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História Diz pra Mim - Ainda há Tempo


Escrita por: DaniCattus

Notas do Autor


Boa Tarde lindezas! Fiquei muito feliz com todo o apoio que recebi, mesmo depois da minha mega demora, foram todas muito compreensivas e agradeço imensamente por isso. Mais um... Esse tá mais focado em Sasuke e Sakura 'hehe. Boa leitura...

Capítulo 16 - Ainda há Tempo


Dessa vez trajava um quimono verde como seus olhos e enfeitado por flores em tons quentes. Seus cabelos eram mantidos em um penteado alto como de costume. Mikoto procurava o par de leques adequado, enquanto Sakura mirava-se no espelho uma última vez, vendo a grande transformação pela qual passara, o rosto que já possuía traços delicados, agora se assemelhava ainda mais com o de uma boneca de porcelana.

– Aqui, finalmente os encontrei! –a morena exclamou apressada, os cabelos negros caiam por sua face e seu quimono estava ligeiramente desalinhado, era como se, sempre que fosse arrumar Sakura, Mikoto fizesse questão de desarrumar a si mesma.

Arigatô Mikoto-sama. –agradeceu-lhe sutilmente antes de sair, sabendo que agora provavelmente, Mikoto iria começar a orar e só cessaria, após sua pupila ter retornado sã e salva.

A Haruno caminhou até o exterior da casa, andar com aqueles sapatos desconfortáveis vinha se tornando fácil conforme aumentava sua prática. Ela já se preparava para encarar a face irritada de Sasuke, mas teve uma surpresa quando viu outro cavalheiro á sua espera:

– Sasuke não estava se sentindo muito disposto, por isso irei acompanhá-la em seu lugar, prometo-lhe ser tão discreto quanto o Uchiha. –Kakashi informou-lhe cordialmente, o homem era ilegível como a grafia de um cego, mas sabia ser gentil quando necessário.

Durante todo o percurso, Sakura não pôde evitar pensar no que o Hatake lhe dissera, já que pelo que sempre soube, Sasuke era dono de uma saúde de ferro e, além disso, Naruto nem lhe contara algo em relação á isso, o que o loiro certamente teria feito caso algo grave tivesse ocorrido com o amigo.

Só deixou de pensar nisso, pois quando deu por si, já estava diante da casa de chá. Esperava que Sasori estivesse ali novamente, assim o plano estaria cada vez mais próximo de se concretizar. Logo que entrou no recinto, avistou-o acompanhado do mesmo homem que estava ao seu lado no dia anterior. Por sorte, não havia nenhuma outra gueixa em sua companhia e assim que o ruivo avistou a rosada, um sorriso surgiu em seus lábios finos.

Sakura recuou seu olhar com delicadeza, tal como Mikoto ensinara, e assim que pôde, foi servi-lo com chá e prestar-lhe os comprimentos:

– Ora, ora, quem temos aqui... Se não é a flor de cerejeira mais bela de todo o continente. –saudou-a.

Arigatô, é extremamente gratificante encontrá-lo novamente Sasori-sama. –retribuiu sorrindo graciosamente.

– Diga-me Sakura, de onde veio?

– Nasci em uma pequena comunidade nas colinas ao norte, porém meus pais faleceram precocemente, desde então vivo com uma tia no interior da capital. –contou-lhe sem permitir que a tensão abalasse a forma com que proferia aquelas palavras.

– Sinto muito por sua perda. Essa tia... Então foi graças á ela que se tornou uma maiko? –indagou demonstrando interesse.

– Sim, ela foi gueixa em seus tempos. Ensinou-me tudo o que sei. –respondeu, no fundo tinha medo de que o Akasuna estivesse desconfiado de algo.

– Então ela ensinou-lhe divinamente bem. Por que não toca para mim Sakura? Tenho certeza de que este é mais um de seus talentos. –solicitou e tão prontamente, foi atendido pela maiko de cabelos róseos.

Mesmo sentindo o peso do olhar castanho sobre si, Sakura continuou correndo as mãos pelas cordas do sangen. Poderia até estar enganada, no entanto via admiração e um encantamento sincero em suas feições, isso quase a fazia se sentir mal, porém não podia desviar-se dos seus objetivos.

Continuou tocando as harmoniosas melodias que Mikoto havia lhe ensinado, até que por fim, o Akasuna ergueu-se para deixar o local:

– Senti-me no céu por esse breve momento, agradeço-lhe por isso Sakura. –tocou a mão da garota levemente, sorrindo-lhe abertamente.

A garota sentiu seu rosto queimar levemente, mas permanecera firme e elegante até que o ruivo se retirasse. Para seu descontentamento, passara ainda algum tempo atendendo outros frequentadores, tinha de ser a mais discreta possível, sem mostrar que na realidade, seu único interesse ali era o Akasuna.

Quando voltou ao distrito, acompanhada por Kakashi em todo o percurso, contou a Mikoto sobre seu desempenho, recebendo uma saudação contente da mulher como resposta. Só então, Sakura pôde retirar seu traje e limpar a máscara feita de pó que lhe cobria as feições. Como gueixa, Sakura conseguia ser o centro das atenções, todos no distrito a olhavam, sem nem ao menos reconhecer a garota que sempre viveu ali como criada de Mikoto. Mas nem sempre a Haruno gostava disso, sua natureza humilde e recatada preferia muito mais a calma do anonimato.

Vestiu-se com calças e uma espécie de bata ocidental e foi á procura de Naruto, que estava de vigia em seu posto como de costume:

– Sakura-chan! Pensei que ainda não tivesse retornado. –o loiro comentou sorrindo como sempre o fazia.

– Acabo de voltar, está dando tudo certo Naruto.

– Se é o que diz, fico satisfeito. Mal vejo a hora de fazer aqueles bastardos pagarem pelo que nos fizeram... Mas não me parece muito animada com isso, tem algo errado? –mostrou-se preocupado.

– Na verdade, espero que possa me responder sobre isso... Foi Kakashi quem me acompanhou essa noite, ele contou-me que Sasuke-kun estava indisposto, mas estranhei que tu não comentaste nada sobre isso. –desabafou.

– O teme... Realmente, ele não está muito bem. Pelo que o próprio me contou, Madara mandou Itachi para algum lugar distante, o qual não sabe onde se localiza. Ele está bastante furioso com o tio e preocupado pelo irmão. –agora Naruto parecia chateado, embora vivessem brigando, o loiro era sensível o suficiente para entender as dores do Uchiha.

– Compreendo... Bem, agradeço por contar-me, estive curiosa esse tempo todo. Agora tenho de ir, Mikoto diz que devo descansar bastante para que minha pele se mantenha jovem... Até breve. –despediu-se docemente.

Provavelmente Mikoto não tinha conhecimento de que o filho mais velho estava em algum lugar distante e seria melhor para ela se não descobrisse tão cedo, do contrário sofreria muito mais do que já vinha sofrendo.

No momento em que se dirigia ao próprio quarto, passou próxima a um dos painéis do aposento privado de Madara, e pôde ouvir suas ordens:

– Mande suprimentos ao Takamura e dê ordens expressas para que o mesmo não faça nenhuma parada até o calabouço de Hidan, não quero imprevistos até a chegada de meu sobrinho.

Hai. –uma voz grave assentiu.

A rosada apressou-se em passos silenciosos e só parou de correr quando se viu á uma boa distância do aposento. Se não estivesse enganada, tinha acabado de descobrir o destino para o qual Madara enviara Itachi. Devia fazer algo á respeito, talvez se levasse aquela informação á Sasuke, o Uchiha saberia o que fazer e tinha de ser rápida, antes que Madara conseguisse o que queria.

Dando a volta e espreitando a cada passo, Sakura tentou chegar ao quarto de Sasuke o mais rápido o possível, embora soubesse que havia ninjas por todo o lugar. Adentrou sorrateiramente, permitindo enfim que o ar saísse de seus pulmões.

Sasuke estava deitado sobre o futon. Usava uma calça negra apenas, deixando seus músculos expostos, enquanto o peito se movia no ritmo de sua respiração. A garota aproximou-se aos poucos e ajoelhou-se ao seu lado. Enquanto tomava coragem para despertá-lo, observou a serenidade em suas feições adormecidas e a maciez que o cabelo negro demonstrava ter, espalhado pelo travesseiro. Tratou de recuperar o foco e antes mesmo de sua mão tocar sutilmente o ombro do mesmo, seu pulso foi pego no ar, e em seguida, com mais um movimento rápido, Sasuke lançou-a no futon, imobilizando a garota com uma mão, enquanto a outra segurava um punhal próximo ao seu pescoço.

O coração de Sakura parecia ter saído do lugar pela forma como pulava em seu peito, no entanto o olhar duro de Sasuke não mudou nem quando o mesmo se deu conta de que se tratava dela:

– O que faz aqui? –perguntou sério.

– S-soube que Itachi foi tirado da prisão por Madara. –praguejou á si mesma em pensamento por ter gaguejado.

– Naruto e sua boca grande. E o que tens a ver com isso? –a lâmina continuava em contato com sua garganta.

– Nada, mas... Estava indo aos meus aposentos quando ouvi Madara falar com algum subordinado á respeito de suprimentos que deveriam ser enviados, á fim de evitar paradas no transporte até os calabouços de... Hidan, depois também alegou que não queria imprevistos antes que seu sobrinho fosse levado até lá. –contou vendo uma das sobrancelhas do Uchiha se erguer, um nítido sinal de desconfiança de sua parte.

– Não conheço nenhum Hidan. Como posso acreditar que isso seja mesmo a verdade?

– Eu não entraria nos aposentos de um rapaz no meio da noite se não tivesse certeza sobre o que ouvi Sasuke-kun. Só queria avisá-lo, pois pensei que deveria saber... Cabe á você escolher entre a crença e a dúvida. Será que pode liberar-me agora? –Sakura disparou sem nem ao menos piscar ou desviar seus olhos dos dele uma única vez.

Ele hesitou por um instante, tirou o punhal de seu pescoço e soltou suas mãos, no entanto Sakura ainda não estava livre:

– Espere. Se ouviu tudo isso agora á pouco, alguém deve estar de saída para fazer a entrega dos suprimentos. –por fim, o Uchiha ergueu-se, vestiu-se com uma capa com o símbolo dos Uchiha nas costas e jogou outra para a rosada. – Venha comigo até o celeiro, vamos checar.

Sakura pensou em recusar e correr para os seus aposentos, mas quando viu o Uchiha parado na saída esperando por alguma reação de sua parte, logo vestiu a capa que ficara enorme para si e o seguiu para o exterior.

Ambos encapuzados, cruzaram corredores e vielas escuras até chegarem ao celeiro. Um grupo de ninjas guardava o local, Sasuke saiu das sombras permitindo que sua face fosse vista por eles:

– O que fazem aqui? Deveriam estar guardando o portão leste. –repreendeu, mas os de negro apenas o observaram, imóveis. – Vão... Agora! –utilizou seu tom mais enérgico e dessa vez, foi atendido.

Com um sinal, chamou Sakura para perto e juntos, adentraram o celeiro. Lá dentro, além de suprimentos, havia apenas uma carroça sendo carregada por um homem miúdo, que arregalou os olhos assim que avistou o Uchiha:

– Diga-me para quem e onde está levando esse carregamento. –Sasuke quis saber, mas o senhor se mostrou hesitante. – Se é por medo de Madara que não quer revelar-me a verdade, digo que posso ser ainda pior do que ele. Tenho certeza de que tens alguém em casa esperando por seu retorno, mas imagine sua própria decepção ao voltar e não encontrar ninguém, ao menos ninguém que ainda respire. –o Uchiha pronunciou aquelas palavras de forma natural, deixando o homem e a garota ao seu lado assustados.

– Devo levar esses itens á Takamura, ele está transportando um preso e irá me encontrar na Ponte Primavera para recolher estes recursos. Agora por kami, não faça nada ás minhas filhas, onegai. –o senhor jogou-se aos seus pés e Sasuke soube que o mesmo não estava mentindo, teria de arriscar e ver de perto se o preso de quem falara era mesmo Itachi.

– Espere que eu suma no horizonte, então encontre os ninjas mais próximos e alegue que foi roubado, dois gatunos quaisquer são os responsáveis, não se esqueça. E se alguém descobrir a verdade, saberei aonde ir para puni-lo. –advertiu.

Sasuke checou os últimos itens, cobriu-se novamente com a capa e subiu á carroça, aguardando a garota:

– Não sei se é certo... –começou.

– Venha e prove que é mais habilidosa com a espada do que com seus pincéis. –provocou-a e foi o impulso final para que Sakura tomasse uma atitude e embarcasse ao seu lado.

Sasuke bateu as rédeas e logo, estavam em disparada pelo caminho de terra. Ninguém desconfiou deles na saída do distrito e para confirmar que não seriam encontrados, Sasuke pegou outro caminho que os levaria direto á Ponte Primavera, onde esperava ainda ser tempo para salvar o irmão.

– Falava sério quando ameaçou a família daquele homem? –a voz fina de Sakura se fez presente.

– Não, mas eu espero que o mesmo tenha se convencido do contrário. Gosto de demonstrar minhas habilidades de esgrima, mas um verdadeiro samurai sabe que nenhum inocente deve ser usado como alvo.

– No fim das contas é um bom homem Sasuke-kun, que faz de tudo para proteger quem ama. Seu único erro, porém foi ter amado a pessoa errada por tanto tempo.

– É bom que saiba desde o início Sakura: o amor é apenas um caminho mais direto para o ódio. –por um momento, foi como se a máscara de indiferença que Sasuke sempre usava tivesse sido tirada, dessa vez ela havia conseguido ver nitidamente em seus olhos: dor, raiva e sofrimento.

...


Notas Finais


Itachi lindo estará de volta! Assim, não concordo com essa visão do Sasuke sobre o amor, mas fazer o que... A Sakura tá aí pra mudar isso. Bem, espero que estejam gostando... Até mais amores, beijinhos *-*


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