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História Doce Diário - Cap18 .....................12.09.20..


Escrita por: MashiroHanabi

Notas do Autor


Meninas, abri mão de estudar nos últimos dois dias para escrever esse capítulo, ele é o maior capítulo até agora, tem muito, mas MUITO conteúdo nele, deu 13 páginas no word, espero que gostem.

Capítulo 20 - Cap18 .....................12.09.20..


Fanfic / Fanfiction Doce Diário - Cap18 .....................12.09.20..

Bom dia, diário, meu animo finalmente voltou!

Estou escrevendo de manhã, pois ontem eu capotei, mas ainda sim, capotei feliz.

Ontem de manhã, acordei animada pois começariam os preparativos para o festival de música da Sweet Amoris. Coloquei uma camisa de banda com a gola cortada, escolhi Evanescence naquele dia, calças com babados no bolsos, um pouco vitorianas, all star azul(meu favorito), uma gargantilha de camafeu(**imagem nas notas finais**), também era um tanto quanto antiquado e clássico, talvez fosse uma tentativa de resgatar o lado que Lysandre havia ressaltado em mim, fechei tudo com uma bandana azul e branca amarrada em minha cabeça em forma de laço.

Bom, desde que desmaiei, minha mãe já não me deixa sair de casa sem que ela tenha certeza que estou incrivelmente bem alimentada, então, assim o fiz, e logo segui para o ponto de ônibus, senti aquele clássico frio na barriga em saber que novamente eu teria de lidar com Lysandre, sabendo que poderia não terminar muito bem, mas ainda sim, mantive minha coragem.

Cheguei à escola 15 minutos antes de bater o sinal, fui direto à sala dos professores pedir informações sobre como proceder no projeto. Me disseram para esperar na sala, de qualquer jeito, ainda não sabia o que aconteceria a seguir.

-Bom dia, alunos, sentem-se depressa por favor, temos um anuncio da diretora antes da aula começar. – Faraize já chegou no seu ânimo de sempre. E seguido dele, lá estava a mulher baixinha de cabelos grisalhos presos num coque alto, um tanto rechonchuda, com um par de óculos de armação vermelha, e um conjunto de terninho e saia lápis rosa, era a diretora (cujo nome nós nunca soubemos).

-Bom dia, caros alunos, venho anunciar, nessa bela manhã de sol, que encontramos um projeto para arrecadar fundos um tanto quanto interessante, um festival de música – a sala se encheu de burburinhos, todos pareceram surpresos e empolgados com a ideia, quando olhei para a cara da patricinha loira, ela estava boquiaberta, seus olhos brilhavam, realmente não esperava essa reação dela, talvez Castiel tenha razão, talvez ela continue a mesma pessoa apaixonada pelas mesmas coisas que ele por dentro. – a ideia foi de uma aluna dessa sala, senhorita Veronica, levante-se por favor, e venha até aqui. – eu me levantei mecanicamente, com o rosto vermelho, pois não esperava que todos soubessem que ideia era minha, muito menos que mostrariam minha cara a eles – A senhorita Veronica nos propôs que fizéssemos um show ou coisa assim, acompanhados pela banda do senhor Lysandre, venha até aqui o senhor também - ele olhou para Castiel se perguntando por que chama-lo e não a seu amigo. – deixo a organização do evento nas mãos desta moça, e a organização musical nas mãos deste senhor. O evento será no dia 29 deste mês, um sábado, disponibilizaremos o porão para o show, algumas salas para outras apresentações, ou qualquer outra atividade que nos vise o entretenimento ou o lucro da escola. Disponibilizaremos ainda o pátio para os alunos que se interessarem em ajudar com alimentação. Mas em todo o caso isso é responsabilidade da senhorita Veronica agora, alguma pergunta?

-E o que a gente ganha ajudando? – perguntou Armin, sem tirar os olhos do Nintento DS que estava jogando com os braços embaixo da mesa.

-Ganharão um ponto extra na média do semestre, e sempre que precisarem poderão de ausentar da aula para ajudar com o evento, e se sua ajuda nos render lucro, prometemos 5% de participação nele. – veio um alvoroço de pessoas querendo participar. – EI EI, ATENÇÃO! – ela gritou – quem já tiver ideias, por favor fale com a senhorita Veronica aqui fora, por gentileza – ela caminhou até a porta fazendo sinal para eu e Lysandre a seguirmos, e o fizemos – Bom dia! – Nos dirigimos para fora da sala, os três – bom, agora está em suas mãos, se precisarem de ajuda com algo peçam ajuda a Nathaniel, Melody, ou mesmo para mim.

-O-Ok, obrigada. – Agora eu estava com medo.

-Boa sorte, vocês dois.

-Diretora! – Lysandre a chamou.

-Pois não?

-Por que não chamou Castiel como encarregado da parte musical?

-Um irresponsável que nunca entrega os trabalhos, sempre chega atrasado, mata aula e não é um bom exemplo para nada? Além de não se dar nada bem com Nathaniel. Bem, respondi sua pergunta?

-Sim, senhora.

-Muito bem, então, bom dia!

-Bom dia -  respondemos.

-L-L-L-Lysandre, o-o que fazemos agora? – eu estava claramente assustada.

-Por que está assim?

-E-estou com medo, interagir com as pessoas não é meu forte. – ele estendeu a mão para me tocar, mas parou antes que o fizesse.

-Vamos organizar listas para cada coisa que precisarmos que seja feita, e colocar nela os nomes de todos que resolverem participar, depois levaremos à diretora, para que essas pessoas sejam recompensadas devidamente por seus trabalhos.

-Sei, obrigada! – sorri, ele corou e desviou os olhos com frieza, ainda não entendi o que fiz à ele – vamos até o meu armário pegar papel e caneta?

-Vamos sim, estou logo atrás – ele andava com certa distancia de mim, calado. Quando chegamos ao meu armário e comecei a remexer as coisas, meu pote de tinta nanquim quase caiu e espirrou um pouco de seu conteúdo em minha camisa.

-AAAAAH, MERDA! – ele olhou para ver o que estava acontecendo – minha camisa, droga, só porque eu amo essa banda?

-Evanescence é uma banda, afinal?

-Sim, você nunca ouviu falar? – limpava minha camisa enquanto olhava indignada para ele.

-Não, eles tocam o que?

-Rock, é uma banda de homens com uma vocalista mulher que canta quase lírico as vezes, ela toca piano e violino também, suas letras são muito originais, até mesmo as mais românticas.

-Nossa, parece bem interessante.

-E é, você precisa muito ouvir! – eu terminei de limpar minha camisa e agarrei meus fones de ouvido, acoplando-os no meu celular, colocando uma musica e sem ao menos me lembrar da distância que havia se criado entre nós, me aproximei e coloquei os fones nos ouvidos de Lysandre, o mesmo pareceu inquieto, como se não soubesse como reagir – posso apertar o “Play”?

-Pode... – ele corou novamente e olhou para o chão

-Essa é a musica mais famosa da banda, chama-se “Bring me to Life” (**música nas notas finais, se puder, coloque-a para ouvir agora**), aaa, quero ouvir junto – fiz bico e coloquei um dos fones em meu ouvido, mantendo uma curta distancia entre nós, o que parecia ainda mais incomodo para ele, mesmo assim, apertei o botão que fez a musica começar.

A musica começou naquele som melancólico e doce de um piano, Lysandre começou a prestar atenção, e se focou num ponto físico à frente, eu olhei em seus olhos, estudando todas as reações que a música pudesse lhe causar, percebendo isso, ele voltou seus olhos para os meus, ficamos nos olhando enquanto a música começava, logo pudemos ouvir Amy Lee soltando sua linda voz.

“How can you see into my eyes, like open doors?(como você consegue ver dentro dos meus olhos, como se fossem portas abertas?) Leading you down into my core, where’ve become so numb... (Trazendo-te ao meu interior, onde me tornei tão entorpecido...) Without a soul, my spirit sleeps in somewhere cold... (...sem uma alma, meu espírito dorme em algum lugar frio...) Until you find it there and lead it back home!(...até você encontra-lo lá e o levar de volta pra casa)”

Coincidentemente ainda olhávamos nos olhos um do outro, ele soltou um suspiro profundo e fechou os olhos melancolicamente, aquilo me deixou triste, eu certamente o fiz sofrer.

-Ela realmente tem uma voz magnífica, qual o nome dela?

-Amy Lee, é uma mulher muito bonita, as vezes usa umas roupas com estilo vitoriano também... – eu parei de falar pois ele ainda estava de olhos fechados, me aproximei ainda mais – Isso me incomoda, Lysandre. – O refrão começou, eu encostei meu corpo ao dele, repousando minhas mãos em seu tronco. – Sinto sua falta. – o refrão acabou, eu comecei a cantar junto aquela parte olhando pra ele – “Now that I know what i’m without, you can just leave me, breathe into me and make me real, bring me to life”(Agora que eu sei o que me falta, você não pode simplesmente me deixar, respire dentro de mim e me faça real, traga-me para a vida) – ele pareceu ter entendido, segurou meus braços com suas mãos enormes, que podiam contorna-los sem o menor esforço. Lysandre tem um cheiro tão característico, não é doce, mas é delicado, é bom, nunca havia prestado atenção antes no quão bom era, se os homens do século dezenove possuíam um odor, com certeza era aquele, cheiro de um homem forte, poderoso e gentil, lembra o cheiro de um piano, era tão elegante imagina-lo assim.

-Isso está te fazendo mal, não posso continuar assim.

-Mal? Sim, está me fazendo mal ver meu amigo tão longe.

-Você sabe que isso já passou dos limites de uma amizade. – ele delicadamente me empurrou segurando meus braços, apenas o suficiente para que ficasse uns dois passos longe dele.

-Isso precisa de um título pra você? – ele ficou completamente em silencio, como se não tivesse resposta pra minha pergunta.

-Veronica? – Era Alexy, seguido por Violette e Rosalya, que o puxava fazendo um sinal para ele de “agora não” – Nós podemos cuidar da parte artística desse evento?

-O-oi, como assim? – Me afastei de Lysandre

-Eu quero fazer roupas para os membros da banda, ou melhor, eu e meu namorado vamos fazer, basta deixar-nos fazer propaganda da loja! O que você acha? – Rosa estava superempolgada.

-E eu e essa moça linda aqui, queremos desenhar cartazes e divulgar, quem sabe até fazer uma ala artística para o festival – ele dizia abraçado com Violette, que estava vermelha como um pimentão, e imóvel.

-O que você acha, Lysandre?

-Sobre as roupas, eu tenho um certo medo. Sobre a arte, eu acho excelente.

-AAI LYS-FOFO, qual o problema? A gente te conhece bem, vamos fazer roupas ótimas pra vocês, eu juro! Pleaaase?  - ela juntava as mãos como se rezasse.

-Aaah – suspirou – se fizer algo extravagante ou improprio eu me recusarei a vestir.

-KYAA, OBRIGADA – ela o abraçou.

-Então está fechado, deixo isso com vocês! – Algumas pessoas de outras salas, nas quais eu nunca havia visto, me propuseram varias ideias, algumas perfeitamente cabíveis, outras não, e no final, tivemos algumas meninas se oferecendo para montar uma barraca de comida, Kim se oferecendo para montar uma de bebidas no lugar onde a bande se apresentaria, Violette vai fazer caricaturas das pessoas com temas de rock, o filho do dono de uma loja de tecidos vai fornecer alguns tecidos para Leigh e Rosa venderem camisas com estampas musicais, Armin vai montar uma sala com seu Guitar Hero para as pessoas pagarem para jogar, o pessoal do clube de jardinagem vai propor um projeto que implica em fazer plantas crescerem com ajuda de música(já sabia que isso existia, mas achei muito original) e vão vender algumas mudar para as pessoas tentarem em casa, Iris tem uma maquina de buttons em casa e vai fazer alguns pra vender, e além de toda a ajuda que já iam dar, Rosa e Leigh vão fazer cortinas, Melody sugeriu um sarau do lado de fora e também vamos fazer, agora só faltava pegar a chave do porão para começar a bagunça, digo, os ensaios da banda. – Diretora, a senhora disse que ia disponibilizar o porão pra gente. Não disse?

-Sim, claro, já deixei a chave com você.

-Mas então o que são todas aquelas coisas lá dentro?

-Bom, é trabalho de vocês arrumar tudo aquilo, não meu.

Ou seja, eu tive que recrutar uma equipe para faze-lo até o fim do dia, afinal, faltava pouco mais de duas semanas para o evento, e isso não é muito. Corri atrás de todos que pude, avistei Armin de longe jogando agora um PSP, mas quantos jogos ele traz à escola?

-ARMIN – gritei, ele me olhou assustado – eu preciso urgentemente de ajuda.

-Pera ai, que eu tô no meio de uma fase importante aqui, tem um boss terrível aqui. – e novamente não tirava seus olhos daquela joça.

-A maior parte dos alunos já foram embora, eu preciso de ajuda para limpar o porão, sem você não vamos conseguir, sério!

-AAAH NÃO! – ele gritou olhando pra tela –CARALHOOOO!

-QUE FOI? – assustei

-A bateria desse acabou também, NÃAAAAAAO, e agora?

-Agora você me ajuda, o porão é no fim do corredor.

-Só vou porque não tenho nada pra fazer e preciso desses pontos. – virou-se e saiu.

Fui até a sala do grêmio, de onde Melody acabara de sair, provavelmente estava indo para casa.

-Nathaniel? Você está aqui?

-Oi? Estou aqui! – Ele estava estudando, como sempre – do que precisa?

-Preciso de ajuda para limpar o porão, me dá uma mãozinha?

-Precisa ser agora? Estou no meio de um exercício de química.

-Que? Mas é só pra semana que vem, ele passou hoje.

-Quanto mais rápido fizer, melhor!

-NATHANIEL! – eu fechei seu livro – a diretora disse que poderia te pedir qualquer coisa que eu precisasse, agora é a hora de ajudar!

-O-ok – ele se levantou e se afastou – você consegue ser medonha quando quer, sabia?

-Claro que sim! – dei uma piscadinha, fazendo-o rir.  Castiel e Lysandre estavam conversando perto da saída. –EEEEEEEI, vocês, eu preciso muito de ajuda, precisamos limpar o porão ainda hoje para dar tempo de preparar tudo, já tem duas pessoas lá, quanto mais melhor, meninos, por favoooor??

-Calma, cara, a gente vai, haahahhahahah, nem precisa se desesperar, a gente vai ensaiar lá mesmo, se estiver uma bosta na hora de tocar, não vamos poder reclamar.

-Ai, meninos, amo vocês – abracei os dois, e saí correndo procurando por mais gente. KEEEEENTIIIIN – ele já estava saindo, quando me ouviu gritar, e virou-se – Me ajuda a limpar o porão? Já tem mais gente lá, vai ser rápido, prometo!

-Ai, ai, o que você não me pede chorando que eu não faço sorrindo? Vocês precisam de alguém forte lá, não é?

-SIM! Você é mesmo um amor, obrigada – o abracei e saí correndo para o porão, puxando-o pela mão. – Encontramos Iris no caminho e ela concordou em vir também ajudar.

-Ok, então vamos formar alguns grupos, que tal duplas?  - Disse Rosa tentando organizar aquilo, eu faço com você, Castiel!

-E-espere, Rosa, faça comigo – disse Lysandre

-Veronica faz com você.

-O que? Não, espera.

-Nathaniel faz com Kentin, Armin com Iris, eu com Castiel, Lysandre com Veronica e é isso aí! Pro porão, galera! – Todos seguiram suas ordens e foram em frente, nem deu tempo de reclamar de nada.

-Lysandre, se estiver tudo bem pra você...está tudo bem pra mim. Pelo menos até o show, não temos como evitar estarmos próximos.

-Certo, até o show, vamos fingir que está tudo bem. – nós dirigimos ao porão, começamos a pegar caixas e caixas, e arrumar um lugar pra elas na escola, e lá encontramos algumas coisas que poderiam até ser úteis para o show.

-Veja, essas aqui tem escrito “palco para a entrega de canudos – formatura”, a gente poderia montar, assim, vocês não se apresentariam no chão, o que você acha?

-Seria excelente, isso manteria o equipamento longe das pessoas, evitando acidentes, e também seria muito melhor para o contato visual com o público. Acha que podemos usar?

-Podemos perguntar ao Nathaniel, e olha, ele está descendo a escada agora mesmo. – fomos ao encontro do representante da turma – Nathaniel, podemos usar o palco que a escola usa pra entregar os canudos na formatura?

-Se vocês danificarem, terão de pagar dos próprios bolsos, então cuidado. – ele passou por mim com Kentin, que se virou e perguntou

-Isso foi um “sim”?  - Lysandre olhou para outro lado enquanto ele falava comigo.

-Foi! Ahahah, é preciso uma boa convivência com ele pra entender essas coisas.

-O cara é gente boa, apesar de ser supercertinho. Aliás, todo mundo aqui é, até o cara que tentou me bater hahaha.

-Ah, não, esse é um porre, sai de perto que é melhor.

-Nossa, pensei que vocês fossem amigos, desculpa, aí. – Lysandre soltou um riso baixo, certamente entendeu a brincadeira, Castiel e Rosalya passaram por nós bem nesse momento.

-Castiel não é meu amigo, é uma cruz que eu carrego na vida – o mesmo se virou pra mim.

-Se eu sou uma cruz, o que deve ser a menina que me pediu pra limpar o porão? Já sei, uma tábua! – eu mostrei a língua pra ele, o mesmo apontou para a própria região intima como se dissesse “vem lamber aqui, otária”

-Era brincadeira? – Lysandre voltou a rir.

-Não sei do que está falando – toquei o ombro do meu parceiro – vamos limpar o lugar que vai ficar o palco pra gente montar? – ele assentiu e veio comigo, seu humor parece ter melhorado. Nós limpamos o lugar e começamos a montar o palco, enquanto os outros terminavam de limpar o porão, que na verdade era bem grande, devia caber umas 450 pessoas em pé, e ainda íamos colocar algumas cadeiras e mesas mais no fundo, é sempre bom ter esse tipo de espaço, algumas pessoas podem não se sentir muito a vontade no meio da multidão, e etc. – O palco não é tão grande como eu pensei – ainda estávamos na metade.

-Eu acho o suficiente, meu medo é a acústica do lugar. – ele parou por um segundo e tirou o casaco, colocou em algum lugar, dobrando-o com capricho, isso é algo que me encanta nele, esse jeito elegante e caprichoso que só Lysandre possui, depois, dobrou as mangas da camisa, até ficarem acima dos cotovelos – O que foi? – só então reparei que o observava perdidamente, corei e chacoalhei a cabeça de um lado para o outro, e tentei continuar a empilhar as tábuas, que por sinal, eram muito pesadas se tentasse sozinha, foi então que torci o tornozelo caindo sentada no meio das madeiras que ali estavam. – VERONICA! – Lysandre subiu rapidamente no palco e me pegou no colo com uma facilidade impressionante – está doendo? – ele me pôs sentada da beira do palco –Foi esse pé que você torceu?

-Foi-ai – ele apertou meu tornozelo

-Desculpe, e com licença -  ele tirou meu tênis, subiu a barra da minha calça gentilmente para ver se estava inchado, Kentin se aproximou de nós para ver o que havia acontecido, o mesmo também tocou meu tornozelo.

-Tá tudo bem, não machucou, só vai ficar doendo um pouco – sorriu, Lysandre não parecia se incomodar com a sua presença, o que me surpreendeu bastante. – Nathaniel, onde tem gelo?

-Pode deixar, eu vou pegar - ele saiu correndo pelas escadas do porão

-Acho que você já pode descansar, certo? – Lysandre sorria.

-Você cuida dela, aí, cara? – Perguntou Kentin.

-Sim, pode deixar.

-A gente termina de montar o palco e de limpar, já estávamos acabando mesmo, e a senhora, fique sentadinha aí, ouviu?

-Tá bom, desculpe.

-Você não tem que se desculpar – disse o heterocrômico. Nathaniel logo chegou com o gelo, quando eu fui pegar de suas mãos Lysandre tomou a frente – Deixe que eu cuide disso.

-Não precisa

-Precisa sim, fique quieta.

-Ai!

-Desculpe – Nathaniel e Kentin riam da cena, o moreno dava um sorriso bobo, porém melancólico, pensativo.

-Cuide bem dela, ouviu? – deu tapinhas no ombro de Lysandre – Não vou te perdoar se fizer besteira com a minha amiga. Faça o que quiser, só não a machuque – ele sorriu e saiu andando, eu e o albino nos olhamos sem entender nada, o loiro menos ainda – Castiel, você que é forte, me ajuda a terminar de montar essa joça?

-OPA! – o ruivo se juntou ao outro e os dois terminaram em poucos minutos, o resto terminava de montar, e Rosa tirava as medidas para a cortina a algumas decorações com tecido, tudo sairia de graça, bastava fazermos propaganda da loja de tecidos e da loja de Leigh.

-Não estou te machucando, estou?

-Não, na verdade, está bem melhor – eu já conseguia movimentar um pouco meu pé. – Na verdade, eu fico surpresa com o fato de você ser tão forte e ainda tão gentil e delicado.

-Isso é um elogio? – ele sorriu

-Sim, eu gosto muito disso em você – ele corou, colocou minha meia e então meu tênis de novo, tudo na maior delicadeza do mundo, nunca havia prestado atenção nesse lado de Lysandre, como ele consegue ser tão gentil e cuidar das pequenas coisas como se fossem valiosíssimas? Me peguei olhando de um jeito retardado para ele novamente. Meu rosto estava muito quente, com certeza estava vermelha, assim como ele – Parece que já acabaram, todos vão embora?

-Rosa saiu pra buscar comida pra gente, vamos comer algo, depois a gente vai – disse Armin. Rosa logo chegou com as coisas, eu continuei sentada no palco, Iris sentou-se ao meu lado, e Kentin se sentou do outro.

-Ve...posso te perguntar uma coisa? – Iris sussurrava baixinho em meu ouvido enquanto Rosa distribuía comida aos outros – O A-Armin...tem namorada?

-QUE? – ela tapou minha boca

-Você não é nada discreta, sabia? – todos olhavam pra gente, eu olhei para Armin, que estava sentado ao lado de Nathaniel, enquanto Rosa lhe oferecia uma bebida, Castiel estava sentado meio longe deles(imagino o porque) e Lysandre se sentou encostado em suas costas ambos comendo batatas fritas.

-Com certeza não, Iris, ele só joga vídeo game, nunca deve ter saído com ninguém – Respondeu Kentin

-Ai meu deus, Kentin, nem vi que você estava aí, que vergonha  - ela cobriu o rosto com as mãos.

-ahahahah, relaxa, eu não vou dizer a ninguém, prometo.

-Então, você está interessada?

-Aaa, um pouquinho, só um pouquinho.

-Um pouquinho, é? – respondemos uníssonos.

-AI, GENTE, PARA! – todos olharam pra ela, inclusive Armin, o que a deixou totalmente vermelha, como os cabelos de Castiel. Depois daquilo, terminamos de comer e fomos para casa, eu não podia andar direito, então Lysandre se ofereceu para me levar em suas costas, eu aceitei.

-Muito obrigada, e me desculpe por isso. – eu já estava em suas costas, abraçada a seu pescoço, enquanto saíamos da escola, deixei minha mochila lá mesmo, não queria dar mais trabalho ainda para ele.

-Não se preocupe, você é leve, não me dá trabalho algum.

-Não sou leve, você que é forte. Aliás, é assim que é ser alto? Adorei! Ahahahha

-Ahahahahahahhaha – senti saudade daquela risada contagiante dele – é mais difícil ser assim do que você imagina. – era tão bom estar ali, sempre que estava junto dele me sentia mais segura, mais feliz, um pouco inquieta mas com certeza feliz. Fiquei até triste quando chegamos em casa.

-Entra junto comigo, ontem a noite eu fiz brownies, insisto que coma algo.

-Só vou entrar porque quero ter certeza que estará bem, não porque adoro brownies, ouviu? – o clima não estava mais pesado como antes, parecia que tudo havia voltado ao normal.

-MANHEE, CHEGUEI! – gritei

-Você me deixou surdo!

-HAHAHAHA, desculpe, o sofá é logo ali, vai reto, cavalinho.

-Cavalinho? – ele seguiu andando, antes mesmo de chegarmos ao sofá, minha mãe já estava lá, e nos olhou perplexa, levantou rápido, pelas roupas devia ter acabado de chegar do trabalho, meus pais trabalham na mesma empresa, em setores diferentes, este mês estão tendo que fazer muitas horas extras porque a empresa precisa muito, a parte boa é que estão ganhando uma boa grana com isso, ela se aproximou ainda surpresa.

-Boa noite, senhora, eu me chamo Lysandre – ele estendeu a mão, pegou a de minha mãe, e a beijou como um cumprimento, como fez comigo quando me conheceu, ela continuava boquiaberta.

-Bo-bo-boa noite, Lysandre, eu me chamo Lúcia, eu sou arquiteta, Philippe, meu marido, não está aqui agora (**esses são os nomes originais dos mais da docete, de acordo com a própria ChiNoMiko**), é um prazer conhecer o namorado da nossa filha.

-MÃE! ELE NÃO É MEU NAMORADO!

-Surdo novamente.

-Desculpa, haha, ele é meu amigo, torci o pé hoje na escola enquanto fazia os preparativos para o evento, ele é um dos músicos que vai tocar lá, então estava me ajudando, e veio me trazer porque eu não posso andar muito bem e já não passam mais ônibus, eu o convidei pra entrar.

-Ah, desculpa, então por que não disse logo, eu aqui achando que vou ser sogra de alguém e você aí com dor no pé, pelo amor de Deus, né Veronica?

-Cadê o papai? Cadê os brownies pro Lysandre?

-Ele teve de ficar mais na empresa, vai chegar só depois das 23:00, mas vai receber uma folga amanhã, pelo menos. Vou pegar, sentem-se por favor.

-Seu pai também é arquiteto? – ele me colocou sentada no sofá, e se sentou ao meu lado.

-Não, na verdade, meu pai é bibliotecário, trabalha na biblioteca de pesquisa da empresa, minha mãe trabalha na área de criação. É uma agencia de publicidade alternativa, nenhum dos dois exerce exatamente o que se formaram, mas tudo bem.

-Sei. Interessante, sua casa é bem bonita.

-Obrigada, ela é simples, mas nós gostamos daqui, fico muito feliz por ter me mudado, tudo de melhor aconteceu depois disso. – ele me olhou pensativo

-Aqui está – minha mãe trouxe os brownies, nós comemos, Lysandre adorou, ficamos conversando os três por um tempo. – Seria bom você tomar um banho, já que machucou o pé, normalmente um banho quente depois de se aplicar gelo melhora bastante.

-Você sem razão, o único problema é subir as escadas – moramos num sobrado, não muito grande, no andar de baixo fica a cozinha, um banheiro, uma pequena sala de jantar e a sala de tv e de estar, no segundo fica meu quarto, o dos meus pais, que é uma suíte, outro banheiro e um pequeno escritório.

-Eu te ajudo a subir.

-Ótimo, você pode ver minha coleção de cds enquanto isso. Você vai gostar bastante.

-Não tem problema eu ficar no quarto de sua filha?

-Claro que não...só não deixe o pai dela saber. Ahahah

-Então vamos, cavalinho! – ele levantou a sobrancelha para mim e me carregou novamente nas costas, fomos ao segundo andar, ele me levou ao meu quarto. – vou só pegar umas roupas, não se preocupe, o banheiro é ao lado, posso andar a partir daqui.

-...sei... – eu o peguei olhando para minha cama, onde havia um sutiã lilás jogado.

-kyaaa, espera – eu “corri” (vulgo, cambaleei com velocidade, foi uma cena ridícula) peguei o sutiã e atirei no guarda-roupas. – você não viu nada.

-Não, não vi AHAHAHAHAHHAHA, então, ahha, você gosta de lilás? – ele riu levemente corado.

-Gosto mais de azul – peguei outro sutiã, azul, no guarda-roupas e mostrei pra ele, que ficou quieto e dessa vez, realmente corado.

-Eu também gosto mais de azul. – então eu corei.

-Vou tomar banho, fique a vontade, meus cds estão ali, os livros ali, e aquela – apontei para uma pequena estante sobre  a cabeceira da minha cama – éa  minha coleção de Black Butler, um mangá que se passa na era vitoriana, meu favorito, talvez você goste de dar uma olhada, já vou avisando que eu demoro um pouquinho.

-Ok, eu espero, mas depois eu vou embora, tudo bem?

-Tá, já volto – fui até o banheiro e o deixei sozinho em meu quarto, tomei um bom banho, e realmente a dor melhorou bastante, saí do chuveiro, penteei e sequei os cabelos, coloquei meu conjunto azul de lingerie, uma camiseta branca bem confortável, que usaria como pijama e um shorts de algodão, fiquei descalça mesmo, voltei para o quarto, já mancava menos, quando entrei, esperava ver Lysandre lendo meus livros ou coisa assim, mas na verdade, ele estava dormindo deitado em minha cama, com o mangá aberto sobre o rosto, exatamente a mesma cena que houve na praia, achei engraçado.

Fechei a porta, para que o barulho esterno não o incomodasse, não seria ruim se ele dormisse aqui, me aproximei, tirei o mangá delicadamente da sua face, dormia como um anjo, já devo ter dito isso milhares de vezes, mas ele é muito belo, não aguentei ver aquilo, deitei na cama ao seu lado, bem devagar para não acorda-lo, acariciei seu rosto e o beijei, delicadamente. Senti como se estivesse precisando daquele momento há tempos, quando me separei de sua boca, percebi que franzia o cenho, abriu os olhos lentamente, ficou me encarando por um tempo.

-Estou sonhando de novo? – continuava com o cenho franzido, confuso.

-Não...talvez eu esteja – o beijei novamente, matando a saudade, adentrando minha língua em sua boca, ele me segurou pela cintura com uma das mãos, e a outra adentrou meus cabelos, ainda úmidos, enroscando-se neles, aquilo era tão divinamente perfeito, poderia ficar ali pra sempre.- ele se virou sobra mim, me colocando deitada na cama, com seu corpo sobre o meu, Lysandre subiu minha camiseta com suas mãos encostadas em meu abdome, subiu-a até a minha clavícula, separando o beijo e voltando-se ao meu pescoço, acariciando agora um de meus seios com sua mão. Apertou-o, soltei um gemido baixo, ele voltou para beijar minha boca – Senti tanto a sua falta – acariciei seu rosto e o puxei de volta para me beijar, não durou muito, ele partiu o beijo, baixou novamente minha camiseta, como se nada tivesse acontecido.

-Desculpe, isso não está certo. – saiu de cima de mim e ficou em pé, me dando a mão para levantar.

-O que? Por quê? Não tentei te impedir em nenhum momento, eu também quero isso. – me levantei rápido, abraçando-o.

-Veronica, isso não é justo. – parei e pensei, talvez seja verdade, não estou sendo justa com os sentimentos dele, eu não sinto o mesmo que ele sente para ficar fazendo essas coisas, vou acabar machucando de verdade meu amigo. – está tudo bem, façamos de conta que nada aconteceu.

-Tá, eu sinto muito – o apertei em meu abraço por mais alguns segundos e o soltei, me doeu muito ter de fazer aquilo, se pudesse não o soltaria, teria ido até o fim.

-Está na hora de eu ir, Leigh deve estar preocupado.

-Meu pé esta bom, eu te levo até a porta – peguei meus chinelos e desci com ele, minha mãe estava lá em baixo.

-Já vai Lysandre? Está meio tarde, veja, são 22:50, se quiser pode dormir aqui por hoje.

-Não, senhora, eu preciso ir, não é prudente um rapaz da minha idade passar a noite na casa de uma moça como sua filha sem ter nada sério com ela, muito obrigado por tudo, boa noite.

-Boa noite, volte mais vezes, é bom ver que minha filha finalmente tem amigos. – minha mãe sorriu e ele sorriu de volta, mas sem responder dizendo que voltaria. Fomos até a porta eu a abri e sai com ele, antes de ele descer as escadas da soleira, tentei conversar com ele novamente. – Boa noite, Veronica.

-Lysandre, espera – ele se virou novamente – a partir de agora seremos só amigos, então?

-Sim,  é melhor assim, não?

-Acho que sim...posso te beijar uma ultima vez? – ele me olhou muito surpreso

-Talvez não seja uma boa id-  - eu o agarrei mesmo assim, fiquei na ponta dos pés, soltando involuntariamente meu peso sobre ele, fazendo-o apoiar as costas no corrimão, por mais que ele tivesse tentado recusar, me abraçou com força, mantendo nossos corpos bem unidos e retribuiu meu beijo com urgência, ficamos naquilo por alguns minutos, nos separando apenas quando o ar nos faltou. Foi o melhor beijo da minha vida – huhu, você não era assim.

-Não mesmo. – lhe dei um selinho demorado e me afastei.

-Boa noite.

-Boa noite. – ele se foi e eu entrei, triste por vê-lo partir, feliz por saber que ainda seremos amigos, estou em conflito interno agora, ontem quando deitei em minha cama percebi seu cheiro por todos os lados dela, quero ele aqui de volta, talvez eu finalmente tenha me decidido que gosto dele, mas ainda sim, diário, tenho medo de machuca-lo, tenho medo de não ser a pessoa que ele merece ter, preciso pensar logo no que fazer. Quero ele junto comigo, não só como amigo, isso é fato, mas ainda não sei como lidar com isso, prometo a mim mesma, e a você também, diário, me declaro aqui apaixonada por Lysandre, e vou dar um jeito de resolver isso antes do evento terminar.

Ainda não sei como, mas do jeito que tá não dá pra ficar.

Bom dia, diário!


Notas Finais


Colar ** http://mlb-s1-p.mlstatic.com/colar-gargantilha-preto-veludo-com-pingente-camafeu-17773-MLB20142620926_082014-O.jpg

Música ** https://www.youtube.com/watch?v=3YxaaGgTQYM

Gostaram? Comentem, por favor.
Ps: daqui pra frente, até o dia 17/12 vai ficar bem difícil, talvez impossível de escrever, então sorry, mas depois que eu terminar a segunda fase da Unesp eu prometo voltar, então, até lá!


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