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História Dois beijos - 09


Escrita por: gabyramllo

Capítulo 9 - 09


SIMON

            Será que se eu o beijar outra vez funciona? Ele vai parar com tudo isso e me beijar de volta? Vai dizer meu nome novamente?

Eu só quero um momento de paz. Outro momento de paz...

– Você entendeu o que eu quis dizer – a voz dele é suave.

– Eu não me importo com o que os outros vão pensar de mim, Basil – eu só quero me acertar com você, só quero um pouco mais daquilo, se você também quiser... se você me permitir, penso, mas não digo.

Os segundos se prolongam. Meu estômago gira.

Talvez Baz esteja esperando que eu fale mais alguma coisa, mas nesse ponto eu não sei o que poderia ser dito: eu já o beijei, e acredito que deixei claro que quero fazer isso de novo e que não quero discutir. Eu atingi minha cota de palavras hoje.

Por favor, nos dê isso.

Ele enche e esvazia os pulmões e aí finalmente se move.

Baz se aproxima. Primeiro eu penso que ele vai me beijar – meus batimentos oscilam sem piedade –, mas o que ele faz é contornar meu corpo com o braço livre (delicado e firme ao mesmo tempo; um arrepio sobe em minha espinha) enquanto ergue o outro, levando o meu junto.

– Coloca mão no meu ombro.

            Eu o faço. E no segundo posterior estamos dançando.

Eu me sinto como a porra de um tablete de manteiga derretendo em um scone quentinho.

 

BAZ

            Uma versão de Into my arms, apenas no piano, está tocando nesse instante. Encaro como um presente dos céus, pois a música é tão lenta que Snow felizmente não precisa saber passo algum.

            Estou esperando que ele entenda que, no fim das contas, mesmo que tudo realmente esteja confuso para mim – não tenho certeza se meu cérebro vai se recuperar depois dessa noite –, eu não quero que ele vá embora. Nunca.

            Noto as pessoas olhando para mim. Para nós. Elas estão cochichando entre si, tentando recolher seus queixos caídos. Tia Fiona de repente surge arrastando Nick para dançar ao nosso lado, sorrindo e com os olhos faiscando como se me indagasse: esse aí é quem eu estou pensando, Basil?!

Devagar, mais pares começam a seguir o exemplo, se acomodando no meio do salão, balançando ao som da música. Vejo Elspeth pondo os braços ao redor do pescoço de sua acompanhante e o caçula Black – Regulus – convidando minha irmã, Mordelia, que fica vermelha e sai correndo. Eu teria a mesma reação se o cara que eu gosto me convidasse para dançar aos doze anos.

            Retribuo o olhar de Simon.

Ele parece mais calmo agora. Quase sorrindo.

            Sua gravata por pouco não é do mesmo tom das rosas do meu terno, e me pergunto se Agatha também é a responsável pelo brilho dourado no alto das bochechas dele – se for: bom trabalho, Ags, talvez você sobreviva, afinal.

Eu senti tanta falta de estar assim, perto dele... Eu precisava de uma discussão para isso, para ter onde despejar meus sentimentos, para alcança-lo de alguma maneira. E agora ele não quer mais brigar... É difícil entender o que está acontecendo. É complicado, porque esse é o mesmo Simon que me odiava. E ele agora está sorrindo para mim, enquanto dança em meu abraço... É... muito.

E eu não quero me encher de esperanças.

Não quero pensar que ele está se mudando para cá, que vai ficar fácil encontra-lo, que eu poderia vê-lo todos os dias na cafeteria. Não devo imaginar como seria convidá-lo para sair, beijá-lo outra e outra vez, ver aquele sorriso ridículo pela manhã, as pintas de suas costas contra meu peito à noite, sentir seu cheiro de canela no meu travesseiro...

– Trégua – declaro, subitamente. Ele arregala os olhos por um momento.

– O quê?

– Trégua, Snow. Sem brigas. Por enquanto.

Trégua... – ele diz, como quem experimenta uma palavra nova, então sorri. Eu desmonto.

 

SIMON

            É muito cedo para desejar ter isso a longo prazo? Estou sendo precipitado ao imaginar que vai durar? Que vai passar dessa noite? É errado querer tudo agora?

            Ninguém nunca conseguiu me deixar assim, com os sentimentos tão à flor da pele, como ele consegue, como ele sempre fez.

            Não consigo parar de sorrir.

 

BAZ

Desvio meu olhar antes que minhas retinas carbonizem, e é aí que reencontro meus pais. Ambos também estão assistindo à movimentação atípica dos convidados se aglomerando ao centro do cômodo. Eu os observo, aguardo... até que Malcom se vira para mim. Sinto meus músculos enrijecerem.

Meu pai analisa Snow e a mim de cima a baixo e, apesar de sua expressão não mudar, eu sei que ele está desaprovando mais a cada milissegundo.

Por fim, ele simplesmente bebe de sua taça e se retira, andando para longe.

Daphne me encara, preocupada (não sei se comigo ou com ele), e faz uma breve negação com a cabeça – que eu interpreto como “deixe-o” – antes de segui-lo. Percebo que estamos parados no meio do salão novamente, e que Simon também acompanhava a cena.

A música acabou, mas outra igualmente lenta está tocando agora, então ainda há casais a nossa volta.

– Tudo bem? Você quer ir falar com ele? – a voz dele é terna e, por alguma razão (ou várias delas) eu tenho vontade de enfiar o rosto na curva de seu pescoço e morar ali. Ao invés disso, tomo ar.

– Não foi nada além do que eu esperava. Resolvo depois.

Depressa, ajeito a postura dos meus ombros e aperto o braço ao redor da cintura de Snow outra vez, voltando a dançar.


Notas Finais


É, amades, a fanfic tá chegando ao fim. Preparados pro último capítulo?

Agradecimentos especiais à minha beta lindíssima, Srta Prongs ♡


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