CAPITULO ANTERIOR: SAUNA
Hoseok e Hye (no corpo do JK) tiveram um beijo acidental na frente de seus amigos.
Todos foram a sauna;
Hye teve oportunidade de limpar as costas do Hoseok. Jungkook fazia de tudo pra não olhar para corpos femininos, mas no fundo acreditava que não estaria errado ainda ficando no corpo da irmã.
Hye ficou constrangida quando sem querer tocou na bunda do Namjoon, e os garotos não entenderam o problema do Jungkook.
Apareceu um fã de food show na sauna e lembrou Junghye de estar sumida do show de comidas.
EPISÓDIO 17
Uma condição.
Jeon Jung Hye
Mais um dia se passou e novamente mais um motivo de odiar mais o meu próprio irmão. Era de se esperar que universo realmente esteja contra mim e rindo da minha cara.
Sentei-me envergonhada de encarar o rosto simpático da psicóloga que não devia estar entendendo nada da minha cara de birra, quer dizer, cara de birra do novo paciente Jeon Jungkook.
–– Tudo bem paciente Jeon?
Não, estou péssima.
–– Tentando.
–– Tem alguma coisa te incomodando? Escola... Família...
Tudo, até mesmo universo está contra mim “universo conspira ao nosso favor” é minha bunda.
–– Está tímido... Eu não sei se já sabe, mas o psicólogo é um profissional que identifica quais os problemas, preparado pra ouvir seus pacientes e orientá-los.
Eu sei não sou burra.
Está bem, eu sei que estou nervosa, e sei que os psicólogos são pagos pra isso, pra nos ouvir e então nos dizer se temos algum problema mental. Não custa nada tentar descobrir alguma coisa.
–– É que... Doutora Lee...
Mas a minha vontade de gritar de nojo era grande, naquele momento eu não me importava a quantidade de dias ou alguma merda que Jungkook fizera usando o meu rosto... Eu não conseguia tirar da cabeça aquele acontecimento.
–– É que... Eu vi um pênis –– Choraminguei e, com as mãos, escondi os meus olhos de tanta vergonha. –– Desculpa, desculpa.
E então denunciei a ela de que aquele garoto Jeon na frente dela estaria mostrando sintomas de um afeminado, talvez, mas isso foi apenas o que passou na minha cabeça como a primeira coisa.
–– Omo! E alguém lhe fez algum mal?
Levantei meus olhos e a olhei por um momento junto com aqueles pensamentos de que ela teria acreditando numa versão menos imaginável da minha cabeça. Seria ela preocupada com possível... Assédio? Quando eu disse isso, eu não pensei nessa possibilidade.
–– Não... Doutora Lee. E eu não estou louco.
Seus lábios levantaram um sorriso meigo.
–– Eu acredito em você.
–– É serio, eu não sou louco. É que aconteceu um desastre na minha vida e não sei por onde começar. –– Pigarreei –– Vou começar quando um tipo de bruxaria aconteceu na minha vida: acordamos em uma manhã e percebemos que estávamos de corpos trocados.
–– “Corpos trocados”?
Ela me olhou com dúvida. Se ela não entendeu, ela queria ter certeza da minha próxima resposta se eu não estava louco. Foi então que peguei o meu celular e procurei por minha foto numa galeria, abri e mostrei a ela o meu rosto.
–– Essa sou eu, neste corpo, no corpo do meu irmão gêmeo. Eu juro que estou falando a verdade, mas eu sei que é difícil de acreditar, tudo bem eu entendo. Alguma coisa de bruxaria aconteceu comigo e não sei explicar.
Ela olhou para minha foto e admitiu por sua reação de que somos mesmos parecidos, acreditando ao menos em uma das verdades.
Eu estava muito abalada só por compartilhar esse segredo com uma psicóloga, mas eu não tive outra saída, meu irmão e eu não estávamos encontrando alguma xamã. Na verdade, eu sempre acreditava que xamãs eram pessoas que conversava com os mortos e soltava pragas em troca de dinheiro, então que poder teriam os mortos de nos fazer isso?
–– Eu te entendo. Mas eu preciso entender melhor os seus problemas. Como ou onde isso aconteceu?
Guardei o celular no bolso da calça apertada, a preferida do meu irmão e procurei na cabeça detalhes de minhas memórias na praia.
–– Bom, isso aconteceu quando estávamos nas férias com nossos pais e nossos amigos. Foi no litoral norte do país. Brigamos, ficamos de castigo e, nossa mãe, a rígida da família nos prendeu com algemas um no outro e tivemos que andar por aí na praia pra pagar mico. Minha amiga conseguiu nos soltar pra nos separarmos durante o nosso passeio e... humm... encontrei o meu irmão outra vez numa floresta perto da cidade. Na verdade havia por perto uma vila, mas no meio das árvores encontramos um restaurante, comemos juntos e ganhamos um licor de presente, o que não estava a venda e no outro dia... Acordamos assim.
Silêncio da psicóloga foi para um processo de seu raciocínio; acredito que seus pensamentos havia somente uma palavra “louca”.
–– Eu não sei o que fazer –– Confessei choramingando.
–– E seu irmão, como está lidando com isso?
Essa pergunta foi porque estava acreditando em mim ou estava apenas fazendo questionamentos pra gerar um diagnóstico?
–– Ele também está odiando, óbvio.
–– E ele não quis vir com você?
–– Na verdade eu não falei com ele sobre isso, ele acha que ele, particularmente, nunca vai precisar de um terapeuta na sua vida. Esse cara aqui... –– Com meu dedo indicador da mão direita, apontei pro meu rosto –– É muito idiota.
–– Entendo...
Mentira, não entende nada.
–– Então aconteceu que vocês foram de viagem para litoral norte... Escaparam do castigo e se encontraram numa floresta da cidade e comeram em um restaurante juntos, certo? –– Balancei a minha cabeça positivamente em confirmação –– Como é esse restaurante?
–– É como uma fazenda com suas hortas e bichinhos como galinhas, cãozinho vira-lata... só sabíamos que era restaurante porque estava escrito “restaurante do jardim secreto”. Seu estilo lembra aquelas casas rústicas não muito bonitas, uma casa simples com algumas mesas e cadeiras e vários pequenos vidros de licor colorido de enfeite. Mas era uma mulher estranha, era como se soubesse que recebia visitas.
–– Como ela é?
–– Uma ahjumma [senhora] baixinha de cabelos grisalhos e presos no coque. Séria, mas parece que as vezes tem humor. Foi como se nos conhecesse, mas ao mesmo tempo, não. Resumindo; uma ahjumma chata que só queria vender comida. “Entrem” como se quisesse dizer “Se vieram, então comprem de mim”
–– E para você, ela poderia ser uma bruxa, certo?
–– Sim.
–– Suponhamos que ela seja uma bruxa e tenha colocado algum feitiço na comida ou... No licor que entregou para vocês.
Hesitei ao perceber que o licor poderia ter sido um feitiço que ela mesma nos presenteou pra acontecer essa troca. Só não entendo seus motivos se a encontramos no meio do mato e pagamos pela refeição. Por acaso é alguma pessoa que fez parte da nossa vida passada e que nós temos uma divida com ela? Não é possível. Quero dizer, tudo tem que ser possível agora desde que aconteceu uma troca de corpo. Eu to puta!
–– Pode ser o licor. –– Levantei sobrancelhas reagindo ao que podia ser a resposta –– O meu irmão tinha interesse, mas a ahjumma tinha comentado uma vez que não estava a venda. Quando nos deu, achamos que fosse da cortesia da casa, já que pararmos lá pra comer. E se... E se realmente é uma bruxa que lança feitiço a pessoas pelo ódio? E se ela não gosta de gêmeos? E por que eu não pensei nisso antes? Agora estou aqui sendo obrigada a aguentar esses amigos babacas do meu irmão e ainda por cima –– Comecei a choramingar de novo –– Ter que vê-los pelados numa sauna. Eu juro, doutora, eu não faço isso de propósito, meu irmão tem uma parcela de culpa nisso ai.
–– Paciente Jeon, não se sinta desconfortável, o que quero é ajudá-lo e solucionar o problema. Embora isso seja verdade, pode ser também uma ilusão de um garoto que não consegue se admitir homem desde que se sente mulher. Eu já tenho um paciente que é transsexual que finalmente está se aceitando, mas no seu caso, pode ser mais complicado se continuar negando a verdade.
Eu fiquei de cara, não a cara do meu irmão, a minha mesmo ao ouvir essas declarações. Eu entendo que para ela seja a minha invenção, ou melhor, invenção de um rapaz que não conseguia admitir uma possível troca de sexo. A minha vontade era de gritar um “mas eu disse a verdade, caralho”, mas respirei fundo e contive o meu nervosismo. Vocês sabem, sou nervosa pra qualquer coisa.
–– Doutora... Eu vou tentar trazer o meu irmão na próxima sessão. Obrigada pelo seu tempo.
Me levantei e reverenciei, recebendo dela o mesmo assim que também se levantou.
–– Traga mesmo, pode até ser melhor –– simpatizou com sorriso, um sorriso que pra mim parecia forçado –– Até a próxima, paciente Jeon.
...
Deitado do jeito folgado no sofá da minha casa eu fiquei pensando sobre a minha conversa com a psicóloga. Eu não estava com bom sentimento sobre isso, talvez por insegurança de que ela ligue pros meus pais e conte o problema de Jungkook. Sim, isso passou pela minha cabeça inevitavelmente. Era como se, antes quando eu era louca, eu tivesse ficado mais louca ainda por causa da troca. Eu não sabia mais o que fazer, a quem poderia me recorrer? Se eu contasse a verdade pra minhas amigas, seria um erro idiota, para ela seria um Jungkook tentando se aproveitar delas. Se eu pedisse pro Jungkook com o meu corpo, contar a verdade pra elas, pela minha convicção elas ririam da minha cara.
Esse meu desespero parecia sem fim.
O barulho da porta principal evacuou pela casa como alarme de que estava voltando o Jungkook.
–– Estou em casa.
Avisou ao trocar tênis por chinelos pra entrar. Ergui a cabeça e notei sua tranquilidade. Com aquele rosto, posso muito bem perceber a serenidade naquele olhar.
–– Onde estava?
–– Por que eu deveria te contar?
–– Porque está no meu corpo, dã.
–– Lá vai a que gosta de lacrar –– Revirou os olhos no gesto crítico e foi subindo escadas me ignorando.
–– Ei, espere.
Mas ele não parou, tive que segui-lo até o meu quarto, o lugar que para manter aparências, ele teve que acessar. Pelo menos meu quarto estava organizado por causa dessa frescura da parte dele.
–– O que foi?
–– Eu fui pro psicólogo hoje –– Revelei. Ele olhou rápido pra mim quando estava prestes a tirar uma blusa.
–– Você o quê?
–– Você teria ideia melhor?
–– O que foi fazer lá?
–– Não venha me criticar, pelo menos estou indo atrás tentando descobrir alguma solução. E acho melhor nós dois irmos juntos. E se não é troca de corpos e sim juntos, tivemos algum problema mental?
Eu havia pensado nisso no caminho de volta pra casa.
Vi meu corpo suspirando pesado enquanto hesitava. Depois, voltou a tirar a blusa que usava, que pelo menos estava apropriado pra sair, e olhava alguma roupa pra vestir. Eu não estava a fim de sair do lugar pra escolher alguma pra ele, ele teve que aprender a se virar, isso se caso eu não estiver com ele em certos momentos. Eu não sou onipresente.
–– Você não é a única que esta atrás de uma solução –– Declarou –– Pode ser que tentemos consultar um psicólogo ou um psiquiatra –– Uau, é sério que ouvi essa admissão? –– Mas eu acredito que tenha sido uma troca de corpos.
Dessa vez ele não parecia zangado com aquele olhar de julgamento, nesse dia ele parecia... como posso dizer... não abatido, mais pra baixo, ou melhor pensando demais. O que estava acontecendo com ele?
–– Então, iremos a minha próxima sessão? –– Arqueei sobrancelhas.
Vi meu meus lábios voltar a ser silencioso e meu rosto novamente hesitando.
–– Ok, vamos então, mas vou pedir uma condição.
Ah, eu sabia. Lá vem.
–– Você não perde mesmo em.
–– Estou pensando em fazer um passeio por alguns dias, daqui alguns dias ou dias antes de voltar as aulas. Então se até lá não destrocarmos os corpos, eu quero sair, mas sozinho.
Será que pensou nisso só por que estava muito pensativo? Será por que precisa de um tempo pra si, mesmo com meu corpo, pra tentar superar a Momo? Que estranho.
O olhei desconfiada.
–– O que está pensando em fazer?
–– Só quero ter o meu tempo.
–– Com corpo de mulher?
–– Isso se até o fim das férias, não voltarmos ao normal.
–– Não podemos ser pessimistas, é claro que vamos voltar ao normal, isso tem que acontecer o quanto antes. E posso saber por que parece abatido?
–– Isso já não é da sua conta. –– Pegou qualquer blusa de manga curta e fechou o meu guarda-roupa. Jinjja. Esperava que usando essa peça fosse pra ficar em casa, isso não é de sair.
Tudo bem, esse é o seu jeito, pelo menos eu soube que não estava doente.
–– Então iremos a consulta amanhã.
O celular do irmão recebeu uma mensagem e o toque foi som de uma gota d’água caindo da torneira, acho, e essa mensagem trouxe ao Kook uma boa noticia;
–– Até que enfim ele pegou a Stela. –– E após guardar seu aparelho, olhou pra mim e disse, antes de sair; –– Depois me manda o horário da consulta.
Suspirei na indignação por não fazer nada, eu não posso prendê-lo. Ah, ele mencionou esse nome outra vez. A ultima vez que me lembro, é que antes de entrarmos de férias, ouvi do Jimin, Namjoon e meu irmão que eles iriam sair com ela.
“Vamos levar a Stela”
“opa, aí sim”
Ela seria uma estrangeira? Por acaso estavam fazendo aposta de quem pegaria a moça? Lamentável. Ah o que importa?
[...]
O dia que passara fora longo para mim, principalmente em estar no corpo de um garoto e tentar ensinar meu irmão - no meu corpo - pelo menos o básico de gayageum. Eu sentia falta de tocar o meu instrumento, aquilo era como um pedacinho de mim desde quando eu era criança; ficar dias sem tocar me deixava estressada. Ele nunca foi fã do instrumento de 12 cordas, portanto era mais complicado fazê-lo obter um mínimo de interesse pra aprender o básico porque minha vida dependia disso.
E vocês também sabem que meu irmão é lutador de taewoondo, certo? E eu pratico instrumentos como gayageum, não é? Sabe quando você está numa situação de inversão e você está completamente devassa? Era isso que sentíamos o tempo todo. Estava chegando a hora de eu ter que sair de casa pra praticar taekwoondo no lugar do meu irmão, mas eu não queria ir, eu não podia saber o que fazer na aula prática ou sei lá treinamento pra competição, mas assim como ele teve que aprender ao menos um pouco de como funciona os dedos sobre cordas tradicionais, eu tive que ir pra não faltar depois de alguns dias de férias (das aulas de luta)
Saí de casa quando o céu estava estrelado, ainda era inicio da noite e eu teria que ser tolerante por duas horas de treino por causa do universo que zombava de mim. Eu planejei ir sozinha, eu sabia onde ele treinava, mas um carro prateado de quatro portas que parecia engarrafado - meu Deus o que é isso? - apareceu ao meu lado, eu não conheço o modelo, mas acredito que era um Fiat. O veiculo louco se estacionou próximo de mim quando eu andava pela calçada com mãos no bolso e, buzinou, me dando a poha de um susto.
–– Ei Jeongho! –– Jimin gritou pela janela de trás como se meu irmão fosse surdo e isso me deixou irritada, como sempre. Quem estava no volante era Namjoon, o que podia ser dono desse carro; Yoongi estava na frente e, com Jimin estava Taehyung –– Aonde vai? Entre aí.
Revirei os olhos, claro, eu sou eu ali dentro daquele corpo de um mulherengo.
–– Estou indo treinar.
–– Eu te levo –– Disse Namjoon com voz alta para que eu entendesse, já que estava mais longe que Yoongi.
–– Com carro assim, mais louco que você?
–– Han? Você sempre gostou desse carro.
–– Você devia comprar um carro novo.
–– Ei, não fale assim da minha Stela.
Stela? Desde quando Namjoon tem um carro desse jeito e... Ah... Agora eu sei... A tal Stela que eles estavam mencionando não era uma mulher e sim um carro. E eu achando que era alguma estrangeira que eles estavam saindo ou pegando. CARALHO ELES ENGANARAM FÁCIL! Eu devo rir disso? Eu to rindo por dentro, mas to tentando não rir, socorro.
–– Qual é Jeongho, você está de mau humor? –– Perguntou Jimin –– Você nunca ligou pros defeitos da Stela, bora.
É, pensei em ir pro lado mais fácil que é ir de carro do que pegar um ônibus ou um metrô.
Entrei no carro, mas a tal Stela... Apagou!
Namjoon virou a chave tentando ligar o carro.
–– Ah, qual é –– Resmungou ele. –– Vamos Stela, não podemos nos atrasar.
Ficou tentando até finalmente a mal humorada da Stela voltar a ligar. Bom, menos mal.
E foi então que aproveitei a carona.
Mas eu ainda não quero contar como foi a companhia dos meus amigos no treino, por enquanto eu quero pular essa parte e falar sobre Jimin. Ele bebeu enquanto eu treinava, mas ele bebeu sozinho em algum lugar por perto. Motivos? Acredito que seja por minha causa, por causa do Jeongho seu melhor amigo, pois, na volta pra casa, nós três, Taehyung, Jimin e eu, estava no banco de trás, mas Park-ssi estava bêbado, vocês não têm ideia do que ele aprontou comigo antes de irmos embora. Durante a viagem, senti uma de suas mãos tocando o meu joelho e isso me fez olhá-lo com curiosidade; ele já estava acordado, mas com cara de muito sono.
–– Jungkook-ah, por que está me rejeitando? –– Essa pergunta saiu baixa e não foi no tom de crítica ainda mais por não me chamar de Jeongho, eu percebia uma tristeza no olhar dele –– Por que agora você me odeia? Eu não sou o suficiente pra você?
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