1. Spirit Fanfics >
  2. Dois passos do paraíso >
  3. Intervenção

História Dois passos do paraíso - Intervenção


Escrita por: MisawaNamikaze

Notas do Autor


Olá, doçurinhas! Como vocês estão? Eu espero que bem.
Queria falar sobre os comentários, não só desta fic, mas de todas as outras. Eu leio todos, cada um deles, mas me falta tempo para responder a cada um individualmente. Então, queria agradecer a todos que acompanham minhas histórias. Mesmo aqueles que não aparecem realmente, mas que eu sei que estão ai. Obrigada, de coração.
Agora, boa leitura!

Capítulo 17 - Intervenção


 

Orochimaru não disse nada por alguns momentos.

-Se tem algo a dizer, diga de uma vez.

-Sinto que ela é uma ameaça para nós.

Nunca tive tanta vontade de arremessar alguém escada abaixo. E era meu criado mais fiel. Contudo, mantive-me controlado.

-Porque cismou com a baronesa agora?

-Porque está cego com os sentimentos que nutre por ela.

Parei. Desta vez, considerando jogá-lo da escada.

-Como pode afirmar tal coisa?

-Pela forma como olha para a senhorita, ou ainda, pela forma como reagiu a sua ausência o dia todo.

-Creio que lhe falte discernimento para interpretar certas coisas.

-Ao contrário, meu senhor. Creio que eu seja o único a ver as coisas com clareza por aqui. – Ele disse. – Devia manda-la embora antes que ela arruíne a sua vida.

-Claro. No mesmo dia em que eu fizer o mesmo com você.

-O quê?!

-Foi terrivelmente grosseiro com a baronesa, Orochimaru. Com que finalidade? Ajude-me a entender o seu objetivo.

-Oh, meu senhor! Minha atitude não é perniciosa. Meu único objetivo é protege-lo.

-Sou perfeitamente capaz de cuidar de mim. – Virei-me para ele. – E não ouse fazer mau julgamento de lady Sakura ou perderá o meu respeito.

-Mas, meu senhor...

-Não espero dizer uma segunda vez.

-Então, devo acatar como uma ordem?

-Eu nunca lhe ordeno nada, apenas sugiro. – Disse a ele. – Creio que me conheça o bastante para saber a diferença.

-Certamente, excelência.

-Se não tem mais nada a tratar comigo, com licença.

 

Meus olhos a procuraram enquanto descia as escadas rumo ao salão principal. Desapontei-me por não tê-la encontrado. Pensava em bater à porta de seu aposento e fazê-la me acompanhar até aqui, quando a esposa de Itachi se aproximou.

-É um prazer revê-lo, lorde Bedford. – Curvou-se elegantemente.

-Sem formalidades, Izumi. – Sorri. – É bom tê-la outra vez em Wolburn Abbey.

-Faz algum tempo desde a última vez.

-Sim. E se me permite dizer, está bonita como sempre.

-Não precisa exagerar. – Riu.

-Só porque é minha cunhada favorita.

-Que eu saiba, sou sua única cunhada Sasuke.

O sorriso em meu rosto arrefeceu com a aproximação de seu marido, que antes conversava com Sai. O que fazia muito sentido, já que traidores se merecem e de certo, possuíam a habilidade de reconhecer uns aos outros.

-Foi muita gentileza ceder a carruagem para que eu pudesse busca-la na estação mais cedo. – Ele disse.

-Não o fiz por você.

-Ainda assim, agradeço. – Insistiu.

-Onde está lady Sakura? – Indagou Izumi apenas para impedir que uma discussão entre nós tivesse início, eu supunha. Mas como se tivesse encontrado a resposta para a própria pergunta, a vi sorrir enquanto olhava para a escada a minhas costas e acompanhei seu olhar. Senti meu coração falhar uma batida. Eu não usaria linda para descrevê-la. Talvez deslumbrante fosse uma palavra mais adequada. Naquele momento, reconheci o vestido vermelho com que havia presenteado Ino certa vez e ela nunca usou. Aquela cor, no entanto, havia combinado tanto com Sakura que tive a certeza de ter feito a escolha certa.

-Boa noite.

Não a respondi. Era como se houvesse perdido repentinamente o dom da fala. Também não conseguia pensar no futuro. Tudo o que sempre imaginei, esperei e desejei parecia confuso agora. Quando foi que perdi o controle? De repente, senti vontade de troçar de mim mesmo. Não havia nada de confuso em meus pensamentos, apenas haviam mudado de direção. Nos últimos dias, resumiam-se a uma mulher.

Sakura fitava-me com intensidade, os cabelos rosados cintilando a luz do ambiente, os olhos imensos e curiosos.

Eu não estava interessado nas conversas aleatórias ao redor da mesa, mas estava atento a Sakura. A cada detalhe da pessoa encantadora que ela era. Sua risada suave, o modo como se portava à mesa, a delicadeza em agradecer os criados que serviam o jantar. Contudo, algo desviou minha atenção dela.

-Vai se juntar a nós na caçada no sábado? – Ouvi Naruto perguntar a Itachi.

-Serei bem-vindo?

-Apenas responda à pergunta. – Intrometi-me.

-Não precisa se esforçar para ter uma resposta, uma vez que não deseja realmente que eu vá. – Provocou. – Minhas desculpas porém, por não aceitar o convite.

-Eu não me importo.

-Não desacredito. Essa sua atitude tornou-se previsível. – Ele disse. – Apesar de olhar para você e não o reconhecer, vejo que a criação venceu a natureza nessa batalha.

-Cale-se antes que eu mande escolta-lo para fora daqui e proíba sua presença definitivamente. – Me coloquei em pé. – Se não o fiz ainda, foi em respeito a sua esposa.

-Já chega! – Bradou Sakura. Havia um brilho diferente em seu olhar. Como uma chama que parecia capaz de carbonizar tudo ao seu redor. – Seu irmão o ama. Ele tem feito o que pode para compensar os anos de ausência e você não tem retribuído com nada além de ódio e desprezo.

-Sakura... – Eu não sabia o que dizer.

-Seu irmão o ama. – Repetiu. – E só quer se reaproximar de você. Ele teria cuidado de você, mas as responsabilidades que teve de assumir tão cedo o tomaram. Ele está pagando por algo que não é culpa dele e você o está punindo com um fardo que ele não merece carregar. – Suspirou e então pareceu envergonhar-se. – Sei que não deveria me intrometer num assunto que não me diz respeito, mas me entristece ver que dois irmãos, que são a única família um do outro, não se dão bem por conta de um mal-entendido.

Antes de sua interrupção, a raiva espiralava dentro de mim. Agora, toda a tensão havia se dissipado do meu corpo dando lugar a outro sentimento. Sabia que era mais do que admiração o que estava sentindo. Talvez estivesse deslumbrado demais para tentar compreender, mas aquela sensação crescente não podia ser ignorada. Contudo, percebi que olhavam-me ansiosos enquanto esperavam que eu esboçasse alguma reação.

Me afastando da mesa, deixei a sala de jantar. Não esperava porém, que Itachi fosse me seguir até o escritório.

-Ela é mesmo fascinante.

Concordei tentando não demonstrar tensão. Ele, no entanto, parecia calmo. Itachi sempre parecia muito calmo em qualquer situação, o que me irritava profundamente. Fitava a noite através das janelas do cômodo, não se incomodando com o meu silencio.

-O que ela disse é verdade?  - Eu quis saber, rompendo a quietude.

-Sim.

-Porque nunca me contou?

-Eu lhe disse a mesma coisa muitas vezes ao longo de todos esses anos, irmão. No entanto, você se recusou a acreditar em mim. Porque ouvir o mesmo da baronesa o afetou?

-Talvez porque ela tenha sido contundente, enquanto você sempre se expressou com calma em demasia.

-Ah, preciso ter isso em mente daqui em diante. É preciso gritar para atingi-lo.

-Desculpe-me.

-Pelo quê?

-Por acreditar que você havia me abandonado e que não se importava comigo.

-Isso nunca foi verdade.

-Agora, eu sei que não.

-Mais de vinte anos se passaram e eu, sinceramente, não espero que me perdoe. – Ele disse. – Mas peço, por favor, que me deixe fazer parte de sua vida meu irmão.

Rompi o espaço que nos separava e o abracei. Algo que já não experimentava há anos. A barreira que havia criado para afastá-lo, não existia mais. Graças a Sakura, pude ver aquilo para o que vinha fechando os meus olhos. Ela parecia ter sua própria luz. Tão brilhante e capaz de iluminar tudo ao seu redor. Na verdade, era mais do que isso. Para mim, ela era como a luz do sol na primavera.

-Obrigado, irmão.

-Agradeça a baronesa. – Disse-lhe enquanto servia-nos uma dose de conhaque.

-Farei isso. – Ele riu. – Ela significa muito para você, não é?

-Eu a conheço há pouco tempo, portanto ainda não sei o que sinto. É perigoso julgar as emoções tão precipitadamente, sem que uma boa avaliação seja feita. Na verdade, isso seria um erro.

-Ela parece gostar muito de você.

Não precisei perguntar de onde ele havia tirado aquela ideia.

-Assim como gosto dela. Você mesmo constatou que Sakura é uma mulher fascinante.

-Quando foi que você e Ino deixaram de se gostar? Quando a baronesa chegou?

Quase engasguei com a bebida.

-Como já afirmei, acabamos de nos conhecer. Sakura e eu não somos amantes.

-Eu acredito. Mas não foi essa a minha pergunta.

-Você é meu irmão e acabamos de fazer as pazes. Mas acredite, há coisas na vida que são privadas, não importando se você é um nobre ou um criado. Isso é algo que eu gostaria de manter particular.

Depois de tanto tempo, havia me esquecido que nada passava despercebido aos olhos dele.

-Como quiser. – Ergueu seu copo num brinde. – À lady Sakura.

Ah, sim. Eu gostaria de brindar com ela mais tarde. Iria agradece-la apropriadamente por sua intervenção. Muito embora, soubesse que ela deveria estar acreditando que eu estava zangado consigo por isso. 


Notas Finais


Até a próxima vez!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...