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História Dois Reis (Sterek) - O Rei Bastardo e o Rei Palhaço.


Escrita por: Another_Girl__7

Notas do Autor


Oiee!! Estou atrasada essa semana!! Meu celular estava no concerto, e eles entregaram só ontem, e não tinha nada escrito, então tecnicamente tive que escrever de ontem pra hoje e por isso atrasou. E fica a dica, quando acharem um cabo de carregador perdido, não conectem ele com o celular e o computador, vai por mim.

Bom, antes de tudo vou explicar o título pq é uma parte que eu simplesmente esqueci de adicionar na história nos capítulos passados: Stiles era conhecido como o príncipe palhaço, por ser desajeitado, bêbado e considerado burro, quando ele se tornou rei, ele virou o Rei Palhaço.

Capítulo 17 - O Rei Bastardo e o Rei Palhaço.


       A noite se arrastou. O tempo parecia se recusar a passar, assim como os pensamentos turbulentos insistiam em deixar Derek acordado naquela adega, com uma caneca de vinho como companhia. O lugar era frio, não havia nada além de uma pequena janela, tão alta que nem conseguia alcançar, e o fato de saber que estava no subsolo, o deixava um pouco menos deprimido, pois seu desejo era estar enterrado em um buraco.

Beijar Stiles não foi o problema. Um beijo? Já tinha feito coisas mais intensas, seja com homem ou mulher, então um mero beijo não podia deixa-lo tão... Apavorado.

A verdade por detrás da caneca de vinho em suas mãos e estar tentando recitar todas as canções que conhecia — nenhuma sobre um romance — era o desejo, saber que não conseguiu se conter, que foi impossível se afastar de Stiles quando deveria. Mas ao ver Stiles, tão perto, com olhar preocupado o fez querer ser amado pelo Stilinski.

Querer tanto aquilo parecia errado e ter gostado era cem vezes pior.

Sentiu em Stiles uma satisfação, como se um desejo antigo estivesse sendo atendido. E sabia que aquele sentimento era verdadeiramente perigoso, viciante. A prova, era que agradecia ao álcool por ser incapaz de se levantar e ir atrás de seu marido. 

— Isso é loucura! — Disse a si mesmo encarando o líquido avermelhado.



Stiles nunca esteve tão feliz em estar ocupado a noite. Observar Danny debruçado sobre o mapa, enquanto Lydia parecia impaciente vendo seu tão precioso mapa sendo rabiscado de forma descuidada, dava a ele uma sensação boa de familiaridade. Era como se nada de mais tivesse acontecido em anos, e ele desejava isso.

Um pequeno sorriso começou a crescer em seus lábios quando Lydia se levantou, tirando o pincel da mão de Danny e explicando que ele não deveria ficar fazendo marcações com aquela cor ou iria confundir tudo mais tarde. Olhou para o lado instintivamente, Bobby e Scott costumavam a fazer comentários quando Lydia revelava seu apreço pelo mapa. Saber que eles não estavam ali o tirou de devaneios inúteis e colocou uma carranca em seu rosto.

— Estou apenas marcando onde se encontrarão — berrou Danny, tentando de todas as maneiras recuperar o pincel e esquecendo-se do jeito calmo que sempre ostentava.

— Pra mim parece borrões vermelhos! Poderia fazer isso como uma pontinha, não precisa manchar toda a estrada para Onkiru! — Lydia retrucou. — Sabe quando custa um mapa desse?

Stiles encarou de longe a grande mancha vermelha. Não era muito longe da capital. Na verdade ficava próximo ao portão três da capital, onde a estrada para a aldeia Onkiru começava. Era um local conhecido por ser um ponto de encontro entre os monges, já que o templo do sol ficava próximo ao portão três.

Não era muito vigiado. As transações entre Onkiru e a capital não eram de grandes valor, as mercadorias eram baratas e raramente alguém estava carregando riquezas ao passar por ela.

— Temos que apressar esse encontro — Stiles disse, ignorando a briga que estava começando pelo pincel. — Mas como?

Danny pareceu prestar atenção em Stiles.

— Uma ameaça. Eles tem tarefas a cumprir, mas que diante de qualquer ameaça podem ser adiadas.

— Precisamos de um plano para amanhã. Lydia, chame o Jackson, ele vai ser útil.

A ruiva pareceu desconcertada.

— Estava pensando em chamar o Parrish, ele é o comodante da guarda real, acima dele só tinha seu pai — explicou, parecendo se perder um pouco, talvez confusa.

O moreno não cedeu. Embora ele próprio não tivesse a melhor relação com Jackson, queria ver como a Martins reagiria na presença de alguém tão minucioso. Parrish era um bom soldado, suas estratégias eram as melhores e o treinamento exemplar, mas os detalhes fugiam de seus olhos.

Se levantou. Estava pronto para encarar Derek, depois de tentar evitar e fazer um pedido estranho. Deixou que Danny e Lydia se resolvessem, garantindo que não ficaria a mercê dos planos deles, e também não revelando o que tinha em mente.

Lydia notou a cautela de Stiles e não deixou de se sentir ofendida. A frieza de Stiles, a falta de gracejos e olhares furtivos, e claro, sem a declarações nas piores horas. Ela notava isso.

Derek não estava no quarto. Foi dito a Stiles que um empregado o encontrou na adega, e que estava na sala de banho.

— Agora ele vai me evitar? — Se perguntou, com indignação.

Não tinha tempo a perder. A noite estava prestes ao chegar ao fim, e depois de muito ponderar sobre o assunto, chegou a conclusão que não havia plano melhor. Se dirigiu a sala de banho, sentindo cada fibra de seu corpo estremecer enquanto se aproximava.

Um dos servos estava na porta, parecia um pouco entediado e quase dormindo em pé. Ao ver Stiles ficou alarmado e perdido, mas foi ignorado. Abriu a porta sem cerimônia, para encontrar apenas vapor.

Conseguiu ver Derek, e engoliu em seco. O moreno estava sentado na banheira, seu cabelo estava molhada e caía sobre seus olhos. Seu corpo molhado refletia a luz atreladas dos candelabros presos à parede.

O Hale levantou o rosto, encarando Stiles em silêncio, tentando discernir se era apenas uma alucinação ou ele realmente estava ali. Inclinou a cabeça para o lado.

— O que quer? — Perguntou secamente, esperando que sua voz soasse firme.

Stiles se sentou em um dos bancos de madeira, cruzando as pernas.

— Amanhã teremos que ir até ao templo do sol.

— Atacar? — Derek pareceu um pouco feliz com a hipótese.

Respirando fundo, Stiles negou com a cabeça.

— Pedir a benção para o nosso casamento à Deucalion — a voz de Stiles não soou animada.

Derek revirou os olhos, não poderia se imaginar pedindo a benção para o homem que o tentara matar diversas vezes, para ele não tinha sentido. Mas ao ver Stiles, ele estava ainda mais desconfortável com a situação, e imaginou como seria para ele, abaixar a cabeça para alguém que colocou a corda em seu pescoço e estava esperando a hora certa para enforcar.

— O que pretende com isso?

A pergunta fez Stiles levantar o olhar até Derek.

— Mostrar que pra mim ele não é ameaça, e que não estou preocupado! — Deu de ombros, mentindo para si mesmo naquele momento.

O silêncio de Derek pesou em Stiles, sentia aqueles olhos verdes o analisarem como se fosse uma criança em busca de aprovação de seu mestre. Ficou irritado com aquele pensamento.

— Tem uma ideia melhor? Precisamos criar uma pressão para que os espiões sejam reunidos, aparecer lá é a melhor ideia.

— Eu não disse nada — Derek disse por fim, com a voz arrastada e sem dar muita importância. 

Colocou uma toalha sobre o colo e se levantou. Quando se virou para pegar outra toalha, seca, entre todo o vapor e as luzes tênues das velas ainda foi possível ver uma tatuagem em suas costas.

Era um símbolo triangular, as três pontas eram espirais. Apenas os povos Lanaris sustentavam um símbolo tão enigmático.

— Esse símbolo... — sussurrou, mas o ambiente calmo fez sua voz ecoar por todos os cantos, chegando até Derek como um alerta.

O Hale se virou de frente, tentando em vão esconder aquela tatuagem que foi tão observada por Stiles. Pareceu ter se esquecido dela.

— Então os boatos eram verdadeiros? — Perguntou a Derek, se esquecendo da delicadeza que era aquele assunto.

Desde criança Stiles ouvia, entre as conversas privadas dos adultos que fazia questão de espionar, as histórias sobre Thalia. Mais do que uma rainha destemida e protetora de seu povo, mas a teoria que os três filhos não eram do então rei de Lupus. Na verdade, ela teria se apaixonado por um bárbaro, um guerreiro Lanari, e mesmo enquanto os dois povos estavam em guerra, Lupus e os Lanaris, os dois se encontravam às escondidas, prometendo proteger um ao outro.

Ridicularizado pelas suspeitas, o rei de Lupus mandou que matassem o guerreiro, deixando Thalia entristecida enquanto esperava seu terceiro filho. Cora nasceu, e logo em seguida o rei morreu em situações questionáveis.

Derek se tornou o rei, e ninguém mais falava sobre a traição de Thalia, com medo da fúria do Hale ou apenas porque o assunto era antigo demais para ter importância. Obviamente Stiles não se importou com tais boatos, e estava completamente esquecido deles quando se casou com Derek.

— Cala a boca, Stiles! — Derek ameaçou, apontando o dedo indicador.

Um sorriso cresceu nos lábios do mais novo. Derek poderia provocá-lo, beijá-lo e até mesmo fazer com que Stiles se apaixonasse por ele, contudo, naquele momento ele tinha a vantagem.

Levantou os braços em sinal de rendição.

— Um rei bastardo e um rei palhaço. Estávamos destinados a ficar juntos — provocou. — Não acredito que Thalia colocou o sangue Lanaris no trono de Lupus. Sabe o quão irônico isso é?

— Apenas não quero que desrespeite minha mãe, mas minha descendência não é segredo para ninguém — Derek rebateu, secando os cabelos com a toalha.

Rapidamente Stiles desviou o olhar, sorrindo para o chão.

— Posso sair contando sobre a traição da benevolente rainha Thalia? — Provocou mais uma vez, agora em um tom mordaz.

Nem conseguiu ver quando Derek se aproximou, o jogando com força contra a parede, enquanto o agarrava pelo colarinho. Sentiu a dor em suas costas e cabeça, e olhou para Derek enfurecido, pronto para empurrar o outro. Embora a diferença de altura praticamente não existisse, a força de Derek era bem maior que a de Stiles, o deixando preso contra a parede. Esquecendo que vestia apenas uma toalha enrolada em sua cintura.

Porém, próximos demais. A boca avermelhada de Stiles chamou a atenção de Derek, descendo o olhar e aproximando ainda mais os rostos. Encarou os olhos cor de âmbar, não tinha nenhum vestígio de preocupação dessa vez, era apenas raiva. E mesmo assim o Hale teve se afastar rapidamente para não o beijar novamente.

— Andou bebendo? — Stiles perguntou sabendo a resposta, apenas para dar tempo de chegar mais perto da porta, caso acontecesse outro ataque de raiva.

— O que acha?

— Bom, se recomponha, partiremos no amanhecer.

Derek não retornou ao quarto no resto da noite. Tampouco Stiles. Quando o primeiro raio de sol surgiu, os cavalos estavam selados e prontos para a viagem curta, que não duraria mais que algumas horinhas.

Jackson e Lydia estavam prontos também, junto com mais dez soldados de confiança saíram cedo do palácio, prontos para chegarem ao portão três, e assim na estrada para Onkiru antes da hora marcada.

— Assim que souberem que Stiles está indo em direção ao templo, se encontrarão na estrada — Danny dissera na noite anterior, e Lydia estava pronta para cercar os espiões.

Jackson era um soldado por diversão. Sua família era da nobreza, em tempos antigos jantavam com a realeza e até mesmo ria das piadas internas do palácio. Não tinha razão para se juntar ao exército, sendo que poderia muito bem comandar um em nome de sua família. Diziam que ele gostava da adrenalina sem responsabilidade.

Era bonito, rosto firme e olhos rápidos, além de um sorriso que as moças consideravam encantador. Mas tinha um certo mistério sobre ele, ninguém era capaz de dizer qual era seu humor ou intenção. Motivo esse que fez Stiles se afastar de Jackson e o requisitar apenas em ocasiões onde não havia outra saída.

— Por que Stiles tá interessado em um grupo de ladrões? — Questionou durante o caminho.

— Eles atacaram a prima do rei Derek e levaram os cavalos — Lydia mentiu, dizendo a primeira coisa que veio em sua mente.

O soldado não se convenceu.

— Mas ontem teve uma busca por esses cavalos e foram recuperados nessa madrugada.

— Os cavalos foram recuperados mas a honra da senhorita Malia não!

Jackson franziu as sobrancelhas.

Enquanto um pouco mais atrás, na mesma estrada, Stiles e Derek praticamente desfilavam, contando a qualquer um que passava que estavam a caminho do templo. Derek com uma feição neutra e quase mau-humorada, e Stiles todo sorrisos.

Comentários sobre o quanto eles pareciam diferentes um do outro não faltou, mas esperançosos de um casamento bem sucedido, já que o casal estavam indo atrás de uma benção sem que as leis sagradas os obrigassem.

— Sua bochecha vai doer se forçar mais um sorriso — alertou Derek, focado na estrada a sua frente.

Stiles parou de acenar para um grupo de crianças e olhou para Derek, indignado.

— Não custaria nada você sorrir de vez em quando.

— Pra quê? Vamos logo ou chegaremos lá de noite.

Apressaram os cavalos, a maioria sabia onde eles estavam indo e era o suficiente, precisavam se lembrar que o pior ainda estava por vir.

O templo do sol era uma estrutura dourada, o teto tinha pontas finas que pareciam fáceis de se quebrar, enquanto a entrada era uma porta arredondada, com o símbolo de um sol em relevo logo acima.

Ao contrário dos outros templos, esse era rodeado de casas, a cidade dois era conhecida pelos religiosos médios, e o templo que se perdia entre casas tão magníficas quanto ele. A diferença, ao contrário do que muitos pensavam, o recanto sagrado ficava no subsolo, onde túneis antigos ligava os outros dois templos.

Havia, claro, um segundo templo mais afastado, para meditação, próximo as florestas e montanhas, mas era muito pouco utilizado. Stiles viveu nele por alguns anos de sua vida, que considerou como os piores.

Deucalion já esperava pelo rei, alarmado pelos moradores eufóricos sobre a presença de sua Majestade. Prostou-se perante Stiles, como um servo leal, deixando-o enojado por uma demonstração tão espalhafatosa e falsa. Derek conteve o riso e a vontade de enfiar sua espada entre as vértebras de Deucalion ali mesmo.

— Não esperava sua presença, meu rei! — A voz dele era áspera, tal como sua personalidade.

— Negligenciei este lugar por muito tempo, e acho que agora preciso reparar isso. Agora, casado, venho pedir sua benção — Estendeu as mãos, com a palma virada para baixo.

Derek o imitou, enquanto alguns moradores curiosos assistiam a cena.

Deucalion pegou um frasco, nele havia um líquido oleoso dourado, que foi despejado com cuidado sobre a mão de Stiles, causando um pouco de ardor. O mesmo ocorreu com Derek.

Então eles estavam prontos para entrar no templo. Não havia nada na primeira sala, apenas um vazio e um tapete. Mas nas paredes contava as histórias dos deuses, Sedna criando o cavalo para que sua amada pudesse a seguir no percurso do rio, com a mesma velocidade das correntezas.

Anivia abençoando um lobo que protegeu um garoto durante uma geada, o tornando imortal. E claro, o Deus-Sol enviando a serpente para que ela picasse Atlas, o deus do caos e o fizesse dormir por séculos.

As pinturas eram antigas, gravadas logo após a derrota de Alcônis. Derek tentou não demonstrar o quanto ficou surpreendido.

Depois havia as escadas, um espiral de degraus que os levariam direto para a estátua do Deus-Sol, um homem muito alto mas que não havia rosto. Era um pouco assustadora na opinião de uma criança.

Stiles conhecia muito bem aquele lugar, sabia que no final da escada teria três túneis, um deles levaria a um corredor cheio de quartos, que mais pareciam celas de prisão. Seguiu Deucalion, saber que Derek estava logo atrás, o deixou mais confortável.

Chegaram até a sala onde a estátua ostentava um dourado podre e apagado, era questionável se era feita de ouro ou não. O ritual era demorado e chato, praticamente um monte rezas e ritos, como esperar até que a centésima gota, onde tinha uma falha no teto que deixava a água escorrer sobre a estátua, caísse.

Deucalion era cuidadoso com os rituais, enquanto Stiles tentava não dormir.

Após os portões, uma batalha era travada. Jackson e Lydia conseguiram pegar os primeiros espiões a chegar no local marcada. Ethan e Kali lutavam por sua liberdade, enquanto os dez soldados investiam sem piedade, e Jackson deixava impossível que fugissem.

Lydia perseguiu Aiden até onde seu cavalo aguentou, mas o espião estava em um cavalo de corrida, e conhecia aquela área mais do que um mapa poderia mostrar. No final, apenas Kali e Ethan foram presos.

Quando o sol se foi, dando lugar a lua, Derek e Stiles estavam a caminho do castelo. Abençoados e cansados.

— Um dia inteiro pra isso — reclamou Derek, sentindo suas costas doerem.

— O importante é que Lydia já deve estar interrogando nossos convidados agora! — Stiles deu um sorriso comemorando.

 Um pouco mais afastado, Derek o observou. Um sorriso involuntário surgiu em seu rosto, e nesse momento ele percebeu. Deveria ir embora o mais rápido possível.


Notas Finais


Bom gente, foi isso!! Até ao próximo capítulo!!


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