1. Spirit Fanfics >
  2. Do You Wanna Dance? >
  3. Why Did It Have To Be Me?

História Do You Wanna Dance? - Why Did It Have To Be Me?


Escrita por: donelena e dudandthesurtos

Notas do Autor


HOLA QUE TAAAAL
Cá estamos com a sua dose diária de DYWD patrocinada por insônia, grito surto fogo labareda e álcool. hihihi
continuem nos mandando perguntas, reacts, comentários, nós amamos e vemos tudoooo!!! (@barcaythesurtos e @marquininha!)
beijão e até amanhã,
Barcelona&Cannes

Capítulo 4 - Why Did It Have To Be Me?


Fanfic / Fanfiction Do You Wanna Dance? - Why Did It Have To Be Me?

20h42. 

 

Sergio olhava o menu do restaurante pela sétima vez como se magicamente outra opção fosse surgir no cardápio só porque ele estava olhando de novo. Desde que recebeu a mensagem de Raquel às 17h13 com o nome e endereço onde iriam jantar, ele tinha se mantido inquieto. O dia no escritório transcorreu bem até certo ponto, quando sua cabeça finalmente deu trégua de cantar "Burning Love" de novo e de novo e de novo graças a Andrés. Quando saiu do prédio comercial por volta das 19h, foi direto para casa se preparar. Não queria que ela o achasse desesperado, mas também não gostava de passar qualquer ideia de desleixo para Raquel, então o jeito foi trocar de roupa. Isso levou por volta de 40min até que se decidisse entre outro terno e uma camisa social cinza com uma gravata preta. Acabou optando pela gravata - era mais parecido com o que ele usou para trabalhar -, e saiu direto para o Carmelita, onde deveria se encontrar com Raquel às 20h. 

 

Estava prestes a ligar pra ela em um ato desesperado de confirmação, quando a avistou entrando pela porta de madeira que levava até o meio do salão do restaurante. Ao contrário dele, Raquel ainda usava a mesma roupa do expediente, e ele se permitiu, enfim, examinar seu corpo, percebendo que aquele conjunto de terninho cinza lhe caía extremamente bem. Ela sorriu, visivelmente cansada, enquanto deixava a bolsa pendurada na cadeira a frente dele para se sentar.

 

"Oi." Ela disse finalmente, o fazendo abrir o sorriso por tê-la em sua companhia.

 

"Oi." Ele repetiu. "Como foi no RH? Aposto que te deixaram em uma fila de horas pra contar do bem-estar na empresa, as novidades que vendem a boa imagem..." Disse Sergio tentando quebrar o gelo.

 

Raquel gargalhou. "Me pegou!" Ele a acompanhou na risada. "Perdi meu almoço e ainda tive que ver o Ángel tentando me 'ensinar' a fazer xerox como se eu fosse uma estagiária dele e não sua Vice-Diretora por quase 1h30..." Ela contou seguindo por um suspiro dramático.

 

Sergio não conseguia entender ou tampouco aceitar que só a conhecia por 3 dias. Aquela mulher era tão única, tão… Raquel. Ele sorriu saindo de seus pensamentos e a encarando de novo por alguns segundos antes dela quebrar o silêncio que se tornou um pouco desconfortável.

 

"Mas e você? Como foi o dia do diretor do financeiro?" 

 

"Ah, nada demais, mas não posso dizer o mesmo pelo carpete nocauteado por café." Ele disse e ela riu se lembrando da secretária derramando litros de café no susto.

 

"Coitada… já ouvi altas histórias das suas broncas homéricas pelo oitavo andar..." 

 

"Ah, acredite em mim, Raquel, quando começarmos o mês de releases e fechamentos você vai conseguir entender o meu lado." 

 

"Pra te ser sincera eu mal posso esperar, sabe? Faz tanto tempo que eu não sinto essa adrenalina de prazos, de vontade de investigar até o fim, inspecionar cada detalhe… não quer dizer que vai ser fácil, claro que não, mas…" Ela suspirou, agora de verdade. Sergio pode notar os olhos dela brilhando enquanto falava. "Eu amo meu trabalho e eu amo trabalhar. Estar lá, como Vice-Diretora de um setor inteiro, é muito muito importante pra mim."

 

Ele entendeu o recado. Já expert no menu e não querendo voltar a aquele assunto - já sabendo que tinham que conversar sobre o elefante branco no salão - Sergio sugeriu um prato e ela prontamente aceitou, percebendo que não tinha nenhuma aversão a nenhum dos ingredientes.

 

“Algum vinho?” Ele perguntou, estreitando os olhos

 

“Nossa, não, preciso ficar sem álcool por pelo menos uma semana.”

 

Ele riu.

 

“Muito bem, uma água então?”

 

“Por favor” Ela fez uma careta, como se resmungasse, e ele sorriu de novo. 

 

Fez o pedido ao garçom e tentou ignorar que Raquel o olhava atentamente, como se medisse suas ações. Feito o pedido, Sergio a olhou.

 

“Muito bem…” Ele suspirou. “Espero que esse desconforto não dure muito.”

 

“Não vai durar, só precisamos começar a falar.”

 

“Então…”

 

“Então eu preciso pedir desculpas pelo jeito que agi, de ficar brava. Não é culpa nossa que aconteceu desse jeito e...”

 

“Realmente… E desculpe pela reação desproporcio-”

 

“Sergio, estou falando” ela levantou as sobrancelhas e ele imediatamente se calou, recostando-se na cadeira e a olhando, sério.

 

Raquel suspirou antes de continuar.

 

“Eu não tinha como saber que essa situação ia acontecer. Mesmo. E eu não me envergonho, mesmo que transar num banheiro com um desconhecido não me seja algo comum…”

 

Ela riu e ele riu junto, meio envergonhado, mas aliviado que as palavras tenham saído da boca dela de forma tão natural. Era disso que eles precisavam naquele momento: clareza.

 

“Eu tenho uma confissão a fazer” Sergio apoiou os cotovelos na mesa e apoiou o queixo nas mãos fechadas “Que, se eu soubesse que iria trabalhar na PM, eu jamais teria…” ele não conseguiu continuar, o garçom tinha trazido as águas. Raquel sorria divertida para o diretor, que claramente estava inquieto ao ser interrompido.

 

Quando o homem se afastou, ela sorriu abertamente a Sergio.

 

“Jamais o quê, Gafitas?”

 

Sergio abriu a boca, incrédulo. Raquel sentiu medo de ter deixado o diretor desconfortável de novo, mas abriu um sorriso quando percebeu que ele também tinha uma expressão brincalhona no rosto.

 

“Já se rendeu ao apelido também? O que um dia trabalhando na Carpa não faz…”

 

“Te incomoda?”

 

“Um pouco, sim, não achava que você desceria tão baixo…”

 

Raquel gargalhou, sorrindo terna a ele.

 

“Te incomoda que eu sou do outro lado do escritório?”

 

“Desde que você não conte sobre minhas coisas particulares aos seus companheiros…”

 

“Quais coisas particulares que você não quer que sejam expostas, cariño?” Sergio abriu e fechou a boca diversas vezes, não conseguindo seguir o ritmo que a conversa estava tomando. Ela achou graça. “Se estiver falando sobre Van Morrison e sobre seus discos separados por inicial, fique tranquilo. Seu segredo está seguro.”

 

Sergio sorriu, abaixando a cabeça.

 

“Do jeito pervertido que fala, achei que estivesse se referindo a outras coisas, mas fico feliz de não contar sobre meus discos.”

 

“É que se eu espalhasse isso, teria que mencionar que dancei com você no meio do seu escritório, e não é exatamente a imagem que eu quero que eles tenham de mim.”

 

“Justo.” Ele respondeu simplesmente.

 

Raquel tomou um gole d'água esperando ele confessar, mas não o fez.

 

“Você contou?” Ela perguntou, enfim.

 

“O quê?”
 

“Sobre o que aconteceu?”

 

“Não, eles só deduziram-”

 

“Eles?”

 

“Andrés, Ágatha e-”

 

“Ah, sim, seus amigos...” Ela respondeu e foi a vez dele tomar um gole d'água.

 

“Andrés é meu irmão, na verdade, então ele percebe as coisas muito mais rápido, bem antes de eu contar…”

 

“Irmão? Sério?” Agora ela estava surpresa.

 

“Meio irmão. Mas sim. Somos muito mais próximos do que eu gostaria, inclusive...”

 

“Porquê?” E agora, curiosa.

 

“Porque é difícil manter ele de boca fechada.”

 

Ela apenas assentiu.

 

“Ele vai contar sobre nós?”

 

“Já contou. Mas não tem detalhes. Então é só uma especulação de que nós acabamos ficando depois da festa.”

 

“E isso é um problema?”

 

“Eu particularmente não gosto de saber que as pessoas estejam a par da minha vida sexual, mas não é uma questão. Meu medo é você se sentir desconfortável.”

 

“Não estou.”

 

“Então tudo certo.”

 

O garçom chegou com as entradas, e Raquel não pestanejou antes de começar a comer. Estava faminta, já que não tinha tido tempo de almoçar e tinha sobrevivido de bolachinhas e café no escritório.



 

O jantar se estendeu, o prato principal chegou, e Sergio ficava buscando em sua mente a melhor estratégia para fazê-la sorrir. E Raquel obviamente percebeu isso, e não poderia achar mais graciosa toda aquela situação.

 

“Então…” Ela começou “Você não terminou de dizer: se você soubesse que eu trabalharia do outro lado do escritório você não teria feito o quê exatamente?”

 

Sergio engasgou e bebeu a água para se recompor.

 

“Eu jamais teria deixado você dançar em mim.”

 

“Em todos os sentidos?”

 

Sergio riu, nervoso, quando ela passou uma perna pelas dele, debaixo da mesa.

 

“Em todos os sentidos.” Ele concluiu tentando se manter firme.

 

“Mas já que aconteceu…” Raquel continuou em um tom provocante.
 

“Eu não me arrependo.”

 

“Ótimo.”

 

“Mas vejo essa situação como uma oportunidade…”

 

“Que oportunidade?” Ela disparou, metade curiosa e metade apreensiva.

 

“Para nos conhecermos, oras.”

 

Raquel levantou uma sobrancelha sugestiva. Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, ele pode sentir a perna dela continuar a acariciar a dele por debaixo do pano xadrez que forrava a mesa, o fazendo arrepiar. 

 

“Porque diz isso?” Ele disparou já um pouco nervoso com aquele toque. E ela simplesmente fingia que nada estava acontecendo, o deixando ainda mais alucinado.

 

“Porque já pulamos a fase de formalidades. Gostaria de saber como pensa o outro lado do andar…”

 

“Provavelmente muito parecido com você.”

 

Sergio largou o garfo e se inclinou em cima da mesa. Raquel passou os olhos pela figura em sua frente; pode notar que ele tinha trocado de roupa e agora usava uma camisa social cinza-escuro, que, por alguns milímetros, ainda a permitia ver a mancha vermelha que tinha ali deixado com um beijo selvagem na noite anterior. A lembrança a fez arrepiar os pelos da nuca, e ele percebeu, desviando seu olhar do lábio dela, que mordiscava o inferior.

 

“Em que está pensando agora, Raquel?”

 

Ela deu uma gargalhada calorosa, agora subindo um pouco com a carícia que fazia com o pé descalço do salto agulha.

 

“Que a última coisa que eu queria era estar atraída por você.”

 

Sergio riu, sem graça, sem saber o que responder. E, assim, Raquel aproveitou a deixa para tornar a conversa mais clara.

 

“Sergio, de verdade, o dia da festa foi ótimo e o dia seguinte também. Mas diante de todas as circunstâncias eu preciso ser sincera, ok?”

 

“Por favor” Ele já tinha desistido de comer, concentrando-se totalmente nos olhos cor de café da vice diretora.

 

“Eu não quero que fique esse clima estranho toda vez que formos trabalhar. Não queria que as coisas ficassem muito pessoais porque não me vejo tendo nada sério nesse momento. E não falo isso achando que talvez você queira algo mais, mas só para esclarecer que, para mim, neste momento, não tenho como pensar em nada que não seja pontual. Esse jantar ou aquela festa, por exemplo…”

 

“Então… Só sexo casual?” Ele concluiu.

 

“Sim, exatamente." Raquel disse no mesmo tom, voltando a mordiscar o lábio inferior ao imaginar, de súbito, aquelas mãos que seguravam o rosto dele passeando pelo corpo dela.

 

Sergio suspirou, se inclinando mais para perto dela. A conversa toda estava sendo quase sussurrada, à esta altura, para não se fazer ouvida às outras mesas.

 

“E eu me incluo isso? Ou a regra é só uma vez?”

 

Raquel sorriu maliciosa e Sergio sentiu seus pelos da nuca arrepiarem.

 

"Isso depende..."

 

"Depende do que, exatamente?" Ele perguntou genuinamente interessado e ela percebeu.

 

"Bom, quem come quieto almoça e janta, hm?

 

Sergio quase cuspiu a água que bebia, precisando de quase um minuto para se recuperar do impacto daquela frase. Eram dois adultos com mais de 40 anos, como demônios estavam tendo aquelas conversas?

 

“Isso quer dizer que… Nada de contar para ninguém?”

 

“Exato. Quer dizer…” ela respirou fundo e se inclinou para a mesa, também “Não me importo de saberem, o problema são os comentários, sabe? Prefiro que ninguém comente, porque assim ninguém vai perguntar sobre.”

 

“É… Eu me preocupo só por causa da tensão... sexual.” Por Deus o ouvir quase sussurrar daquele jeito a estava deixando maluca.

 

“Ah, sim?”

 

“É. É muito claro que existe algo aqui que é perceptível e nem se eu conseguisse disfarçar ia ser possível esconder.” Ele explicou rápido.

 

“E o que sugere, Sergio?” Ela perguntou com as sobrancelhas arqueadas, e ele suspirou, reclinando-se no encosto da cadeira, cruzando os braços.

 

“Temos duas opções. Não fazermos nada e deixamos que essa tensão suma eventualmente, ou…”

 

“Ou?” Raquel perguntou, maliciosa, roçando sua perna de novo na dele. Seu pé agora subia perigosamente pela virilha dele, o fazendo engolir a seco.

 

“Ou nós podemos resolver isso na minha casa, daqui a pouco.” 

 

“E se a gente transar de novo, o problema amanhã vai estar resolvido?” 

 

“Eu não sei, mas é uma tentativa, porque vai frear a vontade de te beijar no meio do oitavo andar.”

 

Raquel riu, parando o que fazia com a perna e deixando-se levar pela graça da situação. Que se fodesse todo o flerte, ela só queria que ele a pegasse pela cintura e a fodesse como se sua vida dependesse daquilo.

 

“Você quis me beijar hoje, cariño?”

 

Sergio riu, e deu de ombros.

 

“Eu preciso responder algo tão óbvio?”



 

Os flertes foram ficando de lado enquanto terminavam o jantar, e uma melodia suave preenchia o ambiente. Enquanto dava uma última garfada em seu risotto, Raquel percebeu que Sergio tateava a mesa como se fosse o homem que, do outro lado do salão, tocava no piano. Ah, é verdade, ele até tinha um teclado no escritório…, ela lembrou.

 

"Vai lá tocar!" Ela disse animada, o tirando de seu transe. 

 

Sergio não entendeu de primeira, mas depois ficou tão vermelho que ela podia jurar que sua cabeça explodiria. Era tão fofo. Ele negou com a cabeça repetidamente enquanto ria, claramente tímido demais para ir até lá.

 

"Você sabe tocar essa?" Raquel parou por um momento para ouvir a música com atenção. Parecia difícil, as notas eram bem diferentes na cabeça dela. "Não sei tocar nem cumpleaños feliz… aliás, nem cantar..."

 

Sergio riu e ajeitou os óculos, cada vez mais encantado com aquela mulher incrível em sua frente. "É uma questão de prática, apenas. E além do mais, eu duvido que você não saiba fazer alguma coisa, Raquel Murillo." 

 

Ela riu lisonjeada e levantou os ombros como quem diz 'não posso te contrariar nessa', o fazendo gargalhar, e trazendo uma vermelhidão fofa às bochechas dela.

 

"É Wagner." Ele explicou e Raquel claramente não entendeu. "Wagner. 'O prelúdio de Lohengrin'..." Sergio tentou explicar e ela caiu na gargalhada.

 

"Sergio eu realmente não sei do que você está falando" Ela explicou ainda rindo e ele a acompanhou.

 

"A música que o homem está tocando. É do Wagner, um compositor alemão." Ela soltou um audível 'ahhh' de entendimento. 

 

"Nossa, esses homens realmente eram gênios..." 

 

"Eram mesmo. E essa é uma ópera linda, uma das minhas favoritas. A história não é lá das mais felizes, mas o som…" Raquel notou os olhos dele se iluminarem, denunciando a verdadeira paixão que ele tinha por música. "Quase morri de chorar quando a ouvi pela primeira vez… eu tinha 8 anos, e meu pai achou que eu estava tendo um derrame" Ele sorriu tímido. 

 

Raquel riu,  não conseguia achá-lo mais adorável. Imaginou um Serginho de oclinhos e blusa polo enfiado numa pilha de livros. 

 

Vendo que ela tinha terminado de comer também, pediu a sobremesa que os dois já tinham combinado. O tabletón era enorme, e Raquel não pestanejou antes de dar uma colherada generosa no doce. O jeito que ela fechou os olhos enquanto comia e gemeu quase que de forma inaudível ao sentir o gosto delicioso lhe invadir a boca foram o bastante para fazer Sergio se arrepiar. Notando que ele a olhava fixamente, ela sorriu travessa, dando outra colherada, um pouco mais empenhada. Passou a língua pela colher com calma, fazendo Sergio imaginar outras 700 situações em que ela poderia fazer exatamente aquilo porém com ele. Raquel não sossegou enquanto não terminasse de comer sua parte naquele doce, deixando Sergio cada vez mais excitado. Como ela conseguia ter aquele efeito nele apenas comendo pedaços de um tabletón?! De repente teve uma ideia. Sergio já estava quase babando, e, para que não o fizesse passar vergonha, ela terminou de comer e deixou a colher cair no chão "sem querer", mais uma vez o trazendo a realidade. 

 

Ele não entendeu o porquê dela ter simplesmente derrubado a colher no chão, então apenas se abaixou para recuperá-la. Era o que ela precisava. Assim que notou que ele tinha abaixado a cabeça, Raquel separou os joelhos, deixando sua calcinha já minimamente molhada a mostra para ele. Sergio não conseguiu mais. Com a mão livre passou o polegar por cima do joelho dela, a fazendo se arrepiar mais. Era isso, precisava ir embora dali naquele momento, precisava dele. 

 

"A conta, por favor!" Raquel pediu ao checar que Sergio já estava de volta à mesa. 

 

E em poucos minutos estavam indo em direção à casa dele, mais uma vez.



 

O apartamento dele estava igual ao dia anterior, porém com a louça fora de vista. Durante o percurso, os dois mal tinham conseguido tirar as mãos um do outro, roubando beijos pela esquina, carícias na portaria e provocações pela escada. Ao entrar naquele apartamento de novo uma coisa clicou dentro dela, como se a tirasse de um transe. E Sergio percebeu. 

 

"Eu… vou fumar."

 

"À vontade." Ele respondeu, vendo que ela precisava desse tempo. Ainda se lembrando da geografia do lugar, Raquel foi até a pequena varanda da casa que dava vista a Via Larga e trocentas casinhas iluminadas da cidade. Que lugar lindo… pensou enquanto dava a primeira tragada no cigarro e entrando em uma espécie de calmaria introspectiva guiada pelas luzes e o movimento da rua.

 

"Isso ainda vai te matar, sabia?" Ela pode ouvir Sergio se aproximar.

 

Sorriu para si, apagando o cigarro no balcão e se virando para ele. "Tudo na vida pode nos matar, Sergio… é uma questão de escolher como preferimos viver sem se privar de nada." Ela respondeu sorrindo de leve. Por ela, fumaria um bilhão de cigarros ao quase morrer de dor novamente. Mal imaginava ela que ele também. 

 

"Quer alguma coisa?" Ele disse quebrando o silêncio desconfortável.

 

"Eu posso ver seus livros?" 

 

Sergio se surpreendeu mas apenas sorriu concordando com a cabeça. Deu passagem para que ela saísse da varanda e voltasse à sala lotada de livros. Raquel passou as mãos por cada um na estante do meio que dava voltas pelo apartamento. 

 

"Você já leu todos esses livros?" 

 

Sergio sorriu tímido assentindo e ajeitou os óculos, e ela soube que esse era o jeito dele de admitir que sim. 

 

"Eu tive uma infância diferente da maioria, e bom… tudo o que eu podia fazer era ler e escutar música." Ela o encarou curiosa, mas logo mudou a feição não querendo pressioná-lo a falar qualquer coisa que não quisesse. 

 

"E hoje em dia?"

 

"O que?"

 

"Você ainda lê muito? 

 

"Ah, sim. Sempre quando dá, ao menos..." Ela sorriu se lembrando do que Ángel dissera no escritório mais cedo sobre Sergio ser o banana do financeiro que dava pitis sobre números e resultados. Quis voltar no tempo e responder a Ángel que ele não era um banana, mas sim um nerd-moderno-e-deus-do-sexo. 

 

"Raquel, que tipo de música você gosta?"

 

Sergio a chamou de volta a realidade e ela sorriu se virando pra ele e se sentando na poltrona gorda ao lado da lareira.

 

"Ah, acho que um pouco de tudo….sou apaixonada por rock dos anos 80, 90." Ela riu, e ele pode imaginá-la uma adolescente rebelde que ouvia Sex Pistols com o som nas alturas. "Secretamente tenho um amor platônico por Shakira e Bonnie Tyler..." Raquel completou baixo como se contasse um segredo e ele sorriu mais abertamente. "Mas acho que minha banda favorita é ABBA. Se não a favorita, uma das. Acho incrível como eles conseguem ter uma música para qualquer situação que eu esteja vivendo..."  

 

Sergio nunca tinha ouvido qualquer coisa do ABBA, mas achou engraçada a justificativa dela. Pegou o celular e rapidamente colocou no Spotify - um truque que Andrés lhe havia ensinado, e agora ele, contrariado, pagava 15 euros por mês para poder ouvir música fora de casa - o nome da tal banda, clicando na primeira música que apareceu na tela. 

 

When you were lonely, you needed a man

Someone to lean on, well I understand

It's only natural

But why did it have to be me?

 

Não era possível que o destino pudesse ser tão cruel. Ouvindo a letra da música, ele não aguentou; caiu na gargalhada, assustando Raquel que ainda não tinha o visto rir daquela forma. Ele fechou os olhos respirando fundo e tentando se recompor, feliz de tê-la feito rir. Pensava que ela estava arrependida de ter saído com ele, ou pior, desconfortável com sua presença. Então o melhor remédio era fazê-la rir. 

 

I only wanted a little love affair

Now I can see you are beginning to care

But baby, believe me

It's better to forget me


 

Tentando ignorar a letra quase que direcionada da música, Sergio começou a tentar dançar. Tentar mesmo, porque o que ele fazia não era uma dança em lugar nenhum do mundo, mas não importava. Ao vê-lo daquele jeito, balançando as mãos de forma desajeitada parecendo uma 'versão Sergio do Chandler de Friends', ela também não se conteve. Se levantou indo até ele e o abraçando tão apertado que o fez ter que parar. Nenhum dos dois se lembrava da última vez que tinham recebido um abraço tão… certo. 

 

Sergio não aguentou aquela proximidade e a puxou para um beijo, e nem estranhou quando os lábios dela se separaram e encaixaram direitinho nos dele, tão perfeitamente. Ela não pestanejou em nenhum momento, prendendo os braços no pescoço dele e aprofundando o beijo. Deslizou as mãos pelos ombros e pelos peitos dele, sentindo-o tão perto, e sabendo que se arrependeria daquilo no dia seguinte, embora soubesse que diria sim a ele todas as vezes que ele pedisse. Porque era muito bom. Porque era muito fácil. Porque era muito simples. 

 

Respirou fundo perto dele - e ele cheirava tão bem, por Deus - e Raquel abriu mais a boca, sentindo a língua dele percorrer a sua própria, gemendo baixinho quando as mãos dele apertaram seu corpo contra o dele. 

 

Aquilo ali devia aliviar toda a tensão que sentiam, e tinha como objetivo melhorar a relação deles daqui para frente. Mas Raquel não conseguia pensar em escritório nem em trabalho, só sabia prestar a atenção nas mãos dele levantando sua saia e tocando suas coxas bem delicadamente.

 

“Sergio, por favor, não me provoca.”

 

Ele riu, já tirando a parte de cima do terno e jogando na bancada da cozinha. 

 

“Tá com pressa?”

 

Raquel estreitou os olhos e o puxou até o quarto. Empurrou-o para que ele sentasse na cama, e ficou em pé à sua frente.

 

“Eu quero que você me imagine na sua sala.”

 

“Raquel…” ele chamou, questionando o que ela faria logo a seguir

 

Ela sorriu e começou a tirar a roupa, mais rápido do que gostaria. Tirou a saia e a blusa, chegando perto dele e vendo-o agarrar sua cintura, beijando seu ventre.

 

Sergio sentiu ser empurrado até deitar as costas no colchão, enquanto Raquel cobria seu corpo com o dela.

 

Isso só pode ser um sonho, ele pensava, mas teve certeza de que não era quando ela passou a mão esquerda sobre seu sexo e ele arfou mais alto do que deveria. Raquel sorriu no meio do beijo, e Sergio aproveitou para gemer no ouvido dela quando ela começou a desabotoar sua calça.

 

Ele rapidamente inverteu as posições, ficando por cima dela e se afastando o suficiente para tirar os sapatos e as meias e a calça, deixando para Raquel a única função de desabotoar os botões enquanto ele a beijava e levava a mão esquerda no meio de suas pernas. Sentiu-a ainda mais molhada sobre o tecido da calcinha, e sorriu quando afastou-o levemente e começou a tocá-la.

 

Sergio não podia acreditar que era real. Estava com ela, mais uma vez, e não podia acreditar que era verdade, todo e cada segundo. Parou de beijá-la e fixou os olhos nos dela, e achou divertido e sexy o jeito que ela abria a boca para gemer quase inaudível quando ele passou o dedo médio sobre o seu clitóris. Raquel arfou quando ele beijou seu pescoço, e um filme rapidíssimo passou em sua cabeça. Sabia que o encontraria no dia seguinte, no trabalho. E sabia, sobretudo, que a tensão que existia entre eles não se apagaria por causa desta noite. No entanto, resolveu aproveitar, e parou de jogar. Deixou seu corpo ir conforme o ritmo dele ditava, querendo parar de mandar, uma vez que fosse.

 

Já confiava nele, já sabia do que ele era capaz, então resolveu deixar que ele fizesse o que quisesse com ela.

 

“Sergio”... ela sussurrou, e ele imediatamente abriu os olhos, parando o que fazia no meio de suas pernas. 

 

“Diga”

 

“Você vai ter que fazer todo o trabalho hoje, porque eu tô exausta.”

 

Ele sorriu, mordendo o lóbulo de sua orelha antes de responder, sussurrando:

 

“Sem problemas." 

 

Sergio se posicionou atrás dela, segurando seus braços com ambas as mãos e fazendo um carinho suave antes de levá-las até seus ombros iniciando uma massagem lenta que a fez arfar. Ele tirou o sutiã que ela levava e passou a massagem dos ombros aos seios dela, e começou a beijar os ombros dela, saboreando sua pele levemente. Sergio sabia que essa era, provavelmente, a última vez que a teria inteirinha para si. Beijou seu pescoço e se deliciou ao ouvi-la gemer quando ele se posicionou atrás dela, a ereção pressionando suas costas, e ele levou as mãos ao sexo dela. Raquel achou aquilo tudo muito erótico, e fechou os olhos para se deliciar na sensação que o calor do corpo dele proporcionava. Há muito não se sentia tão confortável a ponto de deixar o parceiro assumir o controle. Mas Raquel sabia - do pouco de sabia de Sergio Marquina - que ele era um homem exímio quando o assunto era sexo. E jogou a cabeça para trás, em cima do ombro dele, quando os dedos dele encontraram o ponto máximo de prazer dela.

 

Ela se deixou levar pela sensação maravilhosa que era tê-lo ali, lhe estimulando logo após afastar a calcinha branca - definitivamente não tão bonita quanto a preta rendada que ele tinha visto na noite da festa. Raquel não pensava direito enquanto Sergio a masturbava, delicioso e cheiroso atrás de si. Ela deixou o corpo amolecer, as costas se apoiando no peitoral dele, e perdeu qualquer timidez que ainda poderia haver ali. Ele, por outro lado, estava encantadíssimo de tê-la ali, tão próxima e tão dele, e tampouco estava controlado. Sergio passava os dedos pela entrada de sua vagina e a sentia totalmente molhada, era absolutamente reconfortante. 

 

“Você não devia ter feito aquilo no restaurante.”

 

Raquel gemia muito alto, e ele achou que ela não seria capaz de responder qualquer uma de suas brincadeiras.

 

“E você acha que sabe brincar com fogo.” Ela disse, rapidamente, mudando as posições e ficando por cima dele. Esfregou-se sobre sua ereção e Sergio gemeu alto, fechando os olhos. Raquel tirou os seus óculos e levantou-se da cama para deixá-los na mesa de cabeceira. Nesse meio tempo, os dois se despiram completamente, e Sergio sentou-se na cama, esperando que ela viesse.

 

No entanto, Raquel encostou-se na parede ao lado da janela, olhando para ele, sorrindo.

 

“Você vai lembrar disso quando me dar bom dia amanhã?”

 

Sergio riu.

 

“Muito provavelmente.”

 

Raquel subiu na cama e engatinhou até ele, subindo em seu colo e usou uma de suas mãos para procurar seu sexo para encaixar no dela. Passou o pênis dele entre seus lábios e seu clitóris, provocando-o.

 

“Eu quero que você lembre disso daqui” Ela sussurrou em seu ouvido, antes de se encaixarem. Sergio gemeu mais alto do que ela, surpreendido. Estar dentro dela era uma sensação surreal - e com os dois sóbrios era melhor ainda. Ela sentou devagar, acomodando-se a ele, e começou a se movimentar, apertando suas paredes contra seu membro algumas vezes. Seus olhos não se descolavam, e Sergio sabia que não importava quantas vezes eles fizessem sexo naquela noite: no dia seguinte, ia querer mais. 

 

Raquel rebolou algumas vezes sobre ele e logo o puxou para um beijo delicioso.

 

“É o máximo que consigo hoje” Ela disse, e ele sorriu quando a deitou no colchão. Passou a perna direita dela sobre seu ombro e estocou uma vez forte, fazendo-a gritar de prazer.

 

Ele aumentou o ritmo, sem deixar de olhá-la. 

 

“Mais forte” Ela pediu, e ele não negou.

 

O problema era que estava excitado demais para aguentar mais tempo naquela posição - e Raquel percebeu isso. E não era um problema para ela. Raquel percebeu o rosto vermelho, a boca aberta e a respiração entrecortada. Agarrou os cabelos dele e começou a se movimentar junto a ele. O som de seus corpos em choque se misturou aos gemidos finos e constantes dela. Ela puxou os cabelos dele e cravou as unhas em suas costas.

 

“Goza olhando para mim.” Ela pediu em um sussurro arrastado.

 

E Sergio, menos de um minuto depois, atendeu ao seu pedido. Raquel achou extremamente satisfatório ver o rosto dele tão próximo e tão entregue a ele. Sorriu, vitoriosa, ao ver Sergio ceder o peso do corpo sobre o dela, vermelho e sem fôlego.

 

“Desculpa.” Ele pediu, ao pé de seu ouvido.

 

“Tudo bem.” Ela sorriu.

 

O que Raquel não podia imaginar era que, minutos depois daquilo, após uma tentativa de chegar à cozinha para tomar água, ele a arrastaria para o escritório e segundos depois ele estaria masturbando-a de novo - só que, desta vez, em cima da escrivaninha. Se perguntassem a ela como ela tinha ido parar ali, ela dificilmente conseguiria articular palavras que descrevessem aquele momento. O certo era que estava de pernas abertas, sentada sobre a madeira fria, enquanto ele permanecia em pé e, com os dedos, a estimulava. Lá na sala, ABBA continuava a tocar, mas ela não prestava a atenção.

 

De novo, na cama, Raquel já tinha abastecido suas energias, e cavalgava em Sergio como se nada mais lhe importasse. Arfava alto e se deliciava com a sensação dos dedos dele sobre sua pele. Ele não podia chegar lá sem que ela chegasse antes, então levou um polegar ao seu clitóris e passou a estimulá-la. Só parou quando ela tremeu sobre seu corpo e apertou seu sexo contra o membro dele, caindo, cansada, sobre seu corpo.

Sergio continuou estocando até que gozasse novamente, abraçando-a. Ficaram ali, abraçados, enquanto se recuperavam, enquanto Sergio depositava pequenos beijos pelo ombro dela. Será que a faria continuar ali por mais alguns minutos? Ou mais uma hora? Ele tentou afastar tal pensamento enquanto acariciava seus cabelos e tentava decorar o cheiro que ela exalava. Até agora, tinha percebido as pintinhas no colo, uma cicatriz na coxa esquerda e um roxo no ombro - que provavelmente era sua culpa. Raquel era mais miúda do que parecia e tê-la assim, entre seus braços e pernas, era extremamente reconfortante. 

 

O problema, sabia Sergio, era que provavelmente essa seria a última vez que a teria assim. Uma vez era casual, duas era estabelecer um certo laço, mas três… Três era admitir que estavam juntos. E ela não queria. Por isso, Sergio afundou o rosto no pescoço dela, sentindo aquele cheiro tão delicioso - a fim de se lembrar. Sabia que teria que trocar a roupa de cama e esquecer que Raquel tinha estado algum dia ali. Ela caiu cansada no colchão, e ele tratou de espalhar beijos por sua pele. Ela ria e acariciava seus cabelos, feliz com o carinho que ele estava lhe fazendo. Estava encantada com aquele homem - tanto no sexo quanto no pós. Ele era delicado e amoroso, e ela achava isso uma graça. Ele seria um ótimo namorado, se ela estivesse procurando por isso. 

 

Raquel se ajeitou, o tirando de dentro dela e sentindo um pequeno desconforto ao perder todo aquele contato. Ela se levantou, pensando em começar a juntar suas coisas para ir embora, mas logo teve sua cintura puxada por Sergio, que a jogou na cama, a cobrindo com seu corpo por cima do dela.

 

"Sergio..." Ela disse manhosa enquanto ele a beijava no pescoço. "Eu preciso ir, já está tarde, amanhã temos que ir trabalhar cedo..." Ela tentava explicar, mas a cada vez mais era difícil se concentrar com ele descendo com os beijos por seu pescoço até seu busto. 

 

Ele passou a língua por um de seus seios, apertando o outro com força e a fazendo gemer alto. "Você dizia..." Sergio provocou sussurrando e apertando o outro seio mais forte. 

 

Que homem era aquele?! 

 

"Sergio é sério, eu preciso ir-" Raquel não conseguiu completar a frase ao senti-lo abocanhar sem dó seu clitóris. Ela rolou os olhos, respirando descompassada, mas tentando manter o foco.

 

"Por Deus, Sergio!" Ela gemeu alto, e ele pode se sentir endurecer novamente só de senti-la tão molhada ao seu toque. 

 

Continuou a chupá-la com maestria, guiado pelos gemidos cada vez mais altos de prazer dela. Quando sentiu que ela estava quase gozando de novo, parou a olhando nos olhos. Raquel quis matá-lo, mas o puxou pelos ombros invertendo as posições e se sentando no colo dele de novo, rebolando lentamente sobre seu membro doloridamente enrijecido. 

 

"Você… é um belo filho da puta." Ela disse tentando não gemer.

 

Ele riu, completamente malicioso, e se sentou na cama, indo em direção aos lábios dela. "Ah, sou?" E então puxou o inferior com certa força, ao mesmo tempo que apertava a bunda dela com as mãos espalmadas.

 

"É." Foi a vez dela sorrir coberta de malícia e o provocar. Enganchou suas pernas ao redor da cintura dele, voltando a colocá-lo dentro dela, e gemendo alto ao ouvi-lo arfar de prazer. Passou as unhas com mais força nas costas dele, fazendo Sergio fechar os olhos e voltar a beijar seus lábios, tendo seus beijos interrompidos por gemidos desesperados que saiam da boca de ambos.

 

Ainda sensíveis e cansados das últimas vezes, Sergio pode notar que Raquel já estava chegando ao orgasmo. Suas paredes o apertavam de uma maneira deliciosa, e ela se sentia cada vez mais perto das estrelas. Finalmente naquela noite, os dois gozaram ao mesmo tempo, entre beijos lascivos e um fôlego duvidoso. Agora sim, ela pensou, totalmente cansada e sem ar, deitada sobre o peito dele que subia e descia rápido denunciando sua respiração igualmente desritmada. Ele a beijou uma última vez antes de perder o fôlego, e ela sorriu, se sentindo nas nuvens. 

 

Sergio conseguiu o que queria. Bem, quase tudo. Raquel permaneceu ali com ele por mais cerca de 1h, na qual se beijaram, acariciaram, riram e conversaram sobre coisas banais estirados na cama completamente bagunçada de Sergio. Ele descobriu que a cor favorita dela era vermelho, que seu avô materno se chamava Tomás e teve um pato de estimação chamado Onofre que comia paella. Já ela, descobriu que Sergio era basco, falava mais 4 línguas além do espanhol e que era fascinado pelas histórias em quadrinhos de 'Asterix e Obelix.' Quando o relógio mostrou que já eram 2h da madrugada, ele entendeu que ela realmente precisava ir, e que mais uma noite incrível dos dois chegava ao fim. 

 

Com um suspiro desolado e cansado, Sergio a envolveu em seus braços com força, querendo guardar aquela sensação tão única que era abraçá-la para sempre em seus músculos depois que ela fosse. Ela percebeu que ele também não queria soltar-se do abraço, mas o fez mesmo assim. Já no soslaio da porta de saída, ele lhe roubou um beijo carinhoso e cheio de desejo, a fazendo suspirar contra seus lábios. Não podia, ela não podia. 

 

"Sabe, Sergio… isso não precisa parar." 

 

Ele a olhou confuso.

 

"Podemos fazer sexo quantas vezes quisermos sem estragar… bom, nada, porque não temos nada para estragar além da nossa vida profissional..."

 

"Então seríamos o que? Colegas de trabalho que transam?"

 

"Casualmente. Sim, porque não?"

 

Ele sorriu com a proposta, claramente aliviado, e ela o acompanhou. Podia funcionar… iriam matar as pequenas grandes faíscas de desejo que surgiriam ao longo do tempo, mas sem nenhum compromisso além de bastante sexo bom. 

 

"Então… colegas?" Ele perguntou.

 

"Colegas." Ela admitiu sorrindo e saiu de perto da porta. “Só, por favor, das outras vezes me chame pra jantar num fim de semana. Porque amanhã chegarei exausta pra trabalhar”

 

Ele riu.

 

"Até amanhã, Raquel." Ele disse ainda a olhando.

 

"Até amanhã, Gafitas." Ela piscou, agora realmente indo embora. 

 

Pela primeira vez em muito tempo, Sergio não se importou que alguém o chamasse assim. Na verdade, não conseguia parar de pensar nela dizendo seu nome, qualquer que fosse o jeito, enquanto ABBA ainda soava pelo apartamento. 

 


Notas Finais


não estamos respondendo os comentários por motivos de falta de tempo (pq sério ta dando um trabalho escrever isso, na moral) mas estamos vendo TODOS então sério, por favor, comentem as partes que vocês gostaram aí
beixosssss


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...