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História Do outro lado! - A Viagem


Escrita por: Linn-Chan

Notas do Autor


Para aqueles que escrevem fics pelo celular: Super respeito vocês...... Caramba, como é trabalhoso.
Boa leitura ;)

Capítulo 6 - A Viagem


Os dias foram passando e eu continuava a cuidar do Kapp ou, como eu o chamo agora, Cas.  

Era como cuidar de um bebê. Eu tinha que o alimentar, brincar com ele, dar banho, faze-lo dormir. Para falar a verdade, até que eu gostava. Cas não incomodava. 

O único ponto negativo era o cheiro. Não importava quantas vezes eu dava banho nele, em menos de uma hora o cheiro voltava. 

Nessa semana que passou, pude conhecer melhor todo mundo. 

Shisui não parava de me chamar de "Naru" e dar em cima de mim, eu desisti de pedir para ele parar no terceiro dia; Kurama estava começando a aceitar a fato de eu ser um faeliano e está pegando um pouco menos no meu pé; Kakashi, é muito quieto, eu não sei bem como conversar com ele; Iruka, bom, estou cada vez mais convencido de que ele tem uma queda pelo Kakashi, que por sua vez, nem percebe.  

Ino é uma mulher doce e inteligente, que adora livros e fala demais, as vezes; Tsunade é durona e mal-humorada, mas tem um bom coração, ela realmente se importa com o povo de Eldarya; Quanto a Tenten, ela é uma garota um tanto desajeitada, mas é agradável, embora, tenha algo estranho nela... só não sei dizer o que.   

Minha missão seria em dois dias e, pelo que Tsunade disse, a única coisa que faltava era a pessoa que iria me acompanhar... Que já estava atrasado. 

Agora, Cas estava dormindo na enfermaria e eu estava passeando no jardim, distraída, quando esbarrei em alguém. 

-Ei! Cuidado! Preste atenção por onde anda. - Reclamou o desconhecido.

-Digo o mesmo para você. 

-O que? Você sabe com quem está falando? - Disse irritado 

Olhei para o garoto na minha frente. Ele tem cabelos loiros amarrados em um rabo de cavalo e olhos dourados brilhantes; orelhas e uma cauda de lobo cinzento. Sua roupa é composta por uma parte superior roxa com guarnição de cobre, uma calça assimétrica com o cobre subindo as bordas para o meio da coxa direita, sandálias roxas com uma pedra de cor clara e uma espécie de cachecol de pele azul com uma estampa de leopardo. 

Quem é essa figura? Pensei. E, como se lesse a minha mente, Shisui, que estava ao lado dele, respondeu.

-Um pretensioso que está atrasado para apresentar o relatório da missão... outra vez. 

-Shi-Shisui. - Disse o garoto, um pouco nervoso. 

-Vocês se conhecem? - Perguntei, curioso. 

-Sim, Nawaki é um dos mais jovens membros da Guarda de Eel.  

-O mais jovem. - Corrigiu o garoto. 

-Ah, entendi. E você faz parte de qual guarda? 

-Da minha/ Da dele. - Responderam ao mesmo tempo, irritados. 

-Certo... 

-Você é o novato, não é mesmo? 

-Exatamente. 

-Humano? 

-Digamos que uma parte, sim. - Respondeu Shisui. - O que você estava fazendo? Era para ter voltado da missão ontem de manhã! - Perguntou ao garoto.

-A missão demorou mais do que o previsto, ok? 

-Você se dispersou? 

-Não, eu explorei várias opções. É diferente. 

-Você só gosta de perder tempo... 

-Oh, falou o cara que passa seu tempo correndo atrás de um rabo-de-saia ao invés de completar as missões... Você não pode falar de mim. 

-Ei, Shisui, quando a pessoa que vai me acompanhar na minha missão vai chegar. - Perguntei, quando eles fizerem uma pausa em sua discussão.

Shisui olhou para mim estranho e arqueou a sobrancelha. 

-Ainda não entendeu? 

-Entendi o que? 

-Ele ja chegou. 

-Hum...? - Pisquei os olhos e olhei para Nawaki. -Oh... é você. - Desviei os olhos, corando. 

-Sim. E você é...? 

-Desculpe, eu não me apresentei... Eu sou Naruto. 

Depois dessa rápida introdução, cada um seguiu seu caminho. 

  

*** 

 

Nas vésperas da missão, eu estava indo para o meu quarto quando vi Obito saindo do que eu presumi, ser o dele. 

-Olha só quem está aqui. 

-Obito. Já faz algum tempo que não nos vemos... 

-Sim, eu andei bastante ocupado... 

-Com a investigação do black dog? 

-Exatamente. 

-E está avançando? 

-Hum... não muito, na verdade.  

-Ao menos você tentou. 

-Sim... Soube que você vai viajar amanhã... 

-Sim, com o Nawaki. 

-Oh, eu espero que tudo dê certo. 

-Eu também! De qualquer forma, fiquei feliz em vê-lo antes de partir. 

-Eu também.  

Nos despedimos e eu fui para o meu quarto, dormir. Teria que acordar cedo na manhã seguinte e encarar uma longa viagem de barco. 

 

*** 

 

Acordei quando os primeiros raios de sol bateram no meu rosto. Levantei, fiz minhas higienes matinais, me vesti, desta vez com o casaco também, e tranquei a porta do quarto depois que sai. 

Fui até a enfermaria buscar Cas e depois segui em direção a sala do cristal, onde Tsunade estaria. 

Ao chegar, vi que os rapazes e Ino também estavam lá. 

-O que vocês estão fazendo aqui? 

-Nós viemos te dizer até logo. - Disse Ino, sorrindo. 

Vendo eles assim, todos juntos, me fez pensar que eu estava indo para uma viagem sem volta. 

-Tsunade me pediu para preparar alguns medicamentos e pomadas, caso necessário. - Disse Kurama. 

-E eu -Disse Kakashi. - Afiei o punhal do Nawaki, já que você ainda não tem armas. 

Shisui estava quieto, olhando para o lado. 

-Shisui? 

-... 

-O que foi? 

Ele veio até mim e beijou minha mão. 

-Volte... inteiro, ok? - Pediu, olhando para baixo. 

-Oh...ah...é... Claro que sim, que pergunta.   

Eu não esperava por isso e, olhando em volta, e vendo a reação dos outros, acho que ninguém esperava. 

-Acabaram? Não é como se ele não fosse voltar. - Tsunade fez um movimento de mão, querendo dizer "desapareçam" e todos obedeceram sem pensar duas vezes. - Kore e eu vamos te escoltar até o barco... Nawaki já está lá. 

Tsunade e Kore saíram e eu os segui, com Cas nos braços. 

Nós atravessamos todo o quartel general e andamos até as falésias. Tinha um pequeno caminho com uma escada de pedras que dava na praia. Chegando lá, pegamos uma canoa e fomos até o barco. 

Desembarcamos no barco e Tsunade e Iruka, que já estava lá, explicou mais algumas coisas. 

-Bem, é só isso. - Disse Tsunade. - Nawaki, você vai se lembrar do nosso combinado? 

-Hummm, sim. 

-Nós vamos voltar então. Iruka, Kore, sigam-me. 

-Boa viagem, Naruto... Nawaki, não o atrase. - Disse Iruka. 

-O que? Mais... 

-Voltar. Vivos. - Disse Kore, quase chorando. 

-Pode deixar, grandão.  

Eles deixaram o navio e eu fiquei sozinho com  Nawaki,  Cas e o imenso oceano a nossa frente. 

Impossível desistir, impossível voltar atrás. A viagem estava começando. 

  

*** 

 

A maldita viagem parecia interminável quando enfim chegamos a ilha dos kappas. Nós atracamos e escondemos o barco perto de um matagal que se encontrava longe da praia. 

Nós pegamos a canoa e fomos até a praia, de lá, entramos na floresta e seguimos em direção a vilarejo dos Kappas. 

Olhei em volta. Havia várias estátuas no caminho, que me lembravam Jabba, o Hutt e as arvores eram enormes... Era como se o Han Solo tivesse entrado na toca do coelho e agora estava no país das maravilhas. 

Chegamos do lado de fora do vilarejo, onde fomos recebidos por uma tartaruga falante de quase dois metros de altura. 

 Conversamos um pouco e descobrimos que Cas, assim como algumas outras crianças Kappas, haviam sido sequestradas a algumas semanas.  

Depois de trocar amabilidades e algumas informações, devolvemos Cas para eles, nos despedimos e voltamos para ilha. 

-É uma pena que não possamos ficar mais tempo. 

-Nós voltaremos um dia, eu tenho certeza, não fique triste... você vai rever sua bolinha fedida. - Disse Nawaki, tentando me animar.  

-Obrigado, Nawa... - Agradeci. Depois de dias preso em um navio com alguém, você pega alguma intimidade.  - Vêm, vamos para o bar... 

-...co... 

-Mais o que? 

-ONDE ESTÁ O BARCO!?  -Gritou Nawaki, em pânico. 

Nós procuramos o tal barco por mais de uma hora... Tínhamos certeza de que jogamos a ancora, então ele não foi levado pelo mar. Não havia pegadas na praia, nenhum sinal de roubo do barco ou da canoa. 

Tudo havia simplesmente desaparecido. 

-Como faremos para voltar? - Perguntei, tentando permanecer calmo. 

-Eu não tenho ideia. Eu...não... NÃO! NÃO! NÃO! - Nawaki, por outro lado, estava entrando em pânico. - Droga! Droga! DROGA! 

-Ei, acalme-se. Eu estou tão assustado quanto você, mas entrar em pânico não ajuda em nada. 

-Você não está entendendo... Meu kit de orientação! Perdido! 

Droga, estava no barco. Maravilha, estamos presos em uma ilha, sem comida, sem um mapa, sem uma bussola... sem saída. 

-Eu investi todas as minhas economias nele... Caramba! Eu estou arruinado! - Disse melancólico, enquanto se sentava na areia da praia. 

-... VOCÊ ESTÁ BRINCANDO COMIGO? Estamos presos aqui e você está preocupado com o dinheiro que você perdeu? - Perguntei, furioso. 

-Aaah... Ok, certo, tem razão. - Disse Nawaki, um pouco envergonhado. 

-Então, teremos que esperar quanto tempo até que a guarda nos enviem reforços? - Perguntei um pouco mais composto. 

-Você acha mesmo que eles vão enviar ajuda? 

-Bom... isso me parece lógico. 

-Você precisar parar de viver no mundo dos panalulus. A vida não é feita de algodão doce. 

-Ah, é? Eu jurava que sim!  

Ele olhou para cima e suspirou. 

-Ótimo, Kurama 2.0 - Disse baixinho. - Acredite ou não, ninguém virá nos socorrer. 

-Só pode ser brincadeira... E o que vamos fazer então? 

-Nós vamos ter que nos virar para voltar... Eu só não sei como. Vou voltar ao vilarejo e informar o vovô-Kappa. Talvez ele saiba de alguma coisa.  

-Ok! Vamos lá. 

-Hum, ele não vai deixar você entrar no vilarejo. É melhor você ficar por aqui... 

-Mas... - Ele saiu antes que eu tivesse a chance de protestar.  

Resolvi explorar um pouco mais os recantos dessa praia para, quem sabe, achar alguma pista sobre o "desaparecimento" do barco. 

Eu encontrei um pedaço de corda no lugar onde tínhamos deixado o barco e pelas marcar, ela parecia ter sido cortada.  

-Estranho... - Murmurei para mim mesmo. - Isso não estava aqui antes... Nawaki precisa ver isso. 

Dei mais uma volta pela praia, mas não encontrei mais nada. Voltei para o lugar onde Nawaki e eu havíamos nos separados e vi que ele ainda não tinha voltado, então sentei em uma pedra e esperei. 

Nawaki estava demorando para voltar, então resolvi ir atrás dele. 

Chegando no vilarejo, pude ouvir a voz do Nawaki... e ele parecia irritado. 

-Não, fala sério, você não pode nos ajudar? Não tem ninguém nesse vilarejo que tenha visto alguma coisa? 

Ele não tem um pingo de tato. 

-Eu creio que nós não podemos ser úteis. 

 -Por favor, vovô. 

O Kappa me pareia estar tão irritado que eu não tive como não intervir. 

-Senhor... Perdão por me intrometer dessa forma na conversa de vocês. É que nós estamos totalmente desesperados com a... - Parei de falar quando notei o Kappa me fuzilando com o olhar. 

-Naruto...  Eu disse para você ficar na praia. - Disse Nawaki, irritado. 

-Mas você estava demorando demais. 

-Vamos sair do vilarejo. - O Kappa, que antes parecia tão gentil, agora está frio como gelo. 

Seguimos o ancião para fora do vilarejo. Ele parecia mais calmo agora. 

-Eu não sei mais como ajudar vocês, crianças. - E ele partiu, sem dizer mais nenhuma palavra... 

-Você poderia ter me escutado! 

-O que? 

-Eu te disse para ficar na praia... Ou pelo menos fora do vilarejo. Tinha um motivo para isso. Por sua culpa ele não quis nos ajudar. 

-Por culpa minha ou por culpa da sua insolência? 

-Minha insolência? Do que você está falando? 

-Você fica chamando ele de "vovô" o tempo todo... 

-E qual o problema? Ele é velho e é carinhoso chamar ele de "vovô". 

-Mas não é respeitoso. 

-Pfff, que seja. 

Resolvi deixar o jogo de  "de quem é a culpa"  para lá e mostrei o pedaço de corda que encontrei na praia para o Nawaki. 

-Aqui, eu encontrei a corda com que amarramos o barco. 

Ele pegou o pedaço de corda e olhou atentamente. 

-Foi cortado com uma lâmina muito fina. Isso não é trabalho de um Kappa, não deve ter sido eles. Agora já sabemos também que não foi a correnteza que levou o nosso barco. 

-Foi o que eu pensei também. O que vamos fazer agora? 

-Boa pergunta... Eu estou tão perdido quanto você. Se eu pudesse pelo menos enviar o Crow até a Tsunade... 

-Crow? 

-Meu mascote. 

-Eu não o vi durante a missão. 

-Eu o envie para uma missão de reconhecimento na ilha, antes de chegarmos. 

-Oh, certo. E quando ele volta? 

-Ééé... eu não sei. 

-Você não sabe quando o SEU mascote voltará da missão? - Perguntei incrédulo 

-Não. Além disso, ele sempre se atrasa.  

Tal mestre, tal mascote.  

Minha mãe sempre diz que os animais de estimação são parecidos com seus donos... Pelo visto, ela estava certa. 

-Temos que esperar o Crow voltar, o que pode ser em duas horas, ou dois dias... Quem sabe. 

-Hunf... E o que fazemos até lá? Precisamos de comida e um lugar para dormir. Eu tenho certeza de que os Kappas não vão nos dar um abrigo. 

-Não podemos contar com eles, pode ter certeza. 

-Ótimo, então vamos ter que acampar no meio do mato? Eu odeio acampar. - Lamentei. 

-Não é como se tivéssemos escolha. Vamos precisar de comida. Eu vou voltar ao vilarejo e tentar convence-los a nos ajudar. Enquanto isso, procure algo para comer na floresta. 

-Pensei que a comida de Eldarya não era comestível. - Disse, confuso. 

-É comestível, só não é nutritivo. Será como comer ar, mas vai servir para enganar o estomago, por enquanto. 

-Efeito placebo, então? 

-Isso mesmo. - Nawaki foi em direção ao vilarejo e eu fui procurar comida.

Não havia quase nada na floresta, mas encontrei algo semelhante ao broto de bambu do meu mundo e alguns cogumelos.  Não sabia se era comestível ou não, teria que perguntar ao Nawaki. 

Fui atrás do lobo e o vi encostado em uma arvore, do lado de fora do vilarejo.  

-Ei! Conseguiu falar com os Kappas? 

-Ainda não, eles estão ocupados. Eu tenho que esperar uma audiência com o "grande concelho" deles. Aposto que vou esperar por nada. 

-Tenho certeza de que eles nos darão algo, nem que seja uma coisinha de nada. Bom, eu encontrei comida, mas eu preciso que você me diga o que é comestível aqui. - Eu mostrei os alimentos e torci para que todo esse tempo procurando comida na mata não tenha sido em vão. 

-Raízes de bambu e... cogumelos laccairites? 

-O que? Isso não é comestível? 

-Sim, mas os cogumelos têm um gosto horrível. É enjoativo... melequento... nojento. 

-Ok, nada de cogumelos. - Disse, jogando-os fora. - Ficamos com os brotos, então? 

-Sim, se lembra onde encontrou?  

Ouvimos um alvoroço vindo do vilarejo. 

-Acho que o concelho terminou. Eu vou até lá. Tem uma cachoeira por aquele caminho, me espere lá. Acho que é um bom lugar para acamparmos - Nawaki apontou o caminho para a cachoeira e foi em direção a vilarejo. 

Fui até o local onde encontrei os brotos de bambu, peguei mais alguns e voltei para o caminho que me levaria até a cachoeira. 

Chegando lá, vi que, realmente, era um bom lugar para acampar. A cachoeira era pequena e cristalina, com algumas rochas na beirada. Em volta, havia uma grama verdinha e macia, confortável até, e muitas arvores. 

Me aproximei do lago para beber um pouco de água. Ela me parecia muito pura.  

Sentei-me em uma rocha e fiquei esperando por Nawaki. Depois de um tempo, vagalumes começaram a aparecer. Eram diferentes dos que eu tinha visto no meu mundo, quando entrei no círculo de cogumelos, mas mesmo assim, não pude evitar de procurar instintivamente por um, porem foi em vão.  

Parei de procurar e voltei a esperar por Nawaki. Ele estava demorando demais e eu já estava ficando entediada, então fui procurar materiais para construir um abrigo. 

Peguei umas folhas enormes de uma arvore que estava por perto e alguns galhos e comecei o trabalho. 

Depois de um tempo, consegui fazer algo levemente semelhante a uma barraca... ia servir por uma noite. 

-Pena que o tio Dei não esteja aqui. Seu fanatismo por programas de sobrevivência teria vindo a calhar. - Disse para mim mesmo. 

Me deitei na "barraca" e, por algum motivo, comecei a me perguntar o que os rapazes devem estar fazendo agora. 

Kakashi, calmo do jeito que é, não teria nenhum problema para lidar com essa situação;  Shisui deve estar paquerando alguém, com certeza;  E por uma razão totalmente desconhecida, eu sinto um pouco de falta do humor do Kurama. 

  

*** 

 

No QG, com Tenten. 

Hum, aquele mel estava tão bom. Espero que ninguém descubra que eu peguei. 

Eu estava sentada em um banco no jardim do QG, totalmente entediada. Kurama se recusa a me dar uma missão, assim como Tsunade. Acho que eles não confiam em mim com algo sério, por que eu sou um pouquinho desastrada. Ok, talvez eu tenha quebrado algumas coisas e queimado outras, mas ninguém se machucou, não há motivos para me deixarem aqui plantada, sem fazer nada. 

-Mas o novato está em missão em outras terras. - Balbuciei, irritada. 

Era injusto que confiassem mais nele do que em mim para fazer missões. Quer dizer, ele acabou de chegar, eu estou aqui a anos.  

Ergui a cabeça, suspirando, e vi Shisui perto de uma fonte, conversando com um rapaz bonito... 

Ele não aprende, apesar do fora do Naruto. 

Fiquei observando por um tempo e vi, com surpresa, quando o rapaz se aproximou de Shisui, como se quisesse beija-lo, e este o rejeitou.  

Shisui disse alguma coisa que eu não pude ouvir e se afastou do rapaz atônito. 

Agora, nos dois anos em que eu o conheço, Shisui nunca, e eu quero dizer isso, rejeitou um cara ou garota. Ainda mais um que estava quase se jogando aos seus pés. Me pergunto o que aconteceu para ele agir assim. 

-...ten... Tenten. - Quando dei por mim, Shisui estava parado na minha frente, me chamando. 

-Oh, Shisui! Desculpe, eu não te ouvi. Estava perdida em pensamentos haha. - Disse sem graça. 

-Haha tudo bem... Então, o que está fazendo por aqui? 

-Kurama e Tsunade não querem me dar uma missão, desde que eu botei fogo na mesa do Kurama... Foi um acidente. - Respondi melancólica. 

-Oh! Não se preocupe. Logo eles vão esquecer esse incidente e te dar uma missão. - Disse com um sorriso gentil. 

-O-Obrigada... - Agradeci, desviando o olhar. Caramba, eu estou corando. -Você conseguiu descansar desde que voltou da sua missão? - Perguntei, vendo-o bocejar. 

-Na verdade não, eu encontrei o Kore e ele precisava de uma ajudinha... E não dá para recusar ajuda à aquele cara. 

-Ah, é? Por que você diz isso? 

-Você se lembra do tamanho dele? 

-Sim, mas isso não te impedi de dizer não quando não quer fazer algo. 

-Você já o enfrentou? 

-Não, mas tenho certeza que o faria! 

-Haha, claro. Então, soube que Nawaki ainda não se reportou à Tsunade. Sabe de alguma coisa? 

-Não, só que ele devia ter entrado em contato essa manhã e até agora nada. 

Shisui olhou para o sol que estava começando a se pôr e suspirou. Ele parecia preocupado. 

-Bom, espero que tenhamos notícias do Naruto logo. 

-Por que você se preocupa tanto com ele?  

-E por que não? 

-Eu não sei… Depois de todas as coisas horríveis que ele falou sobre você. 

-Hmm? 

-Ele foi muito malvado, eu não teria gostado nada de ouvir o que ele disse. 

-E o que ele disse? - Perguntou confuso. 

-Ué, que você é um grosseiro que flerta com tudo o que se mexe e que ele estava muito contente por ter te ignorado. 

-Ele não disse nada disso!  

-Sim, ele disse! 

-Você estava no refeitório quando isso aconteceu ou você só está dizendo o que ouviu por aí? 

-Me disseram... 

-Você é uma garota legal, mas agora você deveria calar a sua boca. 

-Shisui, eu... 

-Tenten, eu também gosto de fofoca, mas sem deformações. 

-Eu... Eu... 

Ele partiu, irritado, sem dizer mais nada.  

Acho que eu toquei em um assunto delicado. Não deveria ter feito isso

Suspirei, me levantando do banco. Já estava cansada de ficar aqui sentada, sem fazer nada. Resolvi ir para o meu quarto e ler o livro que a Ino me emprestou.  

Enquanto andava, senti uma presença atrás de mim. Me virei para olhar e dei de cara com Kore. 

-Kore precisar ajuda. Tenten ajudar. 

-Bem que eu gostaria, mas eu estou meio ocupada no momento e... 

-Kore não perguntar. - Sem que eu pudesse dizer nada, ele pegou meu braço e me arrastou para a despensa, ignorando totalmente meus protestos.

Na despensa, ele soltou meu braço, foi ate uma mesa próxima,  pegou um machado e veio em minha direção. 

-KORE! O que você está fazendo? Por que você está avançando assim para cima de mim?... KORE! 

Eu comecei a chorar. Eu estava com tanto medo. Foi nesse momento que eu senti as mãos de Kore colocando o metal frio sobre as minhas mãos. 

-O-O-O que você quer? Eu...Eu... 

-Você comeu mel. Então você trabalhar para pagar. 

-Mas eu não comi... - Menti. 

-Não mentir para Kore. Kore saber tudo. 

Eu preferi não reclamar e resolvi trabalhar sob o olhar severo do ogro.  

Depois de três horas limpando, lavando, concertando, entregando coisas e até cortando lenha, eu estava exausta.  

-Já posso parar? - Pedi, quase implorando. 

-...Grrr, sim. 

Suspirei aliviada e fui para o meu quarto o mais rápido possível. Lá, tranquei a porta atrás de mim e me joguei na cama... Eu só queria dormir. 

-Nunca mais reclamo por não ter nada para fazer.

  

*** 

 

Com Naruto 

 

Eu não sei por que, mas eu pensei no Shisui nesse instante. Eu gostaria de conhece-lo além dessa imagem de vampiro paquerador que ele criou. 

-Naru? - Disse Nawaki, chamando minha atenção. 

-E só agora você chega? - Perguntei, me sentando.

-Foi difícil conversar com todos os sábios do concelho. 

-E como foi? Eles te deram alguma coisa? 

-Sim, pepinos. - Ele me mostrou alguns pepinos... azuis? - Eu vou fazer uma fogueira para cozinha-los.  

Pepinos azuis. Uma das coisas menos estranhas que eu vi até agora

Quando prontos, comemos nossa "refeição" e depois fomos dormir. 

 *** 

Na manhã seguinte, Nawa me informou que o mestre kappa nos convidou a ir ao vilarejo... Isso me deixou muito intrigado, pois eu sabia que nós, os semi-humanos, não éramos bem-vindos. 

Eu me senti desconfortável assim que entramos no vilarejo Kappa. Muitos deles fugiram ao me ver e entraram rapidamente em suas casas... Outros apenas ficaram me olhando com frieza. 

-Peço desculpas pelo meu povo... Não temos um histórico muito amigável com humanos. 

-Tudo bem... eu entendo. - Respondi, engolindo em seco. - Por que nos pediu para vir até o seu vilarejo? Eu achava que não tinha o direito de entrar aqui. 

-Todas as regras têm uma exceção. 

Os kappas restantes se foram e eu me vi sozinho no meio do vilarejo em companhia do mestre Kappa e do Nawaki. 

-Naaaaa. - Ou era o que eu pensava, até uma bolinha verde fedida pular nos meus braços. 

-Ei, Cas. Pelo menos você não tem medo de mim. - Disse sorrindo para ele. 

 Eu o coloquei no chão antes de me dirigir novamente ao decano. 

-Qual é a exceção que solicita a minha presença aqui? 

-Ele. - Disse, apontando para o pequeno Kappa sentado no chão, brincando.

-Cas? - Perguntei confuso. - Vocês perceberam que ele gosta de mim e então concluíram que eu não posso ser uma má pessoa? 

-Hmm! - Disse Nawaki me encarando com a sobrancelha arqueada.  

-Algum problema, Nawaki?  

-Ah, nada... Nada mesmo. Eu juro. 

-Por que você está me olhando assim, então? 

-É que eu estou te julgando. 

-Como é? 

-"Ohhh, se ele gosta tanto assim de mim, eu tenho que ser gentillll". - Ele imitou uma voz que parecia ser de uma princesa em um conto de fadas. - "E eu adoro flores e borboletas". 

-Em primeiro lugar, - Disse, tentando manter a calma. - eu não falo desse jeito e em segundo lugar, não foi isso que eu quis dizer... E pare de me zuar! 

-"Ohh, me perdoe" 

-Idiota! - Eu não me segurei e torci sua orelha. 

-Ai! Para! Isso dói! 

-Ah? Dói? Peninha. 

Ouvimos um pigarrear e paramos, olhando para o mestre kappa na nossa frente. 

-Me desculpe... - Disse, envergonhado, soltando a orelha do Nawaki.

-Eu entendo, eu e a minha anaê éramos do mesmo jeito. 

-A sua... o que? 

-Minha esposa. 

-Eu... O QUE? 

-HEIN? Nós não somos... 

-...Namorados! 

Acho que eu nunca fiquei tão constrangido na minha vida... Não... apenas, Não. 

-E-Então, P-Por que o senhor quis nos encontrar? - Perguntei, ainda corando.

-Eu e alguns outros membros fizemos umas perguntas ao... Cas, sobre seu sequestro. Ele não viu bem o rosto de seu sequestrador, mas ele nos disse que foi uma mulher. 

-Ele soube disser de que raça era? Humana, Faery, Faeliana? -Perguntou Nawaki. 

-Não, ele é ainda muito jovem para distinguir esse tipo de detalhe. 

-Entendi, obrigado pela informação. Mas não é isso que vai nos ajudar a ir embora daqui. 

-Nawaki! Não seja mal-educado. 

-Mas é verdade. 

-Saiba que você está errado, jovem lobo. Eu vou ter que fazer uma viagem para uma ilha que fica a um dia da região de vocês. Posso levá-los até lá, se quiserem. Mas a partir daí, estarão por conta própria. 

-Você não pode nos deixar diretamente em casa? 

-Seria um prazer, mas eu não estou autorizado a ultrapassar esse território. 

Depois disso, ficamos um longo tempo discutindo como faríamos o trajeto da ilha até o QG. 

***

-Pfff, não consigo pensar em nada que possa funcionar. -Disse irritado. 

 -Vamos lá, Naru, coloque sua cabecinha para funcionar.... Eu não quero morrer encalhado em uma ilha. - Disse Nawaki, andando de um lado para o outro. 

-Você recusou todas as minhas ideias, dizendo que eram "bobas" e que "nunca funcionariam"... e não é como se pudéssemos ir nadando. 

Nawaki parou de andar e me encarou, assim como o mestre Kappa. 

-O que foi? O que estão olhando? - Perguntei, olhando de um para o outro.

Nawaki apenas sorriu maroto. 

 


Notas Finais


Sim, eu o chamei de Cas por causa do Castiel e o Crow por causa do Crowley... Supernatural é vida U_U
Na verdade, eu escrevi esse capitulo ouvindo os episódios de supernatural kkkkkkkkkk
Obrigado pela leitura ^-^
Kiss Kiss
Bye Bye


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