História Doce Obsessão - Capítulo 1

Arrumo a minha cama e vou até o banheiro tomar meu banho. Passo em frente a porta do quarto da minha mãe e não a vejo. 

Minha mãe sofreu muito enquanto estava casada com o meu pai. E até hoje ela se priva de se relacionar com qualquer outra pessoa. 

Entro no banheiro e tomo um banho tranquilo e relaxante. 

Saio do box com a minha mãe me chamando. Troco de roupa o mais rápido e a encontro no corredor. 

— Oi, mãe. Bom dia. — sorrio

— Hoje eu vou chegar tarde em casa. Você tem as chaves de casa?

— Tenho sim. E posso saber aonde você vai? — pergunto, esperançosa por uma resposta boa

— Vou jantar com umas amigas do trabalho. — ela responde, colocando seu brinco

— Mas vai só amigas? — enfatizo a última palavra

— Alicia! — minha mãe me repreende, rindo — Para de ser safada. 

Levanto minhas mãos, em sinal de redenção. 

— Eu vou terminar de me arrumar. Já estou atrasada. — deposito um beijo em sua testa e vou para o meu quarto

Eu queria que minha mãe se relacionasse novamente. Que ela encontrasse alguém que a ame como ela merece, mas para ela é muito difícil depois de sair de um relacionamento abusivo. 

Olho a hora e faltam 15min para a aula começar. Pego meu notebook e a minha bolsa.

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— Amiga! — Becky acena de longe 

Tranco o carro e caminho até ela. 

— Oi, Becky. — abraço-a — Que animação toda é essa? — sorrio

— Você não sabe com quem eu esbarrei assim que cheguei. — Becky comenta

— Quem? — franzo a minha testa

— Lucas Miller. 

Sinto meu estômago dar reviravoltas quando o nome dele sai pela boca da Becky. Eu nunca troquei uma única palavra com o Lucas, mas só a beleza dele me encanta. 

— Por que você não fala com ele? — Becky pergunta

— Tá ficando maluca? Nunca. — afirmo

— Amiga, ele parece ser tão gente boa. 

— Eu não sei, Becky. Mas vamos mudar de assunto? Quais são as novidades?

— Bom... eu descobri o nome da namorada do Lucas. 

— E quem é ela? 

Becky pega o celular na bolsa, mas meus olhos fixam quando vejo o Lucas saindo pela porta do campus. Parece até que ele está passando em câmera lenta. 

Uma pena que ele namora, mas também, eu nem sei se teria alguma chance com ele.

— Essa. — Becky vira a tela do celular para mim

— Elena. — leio seu nome no perfil do Instagram — Essa menina é uma modelo, né? Olha esse cabelo e esse corpo? Meu Deus!

— Ela é digital influencer. Mas amiga, eu invejo seu corpo. — Becky sorri — E vocês dariam um ótimo casal. 

— Para de alimentar minha ilusão. — dou um tapa fraco em seu ombro 

Me viro para ver se vejo o Lucas, mas ele já se foi. 

Até ano passado eu o via todos os dias, mas agora só o vejo quando ele vem resolver algumas coisas na direção da faculdade. 

— Vamos entrar? — pergunto

Becky assente. 

Adentramos o prédio da faculdade e caminhamos até a nossa sala. 

Eu comecei essa faculdade porque meu pai, na época, me incentivou dizendo que eu iria ter um emprego na empresa dele. 

E como eu não tinha ideia do que realmente fazer, acabei optando por faculdade de relações pública mesmo. 

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Tive quatro aulas na faculdade e assim que acabou eu fui logo almoçar. E agora, cheguei na empresa.

— Alicia. — meu pai me chama, entrando na minha sala

— Oi, pai. — me encosto na cadeira

— Hoje tenho uma reunião às 17h. E como a minha secretária vai sair às 18h:30min, preciso que fique até às 19h comigo. Provavelmente, a reunião vai demorar. 

— Ah, sim, claro. Sem problemas. Você quer que eu participe com você?

— Não. Só preciso que não vá embora. 

Concordo com a minha cabeça, sem dizer uma palavra. 

Por mais que meu pai tenha me incentivado, ele nunca acreditou no meu potencial. 

Ele acha que eu não sou suficiente para participar de uma reunião ou fechar contratos com sócio. Afinal, para que eu sirvo então?

Minha mãe sempre dizia que não era para eu trabalhar com o meu pai. Ela sempre me aconselhou a procurar outra faculdade, mas achei que trabalhar com o meu pai fosse a melhor decisão. 

Termino alguns relatórios da semana passada e aproveito para revisar mensagens. 

— Senhorita Clark, — a secretaria diz 

— Entre, Clara. — levanto meu rosto

— O Pietro está querendo falar com você. 

— Ele está lá fora? — aponto com o indicador para a porta 

— Sim, senhorita.

Hesito em não deixá-lo entrar, mas pode ser algo importante. 

— Pode liberar. 

A Clara concorda e gesticula para o Pietro entrar. 

— Olá... — ele diz, envergonhado

— Oi, Pietro. O que faz aqui?

— Eu vim te ver. Ver como você está. 

— Pietro... — me levanto — A gente terminou, por quê você insiste em me procurar? 

— Alicia, eu não te esqueci. Eu ainda amo você. 

— Pietro, isso só vai machucar mais ainda você. — pego a jarra de água e derramo o líquido no copo

— Por favor, me dá mais uma chance. 

— Não, Pietro. Me desculpe, mas eu não vou voltar atrás da minha decisão. Por favor, vai embora. — aponto para a porta 

Pietro pressiona os lábios, e abaixa a cabeça. 

Sinto um aperto no meu coração por fazer isso com ele, mas eu não posso ficar com alguém que eu não amo. 

Passo a mão no meu cabelo, suspirando.

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Já são 19h:15min. A reunião acabou agora. Eu fiz questão de ficar até a reunião acabar. 

Pego a minha bolsa e vou em direção ao elevador. 

Não sei quem é essa pessoa que vai fazer sociedade com a empresa. 

O elevador chega ao térreo e me aproximo do meu carro. Paro em frente ao carro e vejo que tem um carro na frente e outro atrás. O meu está literalmente "imprenssado" entre os dois. 

Entro no carro e coloco a chave na ignição. Eu não sei se vou conseguir sair daqui, mas eu preciso. Já está tarde e eu estou super cansada. 

Dou ré devagar e consigo ir saindo aos poucos. Assim que saio por completo da vaga, acelero para o apartamento. 

Lucas não sai da minha cabeça. Mas eu tenho que parar de pensar nele, ele namora, tem um relacionamento saudável. Eu tenho que seguir com a minha vida.