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História Do crepúsculo ao amanhecer - Aquele sobre seguir em frente


Escrita por: holyserquel

Notas do Autor


boa noite, amores mios. here we go again!

vamos aos recados: corrigi meio que na pressa, então se tiver alguma falha por favor me perdoem! espero que gostem dessa nova fase tanto quanto eu. se atentem aos avisos e mudanças de ambiente, já se passaram 3 meses desde a viagem, mas nesse capítulo existe um pequeno flashback sobre o primeiro dia no serviço depois da viagem.

dedico esse capítulo bem fofuxo à seis pessoas diferentes:

- softlisboa, kapoorsituno e itunhoe por me lembrarem essa semana do quanto eu amo escrever essa fanfic.
- jloswomen, lisboayelprofe e caminhaosoul, minhas três aniversariantes queridas. meus amores! espero que gostem desse presentinho.

beijinhos no coração! boa leitura, e POR FAVOR leiam as notas finais 💗

Capítulo 19 - Aquele sobre seguir em frente


Fanfic / Fanfiction Do crepúsculo ao amanhecer - Aquele sobre seguir em frente

“E depois de tudo, pude perceber que nenhum adeus dói mais do que aquele que vai embora, mas continua dentro da gente...”

— @oficial1967

 

Madrid, Espanha.

Três meses após o fim da viagem.

 

 

– Não, ainda não me enviaram.

Repetiu por aquilo que parecia ser a quarta vez em cinco minutos de ligação. Ela gostava de conversar com Tifany, era engraçado, seu atenção era feito flash e a qualquer momento se distraia, perdendo informações e muitas vezes o rumo da conversa.

– Ótimo, querida. Então mais tarde eu mesma subo com a capa nova, estamos com o tempo apertado e eu preciso entregar essa capa antes que seu chefe me mande embora. A simples menção ao nome de Sérgio fez com que um sorriso involuntário pintasse em seus lábios, e por um instante Murillo agradeceu mentalmente por estarem ao telefone, assim Tifany não poderia ver sua carinha de boba apaixonada. – Falando nele, seu chefe já chegou?

– Ah, ele está atrasado, deve chegar daqui a- – Antes que tivesse a oportunidade de concluir a resposta, duas mãos rodearam sua cintura e puxaram seu corpo com força. O susto fez com que um suspiro involuntário escapasse por entre seus lábios, mas pelo cheiro inebriante daquele perfume Raquel sabia exatamente de quem se tratava.

– Shihh! Não fala que eu cheguei. – O sussurro no pé do ouvido enviou uma corrente elétrica por todo seu corpo, de repente o sono sumiu e todas as células se acenderam como pólvora. A situação pareceu se agravar quando Sérgio mordeu o lóbulo da orelha direita, antes de descer com seus beijos molhados em direção ao desnudo pescoço.

– É-é-é ele está bem atrasado hoje, na verdade. Tinha uma consulta no oftalmologista. – Inventou, levando um aperto na cintura.

Numa tentativa de se controlar e não transparecer o nervosismo pela ligação, Raquel mergulhou suas mãos nos fios negros de Sérgio e puxou com força tentando para-lo, mas aquilo aparentemente só o incentivou a continuar, uma vez que deu início a uma série de carícias por toda a extensão do corpo de Murillo. Cada toque parecia queimar, era feito brasa.

– Que pena, precisava falar com ele! – Fechando os olhos e tombando a cabeça para trás, encaixando o corpo no dele, Raquel quase se esqueceu que Tifany ainda continuava ali.

– Quando ele chegar, eu peço pra ligar na sua linha –  Mais do que nunca, Raquel precisava encerrar aquela ligação. – Algo mais, Tifany? – Tentou não soar ríspida, mas a verdade é que sua voz estava mais arrastada do que de costume, quase preguiçosa. Raquel me derretia nas mãos dele, sob o toque tão familiar, completamente exposta e vulnerável.

– Não, meu amor. Era só isso, quando chegar apenas o avise que passarei na sala dele!

– Claro, com certeza! Bom dia, Tifany!

– Bom dia, meu amor. Nos vemos mais tarde.

Antes que a pobre gerente de arte tivesse a oportunidade para iniciar outro assunto, Raquel desligou o telefone num só movimento, e por fim soltou o gemido que estava preso na garganta.

Estavam trancados no escritório. Essa era a única norma pré estabelecida por Raquel quando resolveram reatar o romance, não queria correr o risco de se expor ou ser pega no flagra. Da porta pra fora, chefe e empregada. Dá porta pra dentro, amantes incuráveis.

– Pensei que nunca desligaria o telefone! – Ainda com a voz rouca no pé do ouvido, Sérgio mordeu o lóbulo da orelha de Raquel, causando um pequeno espasmo e um longo arrepio em sua pele.

– Gosto de ser atenciosa. – Devolveu Raquel, tombando o rosto graciosamente sobre o ombro.

De maneira lenta e vagarosa, Sérgio apertou a cintura de Raquel, girando seu corpo até que estivessem frente a frente. Um sorriso terno e apaixonado surgiu nos lábios dela, gesto que foi prontamente espelhado por ele.

– É, eu sei que você gosta...Também sei do que você gosta.

Com uma frase cheia de duplo sentido e uma piscadela indecente, Sérgio anulou a distância entre os dois corpos capturando os lábios de Raquel num beijo profundo e avassalador, quase erótico demais para aquela hora da manhã. Como não tinham muito tempo livre, em qualquer oportunidade estavam assim...emaranhados e arrebatados em sua própria paixão como dois adolescentes.

– Bom dia. – Começou Sérgio, um pouco desnorteado, sentindo os dedos de Raquel brincando em sua nuca.

– Bom dia. – Com os lábios inchados e o rosto ligeiramente corado, Raquel carregava no rosto um lindo sorriso, uma reconfortante expressão de paz e serenidade. – Como você está?

– Cansado.

– Cansado? Por quê? – Franzindo o cenho numa pequena ruga de preocupação, Raquel percebeu que Sérgio realmente parecia um pouco abatido, os olhos cansados, e por instinto sua reação foi dedilhar o rosto dele com cuidado. Não que aquilo pudesse curá-lo do cansaço, parecia mais uma forma de mostrar que ela estava ali e se importava. – O que houve?

– Nada, eu só não dormi muito bem essa noite. – Dando de ombros como se aquilo não fosse importante, Sérgio se surpreendeu quando Raquel ficou na ponta dos pés para alcançar seu rosto e depositar na pontinha de seu nariz um casto beijo. Por Deus, ele poderia explodir de amor por ela. – Esses assuntos da editora estão me tirando do sério, preciso resolver esse problema de uma vez antes que vire uma bola de neve.

– Tenta dormir mais cedo hoje, você está muito tenso e sobrecarregado. Não gosto de te ver assim. – A pequena ruga de preocupação ainda estava presente nos delicados traços de Raquel, deixando-a ainda mais fofa, se ainda fosse possível. – E me perdoe perguntar, mas...o que aconteceu com a editora? – A mandíbula de Sérgio enrijeceu de maneira automática. –Você está perturbado com esse assunto há dias, não pense que isso passou despercebido por mim. Eu só queria que você me contasse o que-

E antes que pudesse terminar sua queixa, Sérgio emoldurou seu rosto em suas mãos e a calou com um beijo delicado. Ainda que um pouco resistente, lutando contra si mesma para não se deixar levar, Raquel terminou por liberar a passagem e o beijou com todo amor que havia em sua alma, encaixando o corpo no dele, abraçando-o com força.

Quando se separaram, após um leve suspiro, Sérgio encostou a testa na dela e desceu a mão pela extensão de suas costas, parando na cintura.

– Raquel, você sabe que eu não quero te envolver nisso.

– Sérgio, mas eu fico preocupada. Você não pode simplesmente me deixar ao lado de fora! Não é assim que as coisas funcionam. – Raquel estava, resumidamente, frustrada. Sérgio havia mudado, andava estranho, e por mais que ela tentasse ajudá-lo, ele não a deixava entrar, a mantinha no escuro, no limbo. Sem qualquer resposta.

– Amor, eu quero te proteger.

Numa fração de segundos, a alma de Raquel pareceu se arrebatar e num só impulso jogou o corpo pra frente, sentando-se num pulo.

O peito arfava, subindo e descendo rapidamente, a respiração descontrolada. Quando percebeu que ainda continuava em seu quarto, sozinha em sua cama e enrolada entre suas cobertas, tampou o rosto com as mãos antes de bufar em frustração.

“Filho da puta!”

Para Freud, o inconsciente é a parte de baixo de um iceberg, sendo o consciente o lado visível. Para ele, o sonho está diretamente ligado com a manifestação do inconsciente, a vida a qual silenciosamente desejamos, que segundo os conceitos da psicanálise freudiana, é durante o sono que ela se manifesta.

Aquela não era a primeira e nem seria a última vez que Raquel havia sonhado com Sérgio.

Quanto mais ela fugia, mais a saudade lhe massacrava. Preferia estar morta a admiti-lo, mas a verdade é que apesar de três meses separados, ela nunca havia parado de pensar em Sérgio.

Nunca havia parado de amá-lo.

 

 

~*~

 

 

Quando a cafeteira apitou, anunciando que seu café estava pronto, ele pareceu não notar. Com o antebraço desnudo apoiado no batente da sacada, Sérgio respirava fundo a brisa quente da manhã, tentando acalmar os ânimos. O ombro rígido como uma pedra, enquanto as marcas debaixo dos olhos denunciavam sua falta de descanso.

A verdade é que desde quando voltara de viagem, as noites nunca mais foram as mesmas. Parecia mais perturbado, assombrado. Não apenas pela falta de Raquel, mas pelo desenfreado rumo o qual as coisas tomavam. Era uma sensação estranha de impotência, incompetência, e acima de tudo: culpa.

Por um instante, tombou a cabeça para o lado e pousou a mirada sobre a estante da sala de estar. Um terno sorriso se formou em seus lábios ao se lembrar de quando Tokio começou a aprender a andar e apoiava as mãozinhas nas bordas de um móvel muito parecido com aquele para não cair, sua mente o levou direto a Santiago, e se de deu conta que muito provavelmente, naquela altura do campeonato, o menino já estava andando.

Constatar aquilo o deixou momentaneamente magoado. Precisou conter o instinto de ligar ou mandar alguma mensagem de texto à Raquel, na verdade, aquilo era o que ele mais fazia nos últimos tempos. Impedir os impulsos era a única maneira que ele tinha de preservá-la ao seu lado. Tinha receio de que, por um descuido ou desespero, ela fosse embora para sempre.

Era preferível lidar com sua indiferença a sua ausência.

 

 

~*~

 

 

 

Os raios de sol invadiam o quarto pela fresa aberta da janela, todos os dias Marivi se encarregava de abri-la com o intuito do ar circular pelo cômodo, deixando-o mais fresco.

Com o corpo envolto no roupão e os cabelos molhados caindo sobre os ombros, Raquel parou na porta do quarto para espia-lo de longe.

Para sua surpresa, ali estava ele, já acordado. Sentado no colchão, enquanto brincava com o pequeno caminhão de borracha, o bebê parecia entretido. No entanto, a presença de Raquel o atraiu como um íma.

“Mamain!” Como um suspiro de alívio e felicidade, Santiago num terno estado de euforia, largou o caminhão e se apoiou nas grades do berço antes de se colocar em pé. “Mamain!”

“Bom dia, bichinho.” Murmurou Raquel, sorrindo genuinamente, sentindo seu coração se aquecer de tanto amor. Santiago era o único que tinha o dom de produzir tais efeitos, ainda mais após o término com Sérgio. Todos os dias ela procurava um motivo para seguir em frente, e visitá-lo pela manhã havia se tornado um ritual.

“Vem, mamain. Vem!” Abrindo e fechando a mãozinha, chamando-a para si, Santiago tinha o rostinho tombado pro lado, todo manhoso.

Caminhando vagarosamente em direção ao berço, Raquel jogou os cabelos para trás no intuito de não o molhar, e quando por fim o alcançou, não perdeu tempo antes de tomá-lo em seus braços.

“Bom dia, meu amor.” Sussurrou Raquel, deixando um beijinho na testa do bebê, que tinha a cabeça repousada no ombro da mãe. Ele parecia todo quentinho e confortável em seu macacão cinza estampado com elefantinhos azuis, combinando com a chupeta a qual ele se recusava a largar.

“O dia, mamain” Suspirando, Santiago fechou os olhinhos e se permitiu aproveitar o carinho de Raquel.

“Dormiu bem? Tá com soninho?” Antes que pudesse responder, Santiago acabou bocejando preguiçosamente, tirando a chupeta antes que ela pudesse cair. Raquel acabou rindo levemente com a coincidência e graça do garoto. “Ok, entendi. Alguém ainda está com soninho!”

“Xoninhu, mamain.” Resmungou Santiago, intensificando o aperto no pescoço de Raquel

“O que acha de descermos, dizemos um oi pra vovó, fazemos uma mamadeira bem quentinha e depois a mamãe faz você dormir de novo?”

“Xim, mamain.” Concordou, afastando-se para encarar a mãe.

“Sim?”

“Xim!”

O menino irradiava ternura, estava um pouco maior e mais gordinho do que há tempos. A cada dia se mostrava mais inteligente, ligeiro e curioso, já não se contentava em andar e preferia correr.

Raquel havia estabelecido uma regra: na parte de cima, ele estava proibido de andar e correr, precisava do colo da mamãe ou da vovó para não se ferir na escada. No entanto, ela sabia que aquilo não passava de um pretexto para segurá-lo em seus braços o maior tempo possível. O tempo escorria por entre seus dedos feito água, ficava feliz por vê-lo crescer com saúde e rodeado de amor, mas no fundo ela sabia que ele sempre seria seu bebê.

– Posso morder seu narizinho? – Perguntou divertida, franzindo o próprio nariz contra o dele, enquanto saia do quarto rumo a cozinha.

– Não! – Todo cheio de graça, Santiago escondeu o rosto na curvatura do pescoço da mãe tentando fugir, mas não teve outra escapatória quando Raquel começou a fazer cócegas em suas dobrinhas.

– Ah, deixa eu morder suas dobrinhas sim, você é tão gordinho!

– Não, mamain! – Gritou Santiago, num misto de euforia e felicidade.

Em meio a gargalhadas, sorrisos, cheirinhos no cangote, leves mordidas e muito afeto, os dois Murillo’s viviam em sua própria bolha como se nada no mundo fosse capaz de separá-los.

~*~

– Que cara é essa, Raquel?

Há quem diga que as mães possuem um sexto sentido, e a relação entre Raquel e Mariví não poderia ser diferente. Apesar da presença irradiante de Santiago, que mamava tranquilamente no colo da mãe, Raquel estava quieta, um pouco mais do que o comum, e aquilo não passou despercebido pelos olhos esverdeados da gentil senhora.

– Ué, nenhuma. A única que tenho – Como se tivesse saído de um pequeno transe, Raquel negou com a cabeça tentando soar convincente, ainda que sua voz estivesse um tanto hesitante.

– Parece pensativa. – É claro que algo estava errado, e as suspeitas de Mariví foram confirmadas quando Raquel desviou o olhar, ligeiramente agitada.

– É impressão sua, mamãe. – Desconversou, mudando sua atenção para o bebê em seu colo. Penteou os dedos pelos fios dourados do menino, que parecia leve e relaxado com sua mamadeira, completamente alheio ao conflito interno de sua mãe. – Me lembra de comprar leite? Aqui só tem duas latas.

Quando Raquel novamente pousou os olhos sobre a figura da mãe, encontrou uma Marivi com um meio sorriso estampado nos lábios e de sobrancelhas levemente arqueadas, numa expressão cômica de desconfiança.

– O que foi?

– É ele, não é? – Indagou Marivi, num divertido tom de vitória. Raquel se sentiu envergonhada de ser intimada de maneira tão direta, mas não tinha o que negar e para onde fugir. Afinal, era sua mãe. Se não pudesse confiar nela, em quem seria?

Ademais, estava cansada de guardar tudo para si.

– Eu sonhei com ele. – Admitiu Raquel, com um nítido pesar em seu timbre. De certa forma, dizer em voz alta parecia 2x mais triste do que já era.

– Com o Sérgio? – Marivi sabia a resposta, mas queria garantir de que estavam falando sobre a mesma pessoa. Sem muita coragem para admitir encarando-a diretamente, Raquel se limitou a lhe dar um aceno positivo antes de desviar os olhos para um canto qualquer na parede. Os dias nunca mais foram os mesmos. – Oh, meu amor. – Continuou a matriarca Murillo, lamentando o estado da filha. Odiava vê-la cabisbaixa.

No entanto, apesar da súbita melancolia que se instalara no ar, aquele nome não havia passado despercebido por outra pessoa.

– Xéjo? – Interrompendo o mama por alguns instantes, Santiago soltou a mamadeira e encarou Raquel com expectativa. O menino nunca havia se esquecido de Sérgio, e quase sempre chamava por ele...Raquel insistia em dizer que era pela facilidade do nome, não pelo forte apego entre os dois.

– Sim, meu amor, o Sérgio! – Sentindo seu coração aquecer novamente, Raquel depositou um beijinho na testa de Santiago, antes que ele pudesse sorrir contente e voltar a se concentrar em seu delicioso leitinho. – É a terceira vez que sonho com ele em um mês!

– Como as coisas estão no serviço desde quando vocês voltaram da Grécia?

 

~*~

 

(flashback, três meses antes)

Primeiro dia na editora após a viagem.

 

– Você estava uma puta de uma gostosa, Raquel.

– Não exagere, Tokio.

Sentindo as bochechas esquentarem, Murillo sorriu e desviou o olhar para as pastas em sua mesa, tentando esconder sua timidez ao receber um elogio daqueles.

À primeira vista, aquela era mais uma manhã típica na editora Fashion Reputation. Como todos os outros dias, Raquel havia chego, organizou suas coisas e foi para sala de Sérgio organizar a agenda dele, quando foi surpreendida pela visita inesperada de Tokio.

Murillo se sentia estranha, e rezava silenciosamente para que Tokio saísse dali o mais rápido possível. Algo na presença da menina a deixava desconfortável, não sabia como agir próximo a ela, e fazia um esforço sobre-humano para agir como se nada nunca tivesse acontecido. Não sabia se Sérgio havia contado à filha sobre o que passou entre eles, mas também não tentava a sorte. Se limitava a responder metodicamente cada indagação, sem passar muito tempo fazendo contato visual.

– Você leu os tabloides sobre você? – Por outro lado, Tokio parecia interessada até demais em suas respostas, e sem que Murillo percebesse, a filha de Marquina traçava uma teia de aranha, levando-a exatamente onde queria.

– Não, senhora. Não leio nada sobre coluna de fofocas! – Negou convicta.

– Pois deveria, você foi considerada uma das mulheres mais lindas da noite e por Deus até então ninguém sabia quem você era, agora Raquel Murillo é a cara da editora sem nem saber! As modelos sonham com esse destaque. – A euforia contida no timbre de Tokio despertou a curiosidade em Raquel, que fez uma nota mental de procurar sobre aquilo mais tarde. – E ainda, há quem diga que você é alguma esposa, noiva, ou namorada do meu pai. – Tokio mencionou o tópico de maneira natural e despretensiosa, como se literalmente não houvesse nenhum interesse por trás daquilo.

Raquel sentiu a garganta subitamente seca, o coração de repente disparou ao tempo em que a culpa pesava em sua mente. Precisava manter a calma, antes que colocasse tudo a perder.

– Verdade? – Entrando no jogo de Tokio, carregando uma postura e voz carregadas de deboche e cinismo, Raquel arregalou os olhos e fingiu surpresa, transmitindo uma autêntica incredulidade.

– Sim! Quando esclarecemos que você era a assistente pessoal dele, ninguém aceitou. – Com um sorriso travesso nos lábios e os olhinhos apertados em desconfiança, Tokio parecia encará-la como se tivesse certeza de que Raquel ocultava algo. Por outro lado, Murillo se sentia a beira de um precipício e a cada minuto estava mais próxima de uma síncope.

– Que besteira! Essa mídia inventa cada coisa... – Murillo respondeu com calma, numa tentativa falha de controlar aquele rebuliço de nervoso e ansiedade.

– Alguém se atreveu a dizer que meu pai era apaixonado por você, acredita?! E que até um cego poderia ver. Mas claro...ainda bem que nunca aconteceu nada, não passa de imaginação, certo? Digo, vocês são amigos apenas e não há nada-

Antes que a herdeira Marquina pudesse terminar sua sentença, uma voz grave e rouca reverberou pelo corredor principal, interrompendo-a. Quando Raquel percebeu de quem se tratava, liberou o ar contido em seus pulmões que sequer lembrava há quanto tempo estava prendendo.

Tokio.

– Papai! – Como uma criança pega no flagra, Tokio deu um pulo ao notar a presença de Sérgio. Com o coração acelerado, deu as costas para Raquel e correu em direção ao mesmo.

Raquel agradeceu mentalmente aquele meio-tempo, e tentou se recompor, deu um longo suspiro e tratou de certificar de que tudo estava bem. No entanto, algo lhe ocorreu: não sabia se era pior lidar com uma Tokio desconfiada, ou com um Sérgio imprevisível. Ela não tinha ideia de qual seria sua reação ao reencontrá-la, como deveriam agir ou se portar. Em silêncio, temia com a possibilidade de ele agir como se nada nunca tivesse acontecido entre os dois, e tal ideia já era o suficiente para abrir um buraco em seu coração.

Ao recobrar a consciência, tentou disfarçar o pequeno delay e voltou a trabalhar, mexendo em alguns papéis jogados na mesa como se nada tivesse acontecido.

Sérgio e Tokio estavam abraçados, e conversavam aleatoriedades enquanto caminhavam juntos até pararem frente a mesa de Raquel. A menina encaixava perfeitamente nos braços do Sérgio, e apesar de ser uma adulta independente, sempre seria a princesa do papai.

– O que faz aqui?

– Vim aqui pra te ver e papear com a Raquel. – Sorrindo travessa para o pai e acenando em direção a Murillo, Tokio resolveu que aquela seria uma boa hora para voltar a tocar no assunto. Os dois juntos no mesmo ambiente jamais conseguiriam manter as aparências por muito tempo.

– É mesmo?

Um pouco desconcertado, e sem saber muito bem como agir, pela primeira vez desde aquela tarde em que se separaram, o olhar de Sérgio caiu na figura de Raquel ao tempo em que a sensação como de um soco lhe atingia o estômago. O ar pareceu faltar por uma fração de segundos, ao notar o quanto ela estava linda. Ela era linda, o tempo todo, e lhe doía o coração pensar que por alguns dias ela havia sido sua. Dias que dali pra frente só ficariam gravados em sua memória.

O sorriso tímido escondia a sensação incerteza, porém nada poria apagar ou maquiar a dor que os olhos de Murillo carregavam. Por uma fração de segundos, eles se esqueceram da presença de Tokio e se permitiram perder um no outro.

Um pequeno lapso de memória os atingiu feito um raio, e de repente, a mente de ambos foi inundada por pequenos flashs de memórias. Raquel sorrindo após uma série de beijos, a luz da lua contra o peito desnudo de Sérgio. Nenhum dos dois sabia como seguir em frente após tantas lembranças construídas, alguns dias quiçá pesaram como anos. Não se tratava de tempo, mas de escolhas. Sérgio e Raquel haviam escolhido um ao outro, um emaranhado de sensações, segredos, promessas e acima de tudo, muito amor. Não sabiam como desatar aquele nó, mas era uma lição que precisavam aprender.

– Estávamos falando sobre Santorini. – Sérgio engoliu em seco ao ouvir as palavras de Tokio, e quase que de maneira automática seu olhar se voltou a Raquel, subitamente preocupado. Não com o que Tokio pudesse ter dito, mas porque sabia que aquele tópico em específico era sensível para os dois.

Raquel era uma pilha de nervos e expectativa. Ela sabia que Sérgio jamais admitiria à Tokio sobre o que realmente aconteceu, porém lá no fundo, dentro de si, uma parte aventureira e corajosa, desejava que ele pudesse admitir tudo. Sua imaginação, realmente, era muito fértil.

– É mesmo? E sobre o que especificamente conversaram? – Questionou Sérgio, tentando soar despretensioso, voltando o olhar a filha.

– Sobre o fato de a imprensa internacional especular que vocês são um casal.

– Uau! – Sérgio arregalou os olhos, fingindo surpresa. Não era como se ele não soubesse que esse tipo de comentário pudesse surgir, até mesmo pelas fotos no tapete vermelho. – Que loucura, não? – Alternando a mirada entre Tokio e Raquel, Marquina sorria de nervoso.

Numa falha tentativa de se distrair do assunto em curso, Raquel, com as mãos trêmulas, buscou o copo de água em sua mesa. Sentia a garganta seca como lixa, e precisava urgentemente se distrair.

– Qual é, né? Digo, você é você e a Raquel é a Raquel. Vocês trabalham juntos há tanto tempo é quase como se ela fosse da família. Pra mim é como se fosse, uma tia, sua irmã, minha irmã-

Aquilo foi o estopim, e tudo aconteceu muito rápido. 

Ao ouvir as palavras de Tokio, antes que Raquel pudesse perceber, a respiração saiu afobada pelo susto, e ela acabou engasgando-se com a água.

– Raquel! – Sérgio, nitidamente preocupado, desvencilhou-se de Tokio e foi até o encontro da secretária.

A loira continuava tossindo, tinha a incômoda falta de ar, e no fundo sabia que tudo aquilo seria cômico se não fosse trágico.

– Respira fundo, por favor. – Com a palma da mão nas costas de Murillo, Sérgio deixava ali uma delicada e sutil carícia, massageando para cima e para baixo.

Um de seus maiores dons, era o de trazer tranquilidade para Murillo, e naquela ocasião não foi diferente. Alguns minutos mais tarde, Raquel respirou fundo e conseguiu se acalmar.

– Pronto, tudo bem! – Assegurou, um tanto divertida. O rosto tinha uma leve tonalidade avermelhada pelo esforço – Perdão por interromper a conversa. – Com um olhar de culpa, e uma leve tosse, Raquel sorriu envergonhada para Sérgio.

– Tem certeza que está tudo bem? – Questionou Sérgio, não muito convencido.

– Uhum. – Com um lindo sorriso terno estampado nos lábios, Raquel agradeceu mais uma vez, com toda delicadeza do mundo. – Muito obrigada!

E ali. Bem ali. Por alguns instantes, Sérgio se perdeu nas pequenas linhas de expressão enfeitadas por uma leve camada de maquiagem. Quase se esqueceu do fato de não estarem sozinhos, até que um sutil limpar de garganta os trouxe novamente para o mundo real.

Raquel e Tokio se entreolharam, antes da menina alternar a mirada entre a secretária e o pai. Ambos pareciam crianças sendo pegas no flagra, enquanto a menina tinha as sobrancelhas arqueadas, e os braços cruzados sobre o peito, incapaz de esconder seu descontentamento e desconfiança com a cena.

– Tudo bem aí, Raquel? – O sarcasmo na voz de Tokio era quase palpável, e tudo ficou ainda mais evidente quando estreitou os olhos para Murillo.

No entanto, se recompondo do incidente, dando um passo pro lado e endireitando o terno que usava, Raquel rebateu com um sorriso debochado.

– Melhor impossível, obrigada, princesa! – Após uma piscadela sutil, pousou os olhos novamente em Sérgio. – Obrigada mais uma vez, Sérgio.

Com um leve aceno positivo, e mordendo o lado interno da bochecha para conter o riso, Sérgio, ainda sem entender muito bem o que estava acontecendo, virou-se para Tokio.

– Filha, você sabe o quanto eu te amo, mas preciso trabalhar e conversar com a Raquel.

Tokio não era boba, e sabia que aquilo não passava de uma desculpa esfarrapada para tirá-la dali.

– Pois fique à vontade. – Num leve manear de cabeça, deixando claro que não pretendia sair de onde estava, Tokio mais uma vez sorriu desconfiada, entreolhando o pai e Raquel.

– A sós. – A voz de Sérgio reverberou um pouco mais séria do que ele pretendia, porém foi o suficiente para Tokio saber que era a deixa de ir embora. Ela podia ser geniosa e petulante, mas quando se tratava de Sérgio, ela reconhecia seus limites.

– Ok, eu vou com uma condição!

– Qual?

– Almoça comigo hoje? – Desfazendo a expressão de insolente, Tokio abriu um sorriso largo e brilhante, típico da menina mimada que era.

– Claro, filha. Te encontro depois!

Saltitando em direção ao pai, já a alguns metros afastado de Raquel, Tokio lançou os braços sobre seu pescoço e lhe puxou para um abraço, mas não antes de sussurrar num fio de voz, apenas para que ele pudesse escutar.

– Essa conversa ainda não acabou.

Com um sorriso cínicos nos lábios e uma promessa de conversa pendente, Tokio se coloca nas pontas dos pés apenas para alcançar o rosto do pai e deixar um beijo estalado em sua bochecha.

– Beijo, Raquel, cuidado com a água na próxima vez! – Piscando debochada, e mandando um beijinho ar em direção a Raquel, Tokio dá as costas ao casal antes de sair caminhando em direção ao elevador.

Murillo não pôde evitar sorrir envergonhada, e acabou tombando a cabeça graciosamente para o lado, toda acanhada.

Um silêncio quase ensurdecedor pesou sobre o ambiente. Nenhum dos dois se atreveu a começar algum assunto ou a movimentar um só músculo.

Quando o elevador apitou, sinalizando que as portas já haviam se fechado, Raquel soltou uma lufada de ar. Por instinto, Sérgio deu um passo em sua direção, já aposto para confortá-la.

No entanto, no meio do caminho se deteve.

– O que aconteceu? Você está bem? – Havia uma pequena sombra de súplica em seus olhos, e apesar de cada mínima célula de seu corpo implorar silenciosamente por correr até ela, abraçá-la, beijá-la, e dizer o quanto a amava, ele sabia que precisava se conter em respeito as vontades de Raquel.

– Sim, estou bem. – Assegurou Raquel, ainda um pouco incerta. Quando alinhou as íris âmbar com olhos castanhos que a encaravam com tamanha intensidade, ela pensou que talvez fosse preferível a presença de Tokio entre eles, assim os demônios e vontades internas de ambos não entrariam em conflito. – É que...Tokio me pegou de surpresa.

– Está procurando algo, depois tiro isso da cabeça dela. – Deu de ombros, sorrindo sem muito ânimo.

De repente, aquele silêncio incômodo voltou a pesar entre eles. Qualquer resquício de divertimento pareceu evaporar pelo ar quando Sérgio e Raquel se entreolhavam, a dor era visceral, transbordavam saudade, mas não sabiam como agir.

Num lapso temporal, apenas por um deslize, Raquel desejou poder voltar ao tempo e recusar a viagem. Quiçá, tudo continuaria igual, eles ainda seriam amigos, e nunca haveriam cruzado a linha.

– Como está Santiago? – Disse Sérgio, tentando quebrar o gelo, porém em vão. Tudo parecia ainda mais estanho. Um pequeno buraco surgiu no coração de Sérgio ao se lembrar do bebê, e o quanto já sentia falta de daquela ternura. – A febre voltou?

– Não voltou, ele está bem. Obrigada! – Com o coração pulsando acelerado, Raquel afirmou com uma sensação uma falsa segurança. Não por Santiago, o menino estava ótimo, mas por não confiar em si mesma perto dele.

A verdade é que os dois estavam confusos, travados no mesmo dilema. Porém, enquanto Sérgio não fazia muito esforço para demonstrar que ainda se preocupava, Raquel se empenhava em não transparecer a real vontade que tinha de romper aquela distância e se perder nos lábios dele.

– E você, está bem? – E ela sabia que ele não estava se referindo ao episódio da água.

– Sim, e você? – A confiança de Raquel chegava a ser perturbadora, sobretudo para ele. De certa forma, era como se ela tivesse excluído de seu sistema, e tudo continuasse da maneira como sempre foi. E ainda que se recusasse a admitir, aquilo o machucava.

– Estou bem, a medida do possível. – Devolveu, dando de ombros. Raquel tentou não se sentir culpada, o peito queimava, implorando pela chance de extravasar um grito de amor contido na garganta. Mas ela não podia, ela sabia que não podia.

Sem jeito, Sérgio desviou o olhar para um ponto qualquer, perdido em seus próprios pensamentos. Ele só sabia que precisava sair dali.

– Bom, eu vou- – Um pouco atrapalhado, Sérgio não conseguiu terminar a frase, e apenas indicou o corredor de acesso a sua sala.

– Sim, a vontade.– Forçando um fraco sorriso, Raquel deu-lhe um leve aceno. – Se precisar de mim é só-

E dessa vez, Sérgio a interrompeu. Não queria mais sequer ouvir a voz dela.

– Claro! Obrigado, Murillo.

O sobrenome veio como um banho de água fria. E sem pensar duas vezes, Sérgio ajeitou a postura e saiu. Deu-lhe as costas a Raquel, sem que ela tivesse qualquer oportunidade de dizer algo.

A porta do escritório se abriu e fechou num forte estrondo.

Raquel mordeu os lábios com força, e respirou fundo, tentando controlar a vontade de chorar. Atordoada, sentindo as pernas vacilarem, deixou o corpo cair sobre a cadeira e ali permaneceu imóvel por 1 minuto. As memórias a açoitaram sem piedade, Sérgio parecia estar em tudo. Ele era tudo.

Cerrando os punhos e socando levemente a mesa numa falha tentativa de descontar sua frustração, Raquel não conseguiu mais conter o choro e logo as lágrimas começaram a rolar pelo rosto.

Desde quando havia entrado na sala, Sérgio mantinha o corpo encostado na porta. A cabeça tombada para trás, organizando os pensamentos, tentando se recompor.

Eles viram o fim, antes mesmo de começar. Amar Raquel era um jogo perdido, sua própria ruína, e sua única certeza era de que precisava acabar com aquele sentimento. Estava decidido de que voltariam a ser como antes, não como eram antes da viagem, mas como costumavam ser há 5 anos. Apenas chefe e secretária, estranhos, com os devidos limites.

No entanto, ele só não contava com o fato de que cedo ou tarde, a realidade bateria na porta.

Agora eles eram estranhos novamente, mas dessa vez, com memórias.

(fim de flashback)

~*~

“Filha?”

Raquel estava tão absorta em seus pensamentos, recordando tudo o que havia acontecido desde quando voltaram, que acabou se esquecendo que ainda estava em casa, conversando com Marivi, e provavelmente, muito atrasada pro trabalho.

“A- Oi!” Chacoalhando a cabeça, voltando ao mundo real, desceu a mirada até seu colo e percebeu que até mesmo Santiago continuava sentadinho em seu colo, brincando com a bolacha sobre a mesa. – Perdão, eu acabei me distraindo.

– Você ainda não me respondeu, como estão as coisas desde quando voltaram da Grécia! – Com as sobrancelhas arqueadas na direção da filha, Marivi tinha a leve sensação de que Raquel ainda lhe escondia algo.

– Não mudou nada, mamãe – Afirmou, convicta. – Desde quando voltamos nunca mais tocamos no assunto Grécia e sobre tudo o que aconteceu.

Duas semanas depois da viagem, Raquel por fim criou coragem para confessar a mãe sobre todos os eventos que sucederam. Marivi foi sincera, e disse que não precisava lhe contar nada, já que os olhares e gestos entre os dois naquela tarde os delataram. Havia optado por não interferir nas decisões da filha, mas deixou claro seu ponto de vista, de que aquela atitude de negar o sentimento e mantê-lo distante era uma autossabotagem, já que Sérgio não havia deixado dúvidas sobre o quanto havia se afeiçoado por Raquel. Logo, havia reciprocidade.

– Eu quero ver até onde chegarão com esse teatrinho. Vocês dois! – Cutucou Marivi, escondendo o sorriso atrás da xícara de café.

– Mãe, por favor. Não comece! – Revirando os olhos em desinteresse, Raquel se levantou com Santiago e o entregou aos braços da mãe. – Estou atrasada, ainda preciso me arrumar. Acho que ele fez xixi, pode trocá-lo por favor?

– Claro, filha. Me dê meu netinho. – Acomodando o menino no colo de Marivi, Raquel deixou um beijo estalado na bochecha de Santiago e outro no topo da cabeça de Marivi, antes de dar as costas, saindo rumo em direção ao seu quarto.

No entanto, ao chegar na entrada da cozinha, Marivi chamou sua atenção.

– Filha.

– Sim?

– Apesar de tudo o que aconteceu, você se esforça tanto pra manter esse homem longe...– Marivi se deteve por um instante, refletindo em suas próximas palavras – Já considerou a hipótese de, algum dia, ele realmente ir embora?

E pela primeira vez em 3 meses, o colar repousado em seu pescoço pareceu pesar uma tonelada. Ela nunca havia retirado a joia, parecia já fazer parte de si.

Raquel engoliu em seco, minimamente preocupada, enquanto tentava digerir as palavras de Marivi.

Jamais imaginou que algum dia Sérgio se envolveria com outra mulher que não fosse ela, e a simples hipótese fez o peito atrofiar de dor.

Jamais imaginou que algum dia ele pudesse, de fato, ir embora.

Após uma lufada de ar, Murillo deu maneio negativo em direção a mãe e seguiu seu caminho.

O que não é cuidado, se desgasta com o tempo. Até que um dia só reste a poeira, os vestígios do que um dia foi amor.

Dizem que boca de mãe é boca de Deus. O sexto sentido nunca falha. E naquela situação, não seria diferente.

Marivi apenas se encarregou de adverti-la e prepara-la para o evento que a aguardava no dia seguinte.


Notas Finais


ATENÇÃO, MUITA ATENÇÃO!
1 - sei que sempre peço feedback, mas dessa vez é necessário. como puderam perceber, mudei a narração de primeira pessoa para terceira, um olhar mais holístico da situação. no entanto, não tenho muito costume de escrever e narrar dessa maneira, sob minha visão, e temo que a qualidade da minha escrita tenha despencado. não sinto como se estivesse a mesma coisa, e isso me deixou um pouco receosa. enfim, dessa vez eu IMPLORO por deus que deixem aqui nos comentários suas opiniões sobre a narração dessa maneira e o que esperam para os próximos capítulos.
desde já agradeço, e deixo um cheiro no cangote de cada um!

2 - quero indicar pra vocês uma nova fanfic maravilhosa, de escritoras incrivelmente queridas e talentosas. todo mundo precisa conhecer o plano veneza! 💗 https://www.spiritfanfiction.com/historia/plano-veneza-22027409

por hoje é só! espero que tenham gostado e até a próxima.
com muito amor,
angel!


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