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História Do You Wanna Dance? - Don't You Know


Escrita por: donelena e dudandthesurtos

Notas do Autor


Holaa, do-you-wanna-dancers
Os dias tão passando e nós ficando cansadas por mil e uma razões diferentes (porque os estudos e o trampo não param, né?) mas trouxemos esse cap pra vocês e esperamos que vocês gostem.
Esse daqui é pra ler ouvindo a música, ein? Só jogar lá Don't You Know, do Jaymes Young!!!!
Um beijo, voltaremos assim que possível!
Barcelona&Cannes

Capítulo 9 - Don't You Know


Sexta-feira, a gloriosa, mais uma vez chegava na Piñero Marquéz. Sergio chegava ao escritório mais tarde porque a apresentação tinha sido tão bem sucedida no dia anterior que se deu o direito de acordar depois das 6h da manhã no dia seguinte. Parecia que sua vida estava nas nuvens, que nada poderia abalá-lo naquela linda sexta-feira; Monica estranhou quando o chefe apareceu no escritório às 8h30 da manhã com um sorriso no rosto. Sergio Marquina nunca chegava depois das 7h, nunca faltava ou muito menos ficava doente. Aliás, odiava atrasos. O time inteiro já o esperava, com pastas e cálculos abertos para análise e supervisão. Ágatha estava de boca aberta incrédula, e Yashin permaneceu concentrado em seu computador, que, para variar, tinha dado problema e perdido um arquivo importante no meio do infinito sistema de dados.

"Bom dia, Monica." Ele disse sorrindo e foi direto para sua sala. Ela o seguiu.

"Bom dia…?" Ele riu. Devia ser uma imagem cômica mesmo. "Quem é você e o que fez com Sergio Marquina?!" 

Os dois riram e ela lhe entregou a pasta com os resultados que tinham sido enviados da presidência. Estava demorando… Sergio suspirou e forçou um sorriso.

"Obrigado, Monica."

Como dizia seu pai, 'alegria de pobre dura pouco, Sergito...' Era hora de colocar a mão na massa. Passou o resto da manhã enfiado em sua sala tentando voltar ao estado de tranquilidade que tinha pela manhã quando chegou, e se permitiu, mesmo que por breves momentos, se lembrar da conversa com Raquel na quarta-feira. Depois da conversa sincera que tiveram há algumas semanas, tudo parecia caminhar a uma linda amizade - o que ele jamais reclamaria, pelo contrário - mas não podia deixar de sentir falta de tê-la em seus braços, de beijar sua boca e seu corpo nu… O que lhe restava era respeitar a decisão que os dois tinham tomado pelo bem geral e se contentar com uma amizade que até estava sendo bem divertida. Na hora do café em que seu time e ela sempre se juntavam, ele a encontrou sorrindo leve e contando alguma coisa sobre um contrato milionário que tinha supervisionado fechar e que provavelmente já já todos eles iriam ter em mãos. 

"Boa tarde Inspetora!" Ele disse ainda sorridente e foi se servir de café.

"Boa tarde, Gafas! Estamos de bom humor hoje, ein?" Raquel brincou e bebericou seu café.

"Nosso Profe tá todo pimpão porque ontem deu um show apresentando os resultados do pré-budget pro presidente do financeiro!" Ágatha disse orgulhosa, fazendo Sergio corar. 

"Meu Deus, Sergio, parabéns!" Raquel, em um impulso, o abraçou e Sergio sentiu o tempo parar. Sentir as mãos dela em seu corpo de novo, o cheiro de seu perfume doce no pescoço e no cabelo. Quis resmungar quando ela o soltou, sentindo seu rosto queimar de vermelhidão, o que Raquel achou muito fofo. Sergio podia ser um Deus entre quatro paredes, mas no mundo real era um ursinho carinhoso extremamente tímido.

"Obrigado gente, muito obrigado…" Ajeitou os óculos. "Mas óh, é um resultado nosso, ok? E ainda temos o budget inteiro para estruturar pelos próximos meses… vai dar trabalho mas vai dar certo." Sergio respondeu ainda um pouco sem graça e Ágatha e Yashin apenas sorriram concordando.

"Bom, eu vou voltando, você pode estar de bom humor mas o Ángel daqui a pouco vem me chamar..." Raquel disse os fazendo gargalhar. 

E de novo, Sergio sentiu alguma coisa faltando quando ela saiu de perto dele. Teve vontade de ir até lá, puxá-la pela mão e a beijar até que o ar faltasse. Melhor, teve vontade de chamá-la para largar tudo; o trabalho, Ángel, contratos e números, e que só fosse com ele para onde ela quisesse, contanto que fosse. Mas não o fez. Permaneceu no meio do hall do café, se perguntando pela milésima vez naquele dia porque não conseguia esquecê-la e aceitar que nem sempre as coisas acontecem como são desejadas. Precisava de um tempo para digerir aquela sensação nada agradável ao pé do estômago, e nada melhor do que voltar a sua completamente isolada, quieta e agradável sala. Errado. Bastou que se sentasse em sua cadeira e encarasse a primeira planilha que Andrés abriu a porta com força.

"Hermanito, como vai? Já soube que está feliz da vida hoje, que que houve? Se deu bem noite passada ou…?" Andrés brincou indo até ele e o encarando com um sorriso travesso nos lábios.

Já Sergio lhe respondeu com um olhar fatal. "Boa tarde pra você também, Andrés, e não eu não fiz sexo com ninguém ontem a noite. Mas me dei bem sim, na verdade. Meu pré-budget foi aprovado pelo Prieto, e tudo verde para que as projeções comecem a-"

"E bla bla bla, ok, não quero saber das suas pobres alegrias de um engenheiro. Como está Raquelita?" Andrés se sentou e Sergio sorriu sincero.

"Bem, ela está bem, trabalhando muito e sendo uma exímia amiga, se você quer saber. Aliás, o que você quer saber? Porque está aqui, de novo, no meio da tarde me azucrinando?" Ele disse simplesmente, e girou na cadeira para encarar o computador.

"Ué eu vim saber do meu irmãozinho e resgatar minha estagiária que era pra ter descido faz meia hora com meu expresso e as novidades quentes do andar mais badalado da Piñero Marquéz." Agora sim tudo estava explicado.

"Olha não sei onde a Silene está, mas garanto que alguém da Carpa saiba, ela namora o estagiário da Raquel..." Sergio explicou, completamente vidrado no computador.


 

Do outro lado do salão, Silene conversava em um canto escondida com o namorado, até que Antoñanzas o chamou de volta a sua mesa para que terminasse de imprimir uma jurisdição importante que deveria ir para a mesa de Ángel até o fim do dia. Agora completamente sem ter o que fazer, se aproximou da mesa de Aníbal fingindo procurar alguma coisa enquanto ouvia a conversa de Suárez com a nova vice-diretora. Raquel estava debruçada na mesa, com o cabelo preso por um lápis e apenas assentindo aos comentários e anedotas desesperadas por atenção que o advogado contava. 'Ugh, homens...' Até que:

"Sabe, Raquel, eu tava pensando; abriu um bar novo na Preciados, e eles vão passar os melhores momentos do jogo de quarta nesse sábado..." Suárez começou. "Quer ir?" 

Raquel assentiu meio sem pensar até que ouviu de novo. O que? Ele a estava chamando pra sair? Suárez? Tirou os olhos do contrato que redigia e sem querer o lápis de seu cabelo caiu na movimentação brusca. Ficou vermelha e respirou fundo. Não queria sair com ninguém do trabalho, ainda mais depois de tudo o que se deu com Sergio mas… ela era solteira, era um sábado a noite, e sair com ele não implicava sexo ou nada do tipo. Só iam tomar umas cervejas, ela ia rir, ele ia rir, e pronto, nada demais. 

"Tá, eu… ok, quero." Ela sorriu, e ele sorriu também. É, podia ser divertido. 

Silene não acreditou nos próprios ouvidos. Saiu dali correndo tentando não ser percebida e foi até Ágatha, que quase chorava tentando montar uma planilha. 

"Ágatha!!!! Vem aqui." A menina chamou para que ela fosse até o café e a amiga prontamente largou o que fazia para ouvi-la. 

"Fala, que foi dessa vez? Estou quase arrancando os cabelos com essa porra de excel que resolveu migrar as falhas do computador do Yashin pro meu..." Ela lamentou e Silene sorriu como se estivesse prestes a revelar um segredo de Estado.

"Suárez chamou Raquel pra sair." Ela contou devagar e a boca de Ágatha foi abrindo conforme sua cabeça ia processando as informações.

"Não… mentira?! Meu Deus, isso vai dar uma merda, não acredito!! E ela disse o que?" Perguntou mais curiosa que preocupada.

"Ué mas é claro que ela disse que sim né? Já viu o Suárez por acaso?!" Silene disse e Ágatha levantou as sobrancelhas. É, ele não era de se jogar fora…

"O que as guapitas estão fofocando aí ein?" A duas foram pegas em flagrante por Yashin, que voltava do banheiro. 

"Raquel vai sair com Suárez!" Ágatha disse e Yashin arregalou os olhos.

"Não… mentira! Sério? Como, porque?! Mas e o Profe?!" 

"E o Profe o que gente, ele tá lá dentro..." Foi a vez de Monica aparecer com sua caneca e da do chefe. Os outros três a olharam sem saber o que fazer, esperando que ela terminasse de repor o café nos dois recipientes. "Que foi gente?" Ela os encarou um pouco perdida.

"Raquel vai sair com Suárez!" Os três falaram ao mesmo tempo e Monica fez a mesma expressão que Yashin. 

"Mas gente!!! E o Sergio?!" Ela perguntou e se arrependeu da resposta; era daquilo que eles falavam, afinal. 

Sem pestanejar, os quatro foram, liderados por Monica, até a sala de Sergio. Ao abrir a porta, Andrés brincava de mexer com as pecinhas do não-lego de Sergio, enquanto ele mexia no computador concentrado. 

"Monica, obrigado-" Ele respondeu tirando os olhos do computador e não entendendo o que o time inteiro - e mais sua ex estagiária - faziam em sua sala. Ficou encarando-os esperando uma resposta "Pois não?" Ele perguntou ainda no aguardo.

"Raquel vai sair com Suárez." Os quatro disseram, novamente em uníssono. Sergio permaneceu estático, sem saber o que dizer; e Andrés arregalou os olhos realmente curioso.

"NÃO… SÉRIO? Mentira?! Não… GENTE!" O irmão respondeu entusiasmado. Daria o dedo mindinho do pé por trabalhar assim, cercado de fofocas todos os dias. "Hermanito, tá vendo! Eu falei, no primeiro dia, eu FALEI que camarão que dorme a onda leva e você como bom camarãozinho que é fez o que? DORMIU!" Andrés exclamou, incrédulo com a capacidade do irmão de não saber como agir com mulheres. Por Deus, era só ter chegado e perguntado antes!

"Eles vão sair amanhã pra conhecer um bar de esportes novo na Preciados..." Silene complementou.
            "Profe anda logo! Vocês são amigos mas olha aquela mulher! Você sabe que gosta dela e sabe que ela também não te ignora! Mete bronca!" Ágatha começou, tentando ser um pouco mais fofa.

"É! Vai lá, fala com ela, chama pra um café, um jantar, qualquer coisa! Hoje é o dia universal do date!!" Yashin se pronunciou. 

"Sergio ela gosta de você, eu sei que gosta. Vai lá, passa por cima do Suárez e chama ela! O não você já tem, homem!" Foi a vez de Monica comentar, colocando a caneca de café dele em sua mesa com força para provar seu ponto. 

Andrés se levantou de onde estava indo até o resto do pessoal e se colocando no meio. 

"Sergio olha pra cá: você gosta dela? Nem que seja como amigo, você minimamente nutre algum sentimento por aquela mulher?" 

Os cinco o olharam quase inquisitivos, e Sergio suspirou fundo. 

"Está tão na cara assim?"

Monica achou que fosse morrer de fofura junto com Yashin, enquanto Ágatha e Andrés o olhavam como quem diz "É ÓBVIO". Silene se manteve quieta no meio dos colegas tentando não causar mais confusão. Indubitavelmente tinha algo muito maior por trás, e ela queria descobrir.

Sergio se viu afundando na cadeira. Estava claramente fudido; não queria pressioná-la, muito menos insistir em algo que ela explicitamente tinha dito que não queria, e muito menos dar esse gostinho aos seus colegas de trabalho que, claramente, tinham um lado a defender nesse momento. 

"O que eu faço?" Ele perguntou olhando para as próprias mãos. Realmente não tinha ideia de como prosseguir. 

Para sua surpresa, todos começaram a falar ao mesmo tempo, se atropelando, discutindo e no fim nem lembrando que ele ainda estava ali. 

"GENTE!" Monica disse alto quando percebeu que Sergio estava alheio de novo. Sem dizer mais nenhuma palavra todos se retiraram -  mesmo que sob protestos como foi no caso de Andrés - fechando a porta devagar.

Sergio realmente estava perdido; perdido nela, naquele sorriso, naquele corpo, naquele cheiro, na saudade que tinha dela. E sabia que, ainda mais agora, tardaria para se encontrar.

 

 

O cansaço da semana lhe atingiu com força mas, após um banho quente, Raquel já se sentia parcialmente renovada. Colocou sua camisola e, de modo habitual, se dirigiu à cozinha. Estava em dia com suas apresentações e não precisaria acordar cedo no dia seguinte: tinha tempo para si, finalmente. Abriu uma garrafa de vinho que tinha comprado na semana anterior e começou a preparar seu jantar. Bebeu de sua taça e buscou sua bolsa para achar seu maço de cigarro. Enquanto as panelas fumegavam, Raquel fumou olhando pela janela, e não pôde evitar um sorriso quando Sergio passou pela sua cabeça. Achou graça, sobretudo, por ter o diretor em sua mente depois de ter aceitado sair com Suárez no dia seguinte. Raquel conhecia a si mesma, e aceitar o convite de seu colega tinha sido mais para massagear seu próprio ego: sabia que jamais cederia às insistências dele, e que provavelmente só estava precisando flertar um pouco sem medo nem compromisso.

Buscou seu telefone e colocou uma música para tocar enquanto terminava seu cigarro para retornar às panelas. 

Raquel jantava olhando para um dos azulejos da cozinha, e Sergio ainda não tinha saído de sua cabeça. Ele estava lindo, hoje, com aquele terno e camisa preta… Raquel se odiava quando não podia evitar esse tipo de pensamento, mas, geralmente quando eles vinham, ela já não os freava mais. Era gostoso pensar nele, era gostoso se deleitar com as lembranças mais quentes ao lado dele - e já não se reprimia como antes. Era melhor só pensar do que reprimir tudo isso e acabar mandando mensagem para ele. Então deixou sua mente vagar pelo corpo de Sergio… A barba espessa, as pintinhas em seu colo branco - o desenho de seus músculos em pouca luz, meu Deus!

Raquel acendeu outro cigarro depois de lavar a louça e encheu mais sua taça de vinho. Olhou pela janela e Sergio imediatamente apareceu em sua mente, e se fechasse os olhos podia sentir as mãos frias dele encostando-lhe o braço delicadamente, e a barba roçando em seu pescoço. Suspirou e abriu os olhos. Raquel sabia que se ligasse para ele, Sergio estaria em sua porta em menos de meia hora. Sabia que o sexo seria fenomenal, e que o beijo dele lhe daria descargas elétricas no corpo e a faria querer mais e mais durante quantos dias aguentasse. Entendia que, se ligasse para ele, todo o fogo no meio de suas pernas poderia ser saciado. E sabia que ele nem se importava de lhe oferecer isso a ela. Raquel só queria ter coragem de pegar o telefone e mandar uma mensagem.

Vem.

E ele viria. Mas teria que lidar com todos aqueles problemas posteriores: sabia que o convidaria para o café, para o almoço, para o jantar… Sabia que o convidaria a entrar em sua vida. E que se arrependeria na segunda feira seguinte, quando não pudesse mais ficar longe dele sem querer agarrá-lo pela gravata e o puxar para o banheiro…

I've been walking in the moonlight looking for you

I got nobody but my shadow to give me through

So put your lips on my scars and teach me to love

Give my slow heart the rhythm of a blood drum

I don't want you to go

I need more of you in my life

Nobody should be alone

Please let me take you home tonight

Terminou de beber da taça e encheu mais, percebendo que só restava um gole. Lavou a louça e arrumou toda a cozinha antes de pegar a taça e levar ao seu quarto. Arrumou o travesseiro e recostou-se na cabeceira da cama, desbloqueando seu telefone. Abriu a conversa - Sergio Marquina. E lá estava a foto dele, sério. Não estava online, e Raquel começou a imaginar o que ele estaria fazendo. Provavelmente estava cozinhando àquela hora, sem camisa. Podia pintar um cenário em que ele estivesse turvo por causa da fumaça que subia das panelas, e diria a ele que ele estava lindo com aquele cabelo bagunçado e sorriso travesso. Gostava de imaginar que ele também apreciava um bom vinho, e agora tinha uma taça cheia em que bebericava aos poucos enquanto a encarava. 

Ok, Raquel, respira.

Ela bloqueou o telefone, se recusando a cogitar chamá-lo. Sabia que queria e sabia do proveito que tiraria de tudo aquilo: mas precisava se controlar. Bebeu do vinho que restava na taça, e respirou fundo. Sorveu o líquido e seus lábios se umedeceram, e fechou os olhos. Raquel imaginou como seria se os lábios de Sergio a beijassem agora, e qual seria a sensação de suas línguas juntas. Sentiu o corpo se aquecer instantaneamente - não se sabia se era o álcool ou se era só uma resposta automática à figura de Sergio - e passou a mão delicadamente sobre seu próprio pescoço. Sentiu sua pele quente e desceu até seu seio, e encostou em seu mamilo já enrijecido. Apertou-o com leveza e soltou um suspiro.

Don't you know I want you so bad

And every night I call for you

Don't you know that I

Don't you know I want you so bad

I'd do anything to touch you

Afastou o tecido da camisola e tocou seu seio novamente, desta vez apertando com mais força, e desceu a outra mão até o meio de suas pernas. Afastou uma da outra e tirou o tecido leve da camisola dali, tocando suas coxas com a ponta das unhas curtas, a fim de se arrepiar. De olhos fechados, podia imaginar a barba de Sergio roçando ali em sua pele sensível e quente - e se conseguisse se esforçar muito podia lembrar dos sons que ele fazia quando abocanhava seu sexo. Raquel passou os dedos sobre sua calcinha e já se sentia molhada, e foi só questão de tempo até tirar o tecido do meio do caminho para começar a tocar em seu ponto mais sensível. Gemeu baixinho, e pensou em Sergio. Sergio tirando a camisa. Sergio beijando seu pescoço. Sergio a masturbando. Sergio passando seu membro por seu sexo…

Raquel continuou os movimentos circulares e lentos em seu clitóris e, depois, passou os dedos desde sua entrada, voltando ao ponto inicial, umedecendo todo seu sexo. Os movimentos constantes começaram a lhe dar mais prazer, e seus gemidos baixos e contidos continuaram. E os pensamentos em Sergio também. Sergio lambendo o interior de sua coxa. Sergio apertando sua bunda enquanto a chupava. Sergio estocando de leve dentro dela enquanto a beijava… Raquel aumentou a velocidade quando os pequenos espasmos de prazer tomaram conta de seu corpo, e ela só conseguia pensar nele, nos dedos dele fazendo aquele trabalho para ela, nos gemidos dele quando estavam unidos, no rosto safado que ele tinha quando abria os olhos e a via sentar rápido e sempre agarrada a ele…Seus gemidos ficaram mais altos e constantes e só precisou de mais alguns segundos para atingir um orgasmo e seu corpo inteiro tremeu, seus olhos se fecharam com muita força e achou que viu estrelas. Continuou os movimentos mais lentamente até sentir as ondas de prazer se dissiparem completamente de seu corpo, e então parou, ofegante.

Deitada na cama com as pernas abertas e os dedos molhados, Raquel se sentiu aliviada, mas um buraco parecia crescer em seu peito aos poucos. E sabia que, embora seu corpo estivesse saciado, seu coração não chegava nem perto disso.

Antes de dormir, Raquel fumou outro cigarro e olhou as horas no relógio da cozinha. Meia noite e meia. Ele devia estar acordado, ainda, decerto vendo um filme, ou lendo um livro, ou só tomando um vinho mesmo. Duvidava que ele estaria na rua, num bar, mas pensou que, talvez, ele estivesse jantando com alguém. Alguma mulher, ou até mesmo Andrés. Mas só de pensar que ele talvez estivesse acompanhado, Raquel sentiu sua cabeça girar: não queria estar pensando nele enquanto ele fazia outra coisa. Na verdade, não queria estar pensando nele de jeito nenhum. Queria arrancar aquela tensão que sentia perto dele e jogar fora para sempre. Não queria que aquilo evoluísse e, ao final do cigarro, Raquel tinha decidido que estava, com certeza, doida - e que tinha entendido tudo errado. E que estava provavelmente com algum problema e qualquer carinho que vinha em sua direção ela confundia com algo a mais, por causa de seu passado. Mas não. Eles eram amigos e isso, para ela, já era ótimo. Era mais do que esperava quando entrou na PM, na verdade. Estava tudo bem, tinha seus amigos e um ambiente confortável de trabalho. Iria sair com Suárez do mesmo jeito que tinha saído com todos da Carpa - como amigos. E suas necessidades físicas ficariam para depois.

 

Enquanto Raquel deitava para dormir, Sergio estava sentado no escritório com o telefone em mãos. Queria ligar para ela, saber de seu dia e como estava. E, antes, essa ideia não teria lhe causado a taquicardia que agora causava - porque agora sabia que ela sairia com Suárez e ele já era peça fora do tabuleiro. Quer dizer, nem tanto, porque Sergio e Raquel eram amigos. Talvez Suárez fosse só sexo casual, também. Mas Sergio não podia deixar de imaginar que, talvez, ele fosse à casa dela depois do encontro. E que descobrisse coisas dela que a Sergio não tinham sido permitidas. Mais do que o sexo com outra pessoa, o diretor sentia-se enciumado de pensar que talvez Suárez tivesse passe livre à outra parte da vida de Raquel. 

O diretor estava com a conversa aberta - Raquel Murilo. Ela sorria na foto de perfil, e ele não conseguia parar de olhá-la. Pensou em trezentas maneiras de começar uma conversa (estava assim desde as onze da noite, e cada ideia parecia mais estúpida do que a outra).

Boa noite, Inspetora, algo para solucionar hoje?

Olá, Inspetora, se divertindo na sua sexta à noite?

Qual disco do ABBA me recomendas esta noite?

Tudo parecia pedante e ridículo - e era assim que Sergio se sentia. Ridículo de estar sentindo algo-a-mais por alguém que lhe tinha dito com todas as letras que não queria nada do tipo. 

 

Take a look at these mountains I'm moving for you

I'm gonna light the dynamite, I'm gonna break through

'Cause I know all the ways to appreciate your design

I'm a damn good lover, shivers up your spine

I don't want you to go

I need more of you in my life

 

Sabia que podia ser tudo coisa de sua cabeça e esse incômodo no peito era algo que não sentia desde seus vinte e poucos anos. Gostava de ser sozinho e de se manter controlado quanto aos seus sentimentos e, por isso, desistiu de ligá-la e discou um telefone já conhecido, que atendeu quase imediatamente.

"O que houve?"

 

"O que está fazendo?"

 

"Vou sair, por quê?"

 

"A essa hora? São uma da manhã!"

 

"Nem todo mundo é velho que nem você, Sergio"

 

O diretor suspirou.

 

"Do que precisa, hermanito?"

 

Sergio se arrependeu de ter ligado. Seu peito parecia que iria afundar, e de repente todas as suas inseguranças pareciam ter se tornado reais. 

 

"Nada, eu só…" suspirou de novo "Só precisava ligar para alguém que não fosse ela."

 

Sua voz era triste, e Andrés sabia que, para seu irmão mais novo ligá-lo numa sexta à noite, de madrugada, era porque algo estava errado. Era mais do que só um sentimento não correspondido - aquilo tinha atingido lugares no peito já rachado de Sergio.

 

"Quer que eu vá até aí?"

 

"Não, por favor, vá curtir sua noite. Eu só…" não conseguiu terminar

 

"Desligue o telefone e respire devagar. Eu estou indo."

 

"Andrés, não. De verdade. Se eu precisar, eu ligo."

 

"Ok, não vou desgrudar do telefone, então. É só avisar."

 

"Obrigado"

 

E assim o fez. Desligou o telefone e abriu as janelas do quarto - precisava respirar. Havia uma festa numa das casas ali debaixo, aparentemente alguns adolescentes aproveitaram uma viagem recente dos pais. Ele podia ver as luzes coloridas piscando e pessoas dançando. Ele via um casal se beijando contra uma parede. Alguns gritos finos animados das meninas que conversavam, provavelmente muito bêbadas. E ele podia ouvir a música, mesmo que distante - uma batida animada e uma letra insuportavelmente coerente com o momento. E Sergio não pôde fazer mais nada além de suspirar.

 

Don't you know that I'm going mad

And in the moment I fall for you

 



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