História Do you know who you are? - Mikhail legacy

No dia seguinte, foram levados ao banco. Antes de entrar no prédio, Harry soube que Ivan estava mantendo Sebastien como refém.

Isso complicava as coisas um pouco mais para o encaracolado.  E deixava claro que aqueles agentes o escoltando estava trabalhando em conjunto com a máfia.

Harry foi cumprimentado pelo gerente do banco, que veio sorridente em sua direção. Isso demonstrava que seu irmão era um cliente com algum prestígio ali.

__ Monsieur Suverov! - estendeu a mão animado - seja bem vindo de volta. Se precisar de algo, não hesite em me procurar.

__ Gostaríamos de entrar logo, se possível. - Hastings interrompeu agitado.

__ Sinto muito. Não sei quem é o senhor, mas somente Monsieur Suverov pode ter acesso ao cofre. - informou o gerente e Harry quis rir da cara frustrada de Hastings - é uma área privada e permitida apenas para clientes.

__ Eu e meu colega gostaríamos...

__ lamento. É a política do banco. - o gerente negou mais uma vez - pode me acompanhar, Monsieur Suverov?

Hastings ficou puto, mas estava fora de sua jurisdição. O que significava que não havia nada que pudesse fazer ali, além de esperar do lado de fora e torcer para Harry não tentar nenhuma gracinha lá dentro.

Dentro do cofre, Harry seguia todas as instruções dadas pelo gerente.

__ Fique a vontade e não precisa ter pressa. - disse enquanto o conduzia para uma sala privada - infelizmente é preciso passar pelo protocolo de identificação novamente.

__ Sem problema. - Harry assentiu com calma.

__ Identifique-se, por favor.

__ Mikhail Suverov.

__ E o segundo nome?

__ Harry Edward Styles.

__ Nome de solteira de sua mãe.

__ Anne Selley.

__ Aqui está, Monsieur. - o homem lhe entregou uma caixa metálica.

__ Você fuma? - Harry perguntou de forma aleatória.

__ Não, senhor.

__ Pode me arrumar um cigarro e uma goma de mascar, por favor?

__ Claro. Trarei em um minuto.

__ Obrigado.

O gerente saiu e Harry olhou aquela caixa diante de si, curioso e ao mesmo tempo tempo temeroso com o que encontraria ali dentro. Certamente era algo importante, considerando que tantas pessoas estavam dispostas a matar por seu conteúdo.

Abriu e encontrou algumas fitas k7, protegidas por sacos plásticos transparentes. Uma grossa agenda com coisas anotadas ali, ms que não faziam o menor sentido para Harry.

__ Esse é o cofre no nome de Harry Edward Styles. - o gerente voltou com outra caixa metálica - e aqui está o cigarro e a goma de mascar que pediu.

Mas que merda era essa agora?

Como havia um cofre em seu nome sem que ele mesmo soubesse?

Quando abriu a segunda caixa, arregalou os olhos porque continha grossos maços de dólares americanos. Uma pistola Glock, com um pente carregado de balas. E um mini gravador.  Ligou aquela coisa com  o coração agitado e as mãos trêmulas. 

Seria a primeira  e a última vez que ouviria a voz de seu irmão gêmeo. E era estranho porque parecia estar ouvindo uma gravação feita por ele mesmo. As vozes eram idênticas, mesmo que Mikhail tivesse um sotaque mais arrastado para o russo.

" Apenas você poderia acessar essa caixa. Portanto, existe duas possibilidades para você estar ouvindo essa mensagem. Estamos juntos novamente, como deveria ter sido desde o início: uma família! Ou estou morto e você não deve confiar em ninguém.

Harry, eu sei que você é um ótimo atirador. Por isso te deixo um presente. Sua arma preferida. Uma das caixas contém provas contra agentes do governo americano e a máfia russa. Deve entregar isso à Embaixada Americana e apenas para eles.

Eu descobri sobre você por pura sorte. Uma foto em um jornal. Assim que vi sua foto, soube que tinha um irmão nesse mundo. E você, meu irmão, me lembrou que eu tinha uma chance...e foi quando eu decidi deixar a máfia.

Não entrei em contato com você, porque eu destruía tudo aquilo que tocava. Durantes esses anos, tentei mudar de vida para nos reunirmos. Me desculpe se isso nunca acontecer. Só peço que me perdoe. E diga a nossa mãe, que não a culpo pelo que fez em um momento de desespero.

A vida que eu levei, me ensinou uma boa lição. Espero mesmo que estejamos ouvindo essa fita juntos. Se não, o dinheiro é para você e nossa mãe. Você é meu único amigo, mesmo que nem soubesse disso.

Fique com Deus, Harry."

Harry lutou bravamente para conter as lágrimas que ameaçava escapar. Mikhail tentou ser bom no final das contas. Parecia saber que não escaparia com vida, daqueles que o perseguiam. Mas tinha reunido tudo ali que os derrubaria, mesmo depois de sua morte.

E Harry prometeu a si  mesmo que completaria a missão do irmão. Não podia ser sentimental nesse momento, porque Alex ainda estava lá fora, acuada pelo FBI. E Sebastien estava sob a mira de Ivan.

Pessoas importantes demais em sua vida, para que permitisse que lhe fossem tiradas. Além do fato que sua própria vida estava por um fio.

Limpou as lágrimas teimosas. Ficou de pé a guardou a arma, já engatilhada. Fechou a caixa com as provas. Mascou o chiclete e acendeu o cigarro. Deu uma ou duas tragadas e começou a tossir. Ele não fumava de verdade, mas ali era meio que uma necessidade. 

Subiu na cadeira que estava sentado minutos antes e colou o cigarro ainda aceso, no alarme de incêndio, usando o chiclete mascado. A fumaça saindo do cigarro ia disparar o alarme e lhe dar uma chance para sair dali, no meio da confusão.

Chamou o gerente e pediu que entregasse a caixa menor na Embaixada Americana. Achou que seria mais seguro dessa forma do que se ele saísse dali carregando aqueles documentos comprometedores. A outra caixa em seu nome, que continha o dinheiro, foi colada de volta no cofre pessoal.

Demorou-se um pouco mais na sala privada, mesmo depois que o gerente já havia saído. Estava tentando se recompor e pensar em uma maneira de resgatar Alex e Sebastien.

Minutos depois, quando finalmente deixou a sala, encontrou o gerente debruçado sobre uma das mesas, com o rosto em uma poça de seu próprio sangue. Estava morto e o conteúdo das caixas havia desaparecido...