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História Dois Reis (Sterek) - Um tratado de paz


Escrita por: Another_Girl__7

Notas do Autor


Hey!!! Voltei!!

Gente, estou amando fazer essa fic. Não sei porque, mas um Stiles mais porra louca é pra mim um dos meus favoritos.

Essa história é uma tentativa de enemies to lovers, uma tentativa kkkkkk

Boa Leitura! ^-^

Capítulo 2 - Um tratado de paz


Fanfic / Fanfiction Dois Reis (Sterek) - Um tratado de paz

   A capital de Arietes Collis era famosa por dar ao seu povo todos os tipos de prazeres. Danny Mahealani fazia jus a fama, governando a cidade com bordéis, casas de bebidas e as clássicas casa de aposta. Não se importava se a lei dizia que era proibido, com a quantidade certa de dinheiro em mãos específicas, poderia manter toda a depravação.

Depois de três anos após a coroação, ali estava Stiles. A construção onde estava tinha um cheiro horrível, bêbados e mulheres se divertiam, o barulho era quase infernal. A pouca iluminação garantia um falso sentimento de privacidade, enquanto suas identidades eram espalhadas a todos que pagavam para saber.

Encostado no canto de uma parede, vestido com farrapos e com um copo de bebida nas mãos, Stiles tentava escutar o que os soldados na mesa mais próxima falavam. Observou quando a mulher saiu do balcão, carregando uma bandeja de copos de cerveja, fazendo a alegria dos homens. Bebiam como se não esperassem estar vivos no outro dia, e dado a sua profissão, era um pouco improvável que eles fossem ver o sol novamente.

ㅡ Rose, você é a melhor! ㅡ um deles gritou, para a mulher de cabelos negros que se afastava.

Reconheceu o soldado, era um dos homens de Norman que comandava um batalhão. O comandante tinha um fraco por bebidas, se suas bochechas ficassem rubras, ele iria contar tudo o que sabia. Stiles só precisava de um pouco de paciência e a companhia da adorável mulher que caminhava em sua direção.

Escondeu dentro de sua blusa marrom, simples e com a costura visível, o colar com três flechas de prata que tinha pendurado em seu pescoço. Trocou o peso da perna, esperando pela garota. Ela era loira, deveria ter sua idade, e seus olhos contavam que era experiente dentro daquela casa.

ㅡ Você sempre está aqui! Trabalha para beber e transar? ㅡ a mulher perguntou, pondo a mão na cintura e fazendo de tudo para o decote ficar mais visível.

Stiles lhe lançou um sorriso. Apesar de seu rosto estar sujo de fuligem, continuava atraente. Para uma mulher acostumada a dormir com soldados e lenhadores brutos, um pouco de delicadeza em um rosto mais jovem era irresistível.

ㅡ Cada um se esforça pelo que quer ㅡ sussurrou no ouvido da loira, sem tirar os olhos dos soldados.

ㅡ Quanto você tem? ㅡ levantou uma sobrancelha.

Tirou do bolso uma sacola de moedas de ouro. Os olhos da garota brilharam ao ouvir o tilintar das moedas, avançando para tomar a pequena bolsa de pano em suas mãos. Stiles recuou, deixando o dinheiro na altura de seu rosto.

ㅡ Aqui tem o suficiente para você dormir com aquele soldado daqui a duas horas, e depois me contar tudo o que ele falar ㅡ apontou para o homem com a caneca de alumínio em sua mão.

A menina respirou fundo, olhando para o homem, não era o tipo de homem que a agradava, mas o dinheiro na mão do rapaz era um bom incentivo. Estendeu a mão, estalando a língua no céu da boca.

ㅡ Você é um homem bem estranho!

ㅡ Você não faz ideia! ㅡ uma voz masculina interrompeu a conversa.

Danny Mahealani estava parado entre os dois, tentando parecer discreto pois poderia levantar questionários, o dono da cidade conversando com um pobre lenhador? A menina revirou os olhos, desfilando até o balcão, seu vestido lilás balançava de um lado para o outro, chamando a atenção de muitos homens.

Se virou para Danny, o rapaz não mudara nada durante os três anos, apenas uma cicatriz pequena no pescoço. Sorriu, jogando a cerveja no chão. O moreno franziu o cenho, disperdiçar suas bebidas não o deixava feliz.

ㅡ Não acredito que está brigando de novo. Fiz de tudo pra você ser um chefe de cidade e você volta a lutar? ㅡ balançou a cabeça negativamente.

ㅡ Você se torna rei e continua se esgueirando por esse esgoto? ㅡ retrucou. ㅡ O que pediu pra Heather?

ㅡ Você não se gaba da confidencialidade? ㅡ provocou, rindo. ㅡ Me avisa quando for lutar de novo, pra apostar no seu oponente ㅡ piscou apenas um olho, antes de sumir na escuridão do corredor a sua direita.

Seus olhos ainda não estavam acostumados com a falta completa de luz, contudo conseguia se mover sem esbarrar nas paredes de pedras ou nas caixas. Conhecia aquele lugar tão bem, que as vezes se perdia dentro do próprio castelo, mas saberia diferenciar se mudassem uma pedra de lugar daquele bordel.

Entrou em um dos quartos, era praticamente o seu aposento ali. Ninguém poderia usar aquele cômodo, somente ele ou Danny. Fechou a porta e se sentou na poltrona de couro escuro. Sua taça de vinho estava servida na pequena mesa próximo a cama.

Aguardou pacientemente as duas horas escorrerem dentro da ampulheta de ouro. O cripitar das velas podiam ser ouvidos ali dentro, os castiçais presos à parede estavam todos acesos, apenas o candelabro em cima da lareira estava pagado.

Sua mente ia longe. Desde a descoberta da aliança que estava prestes a ser confirmada entre Lupus e Assie, os dois reinos mais próximo, suas noites de sono se tornaram curtas. Era algo que não deveria acontecer, imaginou que Derek Hale, rei de Lupus não queria ter relação com nenhum dos reinos vizinhos e sua suposição foi para o espaço.

Sentia uma pressão enorme sobre si. Por um lado os conselheiros estavam torcendo para que desse um passo em falso e fosse jogado na Câmara dos Loucos, e por outro lado, ainda tinha Assie, a ilha que não deixava Arietes em paz em séculos. A sua proteção antes era os piratas, povos bárbaros que não deixava o exército inimigo passar; Lupus servia como um escudo. E agora esse escudo estava sendo entregue aos inimigos.

Suspirou, olhando para a chama acessa na lareira, observando as cores dançantes e aproveitando de seu calor. Se levantou quando o último grão de areia caiu. Abriu a porta e fez o caminho do corredor novamente, encontrando Heather com o soldado aos beijos na porta.

Passou por eles, fazendo menção de desviar do casal, mesmo tendo espaço o suficiente para os três naquele corredor, só queria mostrar que estava por perto. Chegou ao salão barulhento, a mesa do soldado estava desfeita, poucos ainda permaneciam sentados.

ㅡ Mais uma rodada! ㅡ Outra mesa gritou. Eram um grupo de lutadores, barulhentos e violentos. O pior tipo de pessoa, que faziam de tudo por dinheiro. O tipo preferido de Stiles.

Se aproximou, puxando uma cadeira e se enfiando entre o grupo. Tinha quatro no total. Foi recebido com olhares ameaçadores, exceto por um deles, que sorriu.

ㅡ Esses soldados parecem estar indo para o inferno! ㅡ Scott McCall disse, um jovem de olhos negros e desafiadores que lutava clandestinamente pelo dinheiro.

Era um dos melhores lutadores, relativamente magro mas rápido, e tinha noção dos pontos fracos. Foi treinado por Finstock, o homem ficou com pena da situação em que encontrou a família e se ofereceu para ensinar o garoto.

ㅡ Estou tentando descobrir isso. Sabe de alguma coisa? ㅡ Stiles perguntou, se escorando nas costas da cadeira, ignorando por completo os três homens desconfortáveis na mesa.

ㅡ Jackson deve saber! ㅡ ao falar, Scott revirou os olhos. Ele e Jackson não eram melhores amigos, sempre que se encontravam surgia uma briga nova.

Stiles observou Danny conversando com um garoto próximo a saída, escondido nas sombras que a porta aberta fazia.

ㅡ Norman o tirou de seu exército há algumas semanas. O que me faz pensar que ele está aprontando! ㅡ confessou.

ㅡ Vou ficar de olho no que acontece ao redor da casa dele, mas não prometo nada, você sabe como eles estão mais cautelosos ultimamente.

ㅡ Esqueça eles, preciso saber o que se passa em Lupus. Preciso que você ache Theo. ㅡ disse, se levantando. ㅡ Obrigado, irmão!

Deu um sorriso para Scott, o moreno retribuiu. Os dois cresceram juntos por causa de Finstock, Bobby fez com que os garotos criassem um laço de irmãos, assim confiariam um no outro quando estivessem lutando juntos. Só não imaginava que o jovem McCall iria preferir os ringues do que os campos de batalhas. O rei não tinha uma opção.

Voltou para o corredor escuro. A uma das portas estavam entreaberta, a luz amarelada dos castiçais iluminaram um pouco o lugar. Se aproximou silenciosamente, espiando pela brecha. Viu Heather nua, de quatro sobre a cama, enquanto o soldado estava em cima dela.

Sua presença não foi notada. Escutou entre gemidos e palavrões uma pequena frase que o interessou. 

ㅡ Na fronteira não tem mulheres como você! ㅡ foi o que soldado disse.

Respirou fundo, saindo dali em passos curtos e silenciosos, ganhou o salão novamente. Passou por Scott e saiu do bordel.

A rua de ladrilhos era suja, algumas prostitutas tentavam recrutar os bêbados que passavam por ali. Observou a casa da frente, era feita de pedra e barro, havia rosas no jardim e alguns animais de criação. Sem dúvidas seu povo não tinha nenhum sofrimento, e as vezes se orgulhava de andar pelas ruas da capital.

Não demorou muito para Heather espiar a rua, e ao ver Stiles próximo do muro se aproximou. A loira contou tudo o que ouvira do soldado, que eles foram mandados para a fronteira, e iriam avançar para causar um atrito entre os dois governantes.

Cordialmente, Stiles agradeceu, dando a ela um pouco mais de dinheiro.



ㅡ Você é um rei! Deveria agir como tal! ㅡ Lydia esbravejou quando viu o amigo parado em frente seu quarto. O cheiro de bebida estava em sua roupa, e não precisa de muito para saber que o rapaz esteve se divertindo na cidade.

O moreno sorriu, o rosto de Lydia era lindo iluminado a luz das velas. E também adorava quando ela estava brava, suas bochechas ficavam tão rosadas quanto seus lábios, e suas mãos acabavam bagunçando um pouco seus cabelos avermelhados. Entretanto, o que mais chamava sua atenção eram os olhos castanhos.

Quantas vezes o rei tentou se aproximar da Martins, sempre era recusado. Não podia fazer muita coisa senão aceitar o não e esperar a próxima oportunidade para pedir a mão de Lydia em casamento, novamente.

ㅡ Não está curiosa para saber o que posso ter descoberto? ㅡ perguntou, levantando as sobrancelhas.

A mulher cruzou os braços, não parecia estar com muita paciência para ter que aguentar a embriaguez de Stiles. O xale que protegia seus ombros era escuro, assim como o longo vestido de um tecido acetinado. 

ㅡ Vamos a sala de estratégia ㅡ pediu, caminhando lado a lado com a ruiva.

O quarto de Lydia ficava a poucos metros da sala. Por ser uma chefe de guerra, cuidar das estratégias do reino era seu dever. Ela fazia um trabalho excelente, por isso foi a única com o poder de saber tudo sobre os exércitos particulares, para proteger o reino e seu rei de algum golpe. Stiles confiava sua vida a ela.

Entraram na sala. O lugar não tinha janelas, apenas uma mesa grande compunha a sala. Nas paredes, mapas e mais mapas. Sobre a mesa, mais mapas. Stiles costumava dizer que parecia um grande jogo de tabuleiro, pois havia algumas peças sobre pontos específicos. Pequenos soldados feito de chumbo, cada um representava cem homens.

Stiles analisou o mapa, a fronteira ficava no leste, onde o sol nascia. Mas os soldados de Norman estavam posicionados um pouco mais para o sul, nas montanhas do templo do Deus-Sol.

Segundo suas novas informações, os mesmos soldados iriam para a fronteira. Usou um bastão para empurrar os soldadinhos de chumbo para a fronteira no mapa. Lydia mostrou sua irritação e encarou Stiles.

ㅡ Quer parar de bagunçar meu mapa? ㅡ questionou irritada, segurando o seu xale com os braços cruzados. Era quase de manhã, apenas as lamparinas de querosene estavam acesas.

ㅡ Norman mandou os soldados para a fronteira de Lupus. Ele pretende causar uma tensão entre os dois reino até virar uma guerra ㅡ explicou, encarando o mapa.

Suas tropas foram enviadas para o sul na semana anterior, para conter alguns rebeldes que começaram a incomodar algumas aldeias. Estava praticamente sem defesas, se uma guerra começasse, iria depender apenas dos chefes de cidades e dos conselheiros.

ㅡ Isso é ridículo! Sem preparação estamos fadados a perder! ㅡ a mulher disse, espalmando as mãos na mesa, deixando o xale escorrer por suas costas.

ㅡ A derrota vai cair em cima de mim! ㅡ resmungou, o efeito do álcool estava passando, e raiva estava tomando o lugar da adrenalina.

Algumas batidas soaram pela sala. Lydia olhou para trás, surpresa. O conselheiro Finstock abriu a porta, ao seu lado havia dois guardas.

Existe uma razão para que exista apenas três conselheiros. Cada um representa a vontade de um dos deuses da trindade. A existência de um quarto, seria a profana representação de Atlas, o deus desleal que representa toda maldade dos homens. Finstock era o quarto, o advogado do diabo.

Para um rei, apenas a benevolência não traz vitórias, conquistas. Ele deve ser um equilíbrio entre o bem o mal, apesar de ninguém aceitar. Stiles dizia que só um diabo ata afugentar outro.

Finstock era o diabinho no ombro de Stiles.

ㅡ Está tarde, por que me chamou me aqui? ㅡ perguntou, fechando a porta.

Lydia alternou seu olhar para o recém chegado e o rei. Ela se negava a acreditar que o amigo estava pensando em escutar um homem que foi condenado a morte, enganou a rainha e liderava uma trupe circense de assassinos e saqueadores.

ㅡ Norman está aprontando! ㅡ apontou para o mapa.

O homem se aproximou da mesa, passando por Lydia. Observou. As tropas reais estavam longe, enquanto a de Norman indo para a fronteira, e o exército de Christoffer no norte.

ㅡ Ele vai iniciar uma guerra. A capital de Lupus fica perto da fronteira, eles chegam em menos de um dia. Perdemos a batalha, e Stiles sai como culpado de tudo! ㅡ Bob disse. ㅡ É o que eu faria!

Stiles franziu os lábios. Era o que ele havia imaginado.

ㅡ Ainda tem a aliança entre Lupus e Assie, com certeza Derek vai ter ajuda.

ㅡ Temos que acabar com isso antes que a ajuda deles chegue! ㅡ Lydia comentou. ㅡ Mas são três dias de viagem do sul até aqui, os soldados vão estar cansados, e deixar os rebeldes fazer o que bem entender vai nos trazer problemas mais tarde.

O rei ficou encarando o mapa. Tinha uma decisão a tomar.

ㅡ Vamos terminar com isso em dois dias. ㅡ Stiles disse. ㅡ Lydia, acho melhor se preparar para amanhã! Bob, precisamos conversar.



O sol raiou. Alguns camponeses já começavam a anunciar seus produtos nas ruas, o mercado aberto estava cheio e servos começavam as compras para o dia de seus patrões. Danny não estava nada confortável com o encontro que Stiles marcou com ele naquela manhã, perto da arena principal. Era uma região habitada por bandidos, que esperavam por um desavisado e o encurralava, levando tudo o que o pobre coitado tinha.

Scott estava do seu lado, apenas para garantir a proteção do chefe de cidade.

Não demorou para um camponês se aproximar, usava uma manta que cobria parte de seu rosto e sua cabeça, parecendo mais um estrangeiro. Não tiveram dúvidas que era Stiles. Quando o mais novo se aproximou, teve o cuidado de verificar se não tinha ninguém escutando a conversa.

O beco entre o muro da arena e uma hotelaria era estreito e terrivelmente sujo, o cheiro não era nada agradável. Apesar de tudo, era o lugar mais seguro para conversar sem preocupações.

ㅡ O que quer? Sabe que é perigoso. ㅡ Danny indagou.

Não parecia nada feliz. Stiles revirou os olhos, se pudesse estaria dentro de seu quarto, se divertindo com uma das empregadas.

ㅡ Preciso do seu exército!

A risada de Danny era alta. Scott pareceu um pouco mais apreensivo. O Stilinski continuou sério, precisava convencer o amigo a ceder o exercito, apesar de todos os riscos que correriam.

ㅡ Está brincando comigo? ㅡ perguntou, levantando as sobrancelhas. ㅡ Eu não posso deixar minha cidade desprotegida.

ㅡ Bom, vamos perder pra Lupus, Assie ataca o reino, sua cidade não vai aguentar.

ㅡ Isso é responsabilidade sua! ㅡ Danny retrucou, se virando para ir embora.

O jovem McCall parecia pensativo, segurou o ombro de Danny, o impedindo de ir embora. Sua opinião era respeitada pelo Maleahani. Stiles tentou não ficar ofendido por ter sido ignorado, enquanto sua mente trabalhava em alguma saída. 

ㅡ Tudo bem, te empresto vinte mil homens! ㅡ disse, se dando por vencido.

ㅡ Eu preciso de dois mil homens! Os melhores! ㅡ Stiles encarou o amigo, seus olhos eram severos, parecia ter anos de experiência.

Observou Danny suspirar e olhar para cima.

ㅡ Tudo bem! Essa tarde todos estarão prontos para servi-lo, meu rei! ㅡ a última parte da frase soou com ironia.

O tecido marrom escondeu o sorriso de Stiles.

ㅡ Não esqueça que eu ainda posso mandar decapitar você! ㅡ avisou, em um tom de brincadeira.

Danny assentiu com a cabeça, saindo do beco. Scott permaneceu ao lado de Stiles, parecia ter algo para falar. Esperou que Danny desaparecesse na rua nada movimentada.

Se virou para o rei.

ㅡ Theo disse que a guarda de Lupus está baixa, Derek não gosta das reunião com a corte, mas disse que viu ele deixando o palácio para caçar. Ele vai estar perto da fronteira. Vai ser uma resposta rápida. ㅡ contou.

Entregou um rolo de pergaminho para Stiles, que escondeu debaixo dos tecidos.

ㅡ O mapa da floresta de Lupus, quando passarem a fronteira vão precisar saber de onde podem pegar água.

ㅡ Não vamos cruzar a fronteira! ㅡ Stiles disse. ㅡ Obrigado, aqui está um pequeno agrado! ㅡ Jogou em direção a Scott um saco com cinquenta cem moedas de ouro.



Norman Winnfield podia ser um homem astuto, um pouco arrogante talvez, mas não estava preparado para o rei a qual servia agora. A fronteira era uma floresta de bambu que tinha próximo da última aldeia, governada sabiamente por Chris Argent. Após atravessar a floresta de bambu, estava oficialmente no reino de Lupus. Havia uma guarnição para impedir que soldados passassem.

Arietes não havia guardas, apenas a aldeia do Argent que era forte para impedir qualquer tipo de invasão. Chris ficou curioso quando soube que um acampamento militar estava sendo montado perigosamente perto da fronteira. Nem precisava ser inteligente para saber que tal ato foi visto como uma ameaça e o rei Derek já deveria ter sido avisado.

ㅡ O que diabos aquele garoto está fazendo? ㅡ Gerard Argent perguntou ao filho, enquanto lideravam suas tropas rumo ao acampamento.

Obviamente tudo estava sendo feito em nome de Stiles, Norman era inteligente o suficiente para tirar seu nome das ações, se tornou um servo tão obediente ao rei, que parecia outra pessoa. Chris não respondeu ao pai, conhecia Noah tempo o suficiente para saber que seu filho não faria aquela tolice.

ㅡ Como dizem: "Rei jovem se torna Cillian"!* ㅡ Gerard continuou.

O acampamento tinha tendas escuras, a baixa temperatura era insuportável ao anoitecer, por isso concluíram que a cor preta deixava o interior das tendas mais quente.

Os soldados se divertiam enquanto podiam, as bebidas estavam proibidas, mas mulheres, músicas e algumas apostas aconteciam. Norman estava sentando em uma mesa de madeira que foi construída as pressas, enquanto gargalhava com os soldados mais velhos. Ao ver tal cena, Chris Argent soube que Stiles poderia não fazer ideia do que estava acontecendo.

Chamou um de seus homens, o cavaleiro mais rápido, um homem baixo de cabelos castanhos.

ㅡ Vá até a capital o mais rápido possível e entregue essa mensagem ao rei! ㅡ entregou uma carta, sendo discreto para que Norman não notasse sua intenção.

O homem concordou, montando em seu cavalo.

ㅡ Uma carta? ㅡ Norman perguntou se aproximando, pegando os dois homens no flagra.

ㅡ Para minha irmã, Kate é uma das comandantes mais talentosas que conheço. Ela precisa estar aqui!

Desconfiado, o conselheiro se afastou. O Argent pediu que o mensageiro tomasse o dobro de cuidado.

ㅡ Derek Hale está do outro lado da fronteira! ㅡ Um homem gritou, cavalgando na direção do acampamento.

Um alarido começou, o exército estava ansioso para iniciar a batalha. Quanto mais cedo lutassem, mais cedo voltariam para suas famílias.

Recolheram suas lanças e escudos, bradando e batendo com espadas nos escudos. Os homens da aldeia Argent entraram no embalo.

ㅡ Temos que adiar o confronto! ㅡ Chris disse ao pai. ㅡ O máximo que pudermos.

Ao terminar sua frase, um barulho de marcha chamou sua atenção. Olhou para trás, subindo a colina estava o rei Stiles, montando em seu cavalo negro, ao seu lado estava Lydia, vestindo uma armadura. Seu batalhão não era o maior, contudo se perguntassem mais tarde, diriam que nunca viram homens com aquele olhar. Não iam para batalha esperando voltar para casa, estavam prontos para morrer se fosse preciso, e todos sabiam que a morte não escolhia os corajosos no campo de batalha.

O mensageiro estava fazendo parte da leva de soldados que escoltava a ruiva, era cinco no total e vestiam a armadura do palácio. Os cavalos eram fortes, rápidos e grandes, davam a impressão que poderiam pisotear um homem até a morte.

ㅡ O que ele está fazendo aqui? ㅡ Norman gritou, não conseguindo esconder sua raiva.

ㅡ Você o avisou? ㅡ Gerard se virou para o filho.

Chris sorriu.

ㅡ Acho que tenho o mensageiro mais rápido do mundo, então!

Ao chegar no acampamento, Stiles desceu de seu cavalo. Usava uma armadura prateada, sua espada era de dois gumes e não portava nenhum escudo ou elmo.

Ajudou a garota ruiva a descer de seu cavalo, e foram em direção ao grupo.

ㅡ Que merda você pensa que está fazendo? ㅡ Perguntou a Norman.

Nesse momento um barulho chamou a atenção, um dos cavaleiros de Chris havia caído do cavalo. Muitos começaram a rir, e uma garota de longos cabelos escuros se levantou.

Era Allison Argent, a única filha do chefe da aldeia. Se vestia com uma armadura de bronze, como a de seus companheiros. Stiles a reconheceu, e lançou um sorriso.

ㅡ Allison! ㅡ a voz de Gerard ao chamar pela neta soou assustadora.

A garota parecia estar mais focada em Stiles, seus olhos brilhavam em direção ao rei.

ㅡ Perdoe minha filha!

ㅡ Allison, quase não a reconheci! ㅡ Lydia interveio, ajudando a garota a se livrar da gola de ferro que parecia muito incômoda.

As duas eram amigas desde pequenas, viviam correndo pelo palácio durante os bailes. Não viveram uma vida muito distinta.

ㅡ Eu quero falar com Derek! ㅡ expressou seu desejo, Stiles não se preocupou com os olhares estranhos que recebeu.

Norman achou que seria mais fácil se o exército inimigo executasse seu rei, por isso foi o primeiro a concordar com aquela condição. Nenhuma escolta foi designada, apenas Lydia mandou alguns arqueiros para posições estratégicas.

Também fez uma linha de frente com os homens que pareciam fracos, deixando os maiores um pouco mais atrás.

Antes mesmo de fazer qualquer coisa naquele acampamento, Stiles se enfiou na floresta de bambu. Assim que pisou na floresta, os homens do outro lado se alertaram, flechas estavam em direção a sua cabeça e homens com espada aguardavam sua chegada.

Parou diante de um grupo de soldados, todos tinham o dobro de seu tamanho. Stiles observou ao seu redor, o acampamento inimigo ainda não estava totalmente montado, alguns homens bebiam cerveja, outros estavam afiando suas armas.

Tudo o que viu foi falta de preparo. Se houvesse um confronto, aquela batalha seria dele.

Um dos homens achou que seria uma boa ideia matar o rei. Apontou sua espada para Stiles, a ponta tocou seu queixo e a empurrou para frente. O rei foi mais rápido, a empurrando para o lado e agarrando o braço alheio, o formação a virar sua espada contra si. A forçou para frente, vendo a lâmina enterrar logo abaixo do pescoço do soldado insolente.

Em busca de vingar o amigo, outro tentou atacar, entretanto o golpe foi desferido com outra espada. Derek estava defendendo Stiles de seus soldados. Ele estava ciente que se Stiles morresse ali, seria o fim para Lupus.

ㅡ Quem deu ordem para atacar? ㅡ perguntou.

O rei de Lupus era moreno, seus olhos verdes destacavam em seu rosto. Sua pele era um pouco bronzeada, talvez por estar sempre caçando. Seu corpo era forte, os músculos de seus braços chamavam atenção por debaixo da malha escura da camisa que usava.

Não estava trajando nenhuma armadura, provavelmente tinha chegado recentemente, tirado de sua caça para ter que defender o reino.

ㅡ Levem ele para minha tenda! ㅡ ordenou, se dirigindo até uma das únicas tendas montadas.

Os dois homens agarraram o braço de Stiles, o guiando atrás de Derek.

O interior da cabana era grande, havia uma armadura pronta para ser montada sobre o chão. Um tecido vermelho forrava o capim, algumas espadas estavam dentro das bainhas, pedras preciosas as enfeitavam.

Derek suspirou, não parecia nada contente com a visita do rei.

ㅡ Você veio sozinho! Devo te parabenizar pela coragem? ㅡ Perguntou, se servindo de um copo de água.

Stiles engoliu em seco, não sabia que estava com sede até ver o líquido transparente e fresco no jarro. Se recompôs, puxando seu braço para se livrar de um guarda insistente.

ㅡ Vim propor um acordo de paz! ㅡ Foi direto, ganhando a atenção do Hale.

Com um sinal, mandou que os guardas que cuidavam de Stiles saírem. Sozinhos, pediu que Stiles continuasse a falar.

ㅡ Um acordo de paz através de um casamento!

Depois de um minuto em silêncio, Derek o encarou. Seus olhos eram frios, não havia emoção neles. Aquele tipo de olhar assustava Stiles, uma pessoa sem desejos e motivações era impossível de ser usada.

Torceu para que o plano de Finstock funcionasse, ou iria matar conselheiro caso voltasse vivo.

ㅡ Por que eu aceitaria isso? Poderia te matar agora mesmo. ㅡ deu de ombros, se levantando da cadeira onde esteve sentado.

Stiles não recuou, precisava mostrar ser tão forte quanto seu oponente.

ㅡ Se pudesse mesmo me matar, não teria impedido aquele guarda de enfiar a espada no meu pescoço. Mas você, Derek Hale, levantou sua espada contra seu soldado para não me deixar morrer! ㅡ provocou, levantando uma sobrancelha.

Percebeu um vestígio de raiva em Derek, ficou satisfeito em saber que havia causado uma reação nele. Era o que precisava para conseguir concluir seu plano.

ㅡ Vi que não tem muito soldados...

ㅡ Eu não preciso de um exército grande! ㅡ Interrompeu, tão sério que Derek ficou pensativo.

Um rei ir para a guerra sem um exército que se preze era suicídio, mas Stiles sabia e ainda sim estava ali, com menos de dez mil homens. Seu acampamento era organizado, os cavalos bem cuidados e os homens não pareciam ter medo de entrar em conflito.

Sentia que estava sendo subestimado. Por outro lado não estava pronto, parte de seus homens nem do exército eram. Não haviam se recuperado das guerras que travou contra os povos do norte, bárbaros.

ㅡ Um tratado de paz através de um casamento só pode ser entre membros da realeza, minhas duas irmãs são casadas e você não tem nenhuma parente. ㅡ Retrucou Derek, tentando fazer outro tipo de acordo.

ㅡ Isso não me importa. Eu quero que você, Derek Hale, Rei de Lupus, se case comigo! ㅡ Stiles avançou alguns passos, ficando muito próximo de Derek.

Seus rostos estavam a centímetros de distância, quase compartilhava o mesmo ar. O Hale ainda tentava entender o que havia escutado, um casamento entre dois homens nunca fora realizado antes.

ㅡ Não! ㅡ negou, empurrando Stiles para longe.

ㅡ Demorará dias para que as tropas de Assie cheguem. Até lá, terei invadido todo seu reino, pessoas morrerão por sua causa! Aceite esse casamento.

ㅡ Estou noivo de Jeniffer Blake!

ㅡ Se eu me importasse com isso, não estaria aqui! ㅡ Stiles respondeu, com um sorriso mordaz em seu rosto.

Não vendo outra alternativa, a não ser a guerra, Derek se socou o tronco que segurava a tenda.

ㅡ Eu aceito me casar com você, apenas pelo meu povo. Mas nunca, nem com uma espada no meu pescoço, estarei do seu lado! ㅡ bradou, olhando para Stiles com um ódio que poderia facilmente se tornar mortal. 

Em resposta, Stiles sorriu.


Notas Finais


* Rei jovem vira Cillian é uma expressão usada nesse reino. Antes de se tornar Arietes Collis, o reino era divido em dois, Cillian era um rei imaturo e mimado que acabou provocando uma guerra que não conseguiu ganhar. Daí surge essa expressão.

Bom foi isso, espero que tenham gostado!! Até ao próximo bjsss


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