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História Diz pra Mim - Consequências


Escrita por: DaniCattus

Notas do Autor


Boa Tarde meninas! Mais um capítulo, não sei muito o que dizer sobre ele, prefiro saber o que vocês pensarão 'hehe
Boa leitura!

Capítulo 19 - Consequências


Ao acordar, Mikoto notou a presença de sua discípula, mas mal imaginava ela que Sakura tinha passado a noite toda ali, sem pregar os olhos, apenas observando-a e cuidando de seus quimonos, zelando pelo sono de sua predecessora, já que seus próprios pensamentos não lhe permitiram desfrutar disso.

– Me parece que não teve noite melhor do que a minha. –a Uchiha disse num tom de voz baixo e apagado, na verdade todo o brilho da mulher parecia ter sumido. – Como foi seu desempenho ontem?

– Bem como os outros dias, mas Mikoto­-sama...

– O que foi Sakura? Parece-me tão desinquieta. –mostrou-se preocupada.

– É que... Na noite passada meu contato com Sasori-sama foi maior do que nas demais vezes que o encontrei.

– Não me diga que ele tirou sua virtude! –exclamou incrédula.

– Tirou o quê? –mostrou-se desentendida.

– Lembra-se de quando a contei sobre as visitas que os homens fazem ás cavernas das mulheres? Quando um homem fizer essa visita pela primeira vez, estará tirando sua virtude e ela nunca mais voltará. –esclareceu pacientemente.

– Não, não, não foi isso o que aconteceu. Ele... Beijou-me nos lábios. –tocou a região com a ponta dos dedos.

– Por kami! Bem, se isto aconteceu vejo que chegou a hora Sakura. Sua transformação em uma completa gueixa está prestes á acontecer.

– E o que mais me falta para que eu possa me tornar uma gueixa?

– Temos de leiloar seu mizuage*. Aquele que der o maior lance por sua virtude será o responsável por sua transição, tenho certeza de que o Akasuna está tão interessado ao ponto de oferecer essa quantia. –explicou-lhe. – No passado, dois grandes cavalheiros em especial deram altos lances por mim. Madara foi quem se dispôs do maior valor, mas felizmente minha okaa-san sabia que isso me traria angústias, então me concedeu ao segundo maior lance, o que permitiu minha aproximação de Fugaku, pois ele se tornou meu danna*.

– Então... Tudo se resumirá á uma negociação, como se faz nos mercados? –Sakura não pôde disfarçar seu desapontamento ao questionar.

– Queria poder dizer que não Sakura, mas infelizmente gueixas não escolhem por si, nem o direito de amar elas têm, por isso tive de abrir mão de minha posição para viver o que antes me era proibido.

– E até quando serei uma gueixa? Pelo que sei, essa minha fantasia só irá durar até o golpe, é mesmo justo que me sacrifique tanto assim? –seus olhos verdes estavam inundados com lágrimas.

– Sakura, espere... –Mikoto tentou pará-la, mas a garota já havia saído ás pressas.

Do lado de fora da casa, Sakura dirigiu-se até uma área mais afastada do distrito, um lugar onde pudesse estar sozinha, mas sua solidão não durou muito tempo:

– Hey, Sakura­-chan! –Naruto caminhou com sua armadura de samurai com o mesmo brilho nos olhos e sorriso aberto de sempre, no entanto suas feições mudaram ao reparar melhor nas condições da Haruno. – Sakura-chan... O que houve?

A jovem então não disse nenhuma palavra, apenas rodeou-o com seus braços delicados, enquanto permitia-se demonstrar suas reais emoções com o pranto que tomava conta de si:

– Não chore Sakura-chan, me dói e aperta meu coração vê-la assim... Conte-me o que aconteceu. –quis saber enquanto acariciava os cabelos róseos da mesma.

Embora a situação com Sasori e Sasuke a deixasse abalada, Sakura contentou-se em falar apenas sobre o leilão e como aquele plano de Madara vinha de certa forma, acabando com suas escolhas e a levando a fazer coisas que não achava certas.

– Entendo que queria poder fazer suas próprias escolhas. Eu assim como você, fui uma vitima das consequências. Se não fosse tão bom com uma espada, estaria morto, no entanto permanecer vivo aqui como um samurai, apenas deu-me comodidade e sei que se tentasse sair agora, provavelmente estaria encrencado.

– A questão Naruto é que posso machucar alguém que não merece ou deixar em mim mesma, cicatrizes que não sairão jamais.

– Conhecendo Madara, se você se recusasse a cumprir o plano nessa etapa final, ele não deixaria barato. Ameaçaria não só você, mas á todos que a cercam. Até mesmo...

– Você. –completou.

– Sim. –concordou um pouco sem graça. – A decisão ainda é sua Sakura, mas se recusar o peso será bem maior.

– Tem razão Naruto. Agradeço-lhe por ter me ouvido.

– Estou aqui para isso Sakura-chan, aliás, adoraria poder te levar para longe desse inferno Uchiha. –riu arrancando uma pequena melhora da garota.

– O que está acontecendo aqui? –era Sasuke que havia encontrado os dois amigos.

– Tenho que ir Naruto, deixei Mikoto­-sama falando sozinha. Arigatô, caro amigo. –disse-lhe docemente e saiu, sem ao menos encarar o moreno.

– E então? –Sasuke insistiu apático como sempre.

– Sakura está insatisfeita, pois terá que fazer o leilão de um tal mizuage  para Sasori. Parecia-me algo de valor, pelo estado em que a mesma estava. –esclareceu Naruto, e embora o loiro não soubesse sobre do que se tratava, Sasuke tinha certeza e inesperadamente, sentira um estranho desconforto á respeito disso.

A Haruno reencontrou Mikoto no jardim dos fundos do casarão, suas feições pareciam congeladas e gélidas assim como a manhã:

Gomen Mikoto-sama. –disse abaixando a cabeça.

– Minha querida... –aproximou-se lhe tocando gentilmente o queixo. – Ao fim de tudo, as coisas acabarão como devem ser.

...

Os dias seguintes foram resumidos á apresentações rotineiras, nas quais Sakura presenteava seus clientes mais selecionados com caixas de ekubo*, sinalizando que sua mizuage estava á venda. Dera um ao próprio Sasori disfarçadamente. Desde o dia em que se beijaram não estiveram tão próximos, mas ainda assim a rosada enxergava certo brilho nos olhos castanhos do mesmo sempre que ele a via.

Embora soubesse que Sasuke continuava sua vigia, afinal essa era sua função, a Haruno também evitava o moreno e seus olhares indecifráveis. Ainda se encontrava magoada pelas ofensas que ele a fizera, no entanto um impulso, uma vontade dentro de si que não sabia bem o que era, lhe permitiria passar longos momentos tentando desvendar os mistérios da mente do Uchiha.

Quando o dia de decidir o comprador chegou, Sakura estava temerosa, embora soubesse antecipadamente que independente dos lances, Sasori seria o grande escolhido. Ela não tinha muita ideia do que poderia acontecer, conhecia apenas a história das enguias e cavernas contada por Mikoto e nada mais. Era verdade que tinha adquirido pelo Akasuna certo carinho, mas a ideia de entregar-lhe sua virtude, algo que parecia precioso e irreversível, a assustava.

– Estou impressionada com os números Sakura. Você recebeu o dobro do que tive em meu tempo, és realmente incrível! –Mikoto exclamou admirada, mesmo que ainda estivesse sofrendo pelo sumiço do filho mais velho.

Arigatô. E quanto á proposta de Sasori-sama? –quis saber ansiosa.

– Ele é o dono da maior quantia, está tudo se encaminhando para os rumos certos Sakura. A cerimônia acontece amanhã, logo deve estar totalmente descansada e impecável. –a morena falou, pegando uma escova para pentear os cabelos róseos da Haruno.

Um estranho vazio se fez presente em seu interior, mas ainda assim sua reação não foi mais descontente do que a de certo samurai que escutara a decisão ali, ás escondidas.

...

No dia seguinte, Mikoto fez questão de levar a primeira refeição em seu próprio aposento, refeição essa a qual Sakura apenas beliscou. Em seguida, dirigiram-se até a casa de banho do distrito, onde a Uchiha aproveitou de óleos para deixar a pele de sua discípula tão macia e delicada quanto às pétalas de uma cerejeira. De volta ao quarto, Sakura vestiu-se com um leve yukata alaranjado e antes que começasse a se pintar, Mikoto interveio como se fosse capaz de ler seus pensamentos:

– Se quiser alguns instantes, posso deixá-la um tempo só antes de começar a montar seu penteado.

– Eu agradeço por isso, Mikoto-sama. –assentiu, recebendo em troca um olhar compreensivo, para logo ser deixada com seu próprio silêncio.

Porém, escutou a porta no painel de madeira se abrir e fechar quase que na mesma hora, e lamentou-se por seu tempo de solidão ter passado tão depressa pensando que se tratava de Mikoto ou alguma criada. Contudo sua surpresa foi ainda maior quando se virou e avistou Sasuke bem ali, com um ar compenetrado e decidido.

– O que faz aqui Sasuke-kun?

– Quando eu era um pirralho como você é, estive justamente na mesma situação em que se encontra agora. –ele caminhou naturalmente, mas não menos atento do que um felino prestes a encurralar sua presa. – Eles escolheram por mim, lançaram-me numa situação desfavorável e de nada adiantaria lutar contra, pois a vontade deles deveria supostamente ser a minha também.

– Eu perguntei: o que faz aqui? –repetiu nervosamente, vendo-o se aproximar e agachar, perto de onde se encontrava sentada no chão.

– Apenas vim lhe trazer a solução de seus problemas. –respondeu sussurrando. – Não é preciso ler mentes para saber o quanto está desapontada por ter sido vendida.

– Estou apenas cumprindo minha parte do plano, não fui vendida. –rebateu firmemente.

– Pensa assim, pois ainda é uma pirralha e não sabe o que inclui essa negociação na qual a envolveram. Tal como citei àquela madrugada, está se transformando numa daquelas garotas do bordel, mas não por sua escolha, estão a transformando nisso.  –falou simplesmente.

– Não, não sou como elas, já o disse! –sua mão subiu para deferir mais um tapa no rosto de Sasuke, porém dessa vez o mesmo bloqueou com facilidade e após se livrar do golpe, permaneceu segurando a mão dela junto da sua.

– Em troca da pequena riqueza que ele a ofereceu, dará á Sasori o direito de fazer o que bem entender com seu corpo. Será que isso não é o que aquelas outras garotas fazem?

– Mikoto-sama não permitiria que eu me tornasse uma delas. –argumentou aborrecida.

– Infelizmente ela o permitiu. Entenda, não foi por mal, okaa-san quer apenas sua família de volta á sua antiga vida. Aceite Sakura, você foi apenas a peça perfeita para se encaixar num tabuleiro ao qual não pertence. Estão apenas usando você e logo após isso terminar, será apenas mais uma criada sem virtude e condenada á serventia eterna do fim de seus dias.

Uma lágrima desceu pelo rosto da Haruno, seguida por outras que caíram diante da dura realidade para a qual Sasuke a trouxera de volta.

– Poupe seu choro. –alegou, parando uma das lágrimas com a ponta de seus dedos. – Já disse que trago a solução de seu problema.

– E qual é a solução? –indagou descontente.

– Por hora, isso deve bastar. –dito isto, ele abriu a mão dela que se encontrava junto da sua e depositou um pequeno vidro com um líquido levemente esverdeado. Então fechou a mão feminina dentro da sua novamente e continuou: – Peça uma dose de saquê, despeje todo o conteúdo sem que Sasori veja. Não é um veneno, são apenas algumas ervas misturadas, que o farão cair num sono profundo e então, no dia seguinte quando acordar, irá acreditar que obteve seu prêmio.

– Por que está fazendo isso Sasuke-kun? –Sakura indagou vendo o moreno se colocar de pé e parar diante da saída.

– Humpf... É que talvez eu me importe mais contigo do que deveria. –respondeu, não com um ar arrogante ou frívolo, mas sim uma expressão serena que parecia até... Sincera.

A Haruno, no entanto continuou perdida, encarando o pequeno vidro que significaria sua escolha. Assim que Mikoto entrara no quarto novamente, Sakura escondeu o recipiente em seus trajes sem que a Uchiha visse, disposta a tomar sua decisão apenas no momento preciso.

– Está tudo pronto Sakura... Desejo-lhe sorte. Estamos á um passo do fim. –Mikoto falou após o término de sua arrumação.

Arigatô. –assentiu um tanto abalada.

A maiko foi levada até um cômodo na capital, providenciado por Sasori. Assim que chegou, uma senhora pediu que a mesma deitasse e levantou suas roupas para um exame, uma garantia de que a mercadoria era mesmo intocada.

Ainda sem graça, a mesma adentrou o recinto e dera de cara com o ruivo. Seu rosto parecia ainda mais radiante, e assim como ela, o Akasuna usava um yukata que estava entreaberto, exibindo seu peito. Os dois curvaram-se cumprimentando um ao outro, e então o ruivo disparou:

– Parece um sonho Sakura, vamos torná-lo realidade hoje. –ele tocou seu rosto carinhosamente e então a beijou, dessa vez de forma mais profunda e calorosa. A Haruno contentou em recebê-lo, e assim que cessou a carícia, ela pôs-se a dizer:

– Pois bem, permita-me que lhe sirva uma dose de saquê. –caminhou graciosamente até a garrafa e serviu-os despejando o conteúdo do pequeno vidro disfarçadamente. Em seguida voltou-se ao rapaz e juntos, sorveram suas respectivas doses.

– Tão linda... Sakura. –o ruivo começou a distribuir beijos por seus lábios, maçãs do rosto e até em seu pescoço.

Logo a rosada percebeu que Sasori já estava ficando sonolento, então o mesmo recostou-se em seu peito, adormecido. Sakura então o segurou e com delicadeza, tombou seu corpo deitado no futon. Acariciou suas madeixas vermelhas com delicadeza e pronunciou, com lágrimas descendo pelo seu belo rosto:

Gomen, lamento... Talvez se a situação fosse diferente.

...

Mizuage: Venda da virgindade da gueixa através de leilão.

Danna: Patrocinador da gueixa.

Ekubo: Espécie de bolo de arroz doce dado pelas gueixas aos seus clientes mais assíduos para simbolizar a venda de seu mizuage.


Notas Finais


E então? Tem muita gente simpatizando com Sasori, outras ficam com o pé atrás, então achei melhor a Sakura não entregar o ouro, até porque a fic é SasuSaku. Obrigada á todas as leitoras que ainda me acompanham, até mais floores, beijos :*


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