percebia e afirmava que o entendia.

                - Percebeste? – Perguntei uma última vez, num tom de voz cansado após mais uma hora rodeada de um único livro de Matemática e um simples exercício.

                - Sim – Respondeu o rosado, apoiado à mesa com o cotovelo e com a cabeça descaída na sua mão direita, observando os movimentos que a minha lapiseira exercia, enquanto rodeava os números e as operações.

                - Então resolve o segundo exercício. – Afirmei num tom de ordem, entregando-lhe a minha lapiseira e apontada para o exercício em branco.

                - Não consigo. – Indagou num murmúrio e os seus olhos apenas reviraram ao enxergar a complexa conta que se dispunha diante o seu rosto.

                - Porquê? É do mesmo género que o primeiro. – O meu timbre aumentou de volume por estar a perder toda a minha paciência em relação à incapacidade de querer aprender do rosado, que à mínima dificuldade em que exigisse a sua inteligência desaparecida era razão para uma desistência.

                - Não percebi. Eu já te disse que não explicas bem… - Resmungou como sempre e atirou a minha lapiseira para longe, fazendo com que eu me levantasse bruscamente e quase o agarrasse pelo cachecol.

                - E eu já te disse para me avisares quando não percebes! Ah… - Soltei um suspiro e levei uma das minhas mãos à cabeça, abanando a mesma negativamente. – Assim nunca irás aprender seja o que for. – Abri os dedos e os meus olhos encontraram-se com os dele, fazendo-me apreciar aquela negridão sombria.

                Caminhei em direção ao local aonde a minha lapiseira havia caído e baixei-me para a apanhar. Verifiquei se estava ainda inteira ou se tinha quebrado alguma peça de dentro do instrumento. Por sorte, a lapiseira estava a salvo. Levantei-me e regressei à minha cadeira, arrumando o meu utensílio dentro da minha bolsa para proteção.

                - Não volto a apanhar mais a minha lapiseira. Por isso não a atires de novo. – Avisei-o com arrogância e ele somente se expressou com um suspiro de repugnância e indiferença.

                - Estou aqui há duas horas e ainda não aprendi nada do que era suposto…! – Bateu com os punhos sobre a mesa, fazendo a mesma abanar com tal brusquidão. – Se não me ensinas nada de jeito, eu vejo-me obrigado a limpar os banheiros! – Não fui capaz de conter um pequeno riso debochado em relação àquela afirmação.

                Mesmo sem poder controlar a minha imaginação, foi me impossível deixar de imaginar uma possível empregada de limpezas na pele do rosado. Tentei controlar os meus risos, contudo os meus lábios não souberam conter todas as suas gargalhadas debochadas que deixaram o Dragneel roído de raiva e ira.

                - Não tem piada. Agora ensina-me alguma coisa! – Exigiu como se disso dependesse para viver. Nunca o vira tão determinado em estudar, porém o Diretor fora bastante perspicaz quanto à sua decisão de o fazer subir as notas.

                - É o que eu tenho tentado fazer, mas tu recusaste a prestar a mínima atenção… - Indaguei com um certo tom frio e ríspido, enquanto me retornei a sentar na minha cadeira e ajeitei o meu rabo-de-cavalo mal preso.

                - Agora eu pr… - As suas palavras foram interrompidas pelo toque do meu celular acompanhado da sua respetiva e irritante vibração.

                Tomei um susto assim que o nome da possível pessoa que me estava a tentar contactar, surgiu na minha mente como uma foice ensanguentada. Os meus olhos arregalaram-se rapidamente e a minha respiração tornou-se ofegante e descontrolada. Os meus lábios vacilavam como sismos e as minhas mãos pareciam não ter controle sobre o que tocavam.

                - O que é que foi, loira? – O rosado ergueu uma sobrancelha rosada e olhou para mim com um certo ar de frieza e arrogância, ao mesmo tempo que não compreendia qual era o meu medo de alguém estar a tentar contactar-me. – Não vais atender, antissocial? – Esboçou um sorriso debochado e sombrio, enquanto me observava a olhar o ecrã do meu celular rosa.

                - Atreve-te a ires embora e eu irei buscar-te por esses cabelos róseos, Pompom. – Ameacei num tom forte, enquanto me levantava com pressa e me dirigia ao banheiro numa correria curta, esperando por ter a maldita coragem de atender a chamada.

                - “Loira estranha” – Pensou o rosado enquanto abanava a cabeça negativamente e a pousava entre os seus braços descaídos sobre a mesa. Deixou-se estar acordado, uma vez que conseguia ouvir a conversa vinda do banheiro. Esboçou um sorriso malicioso ao lembrar-se de um plano divertido que lhe surgiu dentro daquela sua mente desajeitada.

                Adentrei no banheiro rapidamente e fechei a porta atrás de mim. Encostei o meu corpo leve à mesma e tentei controlar a respiração descompassada. O ar que os meus pulmões filtravam naquele momento não era suficiente para que eu pudesse respirar com controle. O meu celular estava diante do meu rosto pálido e aquelas palavras ecoavam na minha mente como assombrações. Ele estava sempre a perseguir-me; fosse para onde fosse.

                Atendi a chamada e engoli em seco, quando uma tosse surda surgiu do outro lado da linha, como de indignação e retaliação. Não tinha qualquer ideia em mente para que me pudesse defender do que pudesse vir a acontecer. Sabia que não viria coisa boa, contudo tinha de me controlar o mais possível e manter a calma, por mais frustrada que eu estivesse. Respirei fundo algumas vezes com os olhos fechados e ouvi a voz do outro lado da linha. Estava metida numa encrenca da qual não conseguiria sair. Sentia as minhas vacilarem a cada segundo que passava, como se fosse o último. O chão ao meu redor desabou sem eu notar e um aperto se fez manter presente no meu corpo. As lágrimas eram incontroláveis de surgirem por entre os meus olhos e os meus orbes castanhos deixaram de se tronar vivos e rudes. Estavam secos e pálidos, temendo o futuro, temendo o destino. Os meus dedos tremiam como se estivessem a ser marionetas. Mordi o lábio inferior enquanto sentia a água das minhas lágrimas escorregar-me pelo rosto pálido. Não havia por onde fugir.

                -“Onde estás, Lucy?!”


Notas Finais


Tá aki o link https://www.youtube.com/watch?v=j6dQBLVPFVs #Chegou no finall yyeeeehhhh o/
#Ficou perfect? Bom? Ruim? Uma bela merda?
#Eu sei que tava ruim eu sei :c sei disso eu seii pra alem de tem mais 8.000 mil palavras ta uma grande porcariaaa :c
#Comentem por favor!! Desde críticas, elogios e opiniões é de boaa!! o/ Favoritem e comente, nem demora 3 minutinhoos vamo gentji comenta e favorita? aaahhh ta sendo um saco ne? Mas lembra que é importante!
#Bom até próximo capítulo e espero que tenham gostado dessa coisa ruim! o/
#Ja'nee


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