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História Do I Wanna Know!? - Norminah - Change Your Life


Escrita por: FarofeiraHansen

Notas do Autor


Hey Sweets 💙
Não desistam de mim!

Deixem me explicar primeiramente, sabe suicídio? Então, meu Wi-Fi tentou e deu certo, não aconselho. Mas pelo lado bom, é que praticamente me matei hoje tentando enviar esse capítulo, não foi fácil, mas não queria ficar sem atualizar até amanhã (embora já tenha passado da meia noite, ao menos aqui). Mas enfim, cá estou eu!

Enjoy 😊

Capítulo 12 - Change Your Life


Fanfic / Fanfiction Do I Wanna Know!? - Norminah - Change Your Life

Dinah Jane Point Of View 
Miami, Flórida, 8 de Abril de 2016. 

"Não adianta falar coisas bonitas se elas não forem sinceras." 

Os gestos são de regressão, que um tempo morto acentua. A energia se perde, as invejas aparecem, cada palavra de dor altera a razão. Humores instáveis, sentimentos pobres e frustrados, enchem a consciência. Saliência interiormente, os corpos são refúgios nas carícias, rendidos inodoros desde que eles cultivam sua semente. Um vazio permanente assombrará os restos.

Enterre todos os seus segredos na minha pele, desapareça com inocência e  me deixe com os meus pecados. O ar ao meu redor ainda me parece como uma gaiola, e o amor é só uma camuflagem para o que se assemelha a raiva novamente.

Então se você me ama, deixe-me ir, e corra para longe antes que eu perceba. Meu coração está triste demais para se importar, não posso destruir o que não existe. Me entregue para dentro do meu destino, se estou só, não posso odiar, eu não mereço ter você.

Meu sorriso foi tomado há muito tempo atrás, se eu posso mudar, eu espero que eu nunca saiba.

Eu ainda aperto suas cartas aos meus lábios, e a estimo em partes de mim, que saboreiam cada beijo, eu não poderia encarar uma vida sema luz, mas tudo isso foi dilacerado, me recusei a lutar.

Então poupe sua respiração, eu não ouvirei, eu acho que deixei isso muito claro. Você não poderia odiar o suficiente para amar.

Isso deveria ser o suficiente?

Bandido de sorrisos e corações, que um dia, por um descuido, o deixei quebrar. Meu próprio coração. Tive que perder a esperança para te deixar partir, então se quebre contra as minhas pedras e cuspa sua piedade na minha alma, você nunca precisou da ajuda de ninguém, você me vendeu para se salvar e eu não ouvirei a sua vergonha.

São todos iguais.

Anjos mentem para manter o controle, meu amor foi punido há muito tempo atrás, se você ainda se importa, não deixe que eu saiba. Se você ainda se importa, não deixe que eu saiba, apenas não quero lhe machucar.

Encobri meu rosto com ambas as mãos, tinha meus cotovelos sobre a mesa de vidro, e os lábios trêmulos, talvez o ar condicionado não estivesse me ajudando, mas o calor ainda conseguia se alastrar em meio a sensação térmica que estava relativamente equilibrada. A imagem daqueles lábios carnudos não saia da minha cabeça, o doce sabor e a forma em que seus olhos me encaravam com intensidade quando tinha sua testa colada a minha. 

Aquilo me levou ao delírio.

Embora que para ela, creio que não passe de uma memória em preto e braco, um flash rápido, talvez possa acreditar ser mentira. Mas estava bem guardada em minhas lembranças.

Devaneios frequentes a ponto de não ouvir a voz aveludada de Allyson soar, e lá estava ela. Sua roupa devidamente ajustada ao pequeno corpo, saia social que chegava próxima a seus joelhos, os saltos altos lhe davam um pouco mais de altura, que seria essencial, a blusa branca de gola em V, não era extravagante e nem chamativa, porém o suficiente para manter a pose onipotente de Ally. Seus formulários incontáveis em mãos, os cabelos levemente despojados, alguns fios soltos, e outros ainda se mantinham presos sobre sua cabeça.

Sinais de uma tarde corrida, e eu nem fazia ideia do tempo, estava tão pensativa, que as diversas assinaturas me afogaram em quantidades. Eu tinha que revisar, ler, escrever, assinar, publicar ou até mesmo repassar para novos arquivos.

Era demais para minha cabeça, mas tinha que me manter firme. 

:- Se não foi o furacão Katrina que passou por aqui, eu não sei o que foi. - Comentou a mais baixa enquanto se aproximava, minha mesa estava uma bagunça. 

Ri baixo elevando meus braços enquanto me espreguiçava, deixei um pequeno grunhido escapar. 

:- Minha cabeça não está trabalhando tão bem quanto meu corpo. - Ela assentiu silenciosamente enquanto recolhia as diversas pastas espalhadas, algumas até caídas no chão. 

Afastei a poltrona para poder me levantar, agachei-me recolhendo tudo que havia derrubado, lhe ajudando de alguma forma. Pude ouvir pequenos passos vindos em minha direção, o uniforme inconfundível, e o sorriso que tanto amava. Seth. 

Entreguei tudo a minha secretária, que apenas aguardava, deixando-a com os demais arquivos. 

:- Seth estava em êxtase, eu realmente não sei o que fazer. - Suspirou. - Você terá uma vídeo conferência em... - Fez uma pequena pausa para fitar seu relógio de pulso. - Cinco minutos. - Suspirou ajustando o material sobre seu antebraço. - Pois bem, posso levá-lo para outra sala ou... 

Lhe interrompi antes mesmo que prosseguisse com uma de suas ideias. 

:- Sem problemas, ele pode ficar aqui, creio que não terá nada inapropriado demais, talvez nem preste atenção. - Ri baixo me sentando novamente arrumando minha roupa, tinha que estar ao menos, apresentável, melhor dizendo. - Afinal, com quem irei tratar hoje? - Perguntei elevando meu olhar a Brooke.

Ela ajustou seus óculos de grau enquanto observava o pequeno que tinha sua atenção voltada a meu porta-lápis, como se fosse mais interessante que qualquer outra coisa.

Amava o fato de sempre gostar das coisas mais simples.

:- Até onde sei, não se informaram, como uma surpresa. - Voltou-se a mim. - Disseram que era gostar. - Sorriu de modo perverso.

Rolei os olhos rindo de sua audácia. 

:- Me erre, Brooke. - Ela jogou a cabeça para trás, gargalhando de modo extremamente contagiante. Tomei Seth em meu colo, sentado sobre minha coxa esquerda. - Enfim, acho que cumpri minha meta, atrasada dois minutos. - Ela riu baixo assentindo. 

Tomei o notebook, deixando-o a minha frente, a mesa devidamente limpa e arrumada aos conformes, deixei tudo pronto para inciar mais uma breve reunião, melhor dizendo. A menor havia se despedido, levando consigo os demais relatórios e arquivos, era como um verdadeiro anjo, às vezes me deixando duvidosa. 

Seth tinha sua cabeça encostada em meu peito enquanto se divertia em um jogo qualquer de meu celular, poderia ser precoce, mas a tão famosa desculpa, os olhos pidões, e as bochechas coradas, poderiam ser mais forte. 

Mentalmente me exaltava, reprendendo a meus pensamentos, seria a última vez que o deixaria faltar a escola, para simplesmente ter um momento comigo, embora, não fosse o lugar mais adequado naquele momento. 

Suspirei relaxando meus ombros enquanto tomava em mãos um copo de Whisky, algumas pedras de gelo para pairar o aroma em minhas narinas dilatadas pelo álcool ali presente, elevei até minha boca e em pequenos goles, deixei que o sabor invadisse minha boca, deixando a sensação de ardência tomar conta de minha garganta. 

Como amava aquilo. 

:- Que boa influência para seu filho, Jane. - Deixei que meus olhos pairassem sobre a tela do notebook, arregalando-os ao me deparar com a figura transmitida. 

Os mesmos cabelos, perdiam sua tonalidade, sem vida, tinham o mesmo corte fora de padrão, embora alinhados e organizados fio a fio, os lábios carnudos, a pele bronzeada, os olhos negros, os braços másculos e o sorriso de canto, milimetricamente posicionado em seus lábios. Por um segundo meu coração errou a batida, foi falho, ou talvez meu emocional tentando me pregar uma peça. 

Depois de tanto tempo...

Quando dei por mim o copo havia caído ao chão, manchando completamente meu carpete. 

:- Siope? - Perguntei incrédula, não queria gaguejar, tropeçar em meio a vogais e consoantes, até mesmo trocar sílabas, era possível.

Foi a única coisa capaz de sair de minha boca. 

:- Sentiu minha falta, querida? - Não pude deixar de perceber o soar de sua voz.

Estava mais maduro, mas provavelmente somente em seu físico. Sem os privilégios necessários, era realmente um cretino fantasiado de dotes masculinos capazes de confundir o cérebro de qualquer um.

Como um mascarado, fútil, digno de seus enigmas. 

:- O-o que faz aqui? - Relutei contra mim, me amaldiçoando mentalmente por gaguejar a sua frente. 

Já faz um tempo desde que fiquei sem palavras, irritada, sem reação e confusa. Eu não sabia que o amor machucava, sentindo o calor e a queimadura. Me empurrando e me puxando e agora minhas paredes caem, estão tremendo tanto, que o vidro da janela quebrou, meu coração em pedaços. 

Esse lugar está fora de controle.

Meu interior já não poderia mais suportar.

Costumava ser destemida.

:- Vim em busca do que é meu. - Respondeu simples arrumando a gola de sua blusa social, provavelmente encobrindo suas tatuagens, que com o passar do tempo, devem ter se multiplicado.

Encobrindo sua pele. 

Multiplicando-se como minhas cicatrizes.

:- Talvez esteja procurando no lugar errado. - Ele estreitou seus olhos sobre os meus, não hesitaria em desviar. 

Aquilo me deixava incomodada, sabia que estava em tempo real, conversando com uma tela, que sabe lá onde ele estaria nesse mesmo momento. Não havia algo concreto capaz de descrever meus sentimentos naquele momento. 

Quando eu acordo eu sentindo medo, como se alguém tenha tomado meu lugar.

Seth manteve sua atenção em meu celular, sem ao menos se importar com o seu redor, animado com os dedos ágeis sobre o aparelho, tinha um olhar baixo, um expressão indecifrável e uma imaginação fértil. Quando notei os olhos de Somers sobre o menor, por um grande impulso o apertei contra meu corpo, como quem transmite segurança, deixando-o com uma expressão aparentemente...

Confusa. 

:- Miami aparentemente não parece tão distante como antigamente. - Comentou observando atento aos atos do menor. 

Respirei fundo, tentando me controlar. Não poderia me exaltar na frente de meu filho.

:- Não subestime as mudanças de estações. - Lhe respondi. 

O silêncio pairou quando o olhar do mais velho esteve através da tela, assentia a algo que eu nem ao menos me coloquei a disposição para descobrir o real motivo. 

:- Mama... - Abaixei meu olhar parar encarar os olhos do pequeno. - Aclabou... - Resmungou tristonho se referindo a bateria do celular.

Malditos aparelhos, consomem mais energias que Seth em uma manhã de sábado ensolarado. 

:- Logo voltaremos para casa, e poderá usá-lo, okay? - Perguntei e ele logo afirmou. 

Seus olhos caíram sobre a tela do notebook, onde Siope o encarava como se fosse de extrema necessidade tal contato visual, e bem conseguiu o que desejava. 

:- Hey, pequeno. - Ele mordeu o interior de suas bochechas, uma mania um tanto quanto simultânea. 

Ele acenou brevemente para meu filho, que o fitava confuso. Ergueu seu olhar a mim, calado em completo silêncio e novamente encarou Siope, com o cenho franzido. 

:- Seth... - Murmurou baixo. - Meu nome é Seth. - Encolheu seus ombros.

Timidez. 

Ele sorriu de canto ao ouvir tais palavras vindas de meu pequeno, arrumou a gravata e encostou suas costas na poltrona na qual sentava, provavelmente cuidando de suas financias. Respirei fundo de modo audível, tomando atenção de ambos.

:- Seu nome é muito bonito, Seth. - Sorriu amigável.

Cafajeste.

Adora chantagens. 

O menor retribuiu aos sorrisos, tão parecido ao meu. 

:- Quem é você, moço? - Perguntou um tanto quanto curioso.

Era visível a forma na qual unia suas pequenas mãos em frente ao corpo, balançava os pés suspensos ao meu colo e mordia suas bochechas internamente. Um misto de curiosidade e nervosismo.

Conheceria todas suas manias a quilômetros de distância.

Repreendi o moreno, como se o fuzilasse com os olhos. Me encarou rapidamente entre suspiros voltando sua atenção aos brilhantes olhos do garoto ao meu colo. 

:- Sou um amigo de sua mãe. - Murmurou e sorri de canto. 

Seria deplorável dizer-lhe ser seu pai, aquele que tanto evitei falar em sua presença, desconversando sempre que opinava sobre o mesmo. Ele veio a este mundo talvez por descuido, talvez por amor ou por brincadeira, mas jamais, o trataria como um erro de ambos os lados.

Era um erro nosso, Seth foi apenas um pequeno e frágil fruto disso.

Um homem já comprometido, e eu, apenas outra mãe solteira. Seth o inocente fruto proibido, filho de uma mãe capaz de testar-lhe das melhores formas de mantê-lo longe daquele que estragou seu passado, causando-lhe problemas no futuro, seu pai? Aclamava aos céus para que jamais o encontrasse. 

O universo sempre irá nos testar como se procurasse por alguém capaz de superá-lo. Ou estamos mortos, tentando aprender a criar uma realidade decente, que possamos suportar e enfim, nasceremos. 

Em um mundo de mentiras a verdade sufoca o coração.

Quando você se torna mãe inesperadamente, você começa a viver um novo mundo. Isso assusta porque apesar de um filho sempre trazer muitas coisas boas com a sua chegada, você não tinha planejado e se preparado para ser mãe naquele momento. Comigo foi exatamente assim: um grande susto mudou completamente os meus planos e a minha vida.

Foi aí que a minha jornada como mãe solteira começou de verdade. Posso dizer que essa não foi uma das tarefas mais fáceis que vivenciei, mas com o tempo, fui me adaptando à situação.

E hoje percebo que foi o melhor que pude fazer por nós dois. 

Saí do pequeno transe quando ouvi o pigarreio vindo do moreno de vestimentas sociais. Respirei fundo o encarando calada por poucos momentos, antes de me acomodar sobre a poltrona de couro. 

:- Podemos conversar? - Perguntou mordendo a carne de seu lábio inferior.

Malditas manias, porque reparava tanto!? 

O mundo já está ruim com essas pessoas que demonstram, não quero estar viva para ver o dia em que elas se esconderem e apodrecerem por dentro. O mundo só evoluiu por existiram pessoas que expuseram a alma, e essas sim serão lembradas e amadas, queria ser uma delas, quem sabe um dia. 

Amor não é algo à toa que vem do nada, ele tem um preço. 

:- Não temos nada a tratar. - Respondi ríspida. 

Pude ouvir seu suspiro. 

:- Me dê mais uma chance, prometo não lhe decepcionar. - Encarou-me com o mesmo olhar de Seth, ao lhe negar sorvete antes do jantar. 

Aquele olhar pidão.

:- Não Siope, acabou, não tem mais brigas e nem lágrimas. - Ditei. - Não tem mais decepção ou alguma esperança, não existe, não se iluda, por favor, eu quero distância. 

:- Dinah, você não faz ideia do que vem acontecendo nesses últimos anos. - Entreabria seus lábios para contestar mais uma de suas chantagens e opiniões sobre mim, tentando me convencer. 

:- Você é muito hipócrita mesmo, fazem quase quatro anos, e nem se quer acrescento os meses de gestação, você me abandonou com meu filho no ventre, e agora quer perdão!? -Perguntei de modo aveludado, como a maré em calmaria.

Não me exaltaria, não agora. 

:- Será que poderíamos conversar sem nos atacarmos? Eu sei de meus erros e os afirmo, você tem razão, mas pelo menos uma única vez. - Juntou as mãos em frente ao rosto, como se quem pedisse algo aos céus.

Neguei levemente com a cabeça. 

:- Não estou lhe atacando, você simplesmente jogou na minha cara que o erro foi meu em simplesmente não cuidar de meu corpo como necessário, eu te odeio com todas as minhas forças! - Elevei meu tom de voz, já sentindo meus olhos marejarem.

De raiva.

:- Dinah... - Suspirou.

:- Apesar de tudo, esqueça, eu não voltarei mais. - Balançava a cabeça em discordância, como uma culpada em frente a um policial. - Eu não volto para os seus braços, dizendo que sinto sua falta e te quero de novo, eu mudei. - Deixei que as lágrimas caíssem, Seth observava atento, perguntando-me o que estava acontecendo, deixei-o sem respostas. - Não voltarei a falar com você, fingindo que nada aconteceu, não voltarei a fingir que me importo com esse seu jeito, que hoje tanto tento exterminar de minha vida, eu não volto a acreditar nas suas palavras. 

:- Eu só preciso de uma chance! - Gesticulou com as mãos enquanto procurava por motivos, tinhas seus olhos perdidos no grande nada. 

:- Eu não volto para você! 

:- Mas eu preciso de você! - Encolhi meus ombros. - Podemos criar nosso filho como uma família normal, ele sente falta de uma figura paterna e eu sei muito bem disso. - Solucei baixo fechando meus olhos. - Uma única chance. 

:- Não resta nada de tudo que éramos ou o que tínhamos. - Encarei a tela na qual me dava a visão clara de seu rosto de traços similares aos meus. - Na época eu jamais me imaginaria dizendo essas palavras, muito menos para você, nunca pensei que o fim seria desse jeito. - Elevei uma das mãos ao rosto, tentando limpar algumas lágrimas com as pontas gélidas de meus dedos. - Foi difícil dizer adeus e deixar tudo que restou, é difícil dizer que tudo que passamos é simplesmente passado, nada a mais. Não abra a porta para ele, não o quero de volta. 

Suspirei abaixando meu olhar relaxando meus ombros, por mais tensa que estivesse.

:- Seth tem esse direito... - O menor encarou a tela um tanto quanto confuso. 

Encobri os ouvidos de meu filho, ele não merecia e muito menos tinha que ouvir certas coisas, embora não ajudasse muito. 

:- Eu prometi a mim mesma seguir em frente, eu estou seguindo, e não quebrarei minhas promessa. Eu tentei me recompor da falta que você me fazia, nada mudaria, apesar de que hoje tudo está diferente. - Respirei fundo, soltando breves lufadas de ar. - Nunca fomos feitos um para o outro, nunca iremos ser, nossas medidas são erradas, e mesmo sabendo que a minha boca se encaixa perfeitamente a sua, eu não tenho um encaixe perfeito em você. 

:- Mas você tem, no mesmo momento que não tem. - Disse simples e afirmei. 

:- Nós nunca vamos pertencer completamente um ao outro. - Abaixei meu tom de voz, quase como um sussurro. 

:- Seth pode ser a salvação de meus e seus sentimentos. 

:- Sentimentos não são uma questão de escolha. - Completei. 

:- Podemos criar o impossível. - Pisquei algumas vezes tentando absorver tais palavras.

Ele realmente havia dito aquilo!? 

:- Eu não quero ficar no mesmo meio termo de ir ou ficar, sempre seremos desse jeito errado e torto, eu quero lhe dizer, que digo isso para que entenda que acabou. 

:- Mas você me disse não ser perfeita.

:- Você acreditou.

:- Eu acredito, todos sabemos disso. 

Neguei maneando lentamente em um sinal com a cabeça. 

:- Eu cansei, simplesmente cansei. - Seth elevou seu olhar a mim enquanto remexia-se em meu colo a procura de mais conforto. -

Cansei das noites em claro na qual passava pensando em você, passar horas discutindo por você, de continuar voltando para esse ciclo vicioso entre nós. 

:- Cansou de mim. 

:- Cansei. - Reprimi meus lábios deixando algumas lágrimas já acumuladas caírem. - Cansei mais ainda em repetir todos os dias, que não quero mais esse remoto passado para mim, muito menos para Seth.

:- Seth tem esse direito. - Repetiu.

O menor sem esforços espalmou sua pequena mão sobre minha bochecha, retirando qualquer vestígio de lágrimas, podendo assim beijar a região marcada em vermelho rubro. 

:- Não chore mama, Seth divide o sorvete... - Respondeu baixinho me fazendo sorrir de modo extremamente fraco.

Se pudesse, jamais deixaria a criança que existe dentro de mim, desaparecer, porque um pouco de inocência é bom às vezes, um sorriso bobo é bom quase sempre, um tanto de felicidade é essencial sempre. A criança sorridente padece frente ao miserável e inescrupuloso pai. A criança inocente não sabia o quanto de maldade existe no homem. 

A  inocência que advém de uma profunda experiência de vida é semelhante à de uma criança, sem ser infantil. A inocência das crianças é bela, mas ignorante. Ela será substituída por desconfiança e dúvida à medida que for crescendo e aprendendo que o mundo pode ser um lugar perigoso e ameaçador. 

Afirmei deixando um pequeno beijo na ponta de seu nariz, muitos admiravam nossa interação. 

:- Desculpe-me Siope, mas não será possível. - Engoliu em seco. - Cansei de idas e voltas, sempre com a mesma notícia. Eu preciso de algo estável, de algo concreto e sólido, assim como você. - Suspirei. - Cá entre nós. - Ri sarcástica em meio a poucas lágrimas ainda presentes em minha visão turva. - Você não é nada disso, eu te amei com todas as minhas forças possíveis, mas acabou. 

Você não escolhe sentir dor, mas escolhe se vai continuar sofrendo. 

O problema é não conseguir achar alguém que tenha os mesmos valores que você tem, acredito que cada um de nós é único, só que essa frase se refere ao respeito, confiança, fidelidade enfim amor ao próximo. Ás vezes eu penso muito no sentido dessa frase, está cada vez mais difícil encontrar coisas verdadeiras e duradouras, porque as pessoas evitam as dificuldades, consequentemente acontece a desistência, muito fácil eu dizer que gostaria de ficar com alguém como eu mesma, difícil é me colocar no lugar do outro, nem todos conseguem ter a mesma visão, as vezes porque estão em ângulos diferentes outras vezes porque simplesmente não querem, essa frase é muito mais que só uma frase, é reflexão.

:- O melhor pedido de desculpas é a mudança de comportamento. - Disse ele após minutos de silêncio.

Silêncio aquele que agradecia de joelhos. 

Elevei meu olhar ao seu, desacreditada de suas palavras. 

:- Está insunuando que deveria mudar? - Apontei em sua direção.

Ele sorriu sacana, revirei meus olhos. 

:- Você deve mudar! - Silabou como com quem quisesse tomar minha paciência.  

Fechei meus punhos respirando fundo.

Uma

Duas

Três vezes. 

:- MUDAR É O CARALHO, ESPEREI PARA QUE VOCÊ PERCEBESSE QUE ME PERDIA AOS POUCOS, ESPERANDO PERCEBER QUE NADA SERIA COMO ANTES, É TARDE DEMAIS, EU HAVIA ME PERDIDO! - Gritei, não era minha intenção no momento, pude perceber o modo assustado no qual Seth observava-me. Bati meu punho conha a mesa de vidro, tal força capaz de me doer nos nervos. - EU NÃO MUDAREI POR VOCÊ, EU NÃO MUDAREI PELA VIDA QUE QUER SEGUIR, MUDAREI POR MIM, PELA MINHA VIDA E DO MEU FILHO, MEU FILHO! - Exaltei-me mais ainda.

Se é que fosse possível, naquele momento pedia a Deus que o material no qual constituía a sala, fosse firme o suficiente para abafar boa parte de meus gritos e socos contra a mesa.

Turbulentos quanto minhas lágrimas. 

:- Mude sua vida, ou então resolveremos isso pessoalmente. - Seth apoiou sua cabeça em meu peito e lhe aconcheguei em meus braços, sussurrando algo para lhe acalmar. - Nos veremos logo, Dih, e espero que tenha paciência o suficiente para não ter mais esse pequeno projeto em seus braços. 

Arregalei meus olhos o encarando boquiaberta.

:- Você...Não! - Ditei alto o suficiente, para que Seth desse um pulo em meu colo, ele já estava tenso como anteriormente, me culpava mentalmente pela cena presenciada. 

Lutei contra mim mesma, na esperança de conter um soluço, que ousou em ecoar, alto para ser perceptível a ambos, encolhi meus ombros dando lugar ao choro, apertando seu pequeno corpo contra o meu.

Precisava protegê-lo. 

:- Até logo, Jane. - Encerrou sem menos a vídeo chamada. 

Queria apenas mais um dia tranquilo de trabalho, isso jamais pude ter naquela tarde. 

Eu capturo meu reflexo, depois jogo o espelho ao chão, minha imagem estava distorcida, gritando entre reflexos e fumaças: 'Será que ainda vale a pena!?' 

Não, não, não.

Eu estou assustada das coisas que eles podem me fazer passar?

Isso me faz querer esconder meu eu interior?

Você não é a única, então deixe que eles critiquem, você é intocável quando percebe.

Mude, mude a sua vida, leve tudo. Vamos ficar juntos, sabemos que vamos passar por tudo, você vai usar isso para tornar-se o que você sempre soube.

Meu corpo começa a tremer, como se ninguém quisesse saber meu nome, apenas outros sentimentos sutis. Mas ninguém que se importe com a dor, eles podem chicotear, derrubar, fazer-me cair de lado...

Mas nunca vão chegar ao coração dentro de mim, dentro de você. 

Você não é a única, então deixe que eles critiquem , você é intocável quando percebe

Você tem o direito de mostrar ao mundo, algo nunca visto, queremos ouvir você gritar, você não está sozinha.

Mude, mude a sua vida, leve tudo

Você vai usar isso para tornar-se o que você sempre soube.

'' A graça da vida é não ser perfeita. E devemos fazer dela a mais bela imperfeição. " 

 


Notas Finais


Então, o que acharam, bae!? 💕

Espero que tenham gostado.

Recordam de quando comentei em começar uma nova fanfic!? Resolvi colocar em prática, caso queiram ler, deixarei o link, espero não decepcionar.

°https://spiritfanfics.com/historia/behind-the-brown-eyes--norminah-7272370

XoXo 💙💜


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