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História DOBRA NO TEMPO - Thomas Shelby - Capítulo 015


Escrita por: Istref1

Capítulo 15 - Capítulo 015


Fanfic / Fanfiction DOBRA NO TEMPO - Thomas Shelby - Capítulo 015

Já era dia quando Thomas Shelby acordou. Pela primeira vez em muito tempo não tinha tido pesadelos com a guerra ou acordado em sobressaltos com pás zunindo em seus ouvidos. Fixou o olhar em Amara, que ainda dormia ao seu lado, bem segura em meio aos seus braços. Ele facilmente perderia o dia somente a contemplando ali, de modo sereno enquanto dormia. Era como ter uma visão de uma obra de arte exclusiva, onde somente ele pudesse tocar e apreciar. Olhou para baixo, vendo a ereção dura marca o fino lençol branco. Beijou o ombro nu de Amara, descendo os lábios para a curva do pescoço dela, ainda podendo sentir o perfume suave misturado com o suor do esforço feito na noite anterior, mesmo assim, era um aroma feminino delicioso. Thomas mergulhou uma mão por dentro do lençol, descendo-a vagarosamente para o meio das pernas da mulher. Sorriu ao senti-la molhada, gostava do calor feminino que aquecia as mãos. Amara realmente era quente em todos os sentidos.

Um murmúrio saiu dos lábios de mulher, quando despertou preguiçosamente com o toque prazeroso que sentia no próprio sexo. O estímulo bem habilidoso a despertara de um sonho para outro. Piscou algumas vezes, mordendo os lábios quando sentiu dois dedos serem introduzidos para dentro, enquanto outro ainda a masturbava. Thomas a puxou para mais perto, brincando com os dedos em volta do sexo feminino, se sentindo mais duro cada vez que ouviu um gemido baixo e abafado sair dos lábios de Amara.

— Você realmente sabe como acordar uma mulher. — Amara sorriu, manhosa. Virou o rosto para Thomas se perdendo brevemente na beleza selvagem que ele possuía naquela manhã. Seu cabelo negro e sedoso estava bagunçado e seus olhos azuis estavam brilhantes.

— É, meu esforço valeu a pena. — Ele disse, puxando Amara para cima em um movimento rápido. — E eu só quero ficar um pouco mais com você, antes que meus problemas comecem quando eu colocar meus pés para fora desse lugar.

Ela sorriu, passando a mão pelo cabelo, jogando-o para trás. Olhou para baixo vendo o membro masculino duro e grosso roça entre suas pernas. Mordeu os lábios de forma maldosa, antes de passar a língua pelos lábios de Thomas, deixando um beijo demorado e molhado. Queria brincar com ele da forma que sonhara. Desceu a boca mais para baixo, beijando a tatuagem sobre o peito. Thomas arfou, puxando algumas mechas do cabelo de Amara. O olhar luxuoso que recebeu da mulher o fez ficar mais dolorido, pulsando por um toque molhado.

— Eu também estou curiosa para saber seu sabor. — Ela disse de modo sedutor. As safiras verdes brilharam maliciosas por baixo dos cílios escuros e longos.

Amara não esperou uma resposta quando chegou embaixo. Passou a língua pelo comprimento, chupando o topo do pau. Um riso passeou pelos lábios dela, quando viu Thomas afundar a cabeça no travesseiro, rendido ao prazer que estava recebendo. Amara fechou uma mão em volta dele, o masturbando com leveza, enquanto trabalhava com a boca em toda pele que podia. Não pôde deixar de gemer quando sentiu um jorro leve e quente preencher sua boca. O tesão do momento a fazia se tocar intimamente, estimulando o próprio clitóris, enquanto dava prazer com a boca. Thomas enterrou a mão no cabelo de Amara, se empurrando para dentro da boca dela, indo o mais fundo que conseguia.

Cada vez mais duro e grosso, Thomas sentia seu orgasmo chegar mais perto. Fixou o olhar em Amara, vendo ela o engolir sem muita dificuldade o molhando cada vez mais. Vê que a mulher se tocava enquanto o chupava o fez perder o controle. O primeiro jato de gozo a fez engasgar, mas a preparou para mais. O sabor intenso a saciou, fazendo-a sugar por mais, tirando até a última gota. Thomas a encarou, ofegante. Amara não soltou até deixá-lo totalmente limpo. Era possível ver nos olhos da mulher que ela gostava do que estava fazendo.

— Você foi bem generoso. — Ela disse ao limpar o esperma que escorria no queixo, levando o dedo para a boca, saboreando o sabor masculino uma última vez.

— E acho que você também precisa de algo. — Thomas observou, empurrando-a para a cama. — Gosta de se tocar?

— Às vezes. — Respondeu, baixo. Masturbação nunca foi um tabu para ela, mas não costumava fazer isso com tanta frequência a menos que não pudesse saciar seus desejos de outra forma.

Thomas a beijou, não se importando em sentir o próprio sabor nos lábios da mulher. Se afastou dela, colocando a perna esquerda sobre o ombro, deixando-a aberta para ele. Por um momento, se perdeu na visão que tinha. Amara estava molhada, pronta para ele. O Shelby passou a língua pelos lábios, antes de beijar a panturrilha que estava em seu ombro, descendo pela coxa até chegar no sexo feminino. Olhou uma última vez para Amara, sabendo que finalmente a tinha conquistado e não a decepcionaria com nada.

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Thomas atravessou a porta de casa, recebendo o olhar mais intimidador de Polly Gray. Se não estivesse tão acostumado a olhares como aquele, com certeza ficaria com medo, principalmente de quem recebia, mas felizmente já estava acostumando aquela recepção. A mulher se sentou em uma cadeira somente para se servir com chá e cigarro, uma bela combinação para começar o dia firme, ao estilo da Polly Gray.

— Não precisa dizer onde passou a noite. — Disse ela, tragando um cigarro. Thomas ergueu as sobrancelhas, ele não pretendia dizer nada a Polly. — Sinto o cheiro de mulher daqui. — Ela ergueu o olhar, estudando a expressão do sobrinho. Ele sorriu de lado, o que não era de costume. Estava calmo demais para quem andava se escondendo da polícia. — Estava com ela, não é? A garçonete.

— O nome dela é Amara. — Thomas disse ao dar um passo para dentro da cozinha, retirou o casaco e a boina, deixando ambos em um cabideiro. Lavou o rosto na pia antes de voltar para a tia. — Onde está Ada?

— Thomas, eu não me importo com suas diversõezinhas, mas não esqueça que essa família também depende de você. — Polly se levantou da cadeira. Thomas desviou o olhar para a xicara, se servindo com chá ainda em pé. — Enquanto estava sabe-se lá onde trepando, seu irmão tentou se matar. Precisa conversar com Arthur.

— Arthur tentou se matar? — Questionou ao deixar o chá sobre a mesa, estava surpreso e decepcionado. Travou o maxilar quando pensou no motivo daquela escolha drástica do irmão mais velho. — Foi culpa daquele homem?

— Quando seu pai aparece, ele consegue foder com a cabeça de todos. — Polly se afastou, tragando o cigarro. — Sua irmã também está aqui, desde ontem. Deveria conhecer seu sobrinho, é uma criança adorável, até me lembra você quando tinha a mesma idade.

— Onde ela está? — Thomas se afastou da mesa. Com certeza Ada não tinha dito nada a Polly sobre seu favor a ele, e era melhor assim. Tinha preocupações demais naquele momento e lidaria com um irmão de cada vez.

— Lá em cima e seu irmão está no Garrison. — Polly disse. — É melhor falar com o Arthur primeiro, ele está abalado, perdeu uma quantia grande do nosso dinheiro. Sobre Ada, eu ainda estou tentando convencer ela que você não tem nada a ver com a prisão do Freddie, embora, nem eu mesma acredite nisso.

— O que eu tenho que fazer para essa família passar a acreditar em mim? Porra! — Disse furioso. Polly manteve a expressão vazia.

— Nós contar o que tem em mente. — Ela apontou para Thomas. — Conheço você muito bem para saber que está planejando algo. E espero que não esteja confiando totalmente naquela garço... Amara. Tem algo muito errado com ela e há dias tenho tido sonhos estranhos. Então o meu conselho para você, Thomas, é ter muito cuidado em quem confia.

— Caso não tenha notado, eu sei muito bem o que faço. — Disse. Se arrumando para sair novamente. Aquele dia prometia ser longo. — Vou falar com o Arthur, deixa ele preparado para o que temos que fazer hoje. — Encarou Polly. — Compareça à reunião de família mais tarde, e leve a Ada e o bebê.

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Amara foi surpreendida quando a porta do banheiro foi aberta, arrancando-a de seus pensamentos profundos. Ariana usava o uniforme do hospital e um semblante furioso no rosto. A enfermeira deu um passo para dentro do cômodo, percorrendo o olhar para as roupas jogadas no chão, parando em Amara nua dentro da banheira, porém, aliviada em saber que a amiga viajante ainda estava viva e sem nenhum ferimento aparente.

— Onde passou a noite? — Questionou, séria.

— Eu sei que está furiosa, eu também ficaria. — Amara se justificou rapidamente, puxando uma toalha para cobrir o corpo. — Mas algumas coisas aconteceram e eu tive que me esconder. Se voltasse para cá, seria arriscado e eu jamais poderia colocar sua vida ou da Sarah em perigo.

— Do que está falando? — O semblante de Ariana mudou de furioso para preocupado. Amara pôs os pés para fora da banheira.

— Estou falando que me tornei um alvo da polícia. — Disse de uma vez.

Ariana emitiu um ruído de desaprovação. Amara não pretendia contar tudo que estava passando, porém, sabia que esconder mentiras que logo seriam descobertas não era o certo. O melhor a se fazer naquele momento era contar a verdade para a única mulher que sempre a ajudou.

— O que aconteceu? — Ariana uniu as sobrancelhas.

— Eu matei outro homem, dessa vez, um bem importante para a polícia ou pelo menos, importante o suficiente para ser caçada como uma criminosa muito perigosa. — Respondeu após um suspiro.

— Tem a ver com o Thomas, não é? — Ariana deu um passo até Amara, que confirmou em silêncio. A enfermeira passou a mão pelo rosto, respirando fundo. — Eu disse para você não ir para aquele lugar, disse para não se envolver com essas pessoas. É isso que acontece quando nos envolvemos com os Shelby, ganhamos problemas.

— Agora é tarde demais! — Amara disse ao passar por Ariana, indo em direção ao quarto. — Eu estava me protegendo, assim como o Thomas.

— Vocês estavam juntos? Ah! É claro que dormiram juntos. — Ariana torceu o rosto em uma careta.

— Sim. — Amara deu de ombro. — E o que fiz, não tem volta, agora preciso enfrentar as consequências das minhas decisões, assim como tenho que encarar minhas novas escolhas.

— Novas escolhas? — Ariana perguntou.

— Não é egoísmo pensar em si mesmo às vezes, só é um ato de... sobrevivência. — Amara encarou a amiga. — Eu vim para o passado em busca de algo e tenho conseguido, mas talvez, esse não seja meu verdadeiro propósito aqui.

— Vai desistir da sua pesquisa? Depois de tudo? — Ariana deu um passo para a frente, entrando no quarto.

— Eu não desisto, Ariana, já deveria saber. — Amara engoliu seco. — Mas eu sei que não voltarei para minha casa no futuro, então, preciso encarar a minha realidade, e a que estou vivendo no momento é muito perigosa e não sei se tenho saúde para suporta isso tudo.

— Você sempre soube disso, você mesma disse. — Ariana falou. — Mas Thomas e seus irmãos vivem uma vida perigosa demais para pessoas como nós, talvez, seja melhor se afastar dele, como eu fiz com o John.

— Certa vez alguém disse que o que aconteceu não pode ser desfeito, mas podemos impedir que volte acontecer. — Amara murmurou. As palavras de Anne Frank agora faziam sentido em sua cabeça e seguiria à risca cada palavra dita pela jovem garota.

— Então, você já sabe o que fazer. — Ariana a encarou. Não era uma pergunta já que a enfermeira notava nas feições da amiga viajante o que ela estava prestes a fazer.

Amara confirmou, decidida no que faria. Porém, não sabia se teria coragem de dizer adeus a Thomas, principalmente do pedido que ouviu dele. Vai me ajudar? A pergunta simples e carregada de esperança a incomodava. Saber que tinha se envolvido com o líder dos Peaky Blinders mais do que pretendia, mexia profundamente com seus sentimentos. Infelizmente, não tinha uma opção melhor naquele momento. Amara tinha uma vida antes de conhecê-lo e continuaria tendo sem ele. Sua vida ia muito mais além de um homem que brincava com o perigo, também sabia que merecia algo melhor que isso.

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Amara não costumava dar ouvidos a opiniões alheias, mas naquele momento, sair da cidade não era uma ideia tão ruim, mas faria isso quando resolvesse seus problemas ao invés de se esconder ou simplesmente, fugir deles com medo. Foi escoltada por dois homens até o Garrison, sendo lembrada constantemente que aquilo só estava acontecendo devido ao risco que estava correndo, principalmente pela imprudência de se colocar no meio dos negócios ilegais de uma gangue perigosa. Era a primeira vez que via sua ambição a levar para um beco sem saída. Sentiu falta dos Peaky Blinders de algum irmão Shelby naquele começo de tarde, tudo estava quieto demais, Thomas provavelmente estava planejando algo, e pelo visto, era ruim.

— Oi, Amara. — Harry disse ao abrir a porta do Garrison. — Sinto muito por ter deixado você sozinha, mas eu só vim me despedir.

— O quê? Você está indo embora? — Perguntou ela.

— Sim. — Ele sorriu, algo estava diferente em Harry, ele parecia iluminado e alegre. Também usava roupas bem-feitas e um chapéu combinando. — Há alguns meses conheci uma moça no cinema, acontece que temos os mesmos gostos e quando me dei conta, estava apaixonado.

— Fico feliz por você. — Sorriu para o antigo chefe.

— É! Eu estou muito feliz. — Ele disse. Deu um passo até o balcão. — Acontece que ela engravidou e decidimos que Birmingham não é uma cidade para uma criança crescer saudável e com boa educação.

— Nisso eu não posso discordar.

— Vamos nos mudar para o campo. Com o dinheiro do pub, consegui comprar um terreno grande e uma casa modesta. — Ele disse, orgulhoso. — Eu não poderia partir sem dizer adeus para a minha funcionária preferida.

— Harry... — Amara deu a volta pelo balcão, o abraçando. — Boa viagem. Espero que seja muito feliz com sua família.

— Obrigado. — Ele sorriu, se afastando. — Você vai ficar bem?

— É claro. — Deu de ombro. — Esse é o momento em que todos nós despedimos.

— É, eu acho que sim. — Disse, nervoso. — Ainda lembro de você entrando por aquela porta e pedindo uma oportunidade de emprego. — Harry pareceu nostálgico por um momento. — Bem, eu só passei aqui para me despedir, meu trem sai em algumas horas, então, adeus, Amara.

— Adeus, Harry. — Um riso fino deslizou pelos lábios dela. Alguns minutos depois, se via sozinha no Garrison, aproveitando cada momento que ainda restava nele.

Durante o fim do dia, quando ainda se encontrava sozinha no Garrison, caminhou até o escritório dos fundos, procurando pelos documentos que Grace tinha controle. Estava curiosa, talvez conseguisse algum documento importante para usar em sua pesquisa, mesmo que não fizesse tanta ideia do que faria com tudo que já tinha descoberto e vivido até agora. Um caderno grande e sem pauta chamou sua atenção. Era uma agenda pessoal de Thomas, onde algumas datas estavam marcadas, mas apenas uma chamou sua atenção. Uma estrela em vermelho saltava marcando exatamente o dia em que ela se encontrava. Tentou se recordar de algumas palavras de Thomas, mas o homem não mencionara nada a ela.

— O que está fazendo aqui? — Ouviu quando a porta do escritório foi aberta. Arthur encarou a garçonete, esperando por uma resposta.

— Nada, eu só... — Amara largou o caderno sobre a escrivaninha. Seu olhar ainda estava sobre a mesa, se sentiu como uma criança pega em meio a uma travessura. Desviou a atenção para Arthur, ele não parecia muito bem. — Arthur, tem uma data marcada neste livro, o que vai acontecer hoje?

O Shelby mais velho arrumou a gravata borboleta que usava, passando pela mulher em seguida. Limpou a garganta antes de encará-la.

— Algo muito importante. — Ele disse ao fechar o caderno das mãos dela. Abriu uma gaveta e o empurrou para o fundo, trancando em seguida.

— É perigoso? — Questionou.

— Tudo nessa cidade é perigoso. — Ele deu um passo na direção dela. Inclinou o rosto para estudá-la melhor. — É melhor ir lá fora, os homens estão sedentos.

— Homens? — Amara murmurou. Foi então que se deu conta dos burburinhos vindo do lado de fora. Assim como percebeu que algo tinha mudado em Arthur. Ele estava abatido, seus olhos estavam tristes e caídos. Desde a sua chegada, jamais tinha presenciado esse semblante no homem. — Você está bem?

— Por que eu não estaria? — Perguntou, rabugento.

— Não sei, tem algo diferente. — Amara deu de ombro. Arthur bufou, passando por ela.

Amara seguiu até o salão, sendo surpreendida por uma grande quantidade de homens, todos, Peaky Blinders. Gostaria de poder fotografá-los naquele momento, onde pareciam relaxados e descontraídos, gargalhando alto de piadas sem graça. Seu olhar pousou em Thomas, atrás do balcão, onde servia doses de uísques com um riso largo nos lábios.

— Se lembrem que é só isso que é por conta da casa. — Thomas disse alto. Desviou o olhar para Amara, que o admirava a certa distância.

Com passos largos, Amara se juntou a Thomas, ajudando-o a servir os homens quase insaciáveis. Nunca em sua vida esperava o ver tão ativo e contente com algo. Seja o que ele tivesse feito mais cedo, provavelmente tinha tido sucesso, além de claro, ter uma noite bem servida.

— Onde estava? — Ele perguntou. Amara limpou a garganta, encarando-o.

— Eu poderia fazer a mesma pergunta, já que não apareceu aqui o dia inteiro. — Disse. Thomas sorriu de lado, passando a ponta da língua sobre os lábios.

— Estava ocupado, conquistando meu futuro. — Disse bem-humorado. Encheu uma caneca de cerveja e empurrou no balcão. — Também estava em uma reunião de família. Andei pensando sobre isso, talvez você pudesse comparecer na próxima. Eu faço questão de levá-la.

— Só se for para sua tia ter um infarto de tanto desgosto. — Amara disse de maneira ácida. — Além disso, não sou da família e nem uma Peaky Blinders.

Thomas parou o que estava fazendo. Amara desviou o olhar para frente, algo nela parecia diferente, embora ele não soubesse exatamente o que a incomodava.

— Isso pode mudar. — Disse. Amara mordeu o canto interno da boca, ainda sem encará-lo. — Estou com uma vaga aberta para secretaria. — Ele sorriu, puxando uma mecha dos fios castanhos escuros da mulher, tentando roubar a atenção dela. — Mas podemos conversar sobre isso quando eu voltar do que tenho que fazer, OK?

— Depende de quando vai voltar... — Ela disse, se virando para pegar uma garrafa de vodka do alto de uma prateleira.

— Então vai ser assim? — Seu tom de voz era brincalhão. — Vai me esperar em casa e brigar comigo toda vez que eu chegar tarde do serviço.

— Ou você prefere que eu o espere nua em cima da cama, pronta para você me foder? — Ela disse mais baixo, o encarando profundamente. Os olhos verdes estavam firmes e brilhantes, assim com um sutil riso nos lábios.

— É uma boa ideia. — Ele sorriu de lado. Amara engoliu o nó que aos poucos se formava na garganta.

— Precisamos conversar, em particular. — Disse, antes de passar por Thomas, em direção a sala de bebidas.

Ele abriu os lábios, passando a mão pelo queixo liso. Com certeza algo não estava certo.

— Vai lá irmão, dá um trato na garçonete antes da gente ir. — Arthur disse erguendo um copo de uísque.

— Cala a porra da boca, Arthur. — Thomas o fuzilou com o olhar.

Atravessou a porta que dava para a sala de bebidas. Amara estava de costas, ombros contraídos e visivelmente preocupada. Thomas deu um passo até ela, tocando-a sutilmente.

— Amie, o que tem de errado? — Ele questionou quando percebeu que a mulher tinha olhos marejados. — Sabe que o que eu estava dizendo era brincadeira.

— Não é isso. — Balançou a cabeça em negação. — Tommy, eu preciso te falar uma coisa...

— Você está começando a me deixar preocupado.

— Eu sei, sinto muito por isso. — Ela deu um passo até ele. — Quando você voltar do seu compromisso, provavelmente não estarei mais aqui, e logo, não estarei mais na cidade.

— Do que está falando? — Thomas franziu o cenho, dizendo as palavras com cautela.

— Estou falando que eu estou indo embora, pelo bem de nós dois. — Ela disse de uma só vez. Thomas se aproximou, segurando o rosto da mulher.

— O quê? — Ele parecia perplexo e abalado. Amara soube que talvez, tinha dilacerado o coração do gângster mais uma vez. — Ouça, eu sei que você merece alguém melhor do que eu. Sei que só a coloquei em perigo, mas eu estou crescendo na vida, e quando voltar do que tenho que fazer, vou ser um dos maiores conglomerados legalizados de corridas de cavalos do país e, também vou entrar em outros ramos.

— Thomas, você não está me ouvindo? — Ela o questionou.

— Eu estou, mas é você que não está me ouvindo. — Ele segurou o queixo da mulher, impedindo que ela desviasse o olhar. — Talvez eu abra uma casa noturna em Londres, você já foi lá? Eu posso levá-la quando quiser e para outros lugares que desejar. Eu vou fazer minha empresa crescer e tornar isso um sucesso, vou fazer meu nome virar história e ser lembrado por gerações.

— Eu sei. E você vai conseguir tudo isso e muito mais. — Amara disse, levou as mãos para o rosto de Thomas, puxando-o para um rápido beijo. — Mas eu não faço parte dos seus planos, eu tenho os meus...

— Como não? — Ele sorriu com desdém ao se afastar um pouco. — Somos iguais, em todos os sentidos.

— Não em tudo, temos objetivos diferentes.

— Isso tem a ver com seu passado? — Questionou, com um misto de preocupação e seriedade.

— Thomas, eu não sou a pessoa que você acha que sou. — Amara se afastou dele, não sabia que tudo que tinha ouvido dificultasse tanto as coisas. Se questionou se aquele momento era o mais ideal para contar de onde ela tinha realmente vindo, mas qual seria a probabilidade de um homem como Thomas acreditar nela?

— Eu não me importo, eu juro, não me importo. — Ele encurtou o espaço novamente, entrelaçou os braços em volta da cintura de Amara, trazendo-a para frente. Ela apoiou as mãos no peito de Thomas, sentindo a respiração dele se tornar ofegante. — Eu não quero estar certo sobre todas aquelas teorias que criei assim que nos conhecemos. Mas se tiver realmente um filho por aí, então vamos atrás dele, vamos criá-lo e eu tentarei ser o melhor pai que ele precisar. Se você tiver algo ruim sobre seu passado em Nova York, então não falaremos sobre ele e faremos um futuro melhor. Eu só preciso de você aqui e comigo, Amara.

Dizer não naquele momento tinha se tornado uma tortura maior que esperava. Ela fechou os olhos, deixando que uma lágrima involuntária descesse pelo queixo, estava fazendo o que mais odiava, chorar na frente de pessoas e de alguma forma, demonstrar fraqueza. Se afastou de Thomas, limpando o rosto, recuperando a postura austera que deveria ter. Não foi preciso dizer nada para Thomas entender qual era a decisão da mulher. Ele deu um passo para trás, desviando o olhar para as paredes mofadas do Garrison, ainda em silêncio.

A decisão tomada pela viajante poderia prevenir possíveis confusões na linha temporal. Se ela ficasse com Thomas, então Caleb deixaria de existir no futuro, já que Thomas jamais conheceria sua primeira esposa. Sua própria existência também poderia ser implicada, mesmo que não entendesse muito bem como toda a linha temporal pudesse se desenrolar com sua presença em momentos que ela não deveria existir. Amara levou a mão para o cabelo, sentindo a cabeça latejar com tantas teorias e suposições a respeito da própria existência. Encarou Thomas novamente. Ele teria êxito em tudo que almejava com ajuda dela ou não.

— Espero que estejam vestidos. — Arthur invadiu o cômodo, olhando o teto, embora suas palavras soassem divertidas, seu tom era sério. Um homem negro entrou logo atrás, Amara já o tinha visto algumas vezes entre os Peaky Blinders. — Conta para ele o que me disse.

— Tem duas caravanas da Rua Startford. — Disse o homem. Amara levou a mão para a boca, enquanto Thomas arregalava os olhos com a informação. — Um ex-soldado meu reconheceu alguns homens e disse que é gente do Kimber e estão vindo para cá.

— Quem entregaria o que faríamos hoje? — Thomas rugiu.

— Na sua agenda tinha uma data marcada para hoje, não tinha nada escrito, mas provavelmente, Grace pode ter entregado seus possíveis planos para quem não deveria. — Amara disse. Thomas a encarou.

— E como não vamos saber que não foi você? — Arthur aumentou o tom de voz. Amara se retraiu, perplexa. — Estava mexendo nas coisas do escritório quando chegamos aqui.

— Eu não tenho motivos para trair o Thomas. Fracamente, Arthur, achei que fosse mais esperto. — Disse. Se sentia ofendida com a acusação.

— Ora sua... — O Shelby mais velho deu um passo para frente.

— Já chega, os dois! — Thomas se colocou entre eles, falando mais alto. — Porra! — Gritou, assustando todos na sala. Se lembrou de ter dito a Grace sobre a data ser importante para seus futuros negócios, mesmo não tendo explicado exatamente o que aconteceria. Pelo que parecia, Grace era mais esperta do que ele poderia prever. — É melhor você ir para casa e trancar bem as portas, Amara. Arthur! — Se virou para o irmão. — Reúna nossos homens.

— Porra! Ficou louco? — Arthur o encarou. — Estamos em número menor.

— Nós damos conta, vai ser como na guerra. — Disse, embora não conseguisse acreditar fielmente nas próprias palavras.

Arthur saiu em disparada junto com o outro homem. Thomas estava prestes a sair, quando sentiu o pulso ser segurado. Sua atenção se prendeu a Amara, mas logo desviou para o chão, não conseguia encará-la, não da forma que pretendia. Sentiu os dedos finos e femininos segurarem seu rosto, solicitando um rápido beijo. Thomas segurou a mão de Amara impedindo que isso acontecesse, encarando-a uma última vez antes de sair sem se despedir.

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O céu parecia saber quando uma confusão estava prestes a chegar. Amara trancou as portas do Garrison, antes de apressar os passos para casa. Sua cabeça ainda latejava devido às decisões tomadas, sabia que era a única coisa certa a se fazer. Um raio iluminou o céu de maneira perigosa, Amara se preparou para ouvir o estrondo, mas ao invés disso, ouviu seu nome ser chamado, arrepiando os pelos da nuca. Se virou, encarando Polly Gray, usando roupas escuras como se estivesse de luto.

— Já vai tão cedo? — Ela disse de modo sereno. Deu um passo até a garçonete.

— Tem confusão chegando, o que não é novidade por aqui, mas é melhor eu ficar longe do fogo cruzado. — Amara respondeu, antes de se virar novamente para frente.

— Eu vim aqui conversar com você. — Polly disse alto, fazendo Amara parar os passos.

— A última mulher me disse isso tentou me matar. — Amara falou por cima do ombro.

— Minha querida, se eu quisesse matar você, eu já teria feito isso. — Polly encurtou a distância. — Não vou machucar você, não tenho motivos para isso e sei que isso deixaria o Thomas mais frustrado do que ele possivelmente já está.

Amara suspirou, se virando novamente para a mulher. Polly sorriu de lado, a chamando com um aceno de cabeça. A mais nova preferiu manter uma distância segura, não confiava totalmente em Polly Gray e ainda temia por sua vida. O caminho foi feito para a casa dos Shelby, dessa vez, Polly segurou a porta para que Amara passasse na frente, mantendo os olhos escuros bem presos da garçonete. Ligeiramente curiosa, Amara estudou cada ponto da casa simples, esperava um pouco mais luxo vindo dos Shelby. Foi guiada até uma cozinha espaçosa, não muito diferente da casa de Ariana. Pelo que parecia, todas as casas de Birmingham seguiam o mesmo padrão.

— O que quer conversa? — Amara se sentou em uma cadeira. Polly sorriu de lado, se aproximando.

— Instinto é uma coisa engraçada. — Começou. Amara se preparou para ouvir um possível longo discurso da matriarca da família Shelby. — Normalmente, posso ler bem as pessoas. Mas você, minha querida criança, é um enigma. Quando eu a olho, procuro por algo do seu passado ou do futuro, mas tudo que vejo é uma fumaça cinza, borrões e nada mais.

— Tem algo errado comigo? — Questionou. Polly sorriu pelo nariz.

— Talvez. Minha coisinha, eu sei que caiu em algo que você não está acostumada. — Disse ao puxar uma cadeira. Amara engoliu seco. — Quem é você?

— Por isso me odeia? Por que não consegue me decifrar? — Foi a vez de Amara sorrir. — Achei que fosse mais esperta.

— Nós, mulheres, somos mais espertas naturalmente, por isso estamos conversando ao invés de estamos brigando, como meus sobrinhos possivelmente devem estar agora. — Disse, enquanto tirava um cigarro para fumar. — Eu não a odeio, mas não confio em você. Então, vai me contar quem realmente é?

— Eu... — Amara encarou o jarro de flor sobre a mesa, onde as pétalas murchas tentavam sobreviver em meio ao clima bipolar da cidade. Ergueu o olhar para Polly, que a fitava esperando por respostas. — Sei que é uma mulher sábia e sensitiva, então entenderá o que eu tenho a dizer. Eu vim de muito longe, muito menos, só para conhecer pessoalmente o Thomas.

— E o que traria você a Birmingham para conhecê-lo? — Polly questionou.

— Estudo, digamos. — Deu de ombro. Por baixo da mesa, Amara apertou a coxa, sentindo as unhas machucarem a pele. — Ele faz parte de uma pesquisa para um possível futuro trabalho. Thomas é o criminoso mais engenhoso que tive a honra de conhecer em meu tempo.

— Em seu tempo? — Polly pronunciou as palavras lentamente. Amara confirmou. — O que está dizendo?

— Dois mil e vinte um, o ano que vim. — Respondeu rápido.

Polly abandonou o cigarro sob o cinzeiro da mesa. Piscou algumas vezes antes de encarar profundamente a mulher a sua frente, ela não estava mentindo, muito menos dava sinais de loucura, embora dissesse algo ao nível. Amara estava séria, olhos brilhantes e pupilas dilatadas. Um riso seco voou dos lábios de Polly, talvez ela estivesse enlouquecendo. Então, se recordou das cantigas e histórias que ouvia quando criança quando vivia entre os ciganos.

— Como é possível? — Seu tom de voz havia mudado. Amara balançou a cabeça, em negação.

— Não sei. Tudo aconteceu quando fiz um pedido para uma estrela-cadente. — Tentou explicar.

— Então as histórias realmente estavam certas. — Murmurou. — Santo Deus...

— Histórias? — Amara piscou, confusa.

— O povo cigano sempre contou história sobre viajantes de muito longe, de outros séculos, às vezes por meio de cantigas, mas sempre achei que não passassem de lendas. — Polly estremeceu, mas ainda não se sentia convencida com aquela história. — Você tem sangue cigano, menina?

— Não que eu saiba. — Respondeu cautelosa, não entendendo o motivo da pergunta. Polly permaneceu quieta, pensando em algo muito distante.

— Talvez devesse procurar por seus parentes, pode ser que consiga respostas. — Disse de modo sério.

— Senhora Gray, não pode contar ao Thomas sobre o que realmente sou, acho que ele não reagiria bem. — Amara disse, em alerta. Polly travou o maxilar, pensativa.

— Homens são imprevisíveis, minha querida. Eu sinto pena de você. — Falou.

— Sente pena? — Amara ergueu as sobrancelhas.

— Sim. — Encarou a mais nova. — O destino é realmente engraçado, você veio para essa cidade estudar o Thomas e acabou se apaixonando por ele e consequentemente, ele por você.

— Acho que o Thomas está confuso com os próprios sentimentos, assim como eu possivelmente estou. — Amara disse. — Eu me deixei levar pelo perigo, até perceber que isso poderia levar minha vida. Eu não posso dar o que seu sobrinho quer, ele vai ficar melhor sem mim.

— Tenho certeza de que já deu muitas coisas a ele. — Polly ergueu o queixo. — Homens destemidos procuram por mulheres destemidas. Agora entendo por que meus sobrinhos foram facilmente seduzidos. Assim como o John ainda é apaixonado por Ariana, mesmo depois de todas as merdas que fez, Thomas é por você. Eu o conheço bem para deduzir isso. Só tem algo que pode cegar um homem inteligente como Thomas Shelby e é o amor, pode anotar isso se quiser.

— Ele não parece muito sentimental. — Amara comentou.

— Mas ele é, embora saiba disfarça bem ou talvez, nem tanto. — Polly acendeu mais um cigarro, dessa vez, ofereceu um a Amara, que aceitou de bom grado. — Sei que salvou a vida do Thomas quando os policiais chegaram aqui, estamos quites, por enquanto. — Disse. Amara tragou o cigarro, sentindo o sabor das ervas aquecer seu interior. — Agora me diga, viajante, como tudo isso acaba?

— Thomas vai ter tudo que quer. — Amara se recordou das pesquisas. — E um pouco mais, mas o fim dele é desconhecido no meu tempo, de qualquer forma, não é algo bom.

— A ambição nos leva a um futuro incerto, eu temo pelo meu sobrinho. Talvez ele encontre a felicidade um dia. Depois da guerra, ele não é mais o mesmo. — Polly pareceu pensativa por um momento. Saber que seu sobrinho, e quase filho, alcançaria sucesso com tudo que fazia, aquecia seu coração. No entanto, tudo que ela queria para ele era felicidade e paz, uma combinação que não parecia cair no gosto do Shelby.

— Como ele era, antes da guerra? — Amara perguntou.

— Ele sorria, muito. — Polly sorriu ao se lembrar da antiga versão de Thomas. — Ele sempre quis trabalhar com cavalos. Ganhou muitas medalhas e as jogou no canal. Nenhum homem volta igual depois da guerra. Sinto falta de quem ele era, às vezes, eu não o reconheço.

— Eu sinto muito. Confesso que gostaria de conhecer esse Thomas. — Amara lamentou. Apagou o cigarro no cinzeiro.

— O que pretende fazer agora? Principalmente depois que essa confusão acabar?

— Vou partir com Ariana para Ohio. Sei que não voltarei para meu tempo, então tenho que seguir com minha vida. — Disse, sentindo um leve aperto da garganta.

— Mas você não quer fazer isso, não é? Está optando por essa escolha porque acha que é o certo a se fazer. — Polly a encarou firmemente. Amara se sentiu intimidada. — Está fugindo do que tem medo de sentir. Quero que saiba que sou eu que manda nos assuntos do coração desta família, e na minha opinião, você deve ir, não pelo Thomas ou, porque você o deixa cego, mas por você, essa vida que levamos, não é para qualquer uma, principalmente para pessoas como você.

— Não precisa me aconselhar e eu sei que o que é certo para mim. — Amara se levantou, mantendo o olhar fixo na mais velha. — Você tem medo de perder seu sobrinho, eu entendo. Eu perdi pessoas que amava quando vim parar nesse tempo e ainda estou absorvendo tudo que estou vivendo, tentando não enlouquecer de vez. Não é fácil fazer certas escolhas, talvez você esteja parcialmente certa em tudo que disse, mas eu quero isso, minha vida nunca foi aqui.

Amara deu passos para a porta. Parou alguns metros antes para encarar Polly uma última vez, mantendo na memória cada traço que podia daquela mulher.

— Eu pretendia escrever um livro tendo o Thomas como o personagem principal, eu não vou negar que o admiro. — Disse, sincera. — Talvez eu faça isso de outra forma, aliás, minha vinda ao passado, embora seja louco falar isso em volta alta, não foi por acaso. Bem, foi bom finalmente conversar com você, Polly. Adeus, espero que tenha uma vida longa, seu sobrinho vai precisar muito dos seus conselhos, até quando não pedir. 


Notas Finais


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