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História Dois lados - Bolo de Chocolate


Escrita por: Yoshiokachan

Capítulo 9 - Bolo de Chocolate


Fanfic / Fanfiction Dois lados - Bolo de Chocolate

Dois lados

Escrita por Yoshiokachan

Capítulo IX

Bolo de Chocolate

Por Kankuro;

__ Sabe o que eu quero fazer com você agora? - disse sussurrando no ouvido dela.

__ Não sei senhor, poderia me dizer? - respondeu ela selando nossos lábios, enquanto eu percorria minhas mãos em suas cochas.

__ Kankuro! - Gaara me chamou, abrindo a porta rapidamente, me pegando no flagra. Num instante fiquei de pé e minha secretária se recompôs, arrumando seu cabelo e sua blusa.

__ Com licença. - disse ela pegando uma pasta em cima de minha mesa e saindo logo em seguida.

__ Teve sorte de ter sido eu. - Gaara me disse rindo e apontando o trajeto com o dedo indicador em que a secretária havia feito.

__ Foi um descuido, não aguentei, sou humano. - respondi sorrindo meio sem graça, afinal não era a primeira vez em que eu fizera isso.

__ Eu conversei com ela de manhã. - me disse, enquanto olhava para a confusão de carros, metros abaixo pela janela.

__ Sério ? - perguntei me sentando no sofá de couro. - Maravilha!

__ A pedi que preparasse o ambiente pra ter um encontro de amigos nesse final de semana. - ele me disse se dirigindo ao bar no final da sala e preparando uma dose de Dalmore 62.

__ Ótima jogada, vai aparecer junto com ela em um evento particular, não poderia pensar em coisa melhor. - disse. - Nosso pai não vai ter mais motivos pra questionar vocês.

__ Não sei se fiz o certo, talvez isso acabe com a única imagem decente de nós...

__ Não Gaara, isso não vai acontecer, vou conversar com a Temari e vamos estar presentes também, nada vai dar errado. - o interrompi, tranquilizando-o.

__ Senhor Gaara! - chamou sua secretária enquanto adentrava a sala. - O senhor Madara teve um imprevisto e está agora na sala de reuniões.

__ Diga que já estou indo, tenho que passar na minha sala primeiro, preciso pegar uns documentos.

__ Sim senhor. - respondeu saindo.

No instante seguinte Karura aparece no salão a frente de minha sala, perto da mesa da secretária.

__ Meu filho. - disse ela parando na porta. - Quero conversar com você.

__ Não posso ficar, tenho uma reunião agora. - respondeu Gaara passando por ela e depositando um beijo na testa.

__ Em que devo vossa ilustre presença Karura ? - perguntei me levantando e indo ao encontro dela. - E o seu Temari ?

__ Você costuma ficar atoa aqui irmãozinho? - perguntou ironizando.

__ Não querida, atoa aqui só você. - rebati sorrindo.

__ Ridículo. - respondeu revirando os olhos.

__ As vezes penso que tenho filhos adolescentes ainda, parem com isso.

__ O que vieram fazer aqui ? - perguntei olhando para as duas.

__ Essa conversa tinha que ser com o seu irmão aqui, mas, devido as circunstâncias, vamos começar sem ele... - começou se ajeitando para prosseguir - Bem, precisamos falar sobre o casamento.

__ Pelo que sei isso se deve conversar com a noiva, não é ?! Talvez o Gaara, que é o noivo, mas não comigo.

__ Já disse isso pra ela, mas sabe como é, cabeça dura. - disse Temari, não mostrando muita paciência.

__ Não quero conversar com aquela mulher, já basta o irmão de vocês ter que casar, não posso deixar que seja em um circo, nem pensar que vou deixar aquela baixo nível arrumar o casamento, ela não pode ganhar espaço.

__ Mãe, eu sei que você não gosta dela, que por sinal se chama Ino, aprenda a falar o nome dela, sua futura nora, agora, é o casamento dela também. - disse.

__ Isso não deveria ser assim mãe. - concordou Temari.

__ O que está acontecendo aqui, meus filhos contra mim ? - perguntou fazendo uma cara de abalada, pra que nos mobilizássemos.

__ Para com isso mãe! - respondeu Temari. - Não estou do lado dela, não aprovo nada disso, você sabe, mas ela vai ter um filho do Gaara...

__ Que eu tenho certeza de que não é dele. - notificou Karura, a interrompendo com sua voz firme.

__ E se quer que tenhamos uma boa imagem diante a imprensa, não pode tratá-la mal, ela pode acabar com você, ainda não sabemos qual é a dela. - continuou Temari.

__ Concordo plenamente com a Temari, mãe.

__ Vocês dois concordando um com o outro, realmente eu não estou bem.

__ Porque não conversa com ela no jantar de hoje ? - aconselhei retomando o caminho até minha cadeira. - Toda a família vai estar presente e pode não ser tão difícil pra nenhuma das partes.

__ Tudo bem, acho que posso tentar. - respondeu ela por fim, depois de pensar algum tempo.

__ Ótimo, agora podemos ir, não é ?! - apressou Temari se levantando e indo até a porta.

__ Fale com seu irmão pra mim, bom trabalho. - disse saindo, seguindo Temari.

Enfim as coisas estavam sendo resolvidas, pra todas as partes, só poderia ficar feliz pelo meu irmão.

***

Por Ino;

Depois de almoçar com Shikamaru e lhe contar sobre tudo que aconteceu na minha vida desde sua partida e ele fazer o mesmo, voltei para mansão dos Sabaku, me tranquei no quarto e resolvi procurar como planejar a festa que aconteceria a daqui dois dias, estava muito atrasada se eu não quisesse passar vergonha.

Peguei meu notebook, que ainda estava dentro da mala que ainda não havia desfeito e que negara o pedido de ajuda de Yoko para arrumá-la e me sentei na cama para pesquisar.

Após abrir uns cinco sites diferentes, cheguei a conclusão de que pessoas ricas gostavam mesmo de desperdiçar dinheiro com coisas fúteis, igual a esta festa ou social. Não entendia o porque dele não contratar uma organizadora, o poupava de pagar algum mico para os amigos do alto nível.

Abri outra aba no navegador e fui na página do facebook, já fazia muito tempo que não o atualizava. Entrei na minha conta e fui nas atualizações, apertei no nome da Sakura e subiu a janelinha do chat, ela estava off-line, mas tinha várias mensagens que dizia para mim entrar em contato, pois estava preocupada comigo, que eu a estava deixando maluca de preocupação entre outras coisas, Sakura era bem dramática quando ela queria, mas enfim, ela era minha amiga, merecia alguma resposta, então respondi:

 

Amiga, desculpa não ter respondido, estava passando por tanta coisa que simplesmente esqueci de entrar em contato.

Estou com tanto medo, de tudo. Mas estou tentando me adaptar.

Ah, o Shikamaru voltou de viagem, todo maravilhado, fico feliz por ele.

Bem, prometo que não sumo.

Beijos.

Se eu realmente conhecesse a Sakura, devia saber que meia dúzia de palavras não era o bastante para amenizar a ansiedade dela, mas por hora tinha que se contentar com isso.

Cliquei de novo no ícone de mensagens e havia uma de minha mãe. Hesitei, mas logo cliquei no nome dela e a janelinha subiu com o seguinte texto:

Querida filha, sei que vai demorar um pouco até você nos perdoar, eu entendo que o que nós fizemos sem te perguntar, foi errado, mas só o fizemos para o seu bem. Não temos uma vida boa o bastante para criar mais uma criança, tínhamos medo do que poderia ser de você e do nosso neto, nesta casa, você irá ter tudo o que nunca iria ter aqui, você vai ser mãe, querida, vai entender que quando se tem um filho, é a coisa mais importante da vida, só queríamos te proporcionar uma opção de vida melhor.

Espero que nos perdoe.

Com muito amor, sua mãe.

Após terminar de ler, uma lágrima percorreu todo o meu rosto, começando a pingar e pingar. Eu os entendia. Era impossível ficar com raiva dos meus pais, eu os amava tanto, sempre foram meu melhor porto seguro e na primeira oportunidade, na primeira prova que me dizia respeito, não os escutei, a raiva tomou conta de mim.

__ Eu perdoo vocês! - disse pra mim mesma, enquanto olhava para a mensagem.

Não consegui pensar em nada, apenas escrevi que estava tudo bem e que os amava. Eu os amava muito.

__ Ino! - a voz de Gaara soou do lado de fora do quarto.

Sequei meu queixo ensopado e meus olhos e fui em direção a porta para abri-la. Quando o fiz ele me encarou com seus olhos grandes e verdes, com uma expressão confusa.

Desviei meu olhar e voltei para cama, onde fechei o notebook.

__ Está tudo bem ? - perguntou adentrando o quarto e encostando a porta. - Você estava chorando ?

__ Eu... eu... - e quando notei de novo, as lágrimas já tomavam conta da minha face, escorriam pela minha bochecha. - Está tudo bem. - disse, por fim.

__ Está claro que não está. - afirmou chegando mais perto. - Está com alguma dor? Posso levá-la agora para um hospital. - disse parecendo preocupado.

__ Não, não é isso. - respondi. - Eu só sinto falta de meus pais. - confessei, o encarando.

Ele continuou me fitando em silêncio, fez menção em dizer algo, mas não disse, pude perceber quando seus olhos encontraram minha mala intacta no fundo do quarto.

Mordi o lábio inferior.

__ Posso dar um jeito de fazer você ficar com seus pais. - disse ele, se sentando ao pé da cama.

Fora a segunda coisa mais sensata que ele me dizia desde que entrara, ficar com meus pais e voltar para minha casa era o que mais queria fazer. Queria sair dali, mas, tudo o que minha mãe disse, me fazia duvidar se voltar seria o melhor a se fazer, precisava pensar não só em mim agora, mas no filho que eu carregava dentro de mim. Ele precisava de um futuro.

__ Isto é tentador, mas só uma visita, um abraço deles... - deixei escapar um sorriso, pensando no sorriso dos dois.

__ Levo você amanhã pela manhã. - informou ele.

__ Obrigado, muito abrigado - agradeci sorrindo. - Mas se for um incômodo ou lhe causar qualquer problema, fique livre para...

__ Não é um problema, você ter um momento de felicidade não é um problema. - disse ele me interrompendo e me fazendo corar.

Porque estava sendo um cavalheiro comigo ? Não conseguia entender, talvez existisse um coração ali dentro.

__ Obrigado. - respondi.

__ Bem. - começou ele se levantando da cama. - Vim lhe buscar para descermos para jantar, todos já estão na mesa.

A última coisa em que queria me meter era com a família dele, ficar no mesmo ambiente que eles me enjoava, me deixava nervosa, queria adiar esse momento ao máximo, mas sabia que ele acabaria chegando, afinal de contas eu estava na casa deles.

__ Eles querem minha presença lá ? - perguntei. - Não acho que queiram jantar comigo.

__ Você mora aqui agora, mais cedo ou mais tarde, todos nós vamos nos acostumar com sua presença aqui. - explicava ele. - Não precisa ter medo, ninguém irá te machucar.

Eu não tinha muita certeza disso, não queria ir, isso não era nenhuma novidade. Mas o jeito como ele me convidou, era algo que não se podia descartar ou negar, não conseguia recusar.

__ Tudo bem. - respondi o seguindo até a porta.

Descemos a escada em silêncio, seguindo até a sala de estar, onde todos se encontravam na mesa.

__ Boa noite. - disse Gaara, puxando toda a atenção para nós.

__ Boa noite. - respondi baixo, com todos aqueles olhos me encarando.

Gaara puxou a cadeira para que eu me sentasse e logo em seguida se sentou ao meu lado. Fiquei de frente para sua irmã, Temari. Ela parecia normal, digo, não ficou surpresa e não parecia incomodada comigo ali.

__ Podem servir. - ordenou Rasa, para as empregadas.

Yoko foi quem me serviu, depois olhei rapidamente para Temari, pra ver como a mesma estava manejando os talheres e comecei a degustar a sopa que estava completamente dos deuses, esplêndida.

No cômodo, só se escutava o barulho do talher bem polido batendo no fundo do prato, era um silêncio perturbador.

__ Ino. - Kankuro me chamou. - Está gostando da casa ? Não lhe vi desde a festa de noivado.

Eu o agradecia por puxar assunto, mas não estávamos em um clima muito favorável, estava constrangida de ficar ali.

__ É muito bonita. - respondi breve.

__ Mas está gostando ? - ele tornou a perguntar.

__ S-sim, é muito confortável.

__ Não seria louca de não gostar. - disse Karura, sem gentileza, assim que terminei de responder.

Realmente ela perdeu um bom momento de ficar quieta, ninguém estava falando com ela.

__ Fico feliz que esteja gostando. - disse Rasa, olhando para Karura e depois pra mim. - A partir de agora esta casa é sua também.

Não queria que fosse, não queria nem ficar aqui.

__ Obrigado. - agradeci com um meio sorriso forçado.

__ Mãe. - chamou Kankuro. - Não tinha um assunto para falar com a Ino e com o Gaara ?

__ Acho desnecessário. - respondeu ela, simples e friamente.

__ Mãe, vamos resolver isso, o casamento é deles. - começou Temari. - Não vou poder te ajudar, tenho compromisso.

__ E é a noiva quem cuida disso. - afirmou Kankuro. - Pode fazer dar certo se tentar.

Acho que nunca queria sair de um lugar quanto eu queria sair daqui nesse exato momento. Não me importava pra casamento nenhum, será que não prestavam atenção nisso?!

__ Olhem pra essa garota, com toda certeza não sabe administrar uma festa desse porte. - afirmou trocando olhares com seus filhos. - É o nome de nossa família que estará nas colunas sociais como motivo de piada por um casamento inferior a nossa classe.

__ Karura! - disse Rasa chamando a atenção da belíssima. - O diálogo é essencial para a construção de uma boa relação. - continuava ele com a mesma voz de superioridade. - Já é hora de vocês duas trabalharem juntas, não quero mais problemas por causa disso.

Conforme Rasa terminou de falar, podia até imaginar o gosto amargo de ódio se formando na boca de Karura, não me surpreenderia se ela falasse alguma desculpa, ou me expulsasse dali. Nesse tempo que a conheço, pude perceber que ela não era menos baixa nas suas atitudes do que as pessoas que ela enchia o pulmão pra dizer que era da ralé. na verdade, comparado a elas, Karura era muito pior.

__ Tudo bem. - disse sem demonstrar expressão nenhuma.

Todos da mesa a olharam, mas ela continuou a comer seu pernil de cordeiro - que as empregadas acabaram de servir - e podia perceber claramente em como ela segurava seu talher, com o punho cerrado.

__ Ótimo. - disse Rasa, antes de beber um gole de seu vinho. - Então apressem-se, o casamento será daqui a uma semana e meia.

Notei que Gaara estremeceu com a frase, mas eu, estaria surtando se estivesse sozinha.

__ Passe no meu atelier ainda essa semana. - dizia Temari, concentrada em seu prato.

__ Tudo bem... mas porque ? - perguntei confusa, sem entender.

__ Seu vestido de noiva. - respondeu meio que rindo e achando um tédio.

__ Eu irei, obrigado.

__ Ino. - me chamou Rasa. - A notícia é pra todos, mas em especial pra você, um convite. No começo dessa semana, fui contatado que a produção do programa Primeiros meses quer entrevistar você, perguntar sobre o bebê, claro que teria que omitir como se conheceram, mas seria muito bom pra você entrar no ritmo da família.

__ Que ótimo Ino, fico feliz por você. - disse Kankuro rapidamente, pra quebrar o silêncio que se formara.

__ Você quer fazer isso? - murmurou Gaara enquanto fingia que mexia no sapato.

Estava processando muitas informações no momento e não estava conseguindo acompanhar todas juntas.

__ E aí, o que me diz ? - perguntou Rasa, com seu olhar intimidador, esperando uma resposta imediata.

__ Er... Eu... acho que... - tentei responder nervosa, mas as palavras fugiam.

__ Acho melhor ela pensar melhor. - respondeu Gaara por mim.

O agradeci mentalmente, balançando a cabeça em afirmação para Rasa.

__ Não tem o que pensar, vai ser muito tranquilo, creio que Ino consegue tirar de letra, afinal de contas, daqui a poucos dias vai se tornar uma Sabaku.

__ Você está amando isso, não está Rasa? - começou Karura exaltada. - Essa garota mal entrou pra nossa família direito e todos já estão morrendo de amores por ela, eu não entendo vocês, ela acabou com a vida de nosso filho, Rasa, você devia estar achando um jeito de escondê-la, não deixar que ela apareça em público pra que todo o país a veja.

__ Karura! - disse Rasa, elevando o tom da voz. - Chega.

Karura retirou seu guardanapo do colo e jogou sobre a mesa, no instante seguinte se retirou da sala sem dizer uma palavra.

__ Desculpe Ino. - Rasa falou limpando sua boca e levantando em seguida, fazendo o mesmo trajeto que ela.

__ Pois é, hoje foi até melhor do que eu esperasse que fosse. - comentou Temari antes de sair também.

__ Ino, nossa mãe é complicada, todos desta família são, vai se acostumar. - dizia Kankuro.

__ Uma pessoa nunca vai se acostumar a ser humilhada. - falei e levantei da cadeira.

Me retirei da sala e segui o caminho até a escada, mas acabei indo pra cozinha, se me trancasse no quarto, choraria mais um vez, meu filho sentiria mais uma noite minha dor.

Quando adentrei a cozinha, vi debruçada no balcão uma menina pálida, com cabelos negros e olhos acinzentados, os quais nunca tinha visto em toda a vida. Deduzi que fosse Hinata, filha que Yoko falara.

Quando me viu se encolheu um pouco e ficou de pé, olhando para baixo.

__ Posso ajudá-la em alguma coisa, senhora ? - disse ela.

__ Não precisa me chamar de senhora, meu nome é Ino. - disse enquanto me sentava no balcão. - E o seu é Hinata, não é ?

Ela balançou a cabeça positivamente.

__ Como se faz pra desaparecer deste mundo ?

__ Não entendi senhora... digo, Ino.

__ A única certeza que tenho é que terei um filho, mais nada na minha vida, de uma hora pra outra, é mais verdade.

__ Esperar um filho deve mesmo ter mudado sua vida, sempre é complicado.

__ O problema não é estar esperando um filho, mas sim o modo como ele foi gerado, não estava pronta pra isso.

__ Mas vai se casar com o senhor Gaara, não há homem no país mais requisitado que ele.

__ Vou me casar com a Karura, que também é a melhor pessoa desse mundo.

Hinata sorriu, ela também sabia que sua senhora era uma das piores cobras que tinha.

__ Quer alguma coisa, posso fazer pra senho... Ino.

__ Um bolo de chocolate, tem ?

Hinata abriu o armário e dele saiu um delicioso bolo de chocolate com cobertura de ganache, que parecia não ter muito tempo de feito.

__ Me sinto até melhor olhando pra esse bolo. - disse, fazendo Hinata rir.

Tirei uma fatia pra mim e comecei a me satisfazer, estava até mais calma, provavelmente pela liberação da serotonina.

__ Com licença! - Hinata disse, antes de sumir porta afora, nem dando tempo de perguntar o porque.

__ Tudo bem ? - Gaara pergunta, enquanto caminha até o balcão. Eu não sabia responder, acho que não precisava responder, ele deveria saber que depois do que aconteceu, eu não estaria radiante, devia saber que quando alguém é humilhada, não fica feliz depois. - Ela é difícil... - ele murmura, tentando achar alguma palavra de consolo. - Ela é sempre assim até te conhecer.

__ Ela já me conhece, me conheceu da pior maneira possível, acha que estou dando o famoso golpe da barriga ou pior. - Fiquei em silêncio um minuto, absorvendo a realidade e comendo mais um pedaço de bolo. - Nem mesmo você acredita o contrário.

__ Eu...

__ Não te culpo, acho que nenhum de nós temos culpa do que aconteceu. - o interrompi, deslizando um prato que estava perto, para seu lado. O mesmo sem expressão, me olhou, pegou um garfo na gaveta do armário de madeira e cortou um pedaço de bolo para si, o saboreando.

__ Desejo ? - deduz, enquanto se senta na banqueta.

__  Não é bem desejo dessa vez, é mais vontade mesmo de comer alguma coisa de chocolate. - sorrio, lembrando que já estava acabando o segundo pedaço.

__ E quais foram os outros ? - ele move o olhar em minha direção. - Suco de laranja ou mais bolo de chocolate ? - ele sorri, me fazendo lembrar do café da manhã, onde eu estava comendo igual a uma esfomeada.

E simplesmente me perdi naquele sorriso, que dentre todos que já tivera visto, fora o mais sincero. Me obriguei a pensar nesta situação, estar aqui, sentada com ele, comendo bolo de chocolate, depois de um jantar desastroso e vergonhoso, fora a última opção que pudesse passar pela minha mente. Era um tanto cômico. Sorri também.

__ Sempre gostei de bolo de chocolate, mas o que a Yoko faz, nunca provei igual. - expliquei, ainda sorrindo. - Já os desejos, a uma semana atrás senti vontade de comer sorvete com molho picante, a umas duas semanas, queria banana mergulhada no ketchup...

__ Acho que nunca tinha pensado nessas combinações. - ele diz, sustentando um sorriso divertido nos lábios. - Não deve ser nada bom.

__ Pior que estava, nunca tinha imaginado comer isso, mas achei delicioso.

__ Quero saber qual vai ser o próximo, espero estar em casa. - disse ele, levando a boca o último pedaço de bolo.

Me surpreendo, de tudo que poderia imaginar, saber que ele queria estar presente pra saber qual seria o meu desejo peculiar, saber que ele estava ao menos interessado, mesmo que fosse por isso, era estranho, me deixava esquisita, não sei, um esquisito bom, que eu não conseguia definir. Notei que ele esperava uma resposta ou algum comentário meu e limpei a garganta com um pigarro. Mas só o que fiz foi sorrir pra ele, enquanto o mesmo sorria de canto pra mim.

Yoko adentrou a cozinha com uma bandeja bordada em dourado com todo aparelho de jantar. Imaginei como conseguia segurar tanto peso e ao mesmo tempo pensei que ela não precisava fazer aquilo, já não era tão nova.

__ Desculpe o incômodo. - disse ela, assim que nos viu lá. - Posso voltar...

__ Não precisa, já estava saindo. - ele a interrompe, depositando seu prato na pia. - O bolo estava maravilhoso como sempre.

__ É feito com muito carinho, meu filho. - ela dizia sorrindo.

Ele sorriu para ela e maneou a cabeça para frente, depositando um beijo em sua testa.

__ Boa noite! - disse, olhando para mim, antes de sumir porta afora.

__ Minha filha me disse que a bruxa... - murmurou a última palavra. - Não te tratou bem no jantar de hoje, aquela mulher é horrível, fique sempre atenta, criança. - avisa ela.

__ Vou ficar, suas palavras não vão mais me machucar, as de ninguém. - a respondi, como uma promessa pra mim mesma.

 

“Passamos toda a vida nos preocupando com o futuro. Fazendo planos para o futuro. Tentando prever o futuro. Como se desvendá-lo fosse aliviar o impacto. Mas o futuro está sempre mudando. O futuro é o lar dos nossos medos mais profundos e das nossas maiores esperanças. Mas uma coisa é certa: quando ele finalmente se revela, o futuro nunca é como imaginamos”.

(Greys Anatomy)



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