História Doce Veneno - Katsuki Bakugou - Encontro desagradável

A acobreada andava irritada pela movimentada avenida principal japonesa. A lembrança recente da reunião lhe causava arrepios. Como seus pais podiam ter feito algo assim com ela? Com sua tão amada filha? Estava desgostosa, totalmente presa a uma bolha de sentimentos ruins. Queria ir ao bar, local onde se reunia com o Serpentes, sua gangue de motoqueiros. Queria sair para bater em alguém, algum bandido ou qualquer um que julgasse ser um lixo de ser humano. Certamente isso amenizaria sua raiva, não ao ponto de fazê-la sumir, mas ajudaria a não “explodir” com tudo e todos e manda-los ao inferno ou até pior. Aprisionada a esses pensamentos prazerosos, não estava prestando suficiente atenção a rua e acabou a esbarrar em alguém.

Olhou para sua frente e respirou fundo, queria chegar ao bar o mais rápido possível. A pessoa em que esbarrou era um homem, com aparência de 25 anos, 1,82 de altura, dono de cabelos loiros espetados e um belíssimo e exótico par de olhos vermelhos. Trajava um terno preto comum, com uma chamativa camisa vermelha. Era extremamente atraente.

-OE SUA MERDINHA PRESTE ATENÇÃO POR ONDE ANDA. – Bradou irritado.

A mulher podia enxergar fúria nos olhos do mesmo, queimavam com uma chama insana. Não tinha tempo de discutir, seu humor já não era dos melhores. Então apenas preferiu seguir seu caminho, ignorando totalmente a presença do loiro a sua frente. Voltara a caminhar, ou ao menos fora essa sua intenção. Sentiu mãos pesadas segurarem seus braços, apertando-os. Certamente ficariam marcados. Suspirou fundo contando mentalmente até dez, para não surtar e gritar ali mesmo. Virou-se e encarou os olhos carmesins, lembrou-se de Uchiha’s. Sempre os odiou no anime, “uchiha bom é uchiha morto” pensou.

- NÃO OUSE ME IGNORAR. – Gritou novamente, claramente mais irritado que antes. Atraia a curiosidade de todos na rua, Misa odiava ter atenção sobre si. Especialmente quando era este tipo de atenção. – ESTOU FALANDO COM VOCÊ, ME RESPONDA. – Vociferou.

Calmamente, segurando-se em um único resquício de paciência que restava, tirou seus braços do aperto do homem e o chutou em seu ponto fraco. Ele caiu ajoelhado no chão, aos berros com a garota que apenas saiu andando.

Caminhando por alguns minutos, chegou a um lugar bastante afastado do centro do Japão. Quase deserto, o local era aonde gangues se reuniam. Isso não a assustava, ela mesma era dona dos “Serpentes”. Logo avistou um estabelecimento de coloração preta, com janelas no mesmo tom e pequenos desenhos de serpentes. Adentrando ao lugar, sentiu um cheiro familiar invadir suas narinas: álcool, obviamente. Especificamente sentiu cheiro de Whisky. Recebeu olhares curiosos em sua direção, não era normal que alguém aparentemente ‘perfeito’ como a empresária estaria no submundo dos bairros japoneses.

Chegou calmamente perto do balcão e reconheceu de imediato o balconista. Grillby’s, seu velho amigo. Logo quando a viu, serviu em um copo de formato retangular um pouco da bebida de cor caramelo para a mesma. O santo Grillby’s, ele parecia sempre saber quando a garota tivera um péssimo dia e precisava de uma bebida que a fizesse esquecer quem era, mesmo que momentaneamente. Sentou-se junto do balcão tomando o copo em suas delicadas mãos e o virou de uma vez, sentindo uma queimação agradável em sua garganta. Olhou ao seu redor, vendo cada vez mais rostos familiares, limitando-se a sorrir vez ou outra ou acenar.

- Vejamos quem temos por aqui nesta magnifica tarde. Estou muito surpreso que tenha vindo novamente neste submundo minha cara. – Disse um rapaz com uma voz desdenhosa.

- Pensei que já estivesse acostumado com minhas visitas. – Respondeu no mesmo tom, agora de frente ao rapaz.

- Querida Misa, será sempre um prazer tê-la por aqui. – Disse abraçando a garota, que retribuiu o ato.

- É bom revê-lo Klaus. Pensei que não voltaria tão cedo por causa de sua preciosa missão. – Disse Misa com certa amargura em sua voz.

- E você ainda guardando rancor por águas passadas. – Rebateu calmamente. – Querida, não precisa se preocupar comigo. – Disse Klaus por fim.

Ela preocupada com ele? Isso era uma piada com toda a certeza, uma piada de muito mau gosto. Claro, não podia esperar menos do homem a sua frente. Suspirou e passou a encará-lo nos olhos, ele parecia ser a única pessoa capaz de deter toda a fúria daquela garota. Tinha uma boa aparência, realmente agradável. Mas hoje especificamente estava fantástico, com seus longos cabelos de cor arroxeados presos num coque estilo samurai, seus olhos frios e opacos de tons acinzentados expressavam calmaria. Trajava um terno branco de seda riquíssima, e calçava sapatos de cor preta. Era um assassino profissional, por assim dizer o melhor do ramo.

- Então, o que aconteceu para estar assim tão péssima? – Tornou a falar.