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História Doce Obsessão. - Sem cobranças e sem remorsos.


Escrita por: akirasam946

Notas do Autor


Olá, peço desculpas pela demora mas eu tive uma crise de enxaqueca que me tirou de circulação. Boa leitura.

Capítulo 68 - Sem cobranças e sem remorsos.


Fanfic / Fanfiction Doce Obsessão. - Sem cobranças e sem remorsos.

"Madame Kami"

Madame kami estava olhando uma última vez para a casa, guardava em sua mão fechada um pequeno pingente, uma esfera de prata polida presa a uma correntinha simples, o presente que Haruma lhe deu a alguns anos no natal, uma lembrança de uma data feliz em um momento perdido no tempo, ela apertou a esfera na mão e pegou a mala virando as costas uma última vez.

-Mamãe?

O sangue da mulher gelou em suas veias, ela tentou se firmar e deixar as lágrimas secarem, mas sentiu que não podia mais, se voltou olhando os olhos do filho.

-Haruma...O que faz aqui fora?

-A senhora ia embora sem me dizer adeus? 

Ela ficou parada o encarando e afirmou com a cabeça, os olhos tristes de Haruma se encheram de lágrimas e ele sentiu o namorado ao seu lado, segurando suavemente sua mãe.

-Porque? Sempre foi severa comigo, mas em sua companhia eu podia ser gentil, embora nunca recebesse um carinho ou um afago sempre sentia que me amava, do seu jeito, distante e discreto, mas ainda assim eu sentia que me amava, eu estava errado mamãe?

Ela tentou se manter firme, uma última vez...Mas deixou uma solitária lágrima escapar e antes que pudesse se firmar de novo sentiu o filho correndo ao seu encontro e a abraçando apertado.

-Não importa mais mãe, eu te amo, mesmo que você não me ame.

Ela soluçou e o abraçou apertado, enfim olhou em seus olhos e confessou entre soluços.

-Eu nunca poderei ser a mãe que espera que eu seja...Fiz algo horrível a você, não mereço perdão.

O jovem a encarou e sorriu entre as lágrimas.

-Me tornou um alfa quando sabia que eu era um ômega, me salvou de ser abandonado ou morto pelo rei e depois me protegeu do regente, que eu tenho certeza só me deixou viver para poder me usar depois, mas isso não importa, estivemos juntos todo o tempo e você  guardou essa correntinha com o pingente que eu te dei.

-Haruma...Quando eu soube que esperava você eu tentei abortar, entenda que eu estava desesperada, e eu realmente tentei...E esse é meu maior arrependimento, todas as vezes que te vejo eu me lembro do meu maior erro e eu sofro todos os dias, eu tentei não te amar, eu juro que tentei, eu sabia que dando a formula a você poderia mata-lo, mas fiz assim mesmo, eu fui egoísta, maldosa e insensível e acima de tudo eu fui covarde.

William chorava ouvindo essa confissão terrível e ele não sabia como seu namorado sensível receberia tudo isso e como iria processar essa informação, mas ele o surpreendeu como sempre.

-Mesmo assim mamãe você me teve, mesmo que a formula pudesse ter me matado eu sobrevivi e você me criou numa corte repleta de inimigos e depois num país estranho onde nem mesmo sabia falar a língua local, você me instruiu a ser obediente, mas também a questionar, me ensinou o valor de ser justo e a ser corajoso, mesmo quando o treinamento me cansava e me deixava fraco e machucado você me incentivava a continuar, curava meus machucados e meus ralados, cobria meus roxos e me ensinava a não ter medo dos meus instrutores, mesmo o mais assustadores, os maiores, você sempre me ensinou a ser forte e valente e a nunca perder minha bondade.

-Meu filhinho querido...Ela disse entre soluços.

O dois se abraçaram apertados, as lágrimas rolando nas faces, um aperto imenso no peito pelas palavras ditas e não ditas, pelos erros cometidos e o amor que nunca foi encontrado facilmente, mas sempre esteve ali, latente, aconchegado no coração puro de Haruma.

-Meu filho eu errei tanto, eu nem sei como é capaz de me amar ainda, eu pretendia ir embora e deixar somente um presente, uma despedida...Não esperava mais nada.

-Mas eu não quero que vá embora assim, eu quero que participe de minha vida, de minhas descobertas e minhas vitórias ou até mesmo de meus erros, entende mamãe?

William se aproximou e apertou o namorado em seus próprios braços, olhando para a mulher a sua frente de modo decidido.

-Madame Kami, compreendi que realmente errou e sei que deve ser muito difícil, mas tem uma chance de recomeçar aqui, não desperdice, eu amo demais meu alfa fofo para ver ele ter o coração partido assim, e juro que eu não sou tão bonzinho.

Haruma sorriu com o modo como o namorado o defendia assim, realmente naquele momento ele parecia um alfa.

A mulher se assustou mas mesmo assim concordou, e se inclinou até William depositando um beijo em sua face que corou no mesmo instante, fazendo Haruma sorrir.

-Eu prometo tentar.

-Já é um começo...Disse Haruma e abraçou a mãe.

William lembrou do presente e conhecendo como a mãe de Haruma era misteriosa achou melhor descobrir logo o que era que ela queria deixar ao filho quando partisse.

-O que queria deixar para o Haru mesmo?

O rei que ouvia tudo da porta acabou se desequilibrando com o peso dos outros que tentavam ouvir a conversa também e todo mundo veio ao chão, rolando os três degraus que davam até o gramado onde estavam Haruma, Will e Madame Kami.

-Nossa, parece a roupa do meu armário quando eu abro a porta. Disse William rindo e Haruma revirou os olhos, porque era  a mais pura verdade, ele pretendia arrumar as roupas desse bagunceiro de modo correto em breve.

O rei se levantou e ajudou a esposa a levantar, batendo a mão na roupa para tirar folhas e grama enquanto ria, assim como todos, meio sujos e doloridos e com alguns ralados, afinal não é todo dia que você rola da escada com um monte de gente.

-Bom, eu não sei o que é, mas está aqui comigo...Quer abrir? Disse oferecendo o embrulho a Haruma.

Ele o pegou e olhou para a mãe e par ao rei, e para todos presentes ali, incluindo um Harry que escondia Louis como se aquilo fosse uma bomba e riu desse instinto super protetor de alfas.

O rei parecia imensamente curioso e a mãe nervosa, ele decidiu abrir, e então viu um vidrinho com um liquido rosado dentro, estranho e bonito.

-O que é isso? Perguntou olhando para sua mãe.

Ela olhou para ele e para William e resolveu contar.

-Essa formula pode te devolver a fertilidade que eu roubei com as outras formulas, não te transformará em um ômega novamente, pois isso é impossível, mas vai te possibilitar ter filhos, se desejar.

William sorriu satisfeito, embora ele e Haruma tenham decidido que iriam mesmo adotar uma criança em algum momento de suas vidas, era bom saber que poderiam ter um filho ou uma filha deles mesmos.

Todos acharam maravilhoso, e num consenso geral todos imaginaram que Haruma poderia engravidar William agora quando estivessem prontos.

-Gente isso é lindo, mas esperem um pouco para terem seus bebês, temos três nessa casa e sinceramente mesmo com as babás estamos atarefados. Disse Anne e todos riram, pois era a mais pura verdade.

-Fica tranquila tia Anne, só depois do casamento quando tudo estiver certinho, eu sou um ômega de família viu!

O rei sorriu orgulhoso de seu filhote crescido e como era sentimental foi até ele o erguer no colo e abraçar.

-Pai! Não faz isso, é vergonhoso, pai!!!

-Meu filhote crescido e lindo! Dizia o rei enquanto o apertava nos braços fortes.

-Senhor Robert pode soltar meu namorado? Eu acho que preciso dele inteiro para ter nossos próprios filhotes um dia.

Madame Kami riu junto e acabou decidindo ficar mais um pouco, mesmo estando decidida a um dia partir para sua terra natal, porém quando esse dia chegasse ela deixaria o endereço e um abraço afetuoso e esperaria visitas em breve, pois queria viver sem mais remorsos em sua consciência e não deixou esclarecido sobre a formula, afinal ninguém perguntou, mas o fato era que esse líquido rosa especial e raro não iria fazer o efeito que todos esperavam. Ela sorriu com a ideia de ver Haruma grávido, mas guardou somente mais esse segredo.

Os dias passaram velozes, os rei a rainha voltaram para York, colocariam a casa em ordem e entrariam em contato com os parentes mais afastados, reencontrando primos e tios, uniriam a família novamente, os casais se mudaram para os apartamentos no prédio de Harry, Anne e Robin decidiram não voltar ao Japão e abdicaram de seus cargos no ministério do exterior, eles queriam se dedicar aos bebezinhos muito embora tivessem uma escala e todos ajudavam a criar a bela prole, e ali em Londres Harry começou o árduo trabalho de colocar seu projeto em prática, coisa nada fácil e completamente trabalhosa, mas ele podia contar com uma equipe eficiente e dedicada.

Tristan sempre foi seu braço direito, mas agora com Brad envolvido ele se sentia mais amparado, o irmão tinha o dom da organização, ele sempre sabia onde estava cada detalhe, cada coisa de que eles precisavam, assim cada documento chegava e saia em dia, tudo corria em ordem, pois agora eles podiam contar com um administrador pessoal incansável. 

Louis assumiu sem nem perceber seu cargo ao lado de Harry, ele acabou sendo responsável por levar a ideia adiante, ele a implantava nas empresas, movimentava as pessoas, servia como um exemplo de ômega a seguir, dedicado, delicado e mesmo assim direto, ele sempre conseguia a adesão de grandes empresas que agora deviam adequar seu ambiente e sua agenda para receber ômegas em variadas funções, desde de as mais simples as mais elevadas, como gerente e administrador, além de ter espaço em suas dependências para abrigar qualquer ômega que por acaso entrasse em um cio fora de hora, ali ele teria privacidade e segurança até que uma equipe de betas também previamente preparada e treinada somente para emergências ômegas pudesse leva-lo a sua casa. Tudo deveria ser pensado para organizar a vida levando em conta os cidadãos ômegas, inseridos num contexto maior e mais amplo, tendo os mesmo direitos dos alfas e betas e tendo por suas características únicas leis e acordos para protege-los e Louis não deixava passar nada, sua gravidez sadia nunca o atrapalhou, mas deixava Harry meio louco.

William e Haruma acabaram incentivados com o trabalho dos outros e resolveram ajudar, eles faziam todo o trabalho de prevenção ao abandono de crianças ômegas pelos pais, devido aos cios e ao grande esforço que os pais imaginavam que dava cuidar de um ômega muitas famílias mais pobres abandonavam seus filhos ao descobrirem que eram ômegas, agora o trabalho era incentivar as pessoas a verem que os ômegas eram tão valiosos como qualquer alfa ou beta, eles eram produtivos na sociedade e agora tinham os mesmo direitos. Não era um trabalho fácil e algumas vezes era doloroso descobrir que algumas famílias abandonavam seus filhos por um motivo desses, mas os orfanatos também mudaram para dar chances iguais as crianças, recebendo ajuda para se adaptar, melhorias em tudo, com contratação de pessoal mais qualificado e melhorias nas casas.

Takeru arrumou um emprego com a família Styles também, ele agora era um dos assessores de Harry assim como os outros, mas trabalhava internamente, no escritório do alfa, mais especificamente contratando betas e ômegas para os mais variados serviços especiais que agora eram de extrema importância, como os médicos de hospitais destinados a ômegas que foram resgatados de casas de prostituição onde eram explorados, ou mesmo por maus tratos em casa, entre a família ou o marido, entre tantos outros. Era uma fase de transição e levaria tempo, os cartórios ainda se adequavam as leis sendo uma delas a de que agora um ômega podia ter seus bens em seu nome, e não precisava mais de um alfa como tutor, por isso o serviço ficou lotado logo nos primeiros meses quando centenas de ômegas decidiram abrir seus negócios, e a cidade nunca prosperou tanto.

Foi nesse cenário que Liam começou a interagir um pouco mais com as outras pessoas, ele já se sentia seguro para ir ao apartamento dos irmãos sozinho e depois a padaria que ficava na esquina, ao supermercado a duas quadras e enfim um dia ele apareceu no escritório de Harry, que agora ocupava não uma salinha no quinto andar de um prédio, mas todo o prédio de dez andares.

-Senhor Takeru um ômega está esperando o senhor na sua sala, ele disse que é seu conhecido. Falou um secretária sorridente.

Takeru concordou e finalizou a reunião que tinha com Harry pelo telefone.

-Harry, já contratei a nova equipe que foi treinada no hospital memorial, todos os doze médicos passaram nos exames admissionais e estão aptos a ingressar em suas funções, agora é só Louis os designar para as localidades que eles são necessários.

-Obrigado Takeru, sabe bem como é de grande importância que todos os nossos colaboradores estejam bem treinados, agora procure selecionar os vinte e cinco enfermeiros e enfermeiras para os postos de trabalho, mas cinco empresas pediram serviço especializado, a demanda só cresce e temos ainda que enviar uma equipe mais experiente para Nova York, o governador quer implementar urgente nosso projeto por lá e depois todo o país pretende adota-lo, é uma tarefa grande por isso contrate uma pessoa de confiança para ajuda-lo.

-E estamos no caminho certo, mas vou desligar porque tem um ômega que quer falar comigo, deve ser o integrante da comitiva chinesa que eu aguardo, até logo, a gente se vê mais tarde no jantar?

-Claro, Louis decidiu cozinhar e eu estou fingindo que não me preocupo com sua barriga de cinco meses ao lado do fogão.

Takeru desligou rindo e seguiu a sua sala e quando abriu a porta assustou-se com seu lindo namorado parado ali.

-Liam? Amor, como veio parar aqui? Quem te trouxe? Perguntou Takeru indo até ele e pegando e sua mão pequena.

-Peguei um táxi como Louis ensinou e dei o endereço daqui, William me deu um cartão sabe? Esse cartão aqui...Mostrou Liam a ele, um cartãozinho meio amassado onde se lia o endereço da firma e o telefone do escritório.

Takeru suspeitou que esse cartão tenha estado durante muito tempo nas mãos pequenas do namorado, sendo rolado para lá e para cá até ele ter coragem e vir.

-Podia ter me ligado e eu iria te pegar.

Liam negou e sorriu.

-Não, eu estou bem, não tenho mais pesadelos e me sinto mais forte, sair sozinho não deve mais me assustar, ninguém mais deseja me fazer mal e a cidade é um local seguro para os ômegas, temos guardas de trânsito e seguranças betas pela cidade inteira e o motorista de táxi não fez nenhuma gracinha estúpida comigo, ele foi gentil e cordial, todos que eu encontrei no caminho foram.

Takeru o abraçou e beijou seus cabelos macios e perfumados.

-Estou orgulhos de você meu amor...

-Mas eu vim pedir algo importante.

Takeru sorriu.

-Precisa de mais flores para nosso jardim de inverno? Sabe que pode comprar o que quiser na floricultura ali perto de casa.

-Não é isso, nosso jardim está lindo...Eu quero trabalhar também, quero ser útil, acha que pode conversar com Harry e Louis?

Takeru ficou tenso e ao mesmo tempo feliz.

-O que foi? Não gostou?

-Bobinho...Eu adorei, mas agora eu terei que dividir você com o mundo...E isso me deixa enciumado.

-Você é bobo, eu sou somente seu, o mundo é demais pra mim...Mas eu gostaria de conhecer parte do mundo com você, um dia.

Takeru sorriu.

-Podemos começar com Nova York, quer conhecer essa linda cidade?

-Só se eu for útil.

-Você será, preciso de um auxilar que me ajude a contratar betas e ômegas para as vagas que pipocam dia e noite nessa cidade e que começaram a pipocar no mundo todo.

Liam sorriu.

-Fechado.

Eles trocaram um beijo e depois se olharam, havia muito amor neles.

 

 


Notas Finais


Cinco meses depois e tudo está agitado, teremos mais um salto no tempo e depois será o capítulo final e então um epílogo. Beijos.


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