— Garota o que você... — Ela me encarava com um olhar penoso, minha primeira reação foi desligar o microondas da tomada. Abrir o mesmo e sentir uma nuvem raivosa de fumaça!
— Eu só queria meu leite. — Se referia a sua tigela com cereais e leite. Que agora, estavam totalmente queimados. Ao que parecia ela esqueceu de tirar o papel alumínio. — E agora? — Se sentou sobre a cadeira, balançando seus pés, aflita e com as mãos apoiando o queixo. Aquilo estava uma bagunça! "Nenhum fio de cabelo fora do lugar", se Jihyo visse o estado em que ficou seu aparelho, com certeza seriam mil anos de greve!
— Seu leite já era. — Corri para pegar um pano, limpando por dentro e depois por fora e aos extremos. E no fim, me virei para a menina, que me encarava com um olhar culpado. — Olha, não foi culpa sua okay? Apenas seja mais cuidadosa da próxima vez. — Me abaixei em sua frente, acariciando seus cabelos e beijando sua testa a vendo rir. — Vou fazer o seu café. O que quer comer?
— Algodão doce! — Meu sorriso se desfez por um mísero de tempo. — A tia Nayeon sempre me levava para o parquinho, e depois para um parque de diversões. E só depois me contava um monte de historinha! — Nayeon me paga! — A mamãe, vamos, a Jihyo nunca me leva para esses lugares, seja diferente dela!
— Mas filha, isso não é café de gente!
A vi fitar o chão. Se levantou, a segui com o olhar, ficou próxima a uma garrafa de vinho, isso antes de pressionar seu dedinho fazendo o casco dar de cara com o chão e se quebrar em mil pedaços. Minha garganta secou, o sangue gelou e eu pude jurar sentir minha pressão cair! Me encarou com um olhar de quem dissesse "Eu mando aqui bit*h".
— Pelo amor de Deus! — Corri para pegar um rodo com pano, e mais importante, afastar ela dos cacos de vidro. Ficar três horas com essa garota vai ser meu maior pesadelo, com certeza ela vai dar um jeito de me ferrar, e assim fico sem Jihyo! Eu tinha que ser inteligente, não poderia me subordinar a uma criança, ela cresceria mimada e querendo ter tudo nas mãos! Mas claro, Sana, Momo, Dahyun e Nayeon fizeram pessoalmente o favor de já estragar meus filhos... ou eu que sou uma péssima mãe. — Olha, eu não posso te dar algodão doce pela manhã, faz mal. Mas, podemos comer uma torta em algum lugar!
Isso S/N, tira a menina de casa e nada se quebra!
— Pode ser. — Sorriu. Minha nossa senhora, parando para perceber, o sorriso dessa criança é idêntico ao da Jihyo quando tinha essa idade! E por talvez, minutos, aquilo me desistabilizou. Sem contar em seus olhos enormes que lembravam facilmente os da Jihyo! Tá vendo? Minha mulher não sai nem por dez minutos e já fico na solidão. "Ativo dominador da relação", não existe isso quando se está casada com Park Jihyo. Fui despertada por Jeunhyun que me trouxe a chave do carro. Caminhei com a menor, fechando a porta e indo para meu carro. Ela abriu a porta de trás, e me virei para ajudar ela a colocar o cinto. A um bom tempo que ela já não usava mais cadeirinha.
Mas para onde eu iria? A única confeitaria que conheço fica longe.
Sem pensar muito logo girei a chave podendo mexer na ignição e dando a ré, olhando a todo momento no retrovisor. Vendo o portão abrir automaticamente e sem ter nenhum carro atrás, me pus na estrada. Olhando a todo momento para a neném, vendo seu sorriso se alastrar. Eu estava a um fio de fazer algumas de suas vontades, só pelo djavu e pela fofura que ela tinha. Talvez fosse por isso que suas tias não resistiam a ela.
— Podemos ter um cachorro?
Olhei para o lado, uma praça onde algumas crianças brincavam com cachorros.
— Jihyo mataria a gente.
— Por que?
— Porque cachorro da trabalho. Ter que alimentar, limpar, dar banho, sem contar que eles ficam latindo a noite inteira. — Ela cruzou seus braços abraçando seu coelho. Virei mais uma vez, parando de frente para uma padaria. Desci com a menor, como eu encontrei estacionamento? A verdade é que eu não encontrei e tão pouco daria para ficar ali por muito tempo, então escolhemos rápido e voltamos para o carro. Sem contar que tive que rodar mais de sete vezes para poder encontrar uma vaga. E quando encontrei, peguei em sua mão, caminhando para a praça de antes, olhando para os lados antes. Me sentei em um banco, a vendo abrir sua encomenda.
— Mãe, por que o morango é vermelho?
— É a coloração natural dele, isso vem desde os primórdios.
— Entendi. Tia Chaeyoung gosta de morangos, e pinguins! Acha os dois fofos?
Por um momento eu tinha esquecido o quão "perguntadeira" era essa criança.
— Acho sim. — Também desfiz o embrulhe do meu é já pude dar uma "bocarada", ela me olhou com espanto.
— Você tira muitos pedaços, eu não. Mãe, você é incrível. — E é claro que aquilo elevou meu ego. "Amas só foi elogiada por morder um bolo", ops cala a boca! Sorri ainda desembrulhando meu suco de laranja. O levando aos lábios. — Quando eu crescer, quero ser igual a você! Cantar super bem, e ter um namorado. — Engasguei com aquilo, podendo sentir meu pulmão me abandonar e a tudo ficar escuro. — Um namorado bondoso, igual a mamãe e ao meu irmão.
— Onde você viu isso?
— Na escola! Todas as minhas amigas querem ser mãe um dia, e a mamãe Jihyo vivia me dizendo que adoraria ser avó um dia! — Senti um calafrio passar por minha pele.
— Mas meu neném, você ainda é criança. Não pode.
Ela abaixou a vista.
— Ah, você vai poder ter um namorado. Quando eu morrer ou antes disso. — Ela sorriu alegre.
— E quando voce vai morrer? — Bateu palminhas entusiasmada.
— Talvez hoje, talvez daqui a muitos anos. Dependendo de eu cuidar de você certinho. Coma, esqueça isso okay? — Ela comeu seu bolo um tanto mais rápido.
Namorado. Minha princesinha se envolver com qualquer perrapado! Talvez eu estivesse me tornando aqueles pais chatos dos filmes teen, mas eu tinha muito ciúmes dessa criaturinha. E quando a vi olhar para seu suco de abacaxi, concentrada.
— O que foi?
— Mãe, o que é sexo?
— Sexo, é um tipo de gênero, por exemplo, você ser menina e o seu irmão menino.
— Não, tô falando do sexo que os adultos fazem numa cama.
Respirei fundo, a olhando nos olhos.
— Olha, neném. Isso é assunto de adulto. Você não pode saber disso agora. Ainda é muito nova.
— Mas mãe, quando você morrer e eu tiver um namorado, eu vou querer ter minha... lua... açúcar... lua de mel! Isso. Igual você teve com a mamãe!
— O que raios você tá aprendendo nessa escola ein?
Deu de ombros sorrindo. Pegando mantimentos vazios e os jogando no lixo, a voltar para mim saltitante. E por dois segundos, eu vi Jihyo ali. Mas ela foi parada por um cachorrinho. Mais especificamente, um spitz alemão. Ela ficou encantada, passou sua não com cuidado no pelo dele, vendo o mesmo por a língua para fora e balançar o rabinho. E quando olhei pra cima, o dono do cachorro era um menino, que por cima, não tirava os olhos da minha filha. Ele não parecia ser tão velho, coisa de três anos mais velho.
— Filha! — A chamei, é claro que desde que ela me contou sobre ter um namorado, que eu a tentaria afastar de todos os meninos do mundo. Ela pareceu não dizer nada, apenas encarou a outra criança e saiu saltitante vindo para meu colo. — Não se pode falar com estranhos.
— Estava apenas vendo o cachorrinho, ah mãe, podemos ter um, por favor! Eu faço qualquer coisa! Qualquer coisa mesmo. Eu limpo meu quarto, me comporto, não vou mais pegar as coisas do meu irmão sem ele saber.
— Pera, você fazia isso?
— Merda!
— Ah. — Foi quando a diabólica ideia me surgiu em mente. — Posso te dar um cachorrinho assim, se... prometer que não terá nenhum namoradinho! — Ela se entusiasmou e abraçou meu pescoço, beijando minha bochecha. Criança, tão fácil de iludir. Ou talvez eu que esteja me iludindo pois assim que ela completar a maior idade, ela arruma um.
— E o que está esperando, vamos!
Puxou minha mão me conduzindo para perto do meio fio. Segurei seu corpo vendo diversos carros passarem. E só depois, atravessar com ela de volta para meu carro.
— Você é a melhor mãe do mundo!
— É, eu sei!
Pus meus óculos de sol, podendo me sentir o próprio Brad Pitt em Onze homens e um segredo.
Desbloqueei a tela do meu celular pesquisando a pet shop mais próxima. Dei partida novamente cortando Seul. Só não sabia muito bem se teria a raça que ela queria. E até mesmo eu queria que tivesse, odiaria levar um cachorro de grande porte para casa, seria mais trabalhoso cuidar dele. Sem contar que qualquer coisa Jihyo querer me matar, é só enfiar ele na geladeira e pronto.
Olhei para meu relógio, ainda faltavam duas horas para Jihyo voltar. Até agora meu plano estava indo bem.
E novamente, rodei a procura de uma vaga, e por sorte, uma de frente à loja. Tirei meu cinto, conferindo se meu cartão estava comigo, abrindo minha porta e depois a dela. A peguei no colo, e depois a coloquei no chão, resultado de uma enorme poça de água, pela qual eu pensei que fosse escorregar e cair.
E ela entrou, junto a mim. Estava eufórica, tinham diversos animais, brinquedos e coleiras.
— Ali, olha mãe!
Olhei na direção que me foi posta, e vi mais de trinta filhotes como aquele.
— Podemos ficar com todos?
Tentem imaginar uma situação em que eu levaria todos para casa, seria greve daqui até a quinta reencarnação!
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