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História Dois passos do paraíso - Descompensada


Escrita por: MisawaNamikaze

Notas do Autor


Aposto como não esperavam por um capítulo hoje... Não gosto mesmo de ser previsível kkkkkkkk.
Boa leitura pessoal!

Capítulo 19 - Descompensada


 

Quando percebi já era sábado. A semana passou voando. Engraçado que em meu tempo os dias eram longos e cansativos. Aqui, eu mal havia levantado e já estava indo me deitar outra vez.

-Será porque quando não temos nada para fazer o tempo passa voando? Não seria o contrário? Sei lá.

-É isso que dá não ter o que fazer. A pessoa começa a falar sozinha.

-Não estou falando sozinha, estou falando com você.

-Mas quem acreditaria nisso?

-Sasuke acreditaria, se eu contasse.

-Talvez. Mas você o está evitando, não é?!

Atravessei-a caminhando para o outro lado do quarto, mas minha atitude só fez diverti-la. Esforcei-me para fechar um vestido amarelo pálido que Ino mandou Hinata trazer para mim noite passada e através do espelho vi o segundo reflexo me encarando com desgosto.

-O que foi agora?

-Essa cor não combina com você.

-E o que quer que eu faça? – Arqueei uma sobrancelha para ela. – Que saia por aí só com as roupas debaixo?

-Certamente estaria mais atraente do que trajando esse vestido de cor apática. – Revirei os olhos. – Ou talvez, você devesse pedir que buscassem roupas minhas. – Continuou. – À propósito, quando pretende ir até lá? Repentinamente me ocorreu que você está... Como é mesmo a palavra que você usa? Ah, sim... Enrolando.

­-Não estou enrolando, só estou com medo.

-Não há nada para se temer.

-Eu discordo. Algo errado não está certo lá, do contrário você não teria fugido.

-A verdade é que não deseja se afastar de lorde Sasuke. ­– Disse. – Eu compreendo. Mas se gosta dele, devo dizer que tem um jeito muito estranho de demonstrar.

-Do que está falando agora?

-Você o está evitando.

-De novo com isso?! – Indaguei no mesmo momento em que Hinata adentrou o quarto trazendo uma bandeja com o meu dejejum. – Olá, Hinata. – Saudei-a com um sorriso. Não queria que pensasse que eu falava sozinha, mas sabia que era exatamente o que estava pensando. Deve ser porque tenho um problema. E que problema seria esse, minha cara? Você. Eu não deveria ser capaz de vê-la ou ouvi-la. Entretanto...

-Fazer o que.

-O que disse, senhora?

-Nada, Hinata. Eu não disse nada.

Sem que eu pedisse, ela se aproximou e fechou o vestido para mim. Eu já havia me afeiçoado muito a ela e ficaria triste quando tivesse que me despedir.

-Ora essa, não precisava ter arrumado a cama. Esse é o meu trabalho, senhora.

-Me desculpe. É que eu não tinha o que fazer, então...

-Tudo bem, senhora. – Sorriu. – Antes que me esqueça, tenho um recado da duquesa para a senhora.

-Da duquesa? Não me diga... E o que a duquesa tem a dizer a mim?

Pare com isso! Perdoe-me, mas fiquei com vontade de conversar com outra pessoa além de você.  

-Ela deseja que a senhora vá encontra-la na cozinha.

-Para quê?

Hinata riu.

-Ela está tentando fazer tortas de amora. O problema é que sua excelência não tem nenhuma habilidade na cozinha, senhora. Nenhuma mesmo.

-Ficarei feliz em ir ao encontro da duquesa, pois desconfio que este será um ótimo dia para todas nós. Vamos. – Tomei a mão da moça e caminhamos até a porta.

 

Fui conduzida por um caminho de escadas e corredores. Já estava sem fôlego quando chegamos a uma imensa cozinha. E essa, era maravilhosa. Havia pelo menos umas dez pessoas trabalhando ali.

Ainda segurando minha mão, Hinata me conduziu até uma ruiva. Essa que tinha o cabelo tão vibrante que por um momento tive vontade de perguntar que tonalidade de tintura ela usava para conseguir aquela cor. Devia ser Karin, a dama de companhia da duquesa. Hinata já havia me falado dela, que também era irmã de Naruto.

Sorri e estendi a mão.

-Você deve ser Karin.

-Eu mesma, senhora. – Confirmou ela, seca, olhando para minha mão estendida como se essa fosse uma jiboia. Colocou a cesta que tinha no colo de lado, porém, e tentou ficar de pé.

-Não, não! Por favor, sente-se. – Pedi. – Eu não quero atrapalhar.

-Ela é diferente de nós, Hinata. – Comentou a mulher com estranheza.

-Porque veio do Norte, ora. É assim que eles falam lá. De qualquer modo, ela é uma baronesa e merece respeito.

Karin resmungou e voltou a se concentrar na cesta, que percebi estar cheia de amoras.  

-Sente-se aqui, senhora. – Hinata me acomodou numa cadeira e se retirou, mas minha vontade, no entanto, era me afastar o mais rápido que podia. – Aqui está a duquesa, senhora... o propósito de sua vinda a cozinha.

-Bom dia! – Eu disse.

-Querem fazer o favor de se levantar? – Exigiu Ino.

A ruiva saltou imediatamente. Eu, contudo, não me levantei. Continuei onde estava.

-Se usar um tom mais agradável, posso considerar se concordarei ou não com a sua ordem.

Ela parecia chocada.

-Não foi uma ordem, mas sim um pedido.

-Pois soou como uma ordem, milady. E não costumo me dar bem com acessos de arrogância.

O enorme salão ficou completamente em silêncio, como se todos os sons tivessem sido sugados do ambiente.

-Eu não quis parecer arrogante. – Defendeu-se ela.

-Então peça o que deseja num tom mais delicado. – Sugeri encarando a mulher que havia conquistado o coração de Sasuke para depois parti-lo.

Gostava de Ino e, ao mesmo tempo, não gostava. E não tinha certeza quais as peças daquele inexplicável quebra-cabeça se encaixavam nas respectivas categorias.

-Eu não preciso ser delicada. – Rebateu, os olhos se estreitando.

-Como assim? Isso não faz parte das suas atribuições? Só precisa ser agradável com os que ocupam a mesma classe que a sua e malcriada e insolente com todo o resto? – Ignorei as exclamações abafadas que se seguiram e me levantei. – Enquanto não aprender a conviver bem com as pessoas que trabalham muito para tornar a sua vida confortável, nunca será realmente respeitada. Essa gente dá o próprio sangue para que a sua vida seja gloriosa. Trate essas pessoas como merda, e não terá o amor nem a admiração de ninguém, pois não fez por merecer.

A mulher ficou sem palavras.

-Você é uma dama, Ino. O que está acontecendo afinal? Pensei que tivesse me chamado aqui para me mostrar alguma coisa.

Ela esfregou as têmporas.

-Sim, viemos aqui para... O que era mesmo, Karin?

-Viemos aqui para fazer tortas de amora para quando os homens voltarem da caçada, senhora.

-Posso fazer o recheio, se quiserem. – Ofereci-me.

-Está tentando assumir o controle, não é mesmo, baronesa? – Explodiu a duquesa.

-Como disse? – Indaguei confusa. – Eu não estou tentando fazer nada disso.

-Mentirosa! Isso, foi ideia minha. E você a está tentando roubar. Aliás, está tentando roubar tudo de mim.

Olhei ao redor, vendo as expressões chocadas que nos cercavam. Mas a minha não deveria estar diferente.

-Sabem se ela ingeriu alguma bebida alcóolica essa manhã? – Perguntei com casualidade. Hinata e Karin se entreolharam preocupadas, até que a ruiva balançou a cabeça negativamente.

-Herege! – Gritou Ino.

-Não estou com o meu dicionário a mão, mas isso não quer dizer “bruxa” ou algo assim?

As duas pareciam assustadas demais para me responder. Sakura? Acredito que signifique que você vem das trevas. Imagino então, que não seja um elogio. Não.

-Que tal você e eu darmos um passeio e conversarmos, Ino? – Perguntei, imaginando leva-la até a fonte no pátio e enfiar aquela linda cabecinha na água até que ela caísse em si.

-Quer mais é me acompanhar até o inferno! – Retorquiu. – Vejo tudo muito claramente agora. Quer o meu marido, meu título e a minha casa!

Voltei-me para a pessoa mais próxima a nós. Era uma jovem morena, com olhos castanhos e cabelos avermelhados escondidos por um lenço amarrado a cabeça.

-Vá buscar o duque, por favor. E também o conde, se possível. – Sendo médico, seria bom que a examinasse. – Mas o mais importante é que traga o duque. Ele saberá quem mais precisa estar aqui neste momento.

A moça hesitou.

-O duque não vai atender ao meu pedido.

-Por favor... Diga a ele que foi Sakura quem pediu e que se trata de uma emergência. Ele vai lhe agradecer por isso. Agora, corra o mais rápido que puder.

A jovem olhou de mim para Hinata, que deve ter lhe feito algum sinal, pois ela logo concordou com um “sim, senhora” e disparou feito um raio.

Eu suspirei aliviada, mas Ino pareceu perceber o que se passava em tempo recorde.

-Foi tudo muito interessante, mas agora todos estão autorizados a sair também. Ninguém aqui tem culpa de nada e nunca me fez nenhum mal... ao contrário de você.

-Então permita que saiam, de modo que possamos ter uma conversa em particular.

-Não! Eles tem trabalho a fazer. – Volveu ela em um contrassenso.

-Creio que esse seja um assunto particular nosso, Ino. Meu e seu. Não há razão para envolvermos mais ninguém.

-Você roubou Sasuke! O roubou de mim... – Ela estremeceu, parecendo atordoada. Respirou fundo várias vezes, depois baixou o dedo com que me acusava. – Eu... sinto muito. Não sei o que está acontecendo comigo. – Balançou a cabeça. – Queria lhe mostrar as amoras graúdas que cultivamos aqui e perguntar-lhe se sabia cozinhar.

Muito bem. Aquilo não era loucura, nem embriaguez. Mesmo assim, continuava longe do meu entendimento. E do meu. A duquesa parecia descompensada e eu comecei a rezar para que Sasuke aparecesse logo.


Notas Finais


O que será que está acontecendo com a duquesa? Sei não. Mentira. Sei sim. Kkkkkkkkkkk.
Até a próxima vez!


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