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História Doce sedução - Capítulo 2


Escrita por: cherry_99

Capítulo 2 - Capítulo 2


   Acordei novamente atrasada para o trabalho, não posso deixar que isso vire um hábito, disse a mim mesma, enquanto levantava da cama apressadamente. Arrumei-me em tempo recorde, rezando para que minha avó não me visse saindo. Caminhei até o ponto de ônibus, e não pude evitar pensar em Benjamim, e no que aconteceu na noite anterior.

   Cada carro que passava ao meu lado, meu coração saltava em uma esperança idiota de que fosse Benjamim. Mas é claro que ele não apareceu, e nem iria aparecer, já tinha conseguido o que queria.

   Usei minha raiva para tirá-lo da cabeça. Não podia pensar nele desse jeito, era completamente irracional, eu não o conhecia para ter me apegado dessa forma. A melhor coisa que devia fazer era esquecer.

   Cheguei com cinco minutos de atraso, mas meu chefe pareceu não se importar.

   -Bom dia Viviane. –disse bem humorado.

   -Bom dia Dr. Bittencourt. –respondi educadamente.

   -Seu amigo não veio deixá-la aqui hoje. –observou.

   Não o olhei, não queria que ele notasse que seu comentário me incomodou.

   -E nem vai mais. –disse mais para mim do que para ele.

   Minha afirmação pareceu agradá-lo ainda mais. -Bom, vamos ter um dia produtivo hoje, é melhor começarmos trabalhar.

   O Dr Bittencourt tinha razão, o dia foi bem produtivo e cansativo. Estava exausta quando ele saiu de sua sala. Esperava que fosse me liberar, mas fez diferente.

   -Viviane. –disse enquanto andava até minha mesa.

   -Dr. Bittencourt

   -Você tem planos para o almoço? –perguntou.

   –Não. –murmurei.

    Onde ele queria chegar com essa pergunta?

   -Vou levar você para almoçar hoje. –anunciou.

   O encarei de cenho franzido.

              -Eu estou lisonjeada pelo seu convite, mas não posso aceitar. –disse com firmeza na esperança de que não insistisse.

   -Vamos Viviane. É apenas um almoço. Não aceito não como resposta. – sua ultima frase fez-me lembrar de Benjamim.

   Eu não queria aceitar, a idéia não me agradava nem um pouco.

Era tão estranho.

   -Aceite. –insistiu. –Ou vou ser obrigado a demitir você

   Arregalei os olhos, eu não podia perder este emprego. Ele viu minha expressão e sorriu.

   -Estou apenas brincando. –disse se aproximando de mim, pegou minha mão e me fez ficar de pé. –É apenas um almoço. -repetiu.

   Relutantemente, fiz que sim com a cabeça.

  Era apenas um almoço. Repeti para mim mesma.

   Saímos do prédio e esperei inquieta Dr. Fernando pegar seu carro no estacionamento. Olhei ao redor e reconheci em choque a familiar BMW Z4 branca estacionada bem em frente.

   Não.

   Não pode ser, tentei acalmar a mim mesma. Mas quando a porta do carro se abriu não tive como negar, era ele mesmo.

   Fiquei totalmente imóvel enquanto ele se aproximava, parecia mais confiante a cada passo.

   -Oi Vivian. –me cumprimentou com aquele sorriso.

   Tentei não prestar muita atenção em seu traje, ou em como sua aparência estava ótima, em seu terno azul escuro, perfeitamente cortado.

   -O que você está fazendo aqui? –perguntei quando recuperei minha compostura. Tentei fazer minha voz soar dura, mas saiu tremula.

   -Vim pegar você para almoçar. –respondeu.

   Minha expressão se fechou. Não fazia sentido ele vir atrás de mim.

 A não ser que ele quisesse mais.

   –O que? –murmurei tentando organizar meus pensamentos. O que era difícil com ele estando tão perto de mim.

            -O que você quer comigo? Pensei que fosse me esquecer depois de ontem. Se a sua intenção é ter uma garota para divertir, está com a garota errada. Então, é melhor você não perder seu tempo comigo.

   Ele me encarou em choque, e fiquei levemente sentida por minhas palavras. Mas tudo que tinha dito era verdade, não era esse tipo de garota que sai para se divertir, faz tudo o quer, sem precisar consentimentos.

  Eu tinha uma vó, e sempre a obedecia, mesmo que isso me cortasse em pedaços e me impedisse de viver.

  Éramos de mundos completamente diferentes.

   Ele abriu a boca para falar, mas algo chamou sua atenção atrás de mim. Quando senti uma mão em meu ombro sabia que era Dr. Bittencourt.

A presença de Benjamim me fez esquecer que ia almoçar com meu chefe, eu não pensava direito perto dele, e nem dava ouvidos a minha consciência, que ouvi a vida toda.

   -Vamos Viviane? –perguntou Dr. Bittencourt com olhos diretamente em Benjamim.

   -Quem é você? –Benjamim perguntou.

   -Eu que pergunto. Quem é você? –Retrucou Dr. Bittencourt.

   Ai Meu Deus!

   Engoli em seco. –Benjamim este é meu chefe Dr. Bittencourt...

   -Fernando. –ele corrigiu. –Você sabe que fora do ambiente de trabalho você pode me chamar de Fernando.

   -E Fernando este é Benjamim. –Completei, sentindo soar estranho dizer o primeiro nome do meu chefe.

   Eles se cumprimentaram com um aperto de mão rápido.

   –Então você é o chefe da Vivian. –comentou Benjamim.

   -Sim. –respondeu Fernando sem se abalar. –E você é?

   -Sou namorado da Vivian.

   Olhei de olhos arregalados para Benjamim, Fernando pareceu não acreditar e riu.

   -Sei que a Viviane não tem namorado. –ele me lançou um olhar questionador.

   -Mas agora ela tem. –Benjamim disse impassível.

   Apenas fiquei olhando para os dois, não estava me sentindo confortável com essa situação. Minha boca estava seca, não consegui abrir a boca para falar.

   -Isso é verdade Viviane? –Fernando exigiu saber.

   Antes que eu pensasse em uma resposta coerente para me tirar dessa situação Benjamim disse. –Claro que é.

   Foi nesse momento que eu acordei, e lembrei-me do que Benjamim falou quando perguntei se ele tinha namorada: Não gosto de relacionamento sério. 

   -Dr. Bittencourt. Podemos deixar o almoço para outro dia? Preciso conversar com Benjamim.

   -Já disse que você deve me chamar de Fernando.  E de jeito nenhum. –Disse Fernando mostrando indignação. –Você estava livre, sem compromisso algum, quando fiz o convite.

   -Você ia almoçar com seu chefe. –Benjamim disse em um tom acusador.

 Me encolhi, sentindo-me ofendida.

  -Não é isso que você está pensando. –minha voz saiu fraca.

   -Espere. Você foi o tal amigo que veio a deixar aqui ontem.  –afirmou Fernando.

   -Namorado. –corrigiu Benjamim.

  Não agüentava mais a discussão dos dois, e com isso tudo estava perdendo minha hora do almoço, se não fosse embora, iria de estômago vazio para a faculdade.

   -Por favor, parem com essa discussão. –eles voltaram sua atenção para mim. –Benjamim não é meu namorado, e mesmo que fosse não entendo porque você se incomodaria com isso. –apontei para Fernando. –Eu realmente não tenho tempo para ficar discutindo com vocês. E como vocês não conseguem nem conversar civilizadamente, não vou almoçar com nenhum dos dois. Eu estou indo embora.

   Eles ficaram calados me encarando, não esperei ser impedida, comecei a andar. Havia um restaurante á poucas quadras dali, andar eu esfriaria minha cabeça.

Depois de um tempo ousei olhar para trás para ver se estava sendo seguida, mas não estava. Achei estranho, principalmente por Benjamim, sabia que a palavra desistir não se encontrava em seu dicionário.

   Quando cheguei, procurei uma mesa vazia, mas não tinha uma sequer, olhei ao redor reconhecendo os dois homens que estavam sentados á minha esquerda.

  Sim, eles se sentaram na mesma mesa.

 Ia fugir de lá antes que eles notassem minha chegada, mas não fui rápida o suficiente. Os olhos de Benjamim encontraram os meus e fiquei parada no lugar. Ele andou até mim em passos largos, quanto mais chegava perto, mais meu coração batia forte.

   -Estávamos esperando por você. –disse Benjamim com aquele sorriso irresistível.

   E sem esperar minha resposta ele segurou meu braço me levando até a mesa.

   -Desculpa Viviane. Não queria atrapalhar você, sei como sua vida é corrida. –disse Fernando em tom calmo. Sua mão cobriu a minha dando um aperto de leve, demorou tempo demais para tirá-la e tive que puxar minha mão.

   -Tudo bem. –respondi resignada.

   Benjamim o olhava com uma cara nada agradável, Fernando nem se importou. Fizemos nossos pedidos e ficamos em um silêncio constrangedor.

Olhei para os dois homens a minha frente.

Lindos homens, para ser sincera.

 As mulheres ao meu redor deviam me achar uma tremenda sortuda.

   -O que você faz Benjamim? –perguntou Fernando, puxando assunto.

   -Sou CEO da Talento. –respondeu Benjamim.

    Rugas se formaram na testa de Fernando.  –Sério? Então você é o filho ausente de Cássio Fernandes? Sabia que seu nome era familiar.

    Benjamim se mostrou desconfortável. –Sim.

    -Você conhece o pai de Benjamim? –perguntei confusa.

    -Sim. Ele já foi meu cliente. –explicou Fernando. –Mas nunca vi Benjamim na Talento. Não o conhecia nem de vista, estou surpreso em saber que você está dirigindo a empresa.  –seu tom ficou mais duro e acusador ao completar a última frase.

    -Eu realmente não era muito presente na empresa. –assumiu Benjamim, olhando-me de relance.

    -Sim, eu conheço muito bem a sua reputação. Tem fama de galanteador mulherengo, mas em minha opinião, você não passa de um conquistador barato. Quantas moças inocentes já caíram na sua lábia?

    Olhei estupefata para Benjamim, que se manteve calmo, eu achei extremamente estranho de sua parte não se defender.

Talvez porque não havia defesa, esse fato me decepcionou.

   Benjamim me lançou um sorriso estranho, como o de um caçador quando pega sua presa, um arrepio passou pelo meu corpo.

   -Confesso que não me apego as mulheres, mas é uma fase que quero deixar para trás. –Benjamim pousou o braço em minha cadeira me rodeando.  -E você Bittencourt? Há quanto tempo está querendo conquistar a minha Vivian?

  O rubor tomou conta de meu rosto. –Benjamim! –exclamei exasperada.  

Fernando o olhava em choque. –Garanto que não sou igual a você.

    -Sabe... –continuou distraidamente. –Assédio sexual é crime, você que é advogado deveria saber.

   -Você está insinuando que...

  -Estou afirmando. –interrompeu Benjamim.

  -Que absurdo! –Fernando elevou a voz. –Sempre tratei Viviane com respeito.

    Eles discutiam como se eu não estivesse na mesma mesa que eles escutando tudo o que diziam.

    Levantei da cadeira bruscamente. –O que há com vocês dois? Desde que cheguei aqui vocês dois não param de discutir. Eu não sei como achei que isso daria certo.

    Meu Deus, eu estava vermelha, sentia que ia ter um surto a qualquer momento, mas controlei minha para que só eles me ouvissem.

   Fernando e Benjamim se levantaram. Fernando pegou minha mão.

   -Desculpe Viviane, prometo me conter. –Fernando disse. Puxei minha mão de volta não gostava que ele tocasse em mim, parecia errado.

 -Pare de tocar nela Bittencourt. –disse Benjamim em tom de aviso.

           Fernando fez uma careta, abriu a boca para rebater.

             -Acho melhor eu ir embora. –disse lançando um olhar irritado para eles.

   -Pelo menos almoce, eu deixo você na faculdade. –ofereceu Benjamim.

  -Eu não acho uma boa idéia. –murmurei.

  -Não vou deixar você ir, sem almoçar. –disse Benjamim.

-Ok. Mas por favor, sem discussões, vamos ter um almoço tranqüilo?

   Eles assentiram.

    Sentei relutante na cadeira, ainda achando a idéia de ir embora tentadora.

O garçom serviu nossos pedidos. Tinha perdido a fome, mas me forcei a comer tudo que estava no prato. O clima estava muito estranho na mesa. Queria muito que isso acabasse logo.

Fiquei aliviada quando todos acabaram de comer, porém não por muito tempo, os dois começaram a brigar por causa da conta.

-Eu vou pagar a conta, ela veio almoçar comigo. –disse Fernando impassível entregando o dinheiro ao garçom.

Benjamim pegou o dinheiro da mão do garçom e devolveu para Fernando. –Vivian é minha namorada, então eu pago.

Benjamim tinha que parar de dizer isso, eu não era sua namorada, nos conhecemos á dois dias!

 –Vamos fazer assim: cada um paga metade, incluindo eu. –os dois abriram a boca para reclamar, mas eu falei. –Está decidido.

***

-Vejo você amanhã. –disse Fernando dando um beijo em minha mão, quando estávamos fora do restaurante.

Ruborize.

Não ousei olhar para Benjamim, sabia que não gostava também.

Quando Fernando saiu, voltei-me para Benjamim.

Ele me devia uma explicação.

O que foi isso?

-Desculpa Vivian. Quando vi aquele advogadozinho dando em cima de você, perdi o controle. Aliás, isso anda acontecendo bastante. –completou a ultima frase para si mesmo.

-Não precisa se preocupar com o Dr. Bittencourt. Trabalhamos juntos á meses, ele nunca me desrespeitou.

Benjamim bufou. -Ele esta doido para estar entre as suas pernas. –arregalei os olhos, não acreditava que ele disse isso, vendo minha reação, pegou minhas mãos e falou em um tom mais controlado. -Confie em mim, eu sei muito bem o que esse tipo de cara faz com garotas inocentes como você. Mesmo que não queira admitir, você é muito inocente.

Encarei seus olhos cor de chocolate, parecia ser tão sincero, meu coração quase amoleceu por sua preocupação. Mas não podia esquecer as acusações que Fernando fez de Benjamim, que nem tentou se defender.

-O que o Fernando disse é verdade? –perguntei temendo a resposta que já sabia.

Ele ergueu seus olhos. –Sim, eu avisei a você. Relacionamento sério não é meu forte.

-Mas ele disse que você é um conquistador. –repliquei querendo muito que desmentisse.

-Vivian, todos os homens são conquistadores.

Realmente Benjamim não poderia ser coisa boa, devia me afastar definitivamente.

–Então é isso que você está fazendo comigo? –minha voz estava trêmula.

-Claro que não. Eu sei que você deve achar que eu sou um cafajeste, depois de tudo o que você ouviu. Não a culpo, por achar isso, pois sei que dei motivos para você acreditar. Mas você é diferente, não sei explicar. Tentei ficar longe de você, porém, sou incapaz.

-Isso é o que todos dizem Benjamim. –disse com um sorriso irônico. –Não sou tão ingênua.

Ele pareceu um pouco magoado. –Eu sei, você tem maturidade para sua idade, mesmo sem nenhuma experiência. Acho que não teria capacidade para enganá-la. Estou sendo sincero, acredite.

-Todo mundo merece uma chance, mesmo que você seja um cafajeste, merece também. Apenas peço que não me desaponte, e não me dê motivo para desacreditar de você.  

Quando as palavras já tinham saído da minha boca, percebi o que tinha dito.

 Não deveria nem considerar a idéia de dar uma chance a ele.

 Benjamim era demais para mim, rico, bonito e irresistível. Não era capaz de resistir por muito tempo.

-Eu vou me comportar. –prometeu com aquele sorriso. –Agora vamos, sei que você não gosta de se atrasar.

***

O carro parou na frente da faculdade. –Parece que eu vou ficar eternamente em divida com você. –brinquei.

-E só vai aumentar. –respondeu com um sorriso brincalhão.

-É sério. Obrigada pela carona.

-Não por isso.

-Tchau Benjamim.

-Até logo. –se despediu com sua famosa promessa de que nos veríamos novamente.

E eu não duvidava nem um pouco disso.

Quando sai do carro dei de cara com meu melhor amigo Dyonathan.

-Oi. –cumprimentei com sorriso bobo no rosto, sabia que era ridículo, mesmo assim, não conseguia tirá-lo.

-Oi. –respondeu com uma expressão surpresa. –Quem veio deixar você nesse carrão?

-É Benjamim, eu o conheci há dois dias, quando estava indo ao mercado.

-Assim, do nada, você trombou com um cara desses? –questionou intrigado.

-Eu sei que parece impossível, mas foi exatamente como aconteceu, juro que nunca o vi na minha vida.

-Pois eu fiquei sabendo que você saiu muito bem acompanhada daqui ontem. Confesso que nem acreditei, mas depois de ver isso, parece que é verdade.  –comentou.

Revirei os olhos, as fofocas correm rápido. –Sim, eu saí com ele ontem.

Ele me encarou e um sorriso grande se formou em seus lábios. –Não é nada disso que você está pensando. –disse apressadamente

-Quero que você me conte tudo, tenho certeza que rolou pelo menos um beijo. –disse fazendo biquinho.

Soltei uma risada nervosa.

-Sim nos beijamos uma vez, mas não foi certo, eu nem conheço ele direito Dyo. E você sabe, minha vó...

-Sua avó não é cartomante para adivinhar o que você faz Vivi. E você já é bem grandinha, precisa que viver um pouco. –argumentou.

-Não é só isso Dyo, ele cheira a problema de longe, meu chefe conhece a reputação dele, disse que ele era um conquistador barato. Você sabe que eu fujo de caras assim.

-Na verdade, você foge de qualquer cara que se aproxime de você. –murmurou cruzando os braços. –E isso de ele ter uma má reputação, como o seu chefe conhece ele?

-É uma longa história. –respondi querendo desviar o assunto.

-Que bom ainda temos tempo de sobra.

Suspirei, ele não ia me deixar em paz enquanto não contasse tudo.

-Vivi. Parece que esse cara é problema mesmo. –disse após eu contar tudo. -Mas é possível que seja mesmo diferente com você, nós homens mudamos quando encontramos alguém que vale á pena. Quem sabe não seja o caso dele. Mas tome cuidado, não só com ele, com o Bittencourt também. Acho que Benjamim pode certo sobre ele.

Respirei fundo, parece que eu só me meto em confusão. –Vou tomar.

Dyo me abraçou. –E diz pra esse tal de Benjamim pra não machucar minha amiga. Ou vai sofrer as conseqüências.

Sorri. –Obrigada por cuidar de mim. Te adoro.

**********************************************

            Não estava conseguindo me concentrar na aula, Benjamim tomava cada vez mais conta da minha mente, já estava virando um habito comum, me pegava pensando nele inconscientemente.

Levei uma cutucada de leve em minha cintura que me trouxe a realidade.

Encontrei os olhos escuros de Eduardo, seus cabelos lisos e negros que nem os olhos escorriam por sua testa, sempre tinha vontade de afastá-los de lá.

-Você está bem? Está tão calada hoje.

Abri um sorriso triste, não era boa em me abrir com as pessoas. –Não é nada. Apenas estou distraída.

Ele entendeu o recado e não insistiu, passou as horas seguintes  me entretendo em uma conversa casual.

Tive um horário vago e resolvi ligar para minha melhor amiga: minha mãe.

-Alô. –uma voz doce respondeu do outro lado da linha, minha irmã Sophia de cinco anos.

-Oi princesa. Como você esta? –falei carinhosamente.

-Estou bem manhinha. Mas estou com muita saudade de você. Mamãe disse que era pra eu ter paciência, que você vai vir morar com a gente logo, logo.

Meus olhos lacrimejaram, também morria de saudades delas duas. -Mamãe tem razão, você vai ver, logo vamos estar juntas.

Escutei a voz da minha mãe. –Mamãe quer falar com você. Tchau manhinha.

-Oi filha, como você está?

-Bem, na medida do possível.

-O que aconteceu? –sua voz soou preocupada.

Comecei a falar sem rodeios, minha mãe era a pessoa em que eu podia me abrir sem medo, era em que eu mais confiava.

-Não sei o que está acontecendo comigo, mãe. Ando me sentindo tão estranha, desde que conheci um rapaz...

-Você está interessada nesse rapaz. –sua pergunta soou como uma afirmação.

Soltei um longo suspiro. –Porque você acha isso?

-Dá para notar, pelo seu tom de voz, parece mais viva. Você sempre está com um tom cansado e sem animo. E a única coisa que poderia deixar uma garota assim, é um rapaz.

-Eu sei que é besteira, pelo fato de eu o conhecer á apenas dois dias, mas me sinto indefesa perto dele. Como se pudesse ser eu mesma. Não gosto disso, mesmo assim não consigo evitar. E para piorar a situação, ele não é fã de relacionamento de nenhum tipo, disse que não consegue se afastar de mim. Mas mesmo que ele goste de mim de verdade, e eu dele, nunca poderia acontecer nada entre nós. Você sabe.

-Filha, eu sei mais do que ninguém como você está se sentindo. Vou lhe dar um conselho, faça o que seu coração mandar, você sempre foi tão certinha, merece ter a sua felicidade, não se prive disso por causa de sua avó.

-Não sei se consigo. Temo que ela descubra.

-Ela não irá descobrir, a não ser que você contar. Mas me fale mais sobre ele. –disse com a voz animada.

Ela ouviu atentamente, contei detalhadamente minha curta, porém complicada,  história com Benjamim.

-Nossa. Parece que Benjamim roubou o coração da minha filha. Não quero ser quem vai estragar seu momento, mas tenho a obrigação de dizer que não se envolva muito com ele, você só vai ficar mais um ano em Fortaleza, para não se machucar e nem a ele, é melhor não esconder isso dele.

 -Não tenho a intenção de deixar isso ir longe demais.

-È uma sábia escolha. –ela disse. –Mas mudando de assunto, seu aniversário está chegando. Minha filha está virando uma adulta. –pude sentir a emoção em sua voz.

-Para mim é só mais um aniversário. –não escondi a tristeza em minha voz. –E sem você.

-O último em que vamos estar separadas. Filha, eu tenho que desligar, a Sophia está fazendo a festa aqui... Sophia isso não é brinquedo! Sua irmã não puxou para você.

Sorri. –Cadê o Paulo? –perguntei pelo pai de Sophia.

-Ele está trabalhando. Você sabe, ele não larga aquele escritório. –disse divertida. –Tchau filha.

-Tchau mãe, te amo.



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