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História DOLLHOUSE - Sprouseheart - Capítulo 19 - O Medo


Escrita por: Carms

Notas do Autor


Oiiii, penultimo capítulo!
espero que gostem

Capítulo 19 - Capítulo 19 - O Medo


Cole

Metade do meu coração estava de volta no meu peito. Amy estava comigo.

Eu passei tão pouco tempo com ela, como pude me apaixonar dessa forma?

Talvez Amy tenha a mesma magia de sua mãe, a responsável pela outra metade que falta.

Já fazia algumas semanas que a trazia para passeios dominicais ao lado de Travis e TJ, mas era sempre com a mesma alegria que a buscava.

“Obrigado, cara. Eu nunca te agradeci por ter montado esse teatro para eu conseguir ver minha filha” falei para Travis que sentava ao meu lado em um banco no parque.

“De nada. Isso serviu para eu criar vergonha na cara e passar um tempo com meu filho também” ele respondeu olhando em direção aonde os pequenos estavam.

Amy estava sentada na areia catando pedras – que a mãe dela não saiba – enquanto TJ brincava no playground com uns garotos mais velhos.

Lili ia me matar se descobrisse que nossa filhinha estava na areia de um local público, onde muito provavelmente cachorros faziam xixi e cocô. Mas eu cresci assim e estou muito saudável.

“Ela também vai me matar quando descobrir o que eu faço da vida” pensei alto. Tão alto que Travis escutou.

“Ih, ela não sabe no que você trabalha, não é?”

“Ela não faz ideia” comecei. Me virei para ele e perguntei “Sabe o que o idiota do pedófilo inventou para ela quando a deixou?”

“Não”

“Disse que não podia ficar com ela porque é um agente secreto da CIA” ri sem humor.

“Ela vai achar que você está fazendo o mesmo que ele fez” deduziu.

“Exatamente. Vai achar que estou inventando para abandoná-las”

“Mas você pode mudar de setor, sabe? Eu mesmo já fui agente secreto e mudei de setor pela minha esposa” fez uma pausa e se corrigiu “ex esposa”.

“Isso nunca tinha se passado pela minha cabeça, de verdade” fui sincero. Nunca me vi fazendo algo diferente do que faço agora.

“Então você pode continuar no mesmo setor e perder sua mulher e filha, ou mudar e ficar com tudo: emprego, família... não é uma escolha difícil”

Não pude responde-lo pois meu celular começou a tocar. Era Dylan.

“Cole, consegui o que me pediu. Lili agora oficialmente se chama Lili mesmo” ele nem disse alô, foi direto dando a informação.

Suspirei aliviado.

“Isso é ótimo! Agora matricula ela em alguma escola online. O ensino médio inteiro”

“Já vou, papai” brincou.

Quando desligamos a ligação, era impossível conter um enorme sorriso no rosto.

“Não sei como você ainda tem dúvidas do que fazer” Travis disse “Está na sua cara que você ama essa mulher”

“Você ouviu minha conversa? Seu ouvido é biônico?”

Ele riu e eu também.

“Sério cara, chega para ela e diz: vou mudar de setor e a gente vai poder ficar junto” aconselhou.

“Isso antes ou depois de contar onde eu trabalho?”

“Só conta para ela, cara!”

“Claro, vou chegar para ela, dar bom dia e dizer: à propósito, Lili, eu sou um agente de um esquadrão de elite da CIA, olha que legal!” ironizei.

“Então você vai mentir para ela a vida toda?”

“Não a vida toda, mas pelo menos até ela não ter nenhuma arma por perto para me matar”

Ele riu de minha resposta, mas não comentou mais nada.

Fomos almoçar e eu joguei fora a comida que a Lili fez e dei algo mais fresco a minha filha. Uma vez por semana comendo porcaria não podia fazer mal.

Ela se sujou toda, como sempre, então precisei trocar a roupa dela – não ousava dar banho pois tinha medo de mata-la afogada.

O resto do dia foi muito divertido e cheio de papapapapa por parte de minha filha, e cada vez que a ouvia me chamar eu sentia vontade de agarrá-la e não deixa-la ir embora.

Mas a hora chegou e precisava leva-la até a casa da mãe.

Travis foi junto comigo, já que ia deixar TJ na casa vizinha.

Como meu colega de passeio não falava com ninguém, apenas deixava o menino da porta e voltava – como o grande babaca que é -, após fazer isso ele veio comigo até a casa de Lili dizendo que esperaria do lado de fora da porta.

Eu toquei a campainha umas três vezes até que Lili abriu a porta.

Ela estava diferente. Com uma roupa diferente do que costumava usar. Um decote muito grande e uma saia curta. A visão era linda, mas eu não entendi a mudança.

Com Amy no colo, eu disse “Oi, Lili. Vim trazer a Amy”

Ela geralmente pegaria a menina sem dizer nada ou ao menos me olhar nos olhos, mas ela me olhou e o que eu vi em seus olhos era algo que não costumava ver nela: medo.

Eu ia lhe perguntar o que houve, mas ela colocou o dedo indicador nos lábios em sinal para que eu ficasse calado.

Então olhei para trás dela e parado, em pé, havia um homem. Mais alto que eu, louro e com pele bronzeada. Ele tinha uma arma na cintura e isso foi o suficiente para me alarmar.

“Quem é ele, Lili?” perguntei baixinho.

Antes que ela dissesse algo, meu colega e ex-vizinho o chamou pelo nome.

“Chad? O que faz aqui, cara?” ele parecia animado ao ver esse homem.

Chad se aproximou da porta e apertou o punho de Travis.

“Vim visitar minha mulher” ele falou.

Meu sangue ferveu.

Ele deve ter ficado irritado porque Lili não voltou para ele e veio pessoalmente busca-la.

“Nossa Lili, eu não sabia que estava namorando o Chad” Travis falou já desconfiado de que havia algo errado.

“Pois é” ela começou.

Por favor, Lili. Não confirme o que ele está falando.

Ela continuou “Já estou separada há um tempo e encontrei o Chad, ele me faz muito bem” ela disse.

Não. Eu não podia acreditar que ela estava com ele de verdade. Ela deve estar mentindo, certo?

“Oh, essa deve ser a pequena Amy” Chad falou vindo com a intenção de segurá-la. Eu me esquivei.

“Você não vai encostar na minha filha” falei rangendo os dentes.

Chad riu e olhou para Lili “Olha, amor, vai deixar ele agir assim, como se fosse o dono da Amy?”

Lili revirou os olhos e pude notar uma lágrima pronta para cair. Ela realmente estava com medo e queria que eu salvasse Amy, eu tenho certeza.

“É, ele é o pai e hoje é o dia dele, na verdade” Lili fala.

Pensou rápido.

“Que pena!” disse Chad “Então ele vai perder o dia dele” falou e mais rápido do que pude prever, puxou uma arma e apontou diretamente para Lili.

“Para que isso, Chad?” Travis interveio “baixa essa arma” pediu, fazendo sinal de calma com as mãos.

“Eu não vou te entregar minha filha” falei.

“Ouviu isso, Lili?” falou chegando ainda mais perto da minha mulher e a agarrando pela cintura com a mão livre “ele vai deixar eu estourar seus miolos, nem precisou pensar”

Lili fechou os olhos com uma expressão de dor e pude ver as lágrimas se derramando em seu rosto.

“Não. Você não vai encostar na minha filha e nem na minha mulher” vociferei.

“Encostar na sua mulher eu já encostei, na verdade. Bem profundo” ele me provocou “Mas ou você deixa a menina aqui ou eu atiro na cabeça da mãe dela e ela será a testemunha. Imagina o trauma”

Eu estava sem saída. Estava fazendo o máximo que podia para não chorar e mostrar fraqueza a ele, mas estava cada vez mais difícil.

“Entrega a menina para a mãe, Cole” Travis sugeriu “confie em mim” concluiu mais baixo para que só eu ouvisse.

Sentindo como se meu coração fosse arrancado do meu peito, entreguei minha filha nos braços de Lili, que desabou na mesma hora. Ela temia pela vida da filha e eu também. Mas eu não poderia revidar ali, se pegasse minha arma e entrasse em um conflito com Chad, elas poderiam ser mortas pelas minhas balas e eu nunca me perdoaria.

“Agora nós vamos entrar e vou contar alto até dez e só então você se vira e vai embora, ok?” ordenou Chad. Eu apenas concordei com a cabeça. Ele entrou em casa com elas e trancou a porta. Pude ouvi-lo contar até dez e então fui para meu carro e lá eu desabei.

“Ele vai matar elas, ele vai!” eu gemia.

“Não vai, a gente vai fazer um acordo com ele” Travis tentou me tranquilizar.

Eu não conseguia raciocinar, tudo o que eu queria era gritar e foi o que eu fiz. Não me importei em parecer um maluco para qualquer pessoa que passasse, eu só queria gritar. Colocar para fora essa angústia e sentimento de impotência dentro de mim.

Travis tomou a direção e me levou até a sede do FBI, eu não tenho permissão para entrar, então tive que ficar na recepção, aos prantos – diga-se de passagem – o esperando explicar a situação para seus superiores e do Chad.

Ele voltou com um sorriso no rosto “eles vão cercar a casa” me contou.

“Só isso? Cercar a casa? Não vão invadir para pegar as duas?” perguntei revoltado.

“Não podemos fazer isso” ouvi uma voz vindo de trás de Travis.

“E posso saber o por quê?”

“Porque a denúncia é que Chad Wilson está com uma arma em uma casa com uma mulher e uma bebê. Ele pode ter armas onde quiser, ele é um Federal, não há nada contra a lei aí. Só estou enviando uma equipe para cercar a casa porque a denúncia veio de outros dois agentes federais, mas invadir sem motivos é contra a lei” ele explicou.

“E qual seria um bom motivo para invadir?”

Eu sabia qual era o motivo primordial, mas queria ouvir da boca dele.

“Um disparo. Precisamos ouvir um disparo da arma” ele falou.

Eu avancei para cima dele mas não o agredi porque fui contido por Travis, mas ainda assim pude gritar “seu assassino! Vai esperar pelo menos uma delas morrer para fazer alguma coisa. Você é um assassino!”

Eu gritava e chorava ao mesmo tempo.

Nunca me senti tão impotente, nem quando meu pai falecera.

Travis conseguiu me tirar de lá e me levou, desta vez para a sede da CIA.

Lá, conseguimos ainda mais equipes para o cerco, mas ainda não poderíamos entrar.

“Podemos conseguir algum contato e fazer um acordo, vamos levar um especialista para falar com Chad” o Diretor falou.

Eles pelo menos foram mais sensíveis que o FBI. Mas ainda assim, era pouco.

Eu queria que alguém entrasse lá de alguma forma que não chamasse atenção e as salvasse, mas eu sabia que não eram assim que as coisas funcionavam.

Fui até minha antiga sala, que agora era ocupada pelo meu irmão. Deixei Travis resolvendo algumas coisas com a diretoria e fui me isolar um pouco para pensar.

Mas a sala não estava vazia. Um rosto muito conhecido, mas que não via há um bom tempo estava lá.

“Não posso te deixar só que você entra em enrascada” ele brincou.

“Keneti” corri e o abracei.

Eu nunca tinha feito isso, mas talvez tenha aprendido agora que a vida é muito rara e precisava aproveitar enquanto estava aqui.

“Eu também estou aqui” disse meu irmão, então eu fui em sua direção e o abracei também.

“Que saudade, cara!” eu disse.

“Mas você falou comigo hoje de manhã” estranhou.

“Também vi a Lili pela manhã e talvez não a veja nunca mais” desabei em chorar de novo.

“Ok” KJ começou “Eu tomei a liberdade de inscrever ela e os filhos no PPT (Programa de Proteção à Testemunhas)”

“E por que?” eu quis saber.

“Porque se vamos resgatá-las com vida – e nós vamos, eu prometo – ele não vai ser preso, ele é policial, nada vai acontecer com o Chad, e ele pode ir atrás deles, entende?” KJ explicou.

Entendi. Nossa vida seria um inferno.

Sim, a nossa. Porque eu decidi nunca mais ficar longe delas. Se Lili ainda me quiser, é claro.

Resolvi aceitar sem pestanejar.

Logo, nós três fomos nos vestir com nossos coletes a prova de balas e buscar nossas armas de curto e longo alcance. Participaríamos desse cerco e eu só saio de lá com minhas preciosidades. Travis também se juntou a nós.

Eu sei que eles não me queriam lá, mas sabiam que não adiantava reclamar.

O cerco demorou. Foram sete dias. Estava em todos os noticiários, mas ninguém sabia quem era o homem que fizera uma mulher e uma bebê de refém por tanto tempo, o FBI quis prezar pela imagem deles. Que ódio!

Tentaram negociar, mas ele nem atendia os chamados. Esse homem só queria a Lili e nada mais.

Então a porta da frente se abriu. Dona Sue, que eu não sabia que estava na casa, saiu com meu pacotinho no colo. Fiquei tão emocionado. Só esperei ela chegar perto o suficiente para correr e agarrar minha garotinha.

Chorei em seu ombro como se eu fosse o bebê, não ela.

“papapapapa” ela dizia inocentemente.

Mas eu levantei a cabeça e olhei ao redor.

“Cadê a Lili?” perguntei a dona Sue.

Ela fez um não com a cabeça e eu quis chorar de novo.

Onde está minha mulher?

“Por que não entramos?” eu questionei ao general responsável.

“Precisamos de um tiro” disse apenas.

E então o tiro veio.

 “Só tememos por nós mesmos ou por aqueles que amamos. Homem que nada teme, é homem que nada ama” Pitty


Notas Finais


ELES VÃO INVADIRRRRRR
Será que é tarde demais???? o ultimo capitulo tem muitaaaa coisa


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