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História Dois lados - Anfitriã


Escrita por: Yoshiokachan

Notas do Autor


Me desculpem a demora, final de período na faculdade é agitado, não sobra tempo pra nada.
Bem, sem delongas, espero muito que gostem do capítulo, fiz com muito carinho.
Irei deixar um link nas notas final, destinado a um melhor entendimento do ato final.
Beijos.

Capítulo 11 - Anfitriã


Fanfic / Fanfiction Dois lados - Anfitriã

Dois lados

Escrita por Yoshiokachan

Capítulo XI

Anfitriã

Por Kankuro;

Escutei o falatório vindo do saguão da casa e terminei de me arrumar rápido, precisava estar lá monitorando tudo, pra que nada saísse fora do controle, se saísse, o que particularmente achava muito difícil. Borrifei um Armani Code e sai do quarto. Enfim o dia dessa festa tinha chegado, não aguentava mais escutar minha mãe reclamando e ditando o que eu precisava fazer para nada sair da direção correta, só porque ela não confiava na sua futura nora.

Ino havia passado o dia anterior arrumando toda a festa, cada detalhe, estava realmente se esforçando. Apesar de ser um pouco atrapalhada e meio crua nesse assunto, posso falar que se saiu bem, ninguém criticaria.

__ Onde está o Gaara ? - Temari perguntou, ainda o procurando com os olhos, me parando no final da escada.

__ Não sei, acabei de descer, não sabia que já tinha bastante gente.

__ E nem deveria, mas parece que nosso irmão enviou convite pra toda sua agenda.

Ri, era típico dele fazer isso, nem se deu o trabalho de escolher.

__ Mas pelo menos não vai ser um fiasco, teremos um fim pra toda essa comida que a Ino pediu. - Temari me lançou um olhar de comentário desnecessário mas também achou graça pela inexperiência da garota. - Desfaz essa cara e aproveita. - disse, pegando um drink na bandeja de um garçom que passava por nós e entregando a ela.

__ Só vou aproveitar quando isso acabar. - comentou ela, analisando mais uma vez o ambiente.

__ Por quê não trouxe seu namorado ? - perguntei, bebendo mais um gole da bebida que a mesma tinha recusado.

__ Nem comece a falar daquele babaca, o Hidan é um idiota.

__ Ainda não sei o que vocês são. - comentei debochando.

__ Nada. Não ia ter nada com um cara daquele. Agora da pra parar de falar disso, não vai querer que eu comece a falar da sua vida, irmãozinho.

__ Não conseguem ter uma conversa tranquila nem um minuto ? - Gaara disse, chegando perto de nós.

__ É da sua irmã que estamos falando. - retruquei rindo.

__ Onde você estava ? - Temari perguntou, quase que num tom de briga.

__ Estava falando com o fotógrafo que acabou de chegar. Você por um acaso o convidou ? - Gaara perguntou a olhando, fuzilando, na verdade.

__ Não adianta me olhar assim, foi sua digníssima mãe. - respondeu, com uma cara de vitoriosa.

__ Mas porquê ?

__ Até parece que não sabe. Foi a Ino que organizou essa festa. - disse.

__ Isso não iria só expor a Ino, mas toda a família. - ele murmurou, para que os convidados não escutassem.

__ Segundo sua mãe não iria, só ela sairia manchada. Por isso não está nem aqui. - contei, para desaprovação de Temari, que me olhava irritada. - Não faz diferença ele saber isso ou não.

__ Bem, você conhece a nossa mãe. - disse ela, desviando seu olhar para os convidados.

__ Mas não vai acontecer nada. Vejam, está tudo funcionando em perfeita ordem. - comentei, olhando a minha volta.

__ Mas o que é isso ? - perguntou Temari meio exaltada, olhando para o alto da escada.

Me virei juntamente de Gaara e lá estava Ino descendo as escadas sem graça. Ela estava com o cabelo meio preso, com sua franja atrás da orelha, possibilitando a visão de seus olhos.

__ Ino...

__ Que vestido é esse ? - perguntou Temari, cortando Gaara, assim que a mesma chegou até nós, no pé da escada.

__ Ér... bem... um vestido normal. - respondeu olhando para o mesmo de cima em baixo.

__ Não é o original, você não pode usar isso.

__ Temari, ninguém vai reparar nisso, ninguém aqui tem os mesmos olhos de águia que você tem. - falei, antes que ela começasse.

__ Eu não tenho ele aqui, mas posso te emprestar algum meu...

__ Não da mais tempo. Vamos Ino. - disse Gaara, puxando Ino pelo braço e sumindo entre um convidado e outro.

__ Por quê ele sempre me aborrece ? - perguntou bufando.

__ Relaxa ai, vamos tomar mais uma taça. - a chamei conduzindo ao garçom mais próximo.

***

Por Ino;

Nunca tinha passado pela minha cabeça, que eu, Ino Yamanaka, do interior de São Francisco, iria organizar, ou ao menos tentar organizar uma festa assim, nessa categoria, pra uma família com este porte. Graças a Yoko e a ajuda de Hinata, que me orientaram com o que precisava ser feito e a quem ao certo eu deveria ligar, consegui arrumar a tempo. Mas ainda achava tudo isso desnecessário, não conseguia entender o porque desse pessoal gastar tanto dinheiro, com uma festa que nem ao menos conseguia entender o porque de ser feita. Conhecia pessoas que arrumariam suas vidas se ao menos tivessem um terço disso.

Gaara continuou a segurar minha mão, mesmo com Temari o chamando. Me levou junto dele para uma roda de amigos, que se encontrava do lado de fora, perto da piscina.

__ Gaara! - um amigo dele o chamou, assim que avistou nós dois chegando perto.

__ Esta é Ino. - ele disse, assim que chegamos, fazendo todos olharem pra mim curiosos.

__ Olá. - cumprimentei meio sem jeito. - Obrigado por virem, espero que estejam gostando.

Todos sorriram, talvez tivesse passado uma boa impressão, ou apenas demonstrado insegurança.

__ A festa está linda, parabéns. - comentou uma mulher alta, cabelos pretos, elegante, parecia não ser deste país.

__ Obrigado, fico feliz que tenha gostado. - respondi sorrindo.

__ Sou Kin, esposa do Kimimaro. - era o homem que tinha chamado Gaara agora a pouco, sorri para ele. - Ele trabalha no setor financeiro da empresa.

__ A maioria das pessoas que estão aqui trabalha lá. - começou a falar um senhor, que estava a minha frente. - Me chamo Onoki, conheço o Gaara quando ele ainda corria pela casa descalço e sem cueca, vi os primeiros sinais vitais dessa empresa.

__ Onoki! - disse Gaara, indo em direção a ele. - Obrigado por ter vindo. - agradeceu sorrindo.

__ Sabe que eu viria, não subestime as pernas de um velho. - brincou ele.

__ Poderia vir morar aqui na cidade. - sugeriu Kimimaro.

__ Não troco minha casa no campo por nada, só saio de lá dentro de um caixão.

__ Onoki, não fale uma coisa dessas, não comece com esse drama de novo. - chamou atenção uma senhora, que acabara de chegar perto de nós. - Meu amor, tudo bem ?. - se referiu a Gaara, depositando um beijo em cada bochecha.

__ Não me importune Chiyo. - respondeu Onoki, fazendo uma cara de aborrecido.

__ Ela não está brigando com o senhor, Tio. - disse Kimimaro sorrindo.

__ Me apresente essa moça linda. - pediu a Gaara, me olhando, de cima embaixo.

__ Ino, essa é Chiyo, esposa do Onoki, conheço-os desde sempre, são meus avós emprestados, fazem parte da minha família.

Ele se referia a eles com muito carinho, na verdade se referia a todos com muita simpatia. Nunca tinha passado pela minha cabeça que alguém da família, mesmo que não contendo o mesmo sangue, pudesse ser normal. Estava surpresa por não me humilharem, estavam me tratando bem, isso era novo pra mim.

__ Muito prazer em conhecê-los. - falei sorrindo, pegando na mão de Chiyo, para cumprimentá-la.

__ Não poderia ter achado uma mulher mais linda, Gaara. - comentou Chiyo, agarrando meu braço. - Não posso esperar em ver essa criança quando nascer, vai ser mimada ao extremo. - ela falou sorrindo, ao mesmo tempo que passava a mão em minha barriga, me deixando um pouco sem graça.

__ Ela não para de falar do filho de vocês, quando nascer, vão ter que prendê-la - comentou Onoki.

__ Ele também vai ser muito babão, essa casca de durão dele é só fachada. - revidou ela.

__ Ter um filho realmente muda todo mundo, não tem como resistir. - disse Kin. - Queremos ter outro daqui a um algum tempo.

__ Um só não tem graça, não é mesmo. - concordou Chiyo. - Espero que tenham mais também, adoraria ter vários netos.

Não sabia o que responder, ter um filho agora não estava nos meus planos e toda essa situação que eu me encontrava era bastante complexa, falar sobre isso ainda me deixava desconfortável. Nem sabia direito como me comportar ao lado do Gaara aqui.

__ Com certeza vai mudar tudo. - concordei em um tom mais baixo, me arrependendo, por pensar que alguém poderia ter notado meu semblante.

__ Bem, fiquem a vontade, vamos falar com as outras pessoas. - anunciou Gaara. - Nos encontramos daqui a pouco.

__ Obrigado. - murmurei, assim que saímos de perto deles. Aproveitem a festa.

__ Ainda não estou preparado pra falar disso também. - disse ele, me olhando, assim que nos distanciamos do grupo.

Sorri de canto, em sinal de agradecimento. Sabia que compartilhávamos o mesmo sentimento, mas não sabia que ele se importava com o meu. Isso tudo era bastante confuso.

__ Oi ?! Interrompo ? - perguntou uma voz masculina atrás de nós.

__ Naruto! - disse Gaara, o cumprimentando logo em seguida. - Pensei que estivesse esquecido ou em alguma ilha com sua família.

Ele riu e os dois deram um meio abraço, murmuraram alguma coisa e se soltaram.

__ Desculpa senhorita, meu nome é Naruto Uzumaki, sou advogado da família. - disse ele, esticando a mão para que eu apertasse.

__ Prazer Naruto, sou Ino Yamanaka, espero que esteja gostando da festa.

__ Estou, mandaram bem na comida. - comentou, me fazendo rir pra não chorar pelo notável exagero.

__ Senhor Gaara! - chamou Yoko. - Tem uma pessoa querendo falar com o senhor no escritório.

__ Obrigado, já estou indo. - respondeu ele. - Depois nos vemos. - disse me olhando. Aproveita. - falou com Naruto, dando um tapa de leve em seu braço antes de sair.

__ Esse Gaara, não para de trabalhar nem em uma festa. - comentou ele.

__ Pois é. - afirmei. - Trabalha muito tempo na empresa ? - perguntei, antes que ficasse um clima estranho por Gaara ter saído.

__ Oficialmente, não faz muito tempo. - começou ele, antes de ir a mesa mais próxima e voltar com um prato de guloseimas. - Desculpa. - disse ele.

__ Que isso, não se desculpe por comer, fico feliz que esteja gostando. - disse sorrindo.

__ Bem, meu pai trabalhava lá desde quando o Rasa abriu a empresa, ele era muito bom no que fazia, o melhor do país. Se aposentou faz cinco anos, como eu trabalhava lá de estagiário e depois fiz parte do corpo de advogados da empresa, assumi o lugar dele por mérito, não por ser filho dele.

__ Não estou julgando você. - disse.

__ Não, não estou falando que está, mas gosto de repetir isso. - respondeu rindo, coçando a nuca meio sem jeito.

__ Eu entendo, fazer as coisas nós mesmos, é a melhor sensação do mundo, revigorante.

__ Exatamente, fico feliz por ter tido essa oportunidade de mostrar o meu potencial sem ter a sombra do meu pai, quero que o Gaara também tenha. - comentou ele. - Droga! - ele estala os lábios, depois aponta para a camisa branca suja de chocolate derretido.

__ Minha nossa. - comentei quando vi o borrão em seu peito.

Olhei para os lados na tentativa de achar Yoko, mas não estava por ali. Avistei Hinata de costas, perto da mesa de doces e agradeci mentalmente. Fui até ela e pedi a mesma que levasse Naruto a cozinha e o ajudasse a limpar sua blusa, já que a mesma me aconselhou antes para que não me ausentasse do salão.

***

Por Gaara;

__ Matsuri ?! - indaguei surpreso, assim que atravessei a porta. - O que está fazendo aqui ?

__ Meu bem. - respondeu sorrindo, não se importando com o que eu acabara de perguntar. - Estava com saudades de você, sabia ? - disse ela, chegando perto de mim, começando a massagear meu peito. - Por quê não me procurou ?

__ Te procurar ? - ri em deboche. - Eu irei me casar daqui a uma semana. Se alguém ficasse sabendo...

__ Então se for escondido não tem importância ? - deduziu me cortando, aumentando ainda mais o sorriso.

__ Não coloque palavras na minha boca, não posso. - respondi com o mínimo de sorriso.

__ Não precisa fazer isso, sabe que não precisa. - retrucou ela, ainda perto de mim.

__ Pensei que nunca mais iria falar comigo, ao menos olhar pra mim. - disse, a encarando.

__ Sabe que não consigo. Confesso, fiquei muito aborrecida, com raiva, mas agora eu entendi a situação, entendi que o que está disposto a fazer é para ajudar somente sua família. Que tipo de pessoa seria eu se não entendesse ?

__ Desculpa te fazer passar por tudo isso, terminar com você.

__ Eu perdoo você. - disse enlaçando seu braço ao meu pescoço. - Eu ainda quero você. - murmurou em meu ouvido e em seguida, selou nossos lábios, antes que eu pudesse ter qualquer atitude.

__ Matsuri! - disse, parando o beijo e me afastando dela. - Está louca, fazendo isso aqui ?

__ Não tem problema, ninguém vai ver. - comentou sorrindo, pegando seu batom na bolsa.

__ Não me faça achar que fez isso de propósito. - insinuei irritado.

Ela queria ferrar com minha família ? Na frente de todos os meus amigos ? O que essa garota tem na cabeça ?

__ Não fiz, só quis beijar você. Agora é proibido ? - ela disse sorrindo, retocando seu batom.

__ Está acontecendo uma festa do lado de fora dessa porta e você queria exatamente que alguém entrasse aqui. - retruquei aborrecido.

__ Meu amor, sabe que não faria nada pra te prejudicar. - começou ela, vindo em minha direção novamente. - Não vou deixar essa mulher que diz estar esperando um filho seu achar que é dona de tudo, que é dona de você.

__ Sei que te devo desculpas, mas, não aqui, não faz isso. - falei, abrindo a porta, antes que ela pudesse chegar até mim. - Porque está aqui ? - perguntei.

__ Não poderia deixar de vir, deixar de ver você.

__ Da pra parar de falar essas coisas. - logo em seguida sai do escritório e fechei a porta.

Estava nervoso, irritado, nem queria pensar no que aconteceria se alguém tivesse nos pegado. Não podia correr riscos assim. Tudo estava em jogo.

Avistei Ino do lado de fora, perto da piscina, conversando com Hinata, a filha de nossa empregada. Caminhei rapidamente até ela, mesmo não sabendo o que iria fazer.

***

Por Hinata;

__ Não precisava vir comigo até aqui. - ele murmurou atrás de mim.

Não respondi e continuei seguindo para cozinha. Era meu trabalho fazer isso. Quando cheguei, fui ao armário, peguei um pano limpo,  o molhei com água e pinguei um pouco de detergente. O olhei e notei que o mesmo estava com os olhos fixados em mim. Sem conseguir controlar, senti minhas bochechas queimarem e desviei o olhar. Ele riu, o que me deixou mais sem graça.

__ Posso ? - perguntei alternando meu olhar para ele e para a parede atrás dele.

Levantei um pouco a mão com o pano, esperando ele assentir ou talvez tomar alguma atitude.

__ Posso fazer isso, não precisa fazer, pode se sujar. - ele respondeu vindo em minha direção.

__ Eu faço, senhor! - murmurei tentando ao máximo ser simpática.

Fui em direção a ele, hesitei em levantar a mão, mas o fiz, começando a fazer movimentos circulares em sua camisa. Podia sentir minhas bochechas queimarem de novo, com toda certeza estavam vermelhas.

__ Não estou trabalhando e nem tenho mais de sessenta e cinco anos, não precisa me chamar de senhor de forma alguma. - explicou ele, sorrindo, olhando pra mim.

__ Me de-desculpe, se...

__ Nem se desculpe, eu é quem deveria estar pedindo desculpa, você é quem está perdendo seu tempo limpando a blusa de um desastrado como eu, em vez de estar na festa.

Podia notar claramente a diferença agora, de quando está se usando um uniforme de empregada e de quando se está usando um vestido. Ele nunca seria tão gentil comigo se soubesse o que sou realmente nessa casa.

__ Posso perguntar seu nome ? - perguntou ele. - Quero te agradecer corretamente.

Molhei o pano de novo e tornei a passar na mancha, que estava cada vez menor.

__ Hinata. - disse, ainda olhando para sua blusa.

__ É um prazer em conhecer você Hinata, me chamo Naruto. - disse sorrindo, puxando meu olhar para ele como se fosse um imã.

Sorri pra ele. Não sabia o que dizer.

 __ De onde você é ? - ele perguntou curioso, me olhando atentamente esperando uma resposta.

Não respondi, continuei limpando a mancha em sua blusa.

__ Já nos conhecemos ? - continuou ele.

__ Não. - respondi, enquanto colocava o pano sobre a pia, ficando de costas para ele. - Ficou um pouco molhado, mas não demora a secar.

__ Não vim acompanhado, o Gaara está com sua noiva, não quero atrapalhar. Vamos tomar alguma coisa, assim posso te agradecer, ficamos quites. - pediu ele.

__ Melhor não. - respondi me virando pra ele, enquanto mexia em meus dedos.

__ Por favor!

__ Tudo bem. - respondi, me controlando para não sorrir demais e parecer uma boba, maior do que eu já era.

Já tinha lido uma história assim, e por saber o final, não devia ter aceitado o convite dele. A senhorita Ino, no dia anterior, me pediu pra que acompanhasse a mesma na festa, minha mãe quando soube, concordou com ela sobre eu ter que me divertir um pouco, mas isso, não era pra mim, eu sabia o meu lugar, mas não consegui negar, estava sendo teimosa, não queria pensar, tudo o que eu fazia era pensar, só queria agora... viver.

***

Por Temari;

__ Deseja alguma coisa senhorita Temari ? - perguntou um garçom quando me viu entrando na cozinha.

__ Não obrigado, só vou encontrar uma pessoa. - respondi, passando rapidamente pelo ambiente, até a porta de saída.

Quando Matsuri me mandou mensagem, avisando que estaria me esperando, não devia ter aceitado e sim mandado a mesma ir embora dali o mais rápido possível, não tinha motivos pra ela estar aqui, mas não o fiz, ela era minha amiga, mas sabia que me causaria algum tipo de problema.

__ O que está fazendo aqui ? - perguntei assim que a vi, parada ao lado de uma escultura de grama.

__ Só sabem essa frase ? Porque não dizem algo, como, bem vinda a festa, aproveite. - ironizou ela, jogando seu cigarro fora e vindo em minha direção.

__ Está ciente se o fotógrafo te vir aqui, vai ser ruim tanto pra sua imagem quanto pra nossa, não é ?.

__ Não vim aqui pra fazer escândalo nenhum, se é que está pensando nisso.

__ Mas também não foi pra brindar com todos no final.

__ Só quero que faça um favor pra mim, amiga, por favor. Depois juro que vou embora.

__ O que você quer ? - perguntei sem paciência.

__ Só quero que chame a anfitriã dessa festa, quero dar um oi.

__ Ficou maluca de vez ou o que ?

__ Quero ter uma conversa civilizada com ela, apenas isso.

Queria me meter ao menos possível nessa história. Ficar sob supervisão dessa festa a pedido da Karura, não era bem o programa que eu pretendia fazer em um sábado a noite. Estava tensa, agora sem paciência e um pouco irritada com o que poderia acontecer.

__ Posso pedir pra um garçom a chamar, mas não quero problemas, se fizer alguma coisa, eu mesma digo ao fotógrafo que foi tudo culpa sua. - a informei, já indo em direção a porta.

__ Obrigado Temarizinha. - disse rindo, nem se importando com o que acabara de escutar.

Percorri toda a cozinha, indo em direção ao saguão principal, estava pensando seriamente em não falar nada, mas não queria pensar que a Matsuri poderia gerar um escândalo aqui.

__ Temari! Estava te procurando, o Onoki e a tia Chiyo querem se despedir de você, já estão indo, por causa do trânsito. - disse Kankuro, chegando perto de mim.

__ Já estou indo. Ei. - chamei um garçom que acabara de passar por nós. - Peça a Ino que vá ao jardim dos fundos, tem uma pessoa esperando por ela lá. - conclui, com um pouco de remorso.

__ Sim senhora! - respondeu ele, partindo em seguida.

__ Quem quer falar com ela ? - perguntou Kankuro, meio desconfiado.

Arrumei minha franja, com uma das mãos e soltei um suspiro longo, pensando no que poderia dizer.

__ Matsuri.

Ele passou uma das mãos sobre a boca, mostrando um certo anseio e depois me olhou, franzindo a testa.

__ O fotógrafo acabou de ir embora, pra sua informação. Agora, não sei o que está passando na sua cabeça pra ficar de acordo com isso.

__ Não estou, mas o que eu posso fazer ? - murmurei baixo, afim de ninguém perceber o clima. - Ia acabar acontecendo, só estaríamos adiando o inevitável.

Kankuro massageou as têmporas e depois olhou para os convidados a volta.

__ Deixa rolar. Deixemos que se entendam. - ele disse, sério.

***

Por Ino;

Estava consideravelmente me sentindo bem hoje, tudo funcionava bem, não havia faltado nada e não tinha cometido nenhum erro, conversei com a maioria dos convidados e cumprimentei o restante, todos foram muito educados, o que me fazia pensar se soubessem realmente o motivo por trás disso tudo, se iriam me tratar tão bem assim. Provavelmente não.

Gaara mais uma vez tinha ido ao meu encontro, conversamos mais um pouco com alguns amigos do seu trabalho e depois tiramos uma foto, que segundo ao fotógrafo, havia ficado perfeita. Confesso que fiquei nervosa, minha mão não parava de suar.

Adentrei a cozinha e percorri todo o perímetro, atravessando a porta, que já estava aberta.

__ Oi ?! - disse, quando vi uma figura feminina, de costas pra mim, observando o jardim.

__ Olá. - ela respondeu, assim que se virou pra mim, me analisando de cima embaixo.

Creio que eu já estava acostumada com esse tipo de coisa, podia contar no dedo as pessoas que não fizeram isso hoje.

__ Você que estava me esperando ? - perguntei, assim que a mesma voltou seu olhar para mim.

__ Esse vestido não é original. - comentou ela, soltando um riso que soara como um deboche. - Sou Matsuri, o prazer é todo seu.

Meu corpo acabara de travar, não conseguia demonstrar reação, depois que a mesma se apresentou. O que ela queria falar comigo ? Porque ela estava aqui ? Não conseguia encontrar nenhuma resposta. Na verdade o motivo dela querer falar comigo era óbvio, mas eu não queria.

Ela era muito bonita, parecia uma boneca, com tudo perfeitamente alinhado, desde o cabelo castanho bem arrumado, até os sapatos de algum estilista famoso.

__ Pela sua cara, parece que já me conhece, não é mesmo ? - ela perguntava sorrindo, enquanto me rondava, de um lado pro outro. - Você até que é bonitinha, mas não passa de uma suburbana cafona.

__ Eu entendo que esteja chateada, com raiva, co...

__ Não tente me entender garota, isso tudo que está acontecendo, com todos, é tudo culpa sua. Esse negócio que está na sua barriga, não passa de um golpe. Você até pode tentar enganar as pessoas que estão aqui hoje, mas a mim, não engana.

__ Pode falar o que quiser de mim, mas não ouse falar do meu filho. - disse, com exaltação. - Você não sabe o que aconteceu, não tive culpa...

__ Não quero escutar nada, não quero nenhuma explicação, já sei de tudo o que tinha pra saber. - ela falava com ódio em seus olhos, eu podia notar. - Você acabou com os meus planos, o nome da minha família teve um destaque que não era necessário ter, nos envergonhou.

__ Não planejei nada disso, se eu pudesse escolher, estaria bem longe daqui, não quero glória nenhuma, nunca quis. - retifico, já com a voz embargada, porém firme.

__ Parabéns, já falou tantas vezes a mesma coisa, que até você acredita, não é mesmo ?! - ela afirma, cheia de julgamentos na voz. - Só vim aqui pra deixar uma coisa bem esclarecida. Eu vou fazer de tudo pra acabar com essa farsa, vou provar pra todo mundo a sua verdadeira intenção, não vou deixar você ficar nessa família por muito tempo...

__ Matsuri! - Temari a chama, assim que aparece diante da porta. - Melhor você ir embora.

Ela definitivamente não estava em seu estado normal, embriagada, talvez, mas mesmo que estivesse, ela não tinha o direito de me ofender tanto, logo hoje, que pensei que estava indo bem, conseguindo me encontrar, em meio a tantos problemas.

__ Já estava de saída, já terminei de conversar com a nossa querida Ino. - ela deu ênfase na última palavra, enquanto olhava e sorria pra mim. - Me acompanha até o carro ? - pediu a Temari, que aceitou ainda séria.

As duas contornaram a casa, indo em direção ao estacionamento. Frustrada, deixei o lugar e caminhei jardim adentro, parando debaixo de uma enorme árvore. Não queria voltar para dentro agora, não podia falar com ninguém com essa cara de abatida que provavelmente estava.

Não demorou muito até escutar a voz de Gaara me chamando. Tudo o que desejava agora é que ele não fosse ali.

__ Está tudo bem ? - ele pergunta, educadamente, parando atrás de mim.

__ Não. - respondo, me deitando na grama em seguida.

Ele continua parado, só observando meu movimento, provavelmente me achando alguma louca, mas nessa hora, nesse momento, não estava ligando para o que ele estava pensando ou não.

__ Posso te fazer companhia ? - ele perguntou, e antes que eu pudesse responder, se abaixou e deitou sobre a grama, perto de mim, para a minha surpresa.

Ficamos ali, deitados, em silêncio total. Apesar de escutarmos o falatório vindo da casa, nenhum de nós dois aparentava preocupação. Estávamos agora, praticamente sozinhos.

__ O que aconteceu ? - ele pergunta, sem tirar seus olhos do céu.

__ Nada, melhor deixar pra lá. Estou bem. - respondo.

__ Defina bem. - pede ele.

__ Insegura, decepcionada, triste e com raiva. - explico, falando mais pra mim mesma do que pra ele.

__ Pensei que estivesse gostando ou pelo menos tentando gostar da noite. - ele falou, mostrando uma certa decepção na voz. - Foi o que me pareceu. Poderia ter dito que estava incomodada.

__ Não estava. - falei, o olhando pela primeira vez desde que deitamos.

Creio que pra um bom entendedor, duas palavras bastasse. E foi o que aconteceu, pelo suspiro que ele dera em seguida.

Eu sabia o que estava acontecendo, sabia exatamente que pra seguir esse caminho, precisava estar preparada pros problemas. Agora eu sabia, que minha vida era um campo minado.

__ Eu sempre fui mais propensa a infelicidade, má sorte. Minha mãe sempre me disse que nem sempre seria assim, mas, ela não estava certa.

 __ Talvez eu acredite… nessa coisa de destino. Por que não acreditar? - ele perguntou, agora me fitando atentamente.

__ Passei a vida toda me preocupando com o futuro, me preparando pros problemas, pronta pra resolvê-los de frente. Mas... sou eu. - forço um sorriso de canto. - Os problemas sempre me pegam por trás. Eu não a culpo por ter atirado tudo o que estava engasgado em sua garganta em mim.

­__ Há um velho provérbio que diz que você não pode escolher sua família. Você aceita o que o destino lhe dá. - ele começou, me fitando. - Me desculpe por isso, eu deveria saber que isso iria acontecer. Desculpe a minha mãe e a  minha irmã.

­­__ Não tenho o que desculpar, sou eu quem sou a intrusa aqui.

__ Nenhum dos convidados acha isso. Na verdade, você me surpreendeu hoje.

E então um sorriso escapou do seu rosto, enquanto o mesmo me olhava. Sorri de volta, me fazendo ficar um pouco tensa.

Visivelmente, nós dois estávamos levando essa conversa a um caminho similar, mas sentia um pouco de medo, de imaginar que estávamos aqui, tendo uma conversa tão... espontânea.

__ Obrigado por ficar do meu lado hoje. - falei, quase tão rápido que me embolei, ficando envergonhada pela meia dúzia de palavras sem sentido que eu tinha acabado de pronunciar. Eu não estava pensando muito, naquele momento, só queria dizer qualquer coisa que fosse, pra não entrarmos em um silêncio constrangedor.

Ele riu, olhando pra mim. Pronunciou alguma frase que eu não consegui escutar e se levantou um pouco, posicionando seus cotovelos na grama. Quando fez, sua mão tocou meu braço levemente, me fazendo prender a respiração.

Por céus, porque eu estava nervosa, ansiosa ? O que estava acontecendo comigo ?

__ Droga! - falei sem pensar, num sussurro.

 Gaara, apesar de não ter escutado - o que era reconfortante - notou o que seu toque fez sobre mim. Talvez minha respiração descompassada ou meu olhar entre ele e o topo da árvore tenham ajudado, mas ele viu, a necessidade de um toque maior e eu não o impedi.

Ele tocou meu braço suavemente, não tirando seus olhos sobre mim. Percorreu todo o caminho até meu pescoço, permanecendo lá. Seus olhos encontraram os meus e ele pediu permissão pra continuar. Balancei levemente a cabeça. Ele, como lendo meus pensamentos, através de minha boca, diminuiu a distância de nossos rostos.

E então, como resposta a minha frase sem sentido de antes, ele sussurrou "obrigado você, por ficar do meu" e colou seus lábios nos meus.

 


Notas Finais




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