1. Spirit Fanfics >
  2. DOBRA NO TEMPO - Thomas Shelby >
  3. Capítulo 014

História DOBRA NO TEMPO - Thomas Shelby - Capítulo 014


Escrita por: Istref1

Notas do Autor


Oie gente, antes de começar o cap, saibam que hoje ele está HOT e tem cenas explicitas de sexo, caso você não goste de ler esse tipo de coisa, pule o final.

Me sigam no twitter lá vocês ficam por dentro das att e de outras coisinhas que posto por lá sobre a fic e tals: @Istreff1

Boa leitura.

Capítulo 14 - Capítulo 014


Fanfic / Fanfiction DOBRA NO TEMPO - Thomas Shelby - Capítulo 014

┅━━━╍⊶⊰⊱⊷╍━━━┅

Amara ergueu o queixo, fitando Grace a uma certa distância. Não tinha medo da mulher, assim como não confiava nela o suficiente para ficarem a sós. Mas não tinha tanta opção a não ser ceder ao pedido. Grace pigarreou, passando pela garçonete com certa autoridade. Amara a seguiu até um beco, mantendo os pensamentos ruins para longe. Não era fácil voltar ao lugar onde matou um homem há algumas semanas, ainda sentia o medo e a angustia que tinha passado ali. Tudo ainda parecia estar da mesma forma, inclusive o odor podre que fazia Amara respirar pela boca. Levou um tempo para que Grace se virasse e falasse o que realmente queria.

— Eu sei o que você fez. — Começou. Amara puxou os lábios em um riso seco.

— O que eu fiz? — Questionou ao se aproximar da loira. Grace não deu um passo, não se sentia intimidada pela garçonete.

— Disse a Thomas que Campbell chegaria até as armas. — Começou estreitando o olhar. — Você foi esperta em agir primeiro, deixando Thomas um passo à frente do inspetor.

— Espero que tenha dado meu recado a ele. — Amara deu outro passo.

— Não sou uma garotinha de recados, mas ele sabe o que fez e não foi por mim. — Grace disse amargamente.

— Sei que está com medo, Grace. — Amara a fitou. Grace engoliu seco. — Teme pelo que o Thomas pode fazer com você.

— Poderíamos estar trabalhando juntas, mas você preferiu se aliar para o lado dele. — Grace fez uma pausa, antes que continuasse. — Pensei que fosse mais esperta, Amara. Thomas Shelby é um criminoso e não irá durar tanto quanto você pensa. A única coisa que me questiono é porque está tão interessada em ajudar esse homem.

— Talvez eu tenha empatia por ele. — Respondeu ao dar de ombro. Grace sorriu.

— Empatia? Não quis dizer paixão? — Disse. Amara rangeu os dentes com a acusação. — Se deixou levar pelo charme dele. Eu confesso que quase caí no mesmo truque, mas mantive o foco no que deveria fazer. Além disso, eu jamais me apaixonaria por um homem como Thomas Shelby.

— Talvez diga isso, pois não teve oportunidade de passar mais tempo com ele. — Amara estreitou o olhar. Grace estava rígida como uma pedra, mas algo a assombrava. — Sua missão logo terminara, Grace. E o que irá fazer depois disso?

— Com certeza não ficarei nessa cidade imunda. — Respondeu com acidez. — Esse lugar corrompe todos, veja só você, uma simples garçonete que agora mata homens do IRA.

— Você não sabe nada sobre mim.

— Talvez não tanto quanto deveria. — Ela deu um passo. — Mas agora você se tornou um problema para a Coroa, que eu infelizmente preciso resolver.

— O quê? — Amara questionou.

Viu quando Grace puxou da bolsa uma pequena arma. Amara permaneceu parada, assimilando o que estava prestes a acontecer. Era lógico que o inspetor mandaria Grace para aniquilá-la depois do que ela fez. No entanto, Amara não estava preparada para morrer pelas mãos de uma espiã da Coroa. Se Chester a quisesse morta, então ele teria que fazer isso pessoalmente, ela o esperaria com prazer.

— Você não quer me matar. — Amara disse. Grace sorriu.

— Como tem certeza? Você se tornou uma criminosa ao ajudar Thomas Shelby, já matou dois homens. — Grace pronunciou aquelas palavras com força, tentando manter o pulso firme assim como sua voz. — É o meu dever como agente acabar com você.

— Você está tremendo, nunca fez isso antes. Tudo bem, eu sei qual é a sensação de levantar uma arma pela primeira vez. — Observou. Grace tentou controlar o punho, essa seria a primeira vez que atiraria em alguém. — Saiba que não vai muito longe quando atirar em mim. Grace, sei que é mais inteligente do que parece. Se atirar, pode estar cometendo a segunda maior burrada da sua vida.

— Cometendo a segunda maior burrada? — Riu com desdém. Amara deu um passo para frente, se perguntando que horas alguém as avistassem naquele beco, não conseguiria levar Grace em banho-maria por tanto tempo.

— A primeira foi espionar o Thomas. A segunda é por me ameaçar. Sei que tenho certa importância para o Tommy, ele confia em mim. — Disse segura das próprias palavras. — Se atirar agora, Thomas vai caçá-la como um animal selvagem. Ele já sabe quem você é e te poupou por isso, mas se fizer o que está pensando, ele não vai ter piedade.

Grace não respondeu, parecia ponderar tudo que tinha ouvido. Receber aquela tarefa de Campbell arrancara sua noite de sono. Não tinha nada contra a garçonete, mas não podia negar que se sentia ameaçada com a aproximação dela com os Peaky Blinders, se tornando uma peça valiosa entre eles. Mal sabia a garçonete que a própria cabeça estava sendo posta a prêmio e cabia a Grace, levá-la ao inspetor. Um disparo foi efetuado, assustando alguns pássaros que pousavam nas telhas velhas das casas. Amara foi ao chão com o susto, mas se deu conta que não estava ferida. Encarou Grace, que também estava ao chão, segurando o braço. Ouviu passos pesados e furiosos serem dados para dentro do beco.

— Só me diga para fazer, Amara. — Ouviu a voz. Amara piscou algumas vezes, afastando os pontos escuros que surgiam em sua visão.

— Não! — Disse alto, se levantando do chão em um salto. Encarou John, o homem estava vermelho e ofegante. — John, não faça isso!

— O quê? Ela ia te matar sem pensar duas vezes! — Ele disse. Amara encarou Grace, que estava com o braço ferido, enquanto gemia no chão. — Eu estou cansado desses agentes filhos da puta!

— Se a matar, só vai piorar as coisas. Você por acaso quer ser levado à forca por atirar em um agente da Coroa? — Amara se colocou entre John e Grace. Ele a encarou, suas pupilas estavam dilatadas. — Ela não vai fazer mais nenhum mal.

Amara juntou a arma no chão. Grace a acompanhou com olhar, sentindo a dor do tiro queimar seu ombro. O olhar que recebeu da garçonete, fez seu interior tremer.

— Você vai embora, Grace. — Amara disse, severamente. — Vai deixar a cidade e nunca mais vai voltar, vai fazer isso pelo seu próprio bem. Estava certa quando escolheu não se envolver com essas pessoas, é um caminho sem volta.

— Você vai se caçada da mesma forma que o Thomas é. — Disse entre um gemido. Amara se abaixou, checando o estado do ferimento, por sorte, Grace sobreviveria, era apenas um tiro de raspão.

— Quanto a isso, vou estar preparada quando Chester me procurar. — Amara ergueu o olhar, assim como seu tom de voz se tornou sombrio. — Vai dizer a ele que eu fiz um Peaky Blinders poupar sua vida. Você vai me agradecer futuramente por isso.

Grace desviou o olhar para a lama que a rodeava, se sentindo vencida. Amara a levantou o chão, rasgando um pedaço do próprio vestido para que fizesse um curativo no braço da espiã. John acendeu um cigarro, encarando aquela cena patética, sua intenção ainda era deixar uma bala no crânio de Grace. O Shelby sempre sentiu que algo errado rondava a mulher, e estava certo. Confiou no significado do sonho que teve pela madrugada, de alguma forma, sabia que algo ruim aconteceria. Quando Thomas contou quem de fato era Grace, tudo fez sentido, mas não esperava que a garçonete da Garrison o impedisse de fazer o que ele realmente queria.

— Devolve minha arma. — Grace disse. John sorriu seco, soprando a fumaça para o ar.

— Acho que não. Saia daqui antes que me arrependa por poupar sua vida. — Ele disse ameaçador. Manteve o contato visual, travando uma guerra interna com Grace.

— Você escolheu o lado deles, boa sorte sendo caçada como uma lebre. — Grace cuspiu as palavras na direção de Amara, partindo em seguida.

Um suspiro esvaziou os pulmões de Amara. Ela ouviu John dizer algo em outro idioma. Se encostou na parede quando sentiu o mal-estar percorrer seu corpo, não importava o quanto estivesse envolvida naquelas confusões, jamais se acostumaria em estar na beira da morte ou perante a mira de uma arma. Ela realmente tinha que ir embora, pelo bem da própria sanidade. John puxou a pistola de Grace das mãos de Amara, checando-a cuidadosamente.

— Teve muita sorte que eu parecesse aqui, bem na hora que ela a mataria. Pelo visto, vim checar cedo as contas do Garrison no lugar do Arthur fez com que eu salvasse sua vida. — Ele disse, ainda nervoso. — Depois que o Thomas me contou sobre a Grace, eu sabia que não demoraria para ela mostrar as garrinhas. Aquela vadia, sempre perguntando sobre tudo, eu sabia que tinha algo muito errado.

— Obrigado. — Amara sussurrou, era a única coisa que conseguia dizer no momento.

— Fique com a arma, vai precisar dela. — Ele disse. Amara piscou algumas vezes. — Sei que o Thomas iria querer o mesmo.

— Não posso discordar. — Amara segurou a arma, era pequena e maleável, uma arma feminina e capaz de fazer um belo estrago. — E pensar que há algumas horas eu estava em uma reunião sobre direitos iguais para mulheres. Agora me encontro ameaçando outra. Porque entramos em contradição tão facilmente?

— Ninguém é perfeito, Amara. — John disse, oferecendo o cigarro a ela. Amara aceitou, vendo os dedos ainda tremerem levemente em volta do cano. Soltou a fumaça segundos depois, sentindo o peito formigar com uma sensação amarga do cigarro.

— Estava com Ariana? — Perguntou subitamente. Amara o encarou

— Sim.

— Eu deveria imaginar. — Disse. Pareceu pensativo por um momento.

— Você ainda sente algo por ela, não é? — Amara perguntou. John a encarou surpreso.

— São poucas as oportunidades dadas para se amar. — Disse depois de um tempo. — Eu sinto que a tive por um momento e a perdi.

— E a Esme? — Perguntou. John sorriu secamente.

— Ela é boa, mas não para mim. — Ele deu um passo para fora do beco. Amara o seguiu.

— Defina o que é bom? — Questionou. John parou no meio do caminho. — Uma mulher para viver no meio de homens como você e seus irmãos, não deve temer nada. Deve estar preparada para todas as confusões que virão. Aguenta as perdas e seguir em frente mesmo despedaçadas. — John a encarou. Amara deu um passo até ele. — Eu diria que não existem homens bons o suficiente para essas mulheres.

— Está dizendo que não mereço o amor da Ariana? — Sorriu de modo seco. Amara deu de ombro.

— Não sei John, você a traiu. Será que você já se perguntou como ela se sentiu com isso? Como se sente até hoje por renunciar ao amor que sentia? — Disse. John não esperava ouvir aquilo. — Eu só sei que ela não merece passar por todas essas guerras e desilusões, ninguém merece. — Disse, sincera. — Você mudaria por amor, John? Renunciaria tudo que tem aqui ao lado dos seus irmãos para viver uma vida simples e honesta?

John mordeu o canto interno da boca, sabendo que faria qualquer coisa pela mulher que realmente amava, mas essa era uma realidade distante. O Shelby sabia que perdera Ariana há muito tempo, em um momento que fazia tudo por prazer como um jovem inconsequente que era, agora tinha que catar os frutos das consequências e aceitar que sua vida era ao lado de Esme, a cigana catadora de cogumelos e mãe dos seus futuros filhos. Amara passou por John, caminhando para o Garrison, ela precisava beber algo forte e faria isso quando colocasse os pés para dentro do pub.

O lugar não estava cheio e Harry parecia ocupado nos fundos. Amara puxou uma garrafa de uísque irlandês, servindo dois copos, já que John a seguiu pensativo até lá, provavelmente pensando no que tinha ouvido. Ambos brindaram em silêncio, sentindo o amargo da bebida trazê-los de volta à realidade. Dois homens entraram afoitos no pub, fazendo John saltar do banco e apontar a arma.

— Seus merdas, onde vocês estavam? — John perguntou entredentes. Amara os reconheceu, eram os homens que deveriam protegê-la. — Ela quase morreu e vocês estavam onde? Quando o Thomas soube...

— Eu não sou uma donzela em perigo, John. — Amara disse alto, tomando atenção dos homens.

— Se o Thomas os designou para protegê-la é porque você tem que ser protegida, porra. — John disse alto, encarando-a brevemente. Voltou atenção aos homens, esperando uma resposta deles.

— Seguimos a senhorita Flynn até uma loja, mas horas depois fomos cercados por policiais. — Um dos homens respondeu. Amara pode perceber as marcas de agressões nos pescoços deles, assim como alguns hematomas pelo rosto.

— O que eles queriam? — John perguntou.

— Com certeza ganhar tempo para que Grace fizesse o serviço a qual foi mandada. Ele sabe que Thomas mandou homens para me proteger. — Amara respondeu sem emoção. — Eu me tornei um alvo, que ótimo!

— Viu? É por isso que precisa da gente para te proteger. — John guardou a arma dentro do sobretudo. — O Thomas precisa saber disso, as coisas estão saindo do controle dele. — Se virou para Amara. — Eu acho melhor você ir para casa, ficará segura lá.

— Eu decido o que é melhor para mim, John. — Amara desviou o olhar para o copo de uísque, bebendo o último gole. — Vou ficar bem, já sobrevivi a coisas piores.

┅━━━╍⊶⊰⊱⊷╍━━━┅

As horas passaram rapidamente e a noite caiu quase silenciosa no pub. O Garrison não tinha tanta gente, alguns homens conversavam sobre futuras manifestações e partidas de futebol. Enquanto isso, Amara sentia os nervos à flor da pele cada vez que se lembrava como havia se metido nessa confusão. Pela primeira vez, via sua ganância pelo conhecimento a levar para o fundo do poço. Ajuda Thomas Shelby com certeza era o tiro que saiu pela culatra, fazendo um belo estrago em suas mãos, com danos quase irreparáveis. Agora tinha não só um problema em volta para seu próprio século, como sair viva e inteira de Birmingham. Grace estava certa, Amara seria caçada da mesma forma que Thomas.

— Um passarinho me disse que te viu em maus lençóis hoje cedo. — Harry disse ao se aproximar. Amara virou os olhos, limpando uma caneca de vidro, entediada.

— Seu passarinho usa boina com giletes e cigarros contrabandeados? — Perguntou ela.

— Amara, lembra o que eu disse quando chegou aqui? — Perguntou. Ela o encarou.

— Alguma coisa sobre o salário não ser muito, mas o trabalho sim. — Deu de ombro. Harry sorriu de lado, sentiria falta daquele humor ácido quando partisse.

— Sobre homens perigosos. — Se debruçou sobre o balcão. Amara parou o que estava fazendo para encará-lo. — Se envolveu demais com Thomas Shelby.

— Thomas e eu não temos nada. — Disse. Era fato, um beijo ou outro não comprometia ninguém, mas levando em consideração a época que estava, era provável que as pessoas interpretassem aquilo de uma forma diferente.

— Não adianta mentir para mim. — Ele deu de ombro. Amara colocou as mãos no balcão, erguendo as sobrancelhas. — Thomas está diferente, esse lugar também. Mas isso não é bom.

— O que não é bom?

— O Thomas feliz, isso pode não ser bom. — Harry enrugou a testa, preocupado. — Ele já teve o coração destroçado antes da guerra, então se tornou quem é. Se ele tiver o coração destroçado outra vez, só Deus saberá o que ele se tornará.

— Conhece ele há tanto tempo? — Foi a vez de Amara se debruçar sobre o balcão. — Quem fez isso como coração do gângster cigano?

— Eu não a conheci pessoalmente, mas o Thomas era outro homem naquela época. Bem, todos éramos. — Respondeu se afastando. — Você chegou longe, mais do que uma garçonete deveria ir.

— O que você sabe? — Questionou, inclinando o rosto.

— Sei que é melhor ir embora. — A tristeza despontou em seu rosto. Amara engoliu seco, aquela era a segunda vez que ouvia as mesmas palavras serem ditas, mas de forma diferente, talvez realmente fosse o certo a se fazer. — E soube que a polícia está vindo de Deritend e anda perguntando nas ruas sobre Thomas Shelby e uma mulher chamada Amara.

— Merda. — Ela xingou entredentes.

— Na verdade, eles querem o próprio Thomas Shelby, por causa de um roubo. Mas a mulher também é procurada por assassinato. — Harry disse, engoliu seco antes de falar. — Acho melhor sair da cidade por um tempo, até as coisas se acalmarem e o Thomas resolver o que tem que ser resolvido.

— Eu me meti nisso, Harry, eu preciso resolver meus problemas. — Amara se encostou no balcão de bebidas. Seus pensamentos agora giravam em torno de Ariana e Sarah, ambas assim como ela, poderiam estar correndo perigo também.

O silêncio se fez presente por poucos segundos no pub. Amara se deu conta de quem caminhava na direção dela. O olhar de Thomas percorreu todo o corpo da garçonete, procurando algum machucado ou coisa parecida. Depois da notícia que recebeu mais cedo, travou uma guerra particular com Chester. Agora por causa do envolvimento de Amara em seus esquemas, ambos eram procurados como lebres em dia de caça. Thomas sabia que deveria mantê-la em segurança, principalmente depois de tudo que a havia colocado. Aquilo era como uma questão de honra, ele manteria sua palavra em deixá-la segura, assim como sabia que não perderia essa guerra com agentes da Coroa real.

Os passos pesados de Thomas foram de encontro à porta da sala de bebidas. Não foi preciso dizer nada. Amara entendeu o olhar frígido de Thomas, ele possivelmente tinha algo sério a dizer, algo que provavelmente, ela não gostaria de ouvir naquele momento. O seguiu para dentro após lançar um olhar confidencial a Harry. A sala ampla se tornou pequena quando ambos os corpos se aproximaram, ficando a poucos centímetros um do outro. Amara engoliu seco, deixando se hipnotizada pelas íris azuis como o mar.

— Do jeito que me olha, sei que o John te contou o que aconteceu mais cedo. — Amara partiu o silêncio. Thomas piscou algumas vezes, confirmando. — Sinto muito por sua nova secretaria, suponho que terá que ir atrás de outra.

— Isso não importa agora. Tenho assuntos mais urgentes para tratar. — Thomas deu um passo novamente em direção a Amara. Encarar aquelas safiras e dizer o que tinha ensaiado, não era uma tarefa fácil. — Amara, eu terei que sumir por um tempo e acho que você também.

— Isso parece tão fácil quando sai dos seus lábios. — Ela soou baixo, deixando que os olhos caíssem para os lábios bem-feitos de Thomas. — Onde está seu poder Thomas?

— Eu estava à frente de Campbell. — Parecia decepcionado com algo. — As armas, eu as escondi bem, mas agora, ele arrancou meu poder de barganha.

— Do que está dizendo?

— Foi uma péssima ideia usar você para me ajudar contra os homens do IRA, contra Kimber ou qualquer outra coisa. — A encarou. — Eu a coloquei sobre a mira dele e ele está usando isso muito bem.

— Ei! — Ela segurou o queixo de Thomas, esboçando um leve sorriso. — Eu também me coloquei na mira daquele velho barrigudo, agora preciso arcar com as malditas consequências.

— Isso não é um jogo de xadrez, Amara. — Thomas segurou as mãos dela, estreitando o olhar. — O melhor jeito de consertar tudo é sumindo por um tempo. — Ele disse. Amara revirou os olhos, se afastando, estava cansada daquele mesmo assunto. Sumir não resolveria nada magicamente. — Quando eu voltar, quero te dizer algumas coisas.

— Pode dizer agora. — Disse ela com riso paquerador. Thomas travou o maxilar. — Mas seja rápido, Harry me disse que a polícia já está em Digbeth.

— Eu sei. — Ele deu um curto passo.

— E você se arriscou até aqui por mim?

Não houve tempo para uma resposta, mesmo que Amara deduzisse o olhar do Shelby como um sim. A porta foi aberta, Finn surgiu com suas bochechas vermelhas devido à corrida até o pub.

— Tommy, a polícia está chegando! — Disse ofegante, sumindo alguns segundos depois.

— Porra! — Thomas praguejou.

— Precisamos nos esconder. — Amara levou as mãos para o cabelo, pensando em alguma solução.

— Não gosto dessa cara. — Thomas disse. Recebeu um olhar quase vazio da garçonete.

— Você estava errado, Thomas. Isso é exatamente como um jogo de xadrez. — Ela sorriu ao dizer aquelas palavras. — E então, o rei está disposto a proteger sua rainha até o fim?

┅━━━╍⊶⊰⊱⊷╍━━━┅

O pano velho e fedido cobria Amara, ela teria tempo depois para se livrar do odor, mas primeiro, se manteria segura. Segurou as mãos de Thomas quando teve que cruzar o caminho até o lugar que tinha em mente, torcendo internamente para que conseguisse um abrigo seguro por hora. Evitou sorrir quando encarou Thomas usando veste rasgadas e rosto sujo de carvão, ele não estava nem um pouco à vontade naquelas roupas, mas se acostumou rápido com a ideia. Amara teve que planejar um disfarce em cima da hora. Dois mendigos não levantariam suspeitas dos oficiais, então passariam sem dificuldade por eles. Um Peaky Blinders, e principalmente o líder, nunca seria visto usando roupas tão maltrapilhas ou cheirando ruim como aquele mendigo. Amara se sentia satisfeita por ser esperta ao ponto de enganar agentes especiais da Coroa e fazer o gângster perigoso ceder aos seus planos.

— Se sente confortável? — Perguntou Amara, diminuindo a velocidade dos passos para se colocar ao lado de Thomas. Ele a encarou.

— Já estive em situações piores. — Comentou ao lembrar de episódios da guerra. Thomas piscou algumas vezes, afastando seus fantasmas para longe.

Ambos pararam os passos quando uma viatura passou em disparada, indo em direção ao Garrison. Amara cerrou os punhos, respirando com força ao encarar dois policiais que caminhavam em sua direção. Thomas a puxou para trás, empurrando-a sutilmente para a parede.

— Estou começando achar que você tem fetiche em me manter encurralada. — Amara o provocou. Um riso passeou levemente pelos lábios de Thomas.

— Ou estou evitando que aqueles policiais vejam nossos rostos. — Thomas respondeu. Amara olhou por cima do ombro dele. Os policiais cruzaram a rua, parando alguns civis, poucos segundos depois, partiram para longe.

— Eles já foram. — Disse ao encará-lo. Quase não havia espaço entre eles, as respirações se tornavam uma só. Thomas deu um passo para trás, se enrolando ainda mais no pano vagabundo.

— Ainda estamos longe? — Ele perguntou.

Amara recuperou o fôlego, acenando para Thomas antes que iniciasse a caminhada.

— Sim, quase lá. — Respondeu.

Ela tomou a frente, mantendo o rosto para o chão, evitando encarar rostos por muito tempo. Ainda se lembrava do caminho que percorreu em poucas semanas, havia se acostumado com as ruas de Small Heath mais rápido do que pretendia. Minutos depois, ambos pararam em uma escada, visualizando um pequeno corredor escuro que levava para uma porta de madeira mofada.

— Vai me contar o que tem mente ou serei surpreendido novamente? — Perguntou Thomas. Amara suspirou.

— Não reclama, a minha ideia nos livrou de uma prisão. — Amara disse, antes que pudesse descer as escadas, encarou Thomas por cima do ombro. — Me garanta uma coisa?

— O quê?

— Ariana e Sarah estão seguras? Mandou seus homens para vigiarem a casa?

— Sim, tenho certeza de que os homens que mandei para lá as manterão seguras. Campbell não chegará perto delas.

— Não tenha tanta certeza disso. Aquele velho estava disposto a levar Ariana para focar. — Disse ao dar os primeiros passos para o porão daquela casa. — Eu não me perdoaria se algo acontecesse a elas. Mas agora, temos de pensar em nós dois. Espero que ela nos ajude.

— Ela quem? — Thomas perguntou mais atrás. Amara não respondeu.

Suas mãos se ergueram para a porta, batendo insistentemente. Um barulho de dentro confirmou que tinha alguém naquele lugar. Amara bateu novamente até que ouvisse o barulho de chaves, e o trinco fosse girado.

— Infernos, o que quer? — A jovem perguntou furiosa, não se dando conta imediatamente de quem estava à sua frente. Levou alguns segundos até que reconhecesse bem aqueles mendigos.

— Ada Thorne, nossa salvação. — Amara disse o nome alto, abrindo um singelo riso para a Ada.

— Você o trouxe aqui! — Aquilo não era uma pergunta. As bochechas de Ada ficaram vermelhas e seus olhos brilharam de raiva. Tentou fechar a porta, mas Amara foi mais rápida em se colocar entre ela, arrancando um ruído alto da jovem mãe.

— Eu sei que é uma péssima hora para reunião de família, mas precisa nos ajudar, Ada! — Amara disse rápido.

— Por que eu o ajudaria? Meu marido está preso por causa dele. — Disse entredentes. Amara encarou Thomas.

— Diga a verdade a ela, Thomas. — Amara suplicou com o olhar.

— Ada! — Thomas deu um passo até a porta, afastando-a para que não esmagasse mais ainda Amara. Percebeu o semblante abatido da irmã mais nova, se praguejou por tê-la deixado chegar naquele ponto. — Eu nunca entregaria o Freddie, ele era meu amigo, salvou minha vida e é o pai do meu sobrinho, então por que infernos eu o entregaria para a polícia?

— Mentiroso! — Ada disse alto. Indo para o fundo do cubículo que vivia.

Thomas a seguiu, arrancando o coberto fedido que usava. Amara foi a última a entrar, se certificando que não tinha sido seguida até lá. Encarou os irmãos travarem uma batalha em silêncio, apenas com o olhar. Amie desviou o olhar para o pequeno Karl em uma cesta e algumas coisas arrumadas ao lado. O garoto estava adormecido, não tendo noção de como o mundo desmoronava ao seu redor. Amara o invejava.

— Me escuta, acredita em mim uma última vez. — Thomas deu um passo até a irmã. Ada se afastou, como se repelisse sua presença naquele lugar.

— Sai da minha casa. — Disse ela de modo firme. Encarou a garçonete, odiando-a por ter dito sua localização. — Você me traiu. Eu confiei em você e...

— Não! — Amara se aproximou de Ada. — Estamos sendo caçados, a polícia está nos procurando. Precisamos de ajuda, Ada. Você é a nossa única salvação, ninguém, eu garanto, ninguém além de mim, sua tia e agora o Tommy, sabe sobre esse lugar.

— Por que eu ajudaria vocês? — Ada desviou o olhar para Thomas.

— Porque sou seu irmão. — Thomas disse, calmamente. — Dou minha palavra que tirarei Freddie daquela cela.

— Sua palavra e nada é a mesma coisa. — Ada disse com desgosto. Amara revirou os olhos.

— Santo Deus, a família Shelby é problemática demais. — Amara desabafou alto. Voltou a encarar os irmãos. — Por favor, Ada, precisamos da sua ajuda. Por favor. — Suplicou.

Ada suspirou. Aquela decisão pareceu levar horas até que por fim, A Thorne cedeu ainda a contragosto.

— É melhor que meu marido esteja comigo até o fim de semana, Thomas. — Ada levantou um dedo na direção do irmão. — Podem ficar aqui, se assim precisarem. Eu estava prestes a sair, vou me encontrar com a Tia Polly, ela tem me mandando recados, pedindo para eu voltar para casa, eu também estou farta de ficar nesse lugar.

— Faça isso, e quando chegar em casa, mantenha todas as portas bem trancadas. — Thomas alertou.

— Você não precisa me dizer o que eu tenho que fazer, Thomas. — Ada o cortou. Pegando a cesta onde o pequeno Karl estava.

Amara sorriu de leve ao ver Ada partir. Quando a porta se fechou, pode respirar novamente. Thomas andou de um lado para o outro, não imaginava que a irmã estava vivendo em uma situação decadente. Se o orgulho de Ada não fosse tão grande, ele com certeza a ajudaria dando uma bela casa no subúrbio e longe daquele inferno chamado Small Heath.

— Desde quando sabia que ela estava vivendo aqui? — Thomas parou para encarar Amara, sentada sobre a cama.

— Pouco dias. Segui sua tia e a encontrei. — Respondeu massageando a nuca. Percebeu o estado de Thomas, sorrindo mais alto do que pretendia.

— O que foi? — Ele perguntou, curioso.

— Seu estado. — Ela apontou. — Nunca imaginei ver o poderoso Thomas Shelby usando roupas rasgadas e sujo de carvão. Olhe seu cabelo. Você está decadente. — Ela se levantou, dando um passo largo até ele. Thomas abriu um leve riso ao ser contagiado com o humor da garçonete, se esquecendo por alguns segundos da confusão deixada para trás.

— Não é como se você estivesse bem apresentada. — Disse ao afasta um emaranhado de fios volumosos do rosto de Amara. — Ainda assim, continua bonita.

— Por acaso, está tentando me seduzir, senhor Shelby? — Perguntou, atrevida.

— Só se estiver funcionando, senhorita Flynn. — Thomas disse no mesmo tom.

— Não sei, acho que precisa de um banho antes de tentar qualquer coisa. — Amara se afastou. Procurando por água para se limpar.

Em frente a um pequeno espelho sujo, Amara limpou o rosto sujo de carvão e molhado de suor. Realmente não estava nas melhores condições, mas conseguiu arrumar os fios e limpar o máximo que pode. Viu Thomas se posicionar ao lado dela, puxando sutilmente o pano molhado para que pudesse se limpar também.

— Sabe que não podemos ficar aqui por muito tempo. Eu terei que partir quando a poeira baixar.

— E quando ela vai baixar? — Amara perguntou sem encará-lo. Caminhou até a cama, tirando os sapatos para que pudesse massagear os pés doloridos.

— Tarde, eu diria. — Thomas respondeu. Mergulhou as mãos na água, levando uma quantidade considerável para o rosto. Soltou um suspiro cansado, sabendo que não podia se esconder para sempre daquela guerra.

— Vamos ficar aqui até de manhã? — Perguntou Amara.

— Sim, acho que ficarei aqui até de manhã. — Respondeu antes de alcançar uma toalha limpa.

O silêncio pairou no quarto. Thomas se virou para Amara. Agora limpo, voltando a exibir seu belo rosto e olhos azuis penetrantes. A Flynn se levantou da cama, indo para o outro lado do quarto, procurando algo para comer ou qualquer coisa para que não ficassem eternamente naquele silêncio maçante.

— Está com fome? — Ela perguntou, nervosa. De todas às vezes que tinha tido a chance de ficar a sós com Thomas, aquela era a mais torturante. Seus pensamentos estavam embaralhados demais naquele momento para pensar em qualquer outra coisa que não fosse seus desejos pecaminosos sobre aquele homem.

— Depende do que tem para comer. — Thomas disse baixo. Deu um passo largo até Amara, a confinando entre a estante e o próprio corpo. Amara estava certa, Thomas gostava de mantê-la encurralada entre ele e mais ninguém.

Thomas serpenteou a cintura dela, trazendo-a para seu corpo. Naquele momento, a força pareceu se unir com a determinação de uma maneira lasciva, tornando seu desejo pela mulher ainda maior. Toda aquela situação que estavam envolvidos, os deixavam mais suscetíveis ao que sentiam profundamente e que se encontrava reprimido por vários dias. O campo de força entre eles era palpável, exercendo um desejo visceral e quase fora de controle. Amara sentiu os pelos do corpo eriçarem quando Thomas beijou seu pescoço delicadamente. Ele a puxou para ainda mais perto, ansiando pelo toque da mulher.

— Thomas. — Ela murmurou baixo, arfando quando sentiu o meio das pernas latejar com desejo.

— Nunca tive a chance de dizer a você que gosto do seu perfume. — Os lábios de Thomas roçavam entre a orelha e o pescoço nu de Amara. — É, você me deixa embriagado de uma maneira que não consigo explicar. Você pode se virar para mim quando quiser.

Amara sorriu suavemente. Queria se virar, mas estava gostando de senti-lo duro e grosso contra a base das costas. Thomas usou a outra mão para virar o rosto dela, puxando os lábios da garçonete em um beijo inicialmente leve. Amara se sentiu rendida, se virando por completo para Thomas, aprofundando o beijo de uma maneira mais selvagem e molhada. Ela gemeu de leve quando sentiu Thomas puxar os cabelos ondulados e escuros para trás, deixando o rosto feminino ainda mais inclinado para que o beijo se encaixasse perfeitamente.

— Sabe quanto tempo imaginei nós dois assim? Sozinhos? — Thomas se afastou para proferir as palavras. Amara piscou, aquele não era um momento para se conversar.

— Então se sinta realizado. — Disse. Ele sorriu ao ser encarado pelos olhos intensos.

Thomas a ergueu do chão, passando a mão pela curva do quadril, apertando-a com vontade. Amara se deu conta que estava sendo carregada até a cama, mas não queria se afastar logo dele, ela o desejava mais do que pensava. Mergulhou as mãos para os cabelos escuros e sedosos, puxando os lábios masculinos para a própria boca, saboreando os sabores que Thomas tinha a oferecer, uma mistura selvagem e embriagante de uísque e nicotina. Ele gemeu com a dor que sentia ao ter os cabelos puxados, então aprofundou o beijo de maneira lasciva.

Amara se sentia pronta para qualquer coisa, estava completamente molhada e sensível, sentindo cada parte do corpo implorar por Thomas. Foi colocada na cama, sorriu satisfeita quando o homem se ajoelhou aos seus pés. Seus olhos azuis estavam escuros, mas brilhando com certa maldade, aquilo a excitava, deixando seu clitóris ainda mais sedento por atenção. Thomas prendeu uma mão no pescoço de Amara, empurrando o dedão para os lábios dela, massageando aquela área com sutileza e desejo.

— Sempre quis saber seu sabor. — Ele sussurrou, enquanto a empurrava para a cama. Amara mordeu levemente o dedo de Thomas, arfando quando sentiu os lábios dele beijarem suas coxas nuas um pouco acima das meias que usava. — Gosto quando usa cinta-liga.

— Acho que fico melhor sem ela. — Ela disse em um tom manhoso.

Em um relance, Amara viu Thomas tirar a própria camisa, deixando exposto o peitoral firme e musculoso. Passou a língua pelos lábios, se imaginando beijando todas as tatuagens que via. Thomas atacou novamente os lábios de Amara, deixando leves mordidas dolorosas entre os beijos. Ele a queria de todas as formas, mas faria isso sem pressa, queria aproveitar cada momento com ela como se fosse o último. Suas mãos ágeis abriram os botões do vestido de Amara, escorrendo a peça sutilmente pelas pernas. Se afastou para ter uma visão melhor do que finalmente estava em suas mãos. Amara era bela, na medida certa. Ele desatou o nó no sutiã, sugando impiedosamente os mamilos rosados e duros, ouvindo a mulher arfa com seu toque viril e molhado. Usou as mãos para explorá-la melhor, apertando cada parte que podia de maneira suave e ritmada. Desceu uma mão para o meio das pernas dela, sentindo-a quente e úmida, além de um agradável volume feminino.

Amara cravou as unhas nos bíceps de Thomas quando sentiu seu clitóris ser estimulado por cima da peça íntima que usava. Sua atenção se prendeu na expressão séria de Thomas, ele estava empenhado em dar prazer a ela. Amara mordeu os próprios lábios, enquanto as mãos do Shelby subiam e desciam entre as pernas, mantendo a pressão certa para dar prazer. Ainda assim, ela queria mais, precisava de um toque mais selvagem do que estava recebendo naquele momento.

— Isso é tortura. — Queixou-se, revirando os olhos quando sentiu uma pequena onda prazerosa se formar no ventre. Thomas sorriu de lado.

— Me sinto na obrigação de fazer você gozar. — A provocou com os lábios. — Você é tão quente... Eu estou quase perdendo o controle.

— Então perca logo! — Ela suplicou. — Thomas...

Perdeu as palavras em mais um beijo urgente. Amara fechou os olhos com força, sentindo seu orgasmo chegar apenas com a masturbação de um homem cujo deveria ser apenas seu objeto de pesquisa. Ela abriu os olhos novamente, aquilo tudo era real. Thomas Shelby era verdadeiro e, pela primeira vez em muitos dias, se sentia viva. Thomas se afastou, abrindo um espaço maior entre as pernas de Amara. Sua boca alcançou o abdome liso da mulher, traçando beijos até o monte de vênus. Soltou as cinta-liga com agilidade, descendo em seguida a peça íntima que ela usava.

— Impossível não se perde em cada detalhe do seu corpo, são perfeitos. — Elogiou ele.

Thomas trocou os dedos pela língua, finalmente matando a curiosidade em saber o sabor de Amara. Ela era doce ao mesmo tempo que salgada, na dosagem perfeita. Era quente e parecia pulsar fervorosamente em sua boca. Um novo vício havia nascido no cigano Shelby e só aquela mulher poderia oferecer a ele a droga que tanto precisava. Amara o prendeu entre as pernas, deixando que a língua de Thomas abrisse o caminho para um novo orgasmo ainda mais intenso, se sentindo como gelo derretido sobre a cama. Ele era confiante e habilidoso, a chupava com vontade, saboreando-a com prazer. Amara nunca se sentiu tão excitada como se sentia naquele momento. Se viu submersa no próprio orgasmo quando o sentiu chegar impiedoso, contorcendo o corpo sobre a cama de molas enferrujadas.

A respiração de Thomas também estava acelerada, gostava da sensação que causava na mulher. Se sentiu mais duro e dolorido quando viu as pernas de Amara tremerem à sua volta. Em instantes, ela estava mais molhada e escorregadia, o sabor do gozo feminino inundava sua boca, e o único desejo dele era querer mais. Thomas se levantou, puxando-a para a frente para beijá-la, deixou que a língua invadisse a boca dela, permitindo o sabor quase agridoce passar de uma boca para a outra.

Amara empurrou Thomas para a cama, montando sobre ele rapidamente. Agora ela controlaria aquele momento. Viu como seu movimento pegou o Shelby de surpresa, era nítido que ele sempre dominava as posições. Amara sorriu ao ver os olhos azuis se fecharem com prazer quando ela deslizou pelo comprimento suavemente, sentindo o pau preencher seu interior ao abrir lentamente a fenda feminina apertada. Thomas gemeu entredentes, segurando firmemente a cintura da mulher, a guiando em um movimento rápido e urgente. Ainda assim, Amara tomou novamente o controle das estocadas, prendendo as mãos de Tommy no colchão. Usou a força das coxas para cavalgar no homem, gemendo cada vez mais alto. A visão que tinha de cima era perfeita, ver Thomas Shelby delirando de prazer embaixo dela a deixava mais excitada, mantendo um ritmo quase constante. Subindo e descendo, indo para um lado e outro, rebolando lentamente sobre o pau escorregadio dele.

Thomas se sentou quando cansou de ser dominado, encaixando Amara perfeitamente em seu colo. Afundou uma mão no cabelo dela, enquanto a outra apertava uma das nádegas, deixando o coito ainda mais forte. Beijou a pele salpicada de suor, aquele sabor combinava com Amara, ela era selvagem e doce de uma forma enlouquecedora. Rangeu os dentes ao sentir as unhas da mulher afundarem em suas costas, mas estava satisfeito, aquelas marcas seriam uma boa recordação, assim como se lembraria dos gemidos que eram feitos em seu ouvido.

Em um movimento rápido, Thomas estava por cima, investindo cada vez mais fundo, deixando que seus gemidos roucos fossem ouvidos até mesmo do lado de fora. Amara segurou o rosto de Thomas com as mãos, queria o rosto dele perto quando o visse gozar, queria senti-lo escorrer quente e abundante dentro dela como nunca desejou antes. As respirações ofegantes se misturaram com as estocadas brutas e altas de pele com pele, se tornando uma sintonia ecoada naquele quarto pequeno.

Amara arqueou as costas quando sentiu o interior explodir em prazer, gemendo palavrões em espanhol. Thomas a segurou pela cintura quando sentiu o orgasmo chegar forte, lançando espasmos de êxtase que pareciam irradiar do seu corpo para o de Amara. Thomas olhou para baixo, vendo a sujeira que tinha feito, mas não se importava. Mesmo ofegante e ainda duro, voltou a beijar Amara, sugando o pescoço e colo da mulher, por fim, parando nos seios firmes e pequenos. Sabia que ela estava sensível, mas não podia controlar a imensa vontade de sugá-los novamente. Amara sorriu, tremendo ainda com a sensação intensa do orgasmo que havia tido. Sua atenção se prendeu em Thomas, semicerrando os olhos quando sentiu o cansaço a consumir quase instantaneamente. Ele estava belo, mesmo que se encontrasse com o rosto suado e contorcido pela brutalidade em alcançar o clímax. Suas pupilas escuras tomaram espaço no azul intenso. Ambos se encararam com avidez, levando alguns segundos para acreditar que realmente haviam feito aquilo.

Thomas se deitou no colchão fino, respirando fundo algumas vezes, com um riso que poderia ser enxergado até no escuro. Amara se uniu a ele, puxando-o antes para um beijo leve nos lábios inchados. Ela descansou a cabeça sobre o peitoral de Thomas, sentindo o sono se apossar rapidamente do seu corpo. Sentiu um abraço a puxar para mais perto e um beijo ser deixado no topo da cabeça. Não tinham palavras para serem ditas naquele momento, então ficaram abraçados, absorvendo cada gota dos tremores pós-orgasmos, deixando que o sono os roubassem gradativamente.

┅━━━╍⊶⊰⊱⊷╍━━━┅

Amara piscou algumas vezes tentando se dar conta de onde estava. Foi após sentir um leve desconforto entre as pernas, entendeu o que tinha acontecido. Sorriu vitoriosa por isso, não era uma sensação tão ruim, afinal. Girou na cama se dando conta que estava sozinha. A lareira crepitando despertou sua atenção. A primeira coisa que reparou foi em Thomas fechando o cinto de uma calça um pouco maior que ele, provavelmente pegará uma roupa do marido de Ada. O frio pinicou a pele nua de Amara, fazendo-a se cobrir um pouco mais com o cobertor pesado.

— Então você é o tipo do cara que foge no meio da noite após uma foda bem dada? — Ela perguntou ao se sentar na cama.

— Não fugi, ainda estou aqui, não estou? — Ele disse ao dar um passo até ela. Amara ergueu o rosto, aceitando que um beijo rápido fosse deixado em seus lábios. Thomas segurou o rosto dela entre as mãos. — Como se sente?

— Viva! Não me sinto assim desde que... — Saltei no tempo acidentalmente, pensou. — Desde que cheguei à cidade.

— Você fala espanhol? — Ele questionou, curioso. Amara deu de ombro.

— Minha mãe é cubana, então aprendi a falar um pouco de espanhol com ela, mas não uso tanto quanto deveria. — Explicou. — E você, como se sente?

— Melhor do que antes, muito melhor. — Ele ergueu um joelho para cima da cama. Amara desceu as mãos para o peitoral nu de Thomas, desviando o foco para as tatuagens, com certeza, feitas na guerra. Teve o queixo levantado, enquanto uma mão de Thomas acariciava a bochecha dela, mantendo um olhar fixo e sereno. — Não escuto as pás do outro lado da parede.

— Que pás, Tommy? — Ela questionou, confusa.

Thomas não respondeu. Puxou os lábios de Amara novamente para um beijo longo e lento. Suas mãos foram ágeis em tirar o lençol que a cobria, deixando-a completamente nua confinada entre ele e a cama. Se sentiu duro novamente, era assim que ficava sempre que estava perto daquela mulher e agora, seus desejos pareciam mais fortes do que nunca. A empurrou para cama, se acomodando entre as pernas dela, abrindo novamente o cinto da calça para liberar a ereção. Amara arfou sentindo Thomas a penetrar lentamente, enquanto mantinha um olhar fixo em todas as expressões faciais dele, era interessante vê-lo delirar com o toque que somente ela poderia dar.

— Vai me ajudar? — Perguntou ele. Amara mordeu os lábios, apertando os lençóis ao redor dela.

— Com o quê? — Perguntou em um suspiro, quando o sentiu entrar completamente. Thomas fechou os olhos, encostando a testa na dela. Ficou parado por um momento.

— Com tudo. — Disse ao fitá-la novamente. — Com a vida, negócios. — Ele a beijou. Amara piscou, entrelaçando as pernas em volta de Thomas. A mulher sentiu o interior congelar com aquelas palavras. — Finalmente encontrei você.

— Diria que eu encontrei você. — Ela sorriu. Thomas investiu mais uma vez, deixando um beijo lento e molhado no pescoço da mulher. — Vim de muito longe só para isso. — Confessou.

— Então já que está aqui... — Ele a encarou novamente. — Podemos nos ajudar, dar o xeque-mate e acabar com esse jogo. — Ele disse quase em um sussurro.

Amara não respondeu, aquela proposta poderia ser demais para ela, levando-a para um rumo que não pretendia trilhar. Ao invés de dar uma resposta, se entregou novamente ao prazer que aquele homem podia proporcionar a ela. Sentindo o calor de Thomas percorrer por todo seu corpo de uma maneira eletrizante. Dessa vez ele estava sendo mais cuidadoso, enquanto entrava e saia de maneira lenta. Novamente, a sensação amistosa de prazer tomou o corpo do casal, fazendo que ambos fervessem juntos a caminho de um clímax. Amara não queria pensar em mais nada que não envolvesse seu prazer naquele momento, sabia que o que tivesse para falar, possivelmente estragaria o clima.


Notas Finais


Espero que tenham gostado do cap, me digam o que acharam hahaah. Esse é até agora o maior capítulo que já escrevi e fiquei até tonta com todas as informações. Espero que tenham gostado desse cap e preparem o coração para os próximos rs.

Só lembrando que essa fic é publicada no wattpad também.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...