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História Dominadores. - Last Hope.


Escrita por: GessicaFrazo

Notas do Autor


Voltei<3
Gente, eu sei que demorei pra caralho e tal, mas foi porque esse cap me deu muito trabalho. Vocês não tem ideia. Foi o maior que já escrevi até agora, só para tentar compensar vocês por a espera. Como eu não sou um ser humano tão ruim, esse cap vai ter de tudo um pouco. Espero que gostem.
Sim... Quero dedicar esse cap a ibeliveinyou que disse que está fazendo aniversário amanhã. Toda felicidade do mundo minha linda!

Capítulo 18 - Last Hope.


Fanfic / Fanfiction Dominadores. - Last Hope.

            Chicago-Justin Bieber.

Revirei-me na cama e senti minha mão tocando em algo, o que me fez despertar imediatamente. Olhei para o lado e levei um susto ao notar Selena dormindo ali.

Seus cabelos estavam caídos sobre o rosto e ela parecia tão serena. Afastei a mecha que me impedia de admirar sua beleza e coloquei atrás da orelha. Seu cheiro impregnado nos lençóis me trouxe recordações de toda a desenvoltura que ela teve sobre essa cama. Eu até gostava do jeito tímido de Selena, justamente por ser diferente das mulheres que já conheci, mas aquela Selena ousada também me agradou e muito. Nem parecia ser ela.

Foi quando a vi se mexer que despertei desses pensamentos e deixei a cama, tomando cuidado para não acordá-la. Apanhei minhas roupas do chão e as vesti rapidamente, para logo em seguida ir até o banheiro. Lavei o rosto e encarei meu reflexo no espelho acima da pia.  

Eu nunca tinha dormido com ninguém antes, pois odiava esse tipo de intimidade. Eu só queria sexo e nada além disso, mas não foi o que aconteceu. Selena parecia estar embaralhando a minha cabeça e já estava começando a me preocupar com isso.

Ouvi o alguém bater na porta e saí do banheiro para atender, estranhando sobre quem poderia ser às cinco e meia da manhã. Peguei minha arma que havia escondido na gaveta da cômoda e a escondi em baixo da camisa antes de abrir a porta.

—bom dia! —Me deparei com a loirinha irritante do bar, que abriu um sorriso largo depois de me cumprimentar.

—O que você quer? – Disse, seco e ela pareceu frustrada com isso. Eu geralmente não acordava de bom humor.

—O mecânico já está lá em baixo esperando vocês. —Seu olhar percorreu o quarto até parar em Selena, que ainda dormia de bruços com o lençol cobrindo as nádegas e metade da coxa.

Vi a testa da garota a minha frente franzi levemente e depois me olhar com cara de interrogação. Quando eu tinha descido para jantar, Chelsea havia me feito muitas perguntas e entre elas, insistia em saber qual era a minha relação com Selena. Nós não tínhamos relação alguma. De onde ela tinha tirado isso?

—Diga a ele que já estou descendo. —Falei, fechando a porta e a senti ser empurrada de volta. — Mas alguma coisa? —Já falei com o dobro de impaciência, mas ela não se importou.

—Agora entendi porque você me deu um fora ontem. — Chelsea deu um sorriso irônico. —A noite foi boa, emh!

—Você nem imagina o quanto. — Disse no Mesmo tom de ironia que ela e quando percebi que iria abrindo a boca para protestar, eu bati a porta em sua cara.

Porra de garota oferecida! Fica se fingindo de santinha encubada pro papai, mas não pode ver um macho que já se joga. Odiava esse tipinho!

Fui até a cama e me sentei na borda para calçar meu tênis. Iria resolver o problema do carro e depois voltaria para acordar Selena, mas ela abriu os olhos no momento exato em que eu estava me levantando.

—Oi! —Ela disse, para logo em seguida dar um sorriso tímido.

Sentou-se encostada a cabeceira, tomando todo cuidado para que o lençol que segurava a frente dos seios não caísse. Percebi que meu olhar estava a deixando sem graça, tanto é que ela desviou os olhos para um ponto qualquer do quarto, com as bochechas vermelhas.  

—Para onde você vai? —Perguntou, colocando uma mecha do seu cabelo atrás da orelha para disfarçar a vergonha.

—Irei encontrar o mecânico e depois venho te buscar para irmos embora. —foi o que eu disse, me encaminhando para a porta.

—Espera! — Parei antes de girar a maçaneta e olhei para trás, esperando para ouvir o que ela tinha a dizer. — Eu vou com você.

—Vai nada. —Falei, a vendo saltar da cama e colocar as peças intimas. — Oficina não é lugar para mulher.

—Vou sim. —Teimosa, ela terminou de vestir aquele negócio que parecia um maiô e logo em seguida foi a vez da saia. — Não quero ficar mais um minuto nessa pocilga.

—Você não sabe o que é um "não"? —Bufei a vendo correr com seus pertences até mim.

—Não. — Respondeu com o seu jeito malcriado que muitas vezes me deixava com uma vontade louca de lhe dá umas tapas. — Agora podemos ir. —Continuou.

—Mas que porra de garota teimosa! — Vencido, revirei os olhos e fechei a porta depois que deixamos o quarto.

(...)

Escorado na lateral do carro, eu analisava o trabalho do mecânico que estava deitado em baixo do mesmo.  

—Ainda vai demorar muito? —Selena saiu do veículo, desobedecendo outra ordem minha e chamando a atenção de um cara que esperava sua vez de ser atendido. Não sei como ainda não matei essa garota.

—Já está acabando. —Respondi a mesma pergunta pela milésima vez, já com vontade de esfolar ela.

—Você falou a mesma coisa há quinze minutos. —Selena parou de braços cruzados a minha frente, fazendo birra. — Eu estou com fome e preciso de um banho decente. Eu quero ir para casa. — Revirei os olhos assim que ela se calou.

Selena parecia uma criança quando seus pedidos não eram atendidos. Eu também estava querendo tudo isso, mas não ficava enchendo o saco e fazendo birra.

Percebi que o engraçadinho em baixo do meu carro estava olhando para as pernas da Selena e tive que segurar a vontade de arrancar os olhos dele.

—Vai comprar uma água para a gente lá no bar. —Pedi a Selena, que resmungou e depois saiu se rebolando. Será que era impressão minha ou a mini-saia que ela usava tinha encolhido de uma hora para outra?

Coloquei um dos pés sobre a barriga do mecânico quando percebi que ele estava olhando para o mesmo que eu, e pisei com mais força até ouvi-lo gemer de dor.  

—Melhor você cuidar só do seu serviço, caso contrário, não viverá para comemorar o próximo aniversário da sua esposa. —Falei no meu tom habitual de ameaça e ele pareceu ter entendido o recado. — E você também, seu mané! —Fuzilei o homem que estava sentado no capô de seu carro e ele levantou as mãos em redenção.

—Calma amigo! Se não quer que ninguém olhe para a sua garota é melhor a proibir de usar uma saia dessas. É difícil não olhar para aquelas pernas perfeitas. — Ele falou, cheio de deboche.

Travei o maxilar, me preparando para ir dar uma liçãozinha no babaca, quando ouvi Selena me gritar da porta do bar.

—JUSTIN!—Ela chamou uma vez, depois outra e mais outra, até que eu virei em sua direção morto de raiva. —AQUI SÓ TEM ÁGUA COM GÁS. VOCÊ QUER MESMO ASSIM?

—Anda logo com essa porra aí! —Disse para o mecânico, enquanto puxava a respiração. —Agora sou eu que preciso sair daqui com urgência.

—JUSTIN! E ÁGUA? —Selena gritou, fazendo uma veia saltar na minha testa.

—trás qualquer coisa, caralho! —Gritei de volta e ela primeiro me olhou com espanto, depois mostrou a língua antes de voltar a entrar no bar.

(...)

  Point of View Selena Gomez.

Chegamos em Chicago por volta das nove horas da manhã. O mecânico demorou mais que o previsto para resolver o problema do carro e vi a hora de Justin socá-lo a qualquer momento.  

Viemos o caminho todo discutindo, tudo porque ele não queria que eu ficasse falando o seu nome verdadeiro. Como eu iria adivinhar se ele nunca tinha falado nada? Merda! Eu sempre fazia tudo errado. Fui o chatear Logo quando estava tentando de tudo para manter o clima suave entre nós. Percebi que lidar com o Justin seria mais complicado do que eu imaginava.

Pensei em pedir desculpas para ver se a cara feia dele melhorava, mas seu celular começou a tocar, atrapalhando tudo.

—O que porra é? —Olhei de soslaio para Justin, pensando como era que uma pessoa podia falar tanto palavrão assim. —E vocês estão aqui? Acho que posso dar uma passadinha sim. Okay. — Ele desligou o telefone e o guardou no bolso.

—Quem está aqui? —O Questionei.

—isso não é da sua conta. — Falou, me fazendo revirar os olhos. Grosso, como sempre. —Desce! Eu vou sair agora.

Ele parou o carro em frente ao portão da minha casa.

—Mas sem tomar um banho? — Arqueei a sobrancelha.

—Eu tomo por lá.

—Lá aonde?— Insisti, muito desconfiada.

—Já disse que isso não te interessa. —Sua resposta me deixou de cara feia.

—Mas é da conta do meu pai. Ele vai perguntar o que você foi fazer em horário de serviço. —Dei um sorriso debochado, convencida de que tinha o pegado agora.

—Invente uma desculpa qualquer.

—Que desculpa? — Cruzei os braços, esperando ele responder.

—Sei lá. Diz que você quebrou o meu pau ontem à noite e tive que ir no hospital para concertar. — Ele disse rindo.

Minha boca se abriu e o rosto queimou de tanta vergonha. Até que estava demorando para ele começar com suas gracinhas.  

—Justin, seu grande babaca! —lhe dei uma tapinha no ombro, enquanto ele ria do meu constrangimento. — Você é um imoral!

—E você adora que eu sei! —Ele piscou o olho e em seguida meu rosto foi puxado ao seu encontro. O nariz dele roçou no meu, enquanto nossos olhares estavam presos. — Eu volto logo. — Disse, para depois mordiscar meu lábio inferior e nos beijamos.

Eu me entreguei, sem hesitar e sem ligar para as suas mudanças de humor repentinas. O nosso beijo começou a ficar quente e ele se afastou quando percebeu isso.

—Vamos parando por aqui se não eu vou acabar de comendo nesse carro. —Seu olhar passeou pelo meu corpo, como se estivesse lutando para se segurar. — E por mais que eu já esteja de pau duro, não posso fazer isso. Tenho um compromisso. Agora para de me olhar desse jeito e sai daqui!

—Tarado! — Falei rindo. Peguei minha bolsa e abri a porta do carro, estando pronta para sair.

—Espera! — Ele estendeu o braço até mim, com o meu celular na palma de sua mão. —Pega isso que eu já não aguento essa Demi te mando mensagem. Coisa chata!

—Evitaria isso se não tivesse ficado com ele. —Franzi o cenho, peguei o aparelho e fechei a porta.

Passei pelos seguranças, enquanto mexia em meu celular. Demi tinha deixado vinte e cinco mensagens, perguntando se estava tudo bem comigo. Tinha esquecido que ela ouviu um pouco da minha discussão com o Justin naquele dia. Deveria estar querendo saber o que aconteceu para eu não ter falado mais. Sua última mensagem dizia “se você não me der sinal de vida eu vou chamar a polícia.” Eu ri disso e respondi que mais tarde ligava para ela. Essa louca era bem capaz de fazer algo assim mesmo. Vi que Erick tinha me ligado também, mas achei melhor não retornar. Depois da ameaça de Justin, eu fiquei com certo medo do que poderia acontecer com ele.

Quando dei por mim já estava abrindo a porta e tomei um susto ao ver o loiro de cabelos bagunçados sentado no sofá da sala no maior papo com o meu pai e minha tia.  

—E olha só quem chegou! —Tia Kelly apontou para mim, fazendo com que os dois me olhassem imediatamente. —Estávamos justamente falando de você, Selena.

—Oi! —Cumprimentei a todos, me aproximando timidamente deles e fui encarada por meu pai, que estranhamente não parecia irritado com minha demora. —O que faz aqui? —Perguntei a Erick.

—Vim fazer uma visita e o seu pai estava justamente me parabenizando pelo nosso “namoro". —Ele respondeu, dando ênfase a ultima palavra, com a maior cara de interrogação.

Caralho! Me ferrei agora.

—Vocês formam um belo casal! — Ouvi tia Kelly falar, mas estava muito ocupada procurando um buraco para enfiar a minha cabeça. Erick deve estar me achando maluca e mentirosa. —Quando pretendia contar a novidade para mim?

—É, Selena. —Erick deu um meio sorriso, enquanto me fitava. —Quando é que você pretendia contar?

 Eu fechava e abria a boca, tentando achar alguma coisa para dizer. Não pensei em porra nenhuma! Eu estava decididamente em uma sinuca de bico. Não sabia o que Erick estava achando disso e se ele abrisse a boca meu pai ficaria puto.

—Selena, sente-se e nos conte como foi a viagem. —Papai falou, fazendo sinal para que eu tomasse o lugar ao lado de Erick.

—Ah... Foi muito cansativa pai. Eu estou morta e precisando de um banho. Vou subir... —Falei, me dirigindo até as escadas.

—Vai deixar o seu namorado aqui? — Tia Kelly falou.

—Tudo bem. Eu espero. —Erick estava com os olhos grudados em mim.

—Espera?—Arqueei a sobrancelha.

—Claro. Tenho algo para falar com você, mas prometo ser breve. Não quero atrapalhar o seu descanso da viagem.

Merda! Merda! Merda e merda!

Forcei um sorriso para ele e corri até o meu quarto. Joguei a bolsa sobre a cama, tirei a roupa e invadi o banheiro, tomando o banho mais rápido de toda a minha existência. Teria que voltar logo e dispensar Erick antes que o psicopata do Justin voltasse. Não queria nem pensar no que ele faria se desse de cara com o Erick aqui em casa.         

Coloquei a primeira roupa que vi pela frente, embolei o cabelo em uma espécie de coque maluco e voltei para a sala onde Erick ainda me esperava junto aos outros. Eu o arrastei até uma parte mais discreta do jardim para termos mais privacidade e já fui começando a falar sem parar.

—Eu sinto muito! Eu tive que falar para o meu pai que a gente estava namorando para que ele me deixasse viajar e parasse de encher o saco. Desculpa mesmo. —Parei de falar quando o ouvi rir de uma forma doce para mim.

—Calma! Está tudo bem. Eu não me importo. —Ele tinha um brilho no olhar que me fez corar um pouco.

—Obrigada! —Falei, desviando de seus olhos verdes e olhando vez ou outra para o portão, tentando esconder minha aflição. —O que veio fazer aqui? Sem querer ser grossa.

—Vim te ver. —Ele disse e o encarei. — Tínhamos um jantar para combinar, só que você não atendia a meus telefones, então resolvi vir até aqui. Se você quer me dá um fora tem que ser pessoalmente. —Brincou.

—Desculpa! Eu esqueci completamente. —Cocei atrás da cabeça com a maior cara de pateta. Não fazia ideia de como falar para ele que a gente não podia se ver mais graças a um maníaco que achava que era o meu dono. —Você é um cara muito legal Erick e... —Não tive tempo de terminar, pois ele me calou com um beijo.

Eu não sabia o que fazer. Meu cérebro parecia ter travado enquanto decidia se correspondia ou se o afastava. Não podia negar que Erick me deixava balançada. Ele era o tipo de cara que se encaixava nos meus padrões de namorado perfeito. Nós tínhamos tudo para dar certo, mas eu não conseguia deixar de pensar em Justin. Foi quando senti os braços de Erick enroscando em minha cintura que ganhei força para nos afastar com delicadeza.  

—Nossa! —Falei, sentindo falta de ar. —Não sei o que dizer. — Ele riu da minha reação.

—Não diga nada. Só esteja pronta amanhã as oito para o nosso jantar. — Tentei abrir a boca para protestar e dizer que não iria poder ir, mas ele colocou a mão sobre meus lábios. —Não aceito um não como resposta. Eu irei vir te buscar as oito em ponto. Não se atrase. —Recebi um selinho rápido depois que ele tirou a mão da minha boca. —Agora vou indo. Sei que você está querendo descansar da viagem. Tchau e até amanhã!

Fiquei boquiaberta, vendo Erick ir e tentando imaginar como sairia dessa agora.

Point of View Justin Bieber.

—Ainda não entendi o que vocês manés estão fazendo aqui em Chicago. —Passei o olhar pelos rostos de Chaz, Khalil e Ryan, que estavam sentados nas poltronas a minha frente. —Vocês não fizeram nenhuma merda, não é? —Arqueei a sobrancelha, meio desconfiado.

—Caralho, Justin! —Chaz bufou, virando toda a vodka de seu copo de uma só vez na boca. Ele fez uma careta e prosseguiu. — Já falamos que viemos conhecer a boate do Ryan.

— É JB. Nós só viemos dá prejuízo no negócio dele. Deixa de ser desconfiado! —Khalil deu de ombros, tragando o seu cigarro e com um copo cheio na outra mão.

—Vão tomar no cu! — Ryan mostrou o dedo para eles. —Tomara que se engasgue com essa maconha.

—Certo. —Relaxei os ombros, dando o primeiro gole na minha bebida.

Nós estávamos no escritório da boate, acertando alguns detalhes do trabalho já que faltavam apenas duas semanas para o dia da festa que o senador daria. O Tempo estava passando rápido. Rápido até demais.

—Larga a porra desse celular, Chaz! —Despertei ao ouvir mais uma das briguinhas de Khalil e Chaz. —Esse moleque vive jogando e esquece do mundo. Não é atoa que está sem comer ninguém. —Khalil gargalhou.

—Vai pensando. —Chaz falou com deboche. —Saí com mais mulheres que você essa semana.

—Aquelas coisas eram mulheres? Pensei que fossem travecos. —Dessa vez, até Ryan e eu rimos.

—Mulher feia e jumento, só quem quer é o dono. Eu tô fora! Só pego coisa do nível Gisele Bündchen. —Ele se engrandeceu e rimos ainda mais. —há, há, há! Sorria disso aqui, Justin. — Chaz entregou o seu celular para mim. —Olha o que o Khalil fez com o pobre do Brutus.

Só faltou sair raios dos meus olhos quando vi a foto do meu pit Bull usando uma daquelas roupas de bailarina e com lacinho rosa no pescoço.  

—Mas que merda é essa?! —Aumentei o tom de voz, os fuzilando. —Vocês estão aboiolando o meu cachorro? — Me levantei com vontade de socar a cara dos dois.

—Calminha, Justin! — Chaz como não era bobo, saltou da poltrona e se escondeu atrás da mesma. —Se quiser matar alguém, que seja o Khalil. Foi ele que colocou sonífero na água do brutos e vestiu essa roupa.

—Foi uma brincadeira JB. — Khalil não parava de rir. — Só para descontrair um pouco.

—ah, é? Chaz! — Encarei o mesmo. —Vai na primeira loja que você encontrar e trás uma lingerie pra esse filho da puta usar.

—Quê? Tá doido! —Ele ficou tenso quando viu que eu não estava brincando. —Não vou fazer isso não.

—vai sim. Quem mandou tirar onda do meu cachorro? —Dei um sorriso perverso. — Agora eu vou te ensinar como é que se tira sarro da cara de alguém.

—Se fodeu, Khalil! —Ryan deu duas batidinhas nas costas dele.

Point of view Selena Gomez.

Já era noite e nada do Justin chegar. Eu estava ficando maluca só de pensar que ele poderia estar com alguma vadia por aí. Conheci o barulho do carro dele e saltei da cama até a janela para verificar. Ele colocou o carro na garagem e andou até a porta da casa, mexendo no celular.

Corri até a sala escura e não o encontrei por lá, foi aí que notei que a luz da cozinha estava acesa. Andei até lá na ponta dos pés, tomando cuidado para que ele não me notasse e o vi escorado a porta da geladeira, de costas para mim. Estava rindo de algo que olhava no celular, muito entretido por sinal.

—Você passou o resto do dia fora. —Falei, tentando esconder o quão incomodada estava e ele virou o rosto em minha direção.

—Agora você quer controlar os meus passos é? —O ouvi sorri pelo nariz e depois voltar a olhar para a tela do celular.

—Não é isso. —Falei me sentindo idiota. O que eu tinha na cabeça? Ele não me devia satisfações. —Meu pai perguntou por onde você andava. Ele está zangado com o seu sumiço.

—Estou pouco me lixando para o seu pai! —Respondeu, seco e frio. Como sempre, né?

Puta que pariu! Por que esse garoto estava me tratando tão friamente? Eu ali morrendo, esperando ansiosa por ele e o cara fica me dando patada.  

Percorri todo o seu corpo com os olhos, sentindo a necessidade em mim aumentar. Nunca imaginei que um dia seria escreva do prazer.  Achava que essa conversa de “a carne é fraca" era apenas desculpa de gente doente. Mas agora sentia na pele o que era aquilo. Eu precisava sentir o calor do seu corpo junto ao meu. Necessitava tê-lo.

Quando dei por mim já estava abraçando Justin por trás, passando a mão por baixo de sua camisa. Percebi quando o seu corpo másculo se enrijeceu com o meu toque.   

—O que você acha que está fazendo? —Ele me questionou com a voz rouca. 

—Te abraçando. —Disse, me fazendo de inocente.

—Isso eu estou vendo.

—Justin... Eu quero. —Sussurrei baixinho ao pé do seu ouvido, toda manhosa, fazendo com que os pelos do corpo dele se arrepiassem.

Finalmente eu estava aprendendo a jogar com o Justin.

—Você quer é? —Ele soltou uma risadinha safada e virou- se para mim.

Mordi o lábio inferior, afirmando com a cabeça e reprimindo o sorriso sapeca que queria escapar ao ver seus olhos arderem de desejo.  

—Claro que você quer. — Ele deu um meio sorriso. — Safada!

Fui puxada ao encontro de seu corpo e em seguida beijada com extrema possessão. Seu beijo tinha uma mistura de menta e vodka, mas era tão bom. Resolvi afastá-lo quando senti sua mão apertando a minha bunda.

—Aqui não. —Falei entre seus beijos. —Hoje todos estão em casa. — Completei saindo de seus braços fortes, que quase não me largavam. - vem!

—No meu quarto ou no seu? —Justin perguntou enquanto eu o arrastava para fora da cozinha.

—Nenhum dos dois. —lhe dei um sorriso sugestivo quando chegamos a porta do escritório do meu pai e eu a abri. —O que acha disso?

—Vai dá pra mim aqui no escritório do seu pai? —Ele percorreu toda a sala e um sorriso se formou em seu rosto sedutor. —Onde ele está?

Andei até a mesa e me sentei sobre a mesma, dando uma cruzada de pernas matadora.  

—Ele e o Jorge estavam trabalhando aqui até pouco tempo atrás, mas já foram dormir, pois segundo ele, amanhã terão um dia longo. —Enquanto eu falava, Justin caminhava em minha direção parecendo um animal selvagem.

—Você está ficando saliente emh! —Ele apertou minhas coxas, as afastando para ficar entre minhas pernas. —Gosto disso!

—Gosta?—O abracei com as pernas e depois puxei seu rosto ao encontro do meu, dando início a mais um beijo ardente.

Adorava a forma como ele apertava minhas coxas e chupava o meu pescoço. Eu soltava um som excitado, puxando o seu cabelo com força. Doendo ou não, ele não parecia se importar.  

Me surpreendi quando ele puxou a parte de cima do baby-doll, forçando meus braços a se erguerem para que a peça fosse retirada. Ele parou, encarando os meus seios com uma perversão que me fez cobri-los com as mãos, sentindo um pouco de constrangimento.   

—Pare com isso, Sel. — Falou, afastando minhas mãos. —Não atrapalhe a minha visão. — Continuou mordendo o lábio.

—Você me deixa sem jeito quando me olha assim. —Eu estava vermelha e ele riu levemente disso.

—A culpa é sua por ser gostosa!

Meu seio direito foi agarrado e em seguida levado até a sua boca. Joguei a cabeça para trás, me deliciando com a forma tentadora que sua língua provocava o meu mamilo rígido com o prazer.  

Desci a mãos até a braguilha de sua calça e consegui abrir o zíper com facilidade. Ele se afastou descendo o jeans junto com a cueca até os joelhos e depois me olhou, notando o quão maravilhada eu estava. As veias grossas em sua ereção pulsante me deixava molhada só em olhar. Era simplesmente lindo!

—Se continuar me olhando com essa cara de safada eu vou acabar gozando antes mesmo de começar. —Ele disse, me fazendo dar uma risadinha. —Tira esse shortinho pra mim vai!

Ao ouvir sua ordem, fiquei em pé sobre a mesa e comecei a rebolar, fazendo um suspense enquanto abaixava o short de vagar.

—Coisa linda! —Justin se estimulava olhando para mim. — Agora desci daí logo que eu não aguento mais ficar só olhando.

Ele abraçou minhas pernas, distribuindo beijos do joelho até chegar a minha intimidade protegida pela calcinha pequena. Agarrei seu cabelo de vez, soltando um gemido abafado, quando o senti me chupar bem naquela área. Eu puxava sua cabeça para mais perto, adorando a forma como sua língua traiçoeira me provocava.

—Preciso de você... —Falei com voz falha. — dentro de mim.

—Acho que posso resolver isso. —Ele disse com o rosto erguido em minha direção, enquanto descia minha calcinha.

Antes que eu pudesse processar, ele puxou meu braço, forçando-me a me sentar e logo depois afastou todos os papéis que estavam sobre a mesa, fazendo com que tudo se espalhasse pelo chão.  

—Você é um bagunceiro! —Falei, passando a ponta dos pés em seu peito ainda coberto por a camisa branca. —Por que ainda está vestido?

—Porque eu quero. —Respondeu todo marrento e me olhando de um jeito sexy.

—Eu estou completamente nua. Isso não é justo! —Fiz biquinho.

—E quem disse que a vida é justa? — Deu um sorriso de lado.

Com apenas um empurrão, ele me deitou sobre a mesa, abrindo minhas pernas e se colocando no meio delas. Senti a cabecinha roçando em meu clitóris, enquanto eu estava ali, cada vez mais ansiosa.  

—Vai começar com isso de novo? —Ergui o corpo, tentando me levantar e fui forçada a voltar para onde estava.

—Eu mandei você levantar? Não. Não mandei. —Seu jeito autoritário estava me matando de tesão. —Fica quietinha aí e deixa o resto comigo.

Fechei os olhos quando seu membro se encaminhou para dentro de mim e logo depois meu corpo foi puxado de encontro a uma estocada forte. Gemi alto. Alto mesmo.  

—shhh! —Ele pediu silêncio. —Melhor se controlar se não quiser que o seu papaizinho entre aqui e me veja comendo a filha dele. —Um sorriso malicioso se formou em seu rosto, enquanto ele colocava minha perna direita sobre seu ombro. —Até que seria uma cena impagável!

—Você não presta! —O fuzilei com o olhar e recebi outra estocada forte em resposta. Soltar outro gemido foi inevitável.

—E você presta? —Disse com a expressão divertida, se movimentando cada vez mais rápido. —Ah, não me venha com essa, Selena. O perigo te excita tanto quanto eu. Essa adrenalina de poder ser pega a qualquer momento te deixa cada vez mais molhada. Eu posso sentir.

Sim. Ele tinha razão. Isso me deixava louca. Eu gostava do jeito cafajeste de Justin. Seus olhos estavam presos aos meus enquanto desfrutávamos do prazer juntos. Me esforcei ao máximo para controlar o volume dos meus gemidos e eles chegavam a ser quase imperceptíveis. Já Justin, conseguia ser durão até nessas horas. Ele arfava, mordendo os lábios com tanta força que com certeza estariam feridos.  

—Caralho! Parece que você fica cada vez mais apertada. Nunca vi uma buceta mágica dessas. — Comecei a rir um pouco envergonhada com o seu comentário desnecessário, mas confesso que me senti a tal. Isso significava que eu era diferente das garotas com quem ele já transou. — vem cá, Sel! — Continuou, me tirando da mesa e virando de costas para ele. — Encosta a cabeça aí na mesa e segura firme na borda.

—Por quê? —Fiquei um pouquinho receosa com sua ordem e recebi um tapa estalado na bunda.

—Ai! —Quase choraminguei, pois foi forte.

—Eu nem comecei e Você já está dizendo aí? —Ele falou cheio de sarcasmo. —Obedeça!

Fiz o que ele mandou, deitando o rosto e a barriga sobre a mesa e logo senti seu pau dentro de mim novamente.  

—Já ouviu a expressão "fuder como um animal?" — Ele me questionou e balancei a cabeça, negando. Ouvi sua risadinha maléfica que fez todos os meus pelos se arrepiarem só de pensar no que estaria por vir. — Vou te mostrar agora.

Foi tão de repente que nem tive tempo de me preparar para aquilo. Justin colocou uma das mãos na curva de minha cintura e a outro sobre o meu ombro, começando a fazer movimentos de vai e vem. No começo não parecia nada demais, mas depois foi ficando cada vez mais rápido. O som de seu corpo se chocando contra o meu era extremamente delirante e suas estocadas eram tão fortes que até a mesa estava se mexendo. Eu não conseguia ficar quieta e nem calada. Era prazer demais.  

—Ai que delícia! Isso, mais rápido, por favor! —Eu não sabia se gemia ou se falava.

Eu estava louca. Completamente fora de mim. Descontrolada. Tudo o que eu conseguia pensar era no prazer máximo que se aproximava a cada entrada violenta que ele dava. Meus olhos foram se revirando quando senti os tremores do orgasmo tomarem conta do meu corpo, parecendo que um vulcão tinha acabado de entrar em erupção. Justin agarrou firme em minha cintura, puxando-me de encontro a sua penetração com extrema necessidade de chegar ao orgasmo também. Ele foi fundo e mais fundo até que ouvi seu urro gutural e feroz, mostrando que ele tinha gozado.  

Depois que ele saiu de dentro de mim fui virada em sua direção e em seguida puxada para seus braços.  

—Como estão as suas pernas agora? — Ele provocou, me dando uma mordida na orelha.

—Não vou alimentar o seu ego enorme. —Falei, colocando meus braços em volta do seu pescoço.

—Não precisa fazer isso. Eu sei que estão bambas. —Justin estava todo orgulhoso e convencido.

—Mudando de assunto... —Encarei aqueles lindos olhos cor de mel. —Será que agora você pode me dizer o que estava fazendo? Acho que mereço, né? —Fiz minha melhor voz dengosa.

—Bebendo.

—Isso eu percebi. Dá para sentir o cheiro de vodka a quilômetros. — Revirei os olhos. —Mas com quem?

—Isso você vai ficar só na vontade de saber, porque eu não vou dizer nada. —Franzi o cenho e ele apertou meus quadris, mas não me deixei abalar.

—Dormi lá no meu quarto que eu te faço mudar de ideia. —Beijei o queixo dele, o ouvindo rir.

—Ainda quer mais? Gulosa, enh! —Justin me apertou cada vez mais contra o seu corpo. —Pobre senador! Ele nem imagina do que a filha é capaz. — Seus lábios tomaram meu pescoço, distribuindo beijos até chegar a orelha. —Tentador, mas acho que já falei que não durmo com ninguém.

—Não foi isso que aconteceu ontem. —O alfinetei, sentindo que estava por cima pela primeira vez.

Ele parou e me encarou com um meio sorriso.

—E quem disse que nós dormimos? Você por acaso me viu do seu lado quando acordou?

Fiquei sem saber o que responder, enquanto tentava lembrar e realmente não tinha o visto do meu lado. Poderia muito bem ter ido para o chão depois que dormi. Ele deu uma piscadela e depois uma tapa na bunda.

Bufei com isso e me afastei bruscamente, apanhando minha roupa e a vestindo. Quando virei, ele já estava com as calças levantadas e terminava de subir o zíper. Vasculhei o chão com o olhar em busca de algo que deveria estar ali e me desesperei quando não achei.  

—Justin! —O chamei quando vi que ele já estava deixando o escritório. Ele parou na porta, mas não se deu ao trabalho de me olhar. —Me diz que Você está com a camisinha aí no seu bolso.

—Quê? —Ele se virou para mim, com a expressão confusa.

—Camisinha. Aquele negócio que impede você de me engravidar. — Respondi apressada e ele arregalou os olhos, coçando atrás da cabeça. — A gente não usou preservativo ontem também. — Colei as mãos no meu rosto aflito. —Merda! Merda! Merda!

—Para garota! — Pela primeira vez, eu vi Justin ficar nervoso. — Eu não consigo pensar em uma solução com você dando a louca.

—Que solução? Não tem solução. Eu vou ficar grávida. —Comecei a andar de um lado para o outro, mais que desesperada. —Meu Deus! Eu sou muito jovem pra ser mãe.

—Está ficando maluca, garota?! —Agora ele não só estava nervoso, como também irritado. —Sai pra lá com essa conversa de filho! Eu vou dá um jeito nisso agora.

—Como assim?

—Vou comprar a pílula do dia seguinte. —Ele deixou o escritório e eu o segui apressadamente. —Você espera aqui.

—Isso vai dá certo?

—Vai. Tem que dá. Eu não quero porra de filho nenhum. —Parei de vez, me sentindo chocada ao ouvi-lo falar com tanta frieza.

Certo. Eu também não queria um filho, muito menos de um cara que ganhava a vida matando pessoas. Mas precisava falar assim? Garoto sem sentimento!  

Sentei-me no sofá da sala, revezando entre roer as unhas e olhar para a porta, aguardando ansiosa pela volta de Justin. Caralho! Como é que a fomos esquecer justamente da camisinha? Certo que na hora do vamos ver a gente meio que se teletransporta para outro mundo, mas esquecer do preservativo era muito burrice!

Saltei do sofá quando vi o loiro passar pela porta.

—Graças a Deus! Você consegui? — Fui ao seu encontro.

—Claro. —O vi enfiar a mão no bolso e retirar de lá uma embalagem com dois comprimidos pequenos. —O primeiro comprimido deve ser tomado até 72 horas após a relação sexual e o segundo, 12 horas após o primeiro. —Ele me entregou e eu puxei de sua mão.

—Não precisa me explicar. Eu não sou retardada. —Marchei até a cozinha ouvindo seus passos logo atrás de mim. —O que é? Veio se certificar que vou tomar o comprimido? Querido, eu não quero te dá um golpe da barriga. Aposto que você nem tem dinheiro suficiente para isso. —Disse amarga, enquanto pegava água na geladeira.

—Toma essa merda logo! —Foi o que ele disse, rindo na maior cara lisa.

—Vai tomar no seu cu! —Mostrei o dedo do meio para ele, que teve a audácia de me mandar um beijo antes de sair da cozinha.

Esse cara estava me deixando maluca!

No dia seguinte...

—Obrigado! — Agradeci a Manoela quando ela chegou com a água que eu havia perdido.

—Que comprimido é esse? —Ela me encarou enquanto eu o engolia junto com a água. —Aí meu Deus! —Sua boca se abriu. —Essa é a famosa “salvação do dia seguinte"?

—Tomara que seja mesmo. —Coloquei o copo sobre o criado mudo e me sentei na borda da cama. Manoela colocou as mãos na cintura e bateu o pé no chão repetidas vezes, fuzilando-me com o olhar. —Não me olha assim! —Falei, desviando o rosto envergonhado para outra direção.

—Você continua transando com ele? –Um ar cansado escapou de seus pulmões e ela sentou-se ao meu lado. —Não acredito que você está apaixonada por aquele cara tosco!

Me deitei sobre a cama, olhando para o teto como se lá fosse achar uma resposta para dar e suspirei ao ver que não.  

—Não é tão simples assim.

—Eu falei. Eu sempre tenho razão. —Ela se chocou contra o colchão e continuou com o sermão. —Selena, esse cara não presta.

Eu a olhei de soslaio e ela fitava o teto assim como eu fazia a um tempo atrás. Manu falava com tanta convicção e olha que nem fazia ideia de quem o guarda-costas misterioso realmente era.  

—Depois eu penso nisso com mais calma. Agora eu preciso da sua ajuda com outro problema. —Fui logo mudando de assunto.

—De novo? —Sua voz saiu enjoada. —Vou começar a cobrar por essas ajudas extras. O que foi agora?

—Erick me chamou para jantar hoje à noite e não tive como recusar. — comecei a falar e ela logo me interrompeu com sua risada irônica.

—Está saindo com ele também? —Recebi uma cotovelada de leve em meu antebraço. —Safadinha!

—Claro que não. —Fui rápida em responder. —Ele meio que me intimou a ir.

—E qual é o problema? Eu gosto do Erick. Ele sim é o cara certo! —E naquele momento, ela já tinha deixado claro para quem era a sua torcida.

—Ninguém pode saber que eu vou sair com ele. Nem meu pai, tia Kelly ou jus... — Me engasguei quando percebi que quase deixava escapar o nome verdadeiro do Justin. Ele me mataria com certeza. —Bruce. — Corrigi o erro rapidamente a vendo me encarar com a sobrancelha erguida. - Preciso que você me acoberte até eu voltar.

—Tudo bem. Agora como vai fazer para os seguranças deixarem você sair? Aqueles orangotangos não perdoam nada.

—Deixa comigo. Eu já sei lidar com eles. Por dinheiro vendem até a alma ao demônio. —Disse simples. —O principal é que Bruce não saiba que vou sair com o Erick. Tenho que esclarecer as coisas de uma vez por todas com ele para que não fique esperando nada de mim.

—Não acredito que você vai dispensar um partidão desses pelo guarda-costas. —Manoela bufou. —Tudo bem que o Bruce é gostoso e tem pegada, só que Erick Dover é gostoso e rico.

—Estou confusa. —Peguei o travesseiro e o afundei em meu rosto. —Eu até gosto do jeito fofinho e cavalheiro do Erick, mas também sinto coisas pelo Bruce. Não posso ficar com os dois.

—Eu ficaria. —Ela respondeu rindo e me vi obrigada a rir também.

—Claro que ficaria. Bitch!

Muitas horas depois...

Atravessei o jardim correndo o mais rápido que pude usando aqueles saltos, aproveitando que não tinha ninguém na sala. Erick já tinha mandado mensagem, dizendo que estava esperando em frente à minha casa e eu fiquei morrendo de medo que ele resolvesse entrar.  

—Peguem a grana e fiquem de bico calado, okay? —Falei, entregando o dinheiro aqueles abutres. —Se alguém descobrir, vocês estão fritos!

—Acho que quem vai estar mais frita é você princesinha. —Um deles falou, cheio de deboche. —Mas pode deixar que seu segredo estará guardado conosco.

Ignorei as risadinhas debochadas e passei pelo portão, me aproximando do carro de Erick. Ele estava encostado no capô com os braços cruzados e usava um blazer preto sob a camisa branca e jeans escuro. Simplesmente divino! Erick não tornaria às coisas tão fáceis como pensei.  

—Você está tão linda que todos os elogios do mundo ainda não seriam suficientes para eu dizer. —Seus olhos verdes percorreram o meu corpo de forma discreta. —Com certeza serei alvo de inveja por ter a garota mais encantadora de Chicago ao meu lado essa noite.

—Não é para tanto, Erick. Não exagere. —Olhei para o chão, ficando constrangida.

Eu estava com um vestido godê amarelo e um cinto fino marrom, marcando a cintura. Não exagerei nas joias, pois o vestido já era chamativo. Mas estava Básica e requintada na medida certa.  

—Você fica ainda mais linda quando está sem graça. —Um sorriso maravilhoso se abriu em seu rosto antes prosseguir. —Vamos? —Afirmei, balançando a cabeça.

Quando chegamos ao restaurante, fomos guiados pelo Hostess até a mesa que Erick havia reservado para nós. Ficava encostada a enorme janela de vidro fumê, que nos dava a visão de tudo o que se passava em frente ao estabelecimento.

O Grace era um dos restantes mais caros de Chicago, por tanto, era muito difícil conseguir uma reserva. O lugar amplo e bem iluminado com seus lustres, tinha quadros de artistas renomados pendurados a parede. Notava-se a quilômetros o nível das pessoas que estavam presentes ali. Todos muito elegantes, esbanjando sorrisos e refinamento.  

—Boa noite! —O garçom veio até nós. —Já fizeram o pedido?

—Ainda não. Mas nos traga o seu melhor vinho, por favor. Será bom para abrir o apetite. —Ele me encarou por alguns instantes quando me ajeitei desconfortável na cadeirinha. —Está tudo bem?

—Está. —Respondi em um fio de voz. —É que tenho uma coisa para dizer e não sei muito bem por onde começar.

—Eu também tenho algo a dizer, mas deixemos as coisas difíceis para depois do jantar, Selena. —Sua mão repousou sobre a minha.

Achei que seria bom ganhar um pouco mais de tempo. Eu ainda não tinha ideia de como fazer aquilo. Ele era tudo o que sempre sonhei e me peguei pensando se realmente valia a pena trocar o certo pelo duvidoso.

Point of view Justin Bieber.

Sentado em frente à mesa do senador, eu contava até dez mentalmente, enquanto o ouvia falar merda por eu ter sumido depois que cheguei de viagem com Selena. A sorte era que ele não ficava muito em casa, se não, eu já teria o matado. Não sabia de onde estava tirando tanta paciência para suportar essa gente chata.  

—Entendeu rapaz? —Balancei a cabeça, mas por dentro estava cagando para as broncas dele. —Ótimo! Espero que isso não se repita. Você não passa de um subalterno igual aos outros e não deve ter certas regalias.

E você é um velho otário que não faz ideia que é corno e nem que eu trepei com a sua filha em cima dessa mesa. Essa foi a minha resposta mental para ele.  

Alguém bateu na porta e em seguida ela foi aberta.

—Com licença, senhor. —Não pude evitar revirar os olhos quando ouvi a voz de Manoela. —O jantar já está servido.

—Já não era sem tempo. —John levantou-se, arrumando sua postura. —Vá chamar Selena e diga que venha logo. Eu tenho uma surpresa para ela depois do jantar.

—Surpresa? —Manoela e eu o olhamos com espanto.

—Sim. Não que seja da conta de vocês, mas comprei um carro para ela. Está escondido na garagem para ela ver depois do jantar.

Minha boca se abriu. Não sabia se estava ficando louco ou surdo. John tentando agradar Selena? Isso estava muito estranho.  

—Está esperando o quê para ir chamá-la garota imprestável? —Ele se irritou com a demora de Manoela, que estava com uma cara mais abobada que a minha.

—É que... —Ela coçou a garganta antes de falar. —Selena pediu para avisar que não irá descer para o jantar hoje. Está com febre e... Muita dor de cabeça também.

—Então é melhor que ela vá a um hospital. Eu vou pegar o carro... —John andou até a porta e Manoela praticamente se jogou diante dele.

—Não! —Disparou. —Ela tomou remédio e já dormiu. Melhor a deixar descansar senhor.

—Sendo assim, eu darei o presente amanhã. —John intercalou o olhar entre Manoela e eu antes de prosseguir com seu tom de ameaça. —É melhor que nenhum dos dois fale nada sobre o carro, caso contrário, cabeças irão rolar.

(...)

Terminei o meu jantar e decidi dá uma passada no quarto de Selena. E se o que estava sentindo fosse efeito colateral da pílula que dei a ela? Eu não entendia muito dessas coisas, mas não custava nada verificar como ela estava.  

Olhei cautelosamente para os lados, verificando se não tinha ninguém por perto e logo em seguida entrei sem bater. A cama estava impecável, toda arrumada e não havia sinal algum dela no banheiro. Joguei o ar para fora, serrando os olhos.

Filha da puta!

Andei a passos rápidos até o chiqueiro onde Manoela dormia e invadi no momento exato em que ela estava se trocando.  

—Para onde ela foi? —Disse, sem me importar com sua cara de surpresa.

—As pessoas batem antes de entrar no quarto dos outros. —Ela me fuzilou com o olhar. —Agora me dê licença que preciso me vestir.

—Não me enche a paciência garota! —Apertei os punhos com força. —Onde está a Selena? E não me venha com essa conversa de doença porque ela não está na porra daquele quarto!

—Aff! Larga do pé dela! Você parece um carrapato. —Ela afastou a camisola que escondia seu corpo seminu e a vestiu. —Deixa a garota se divertir.

—Se divertir? —Arqueei a sobrancelha. Não estava gostando nada dessa conversa.

—Sim. —Manoela deu um sorriso debochado para mim. —Selena saiu com alguém que é do nível dela. Erick Dover, conhece? —Minha testa franziu imediatamente. —Eles foram jantar em um lugar super romântico e se tudo ocorrer como eu acho, ela não virá dormir em casa hoje, porque o Erick sim sabe como tratar uma mulher.

—Para onde eles foram? —Perguntei, trincando os dentes e apertando ainda mais os punhos.

—Eu não vou falar nada, muito menos para você. —Ela me deu as costas e foi aí que minha reserva de paciência estourou.

—Ah, você vai sim!

Quando dei por mim já estava segurando em seus cabelos e a lancei sobre a cama de solteiro com extrema fúria.  

—Você está ficando doido?! —Ela vociferou, me olhando espantada.

Me aproximei da cama e ela foi se encolhendo a parede, tentando manter distância. Agarrei em seu braço e dei um solavanco que a levantou da cama, para logo em seguida empurrá-la ao encontro da janela. Suspendi seu corpo sobre a mesma e a pendurei de cabeça para baixo, segurando pelas pernas.  

—Ai meu Deus! —Seu grito de pavor era música para meus ouvidos, mas ela não podia fazer tanto barulho para não sermos ouvidos.

—Para de gritar se não eu te jogo daqui de cima. Acho que não vai sobrar muita coisa desse seu corpinho bonito. —Disse a chacoalhando. —Onde fica a merda desse restaurante? E é melhor que você só abra essa boca para falar o endereço. Não estou com a menor paciência!

—Eu falo. Falo tudo o que você quiser, mas pelo amor de Deus, não me solta! —Ela suplicou. —Eles foram para um restaurante chique no centro da cidade. Acho que... Que... O nome é Grace. —Ela falou tão rápido e gaga que quase não entendi.

A puxei de volta para o quarto onde ela sentou-se no chão, colocando a mãos no peito e respirou com dificuldade. Fiquei extremamente tentado a jogá-la do segundo andar, mas teria coisas de maior importância para fazer naquele momento.  

Marchei do quarto para a sala e da sala até a garagem, pegando meu carro. Todo o meu corpo tremia de um jeito que até parecia estar sendo possuído pelo próprio demônio. Eu estava fervilhando de tanto ódio.

Vadiazinha safada! Você agora vai ver do que eu sou capaz!

Point of view Selena Gomez.

Eu mexia a comida de um lado para o outro em meu prato, sem a menor fome. Era algo muito deselegante, mas não conseguia evitar. Cada vez que eu tentava engolir parecia que algo ficava entalado na garganta. Eu estava tão tensa que ainda não tinha conseguido falar absolutamente nada para Erick e ele me olhando com aquele jeito meigo tornava tudo bem pior.  

—Você quase não tocou na comida. —Disse ele, olhando para o meu prato. —Achei que gostasse de Escargot.

—Mas eu gosto.

—Então tem algo que não está te agregando?

—Não. Está tudo perfeito, Erick. Perfeito até demais. —Respirei fundo, buscando coragem para falar. —É que... Isso não pode continuar assim.

—Eu sei. —sua resposta me fez encará-lo com certa surpresa.

—Sabe? —Engoli em seco.

—Realmente isso não pode continuar assim. —Seus dedos tocaram os meus suavemente. —Acho que está na hora de nós colocamos as cartas na mesa, Selena. Eu sou um pouco tímido nessa coisa de declaração, mas estou tentando criar coragem para falar a alguns dias. Selena Marie Gomez... —Ah, não! Ah, não! ah, não!  Ele não pode falar o que eu acho que vai. —Você aceita ser a minha namorada?

Droga!

Droga!

Droga!

Sabe aquele momento quando você fica com cara de abestada e não sabe o que fazer? Pois bem. Eu todinha. Ele estava ali, com aqueles olhinhos brilhando, apenas aguardando uma resposta e eu quase dando um piripaque.  

Nervosa, olhei para os meus dedos que batucavam sobre a mesa e depois para a rua através da vidraça, quando notei algo fez o meu coração querer saltar pela boca. A range Rover preta estacionou do ouro lado da rua e dela saiu Justin, que estava apenas esperando os carros passarem para atravessar.

Caralho! agora sim eu vou morrer.

—Selena? —Fui chamada por Erick, que aguardava uma resposta com a expressão confusa.

—Ahm... E-Eu... Preciso ir ao toalete urgentemente. —Falei gaguejando e logo depois deixei a mesa as pressas.

Autora.

O banheiro ficava na direção oposta a que Erick estava, então ele nem percebeu quando Selena deixou o restaurante e correu até o loiro, que já estava subindo a calçada.  

—Justin, eu posso explicar. —Ela disse, gesticulando com as mãos, enquanto ele continuou marchando em sua direção.

Seus olhos estavam frios iguais ao dia em que ele tentou matá-la pela primeira vez. A expressão em seu rosto só mostrava ódio, o que a fez andar de costas e quase tropeçar no meio fio. Ela estava com muito de medo da reação de Justin.  

—Vadia! —Foi agarrada pelos ombros com extrema força e depois chacoalhada. —Achou que eu estava brincando?

—Não é nada disso que você está pensando. Eu só... —Sua explicação foi interrompida pelo grito de Erick, que corria feito um louco em direção a eles.

—Solta ela, Bruce!

—E olha quem chegou para a festa! —Justin largou a garota apenas para poder olhar Erick de frente. —Só estava faltando você.

—O que acha que está fazendo? —Erick vociferou, zangado com a forma violenta que Selena estava sendo tratada. —Nunca mais encoste um dedo nela, se não... —Antes que ele pudesse terminar, Justin deu um empurrão na morena ao seu lado, que a fez tombar para longe.

—Quer dizer assim?  —Disse ele, com um olhar desafiador. —E agora? O que pretende fazer?

—Seu desgraçado! —Erick partiu para cima de Justin.

—Não, Erick!  —Selena gritou, temendo o pior.

Justin andou dois passos para trás depois de ter sido empurrado quando o adversário tentou atingi-lo com um soco, ele parou o seu punho com a palma da mão e revidou, acertando o braço livre na cara de Erick.

 Os dois rolaram engalfinhados no chão, trocando socos e mais socos. Selena apenas olhava completamente aflita, enquanto implorava que os dois parassem com aquilo. Algumas pessoas que passavam pela rua, olhavam horrorizadas para aquela cena de violência, porém, ninguém se envolveria em problemas alheios.  

—Não fiquem só olhando seus idiotas! Alguém faça alguma coisa. — Selena estava desesperada, vendo que Erick estava levando a pior na luta. —Parem com isso!

Justin deu três socos seguidos no rosto de Erick e depois levantou, passando a lhe chutar a barriga. Queria aquele cara fora do seu caminho a qualquer custo. Ele não costumava pensar nas consequências quando estava furioso e esse era o pior de seus defeitos.  

—Olhe bem para ela, babaca! —Justin falou com um sorriso sádico nos lábios, colocando o pé no lateral do rosto de Erick e o forçando a encarar Selena. —É por culpa dessa vagabunda que você vai morrer.  —Tirou a arma da cintura e apontou para o rapaz caído no chão. —Diga adeus playboy!

Selena o empurrou um pouco antes de ele apertar o gatilho e isso foi tempo mais que suficiente para que Erick se levantasse com muita dificuldade.

—Filha da puta! —Justin lançou um olhar cheio de raiva para Selena e voltou a colocar Erick em sua mira. —Isso não vai me impedir de matar esse merdinha!

Selena sentiu um nó na garganta e a sensação de desespero aumentar. Não poderia deixar que Justin matasse Erick por sua causa. O pobre rapaz não tinha culpa de nada.  

Foi pensando nisso que ela se colocou em frente ao corpo de Erick, mostrando a Justin que ele teria que matá-la primeiro.

Justin fitou aquela cena com os olhos em chamas e Sua respiração acelerada fazia o peito inflamado movimentar-se no mesmo ritmo. Ele queria apertar aquele gatilho, mas algo o impedia. Parecia que seu corpo tinha travado de repente e não estava mais no controle das coisas. Viu Selena apertar os olhos com força, temendo o que estava por vir e só aí se deu conta de que não desejava fazer aquilo. Pelo menos não com ela.

—Esse cara é um doente! —A voz de Erick veio seguida de um grunhido de dor e logo depois ele caiu de joelhos, pressionando a lateral da barriga.

Selena abriu os olhos a tempo de ver Justin atravessando a rua, entrar em seu carro e ir embora sem nem ao menos olhar para trás. Limpou as lágrimas que escorriam por seu rosto, sentindo-se dividida entre ir atrás dele e ficar cuidando de Erick. Por fim, escolheu a segunda opção, considerando o estado em que o rapaz se encontrava.  

—Você está bem? —Ela ajoelhou-se junto a Erick, o tocando no ombro e seu coração ficou ainda mais apertado quando viu o rosto dele todo machucado. —Olha só para o seu estado! —Selena voltou a chorar, sentindo-se mal. —Desculpa por te fazer passar por isso.

—O que você tem a ver com aquele cara? —Ele a questionou, fazendo uma careta quando sentiu uma terrível dor nas costas.

—Me dê a chave do seu carro. É melhor que eu te leve no hospital logo. — Selena tentou se esquivar, pois não achava que aquela era uma boa hora para falar sobre isso.

—Antes responda a minha pergunta, Selena. —Ele voltou a insistir, dessa vez falando muito sério. —Não venha me dizer que ele é só um guarda-costas porque está óbvio que não. Qual é a relação de vocês?

Selena pensou e repensou no que responder só que nada lhe veio a mente. Tipo... Qual era mesmo a relação entre eles? Ela também não sabia a resposta.  

—É... Complicado. —Baixou a cabeça para não ter que ver a decepção no olhar de Erick. —Eu tinha vindo até aqui justamente para falar isso.

—Não acredito que você está se envolvendo com um cara maluco daqueles. —Ele balançou a cabeça, rindo sem humor. — E pensar que eu só estava fazendo papel de idiota nessa história toda.

—Também não é assim.

—Ele apontou uma arma para a gente e estava te machucando. Como pode gostar dele?

—Eu sei de tudo isso, está bem? —Selena respondeu angustiada e levantou-se de vez. —Não sei como isso foi acontecer. Juro que se pudesse mandar nos meus sentimentos era de você que eu iria gostar.

—Nossa! Estou lisonjeado agora. —Erick também se levantou, recusando a ajuda de Selena. —Vamos logo para o hospital e depois passaremos na delegacia.

—Delegacia?

—Mas é claro. Ele me agrediu e tem várias testemunhas. Não posso deixar por isso mesmo. —Erick apertou um botão para destravar a porta de seu carro e andou manquejando até ele.

—Por favor, não faça isso. —A morena o acompanhou rapidamente. —Eu imploro.

Selena sabia que Erick tinha razão em querer denunciar Justin. Não havia justificativa para o que ele tinha feito, mas temia uma retaliação. O pouco que conhecia de Justin era suficiente para saber que ele não deixaria algo assim barato. Erick não fazia ideia de com que tipo de pessoa estava lidando e o quão perigoso seria.  

—Selena...

—Por mim. —Sua voz cheia de súplica fez com que Erick a olhasse com a face ilegível por alguns instantes e depois entrar no banco do passageiro, sem falar uma palavra.

(...)

Encostada a parede daquele quarto de hospital, Selena observou o médico que terminava de examinar Erick.

—Andou se envolvendo em uma briga rapaz? —Disse o velho senhor, após afastar o estetoscópio do peito nu de Erick.

Houve uma intensa troca de olhares entre o loiro e Selena. Ela temia que a verdade fosse dita e que isso causasse mais problemas.

—Fomos assaltados e eu acabei reagindo. —Erick respondeu depois de ter feito o maior suspense. Selena o agradeceu com o olhar.

—Reagir a um assalto é loucura e por causa dessa imprudência fraturou a costela. —O médico o repreendeu. —Vou pedir a uma enfermeira que te leve para a radiografia, só para ter certeza e depois receitarei analgésicos ou anti-inflamatórios. Volto já.

Assim que o médico deixou a sala, o clima voltou a ficar tenso. Selena já nem conseguia olhar nos olhos de Erick tamanha era sua culpa.  

—Eu sinto muito mesmo, Erick! —Chiou em um fio de voz.

—Eu também. Saiba que se estou fazendo isso é por você e não tem ideia do quanto é difícil engolir o que aquele cara me fez. —Selena tentou falar algo em sua defesa, mas Erick fez um sinal com a mão, pedindo que parasse. —Só quero que saiba que ainda estarei aqui caso as coisas não deem certo. Pode me ligar a qualquer hora que irei correndo te encontrar.

—Por favor, não... —Selena tentou dizer, mas logo foi interrompida por Erick.

—Vamos deixa o tempo dizer. —Mesmo estando triste, ele conseguiu forçar um sorriso para reconfortá-la. —Você é uma dessas pessoas que ainda valem a pena.

Selena já não tinha argumentos para dar. Pela primeira vez desejou que Erick não fosse tão fofo, pois quem sabe assim, não se sentisse tão burra por estar tomando uma decisão que qualquer um veria que era a errada.

Point of view Selena Gomez.

Cheguei em casa por volta das duas horas e tomei o máximo de cuidado para não fazer barulho enquanto subia até o quarto de Justin. Ele deveria estar uma fera comigo e não queria que as coisas entre nós ficassem ruins. Estava na hora de colocarmos as cartas na mesa também. Aquele era o momento de saber se existia um "nós".

Girei a maçaneta e abri a porta de vez, me deparando com uma cena que me fez perder o chão. Tia Kelly e Justin estavam se beijando, enquanto a mesma se encontrava apenas de lingerie sobre ele.

Justin não só percebeu a minha presença, como ainda provocou, passando a mão na bunda dela. Eu fiquei ali parada e de boca aberta igual a uma abestalhada, abalada demais para saber o que fazer.

—Selena! —Quando tia Kelly finalmente me notou ali, praticamente saltou para fora da cama e me olhou espantada.

Não processei quando Justin se levantou e andou até mim, usando apenas uma cueca boxer cinza.  

—Se manda que eu estou ocupado agora! —Seu olhar frio foi a última coisa que vi antes que batesse a porta na minha cara e a trancasse logo em seguida.

Senti como se meu coração estivesse sendo esmagado dentro do peito e não demorou para que uma cachoeira de lágrimas escorresse em meu rosto. Foi só quando ouvi os risinhos deles e logo depois alguns gemidos abafados que ganhei forças para sair dali.  

Entrei em meu quarto, segurando aquele nó na garganta para não chorar alto e encontrei Manuela deitada em minha cama e mexendo no celular.

—O que aconteceu? Por que você está chorando desse jeito? —Ela jogou o celular para lá e eu me ajoelhei ao pé da cama, encostando a cabeça no colchão.

—Por que você contou, Manu? O tanto que pedi para que não falasse nada a ele e mesmo assim você fez. —Minha voz saiu acompanhada de um choro alto.

—Desculpa, mas eu fui obrigada. —A ouvi dizer. — Ele quase me jogou pela janela. Esse cara é um doente, Selena! Eu resolvi até te esperar aqui no quarto para explicar o que aconteceu. —Suas mãos afagaram o meu cabelo, tirando alguns fios que estavam colados em meu rosto por conta das lágrimas. —O que ele fez com você, emh? Estou começando a ficar assustada.

—Eu acabei de pegá-lo no quarto com a minha tia.

—Ele estava comendo a naja? Eca! —Manoela fez um som como se estivesse querendo vomitar. —Nunca pensei que o Bruce pudesse ser tão porco! Eu que não duvido de ser verdade tudo o que o cara da foto falou sobre ela. Pra mim, essa vadia também não vale um vintém!

—Ele ainda foi estúpido comigo e bateu a porta na minha cara.

—Há males que vêm para o bem. Não é isso que dizem? —Ela deitou sua cabeça ao lado da minha, olhando-me de uma forma realmente preocupada. —Aquele canalha não merece suas lágrimas.

Eu já não ouvia as coisas que Manoela falava para tentar me consolar. Nada daquilo servia para amenizar o que eu estava sentindo. A única coisa em que eu conseguia pensar era que ele estava tocando outra naquele momento e isso me destroçava por dentro.

No dia seguinte...

—Surpresa! —Foi o que meu pai disse assim que cheguei ao jardim logo pela manhã.

Pisquei freneticamente, encarando o carro a minha frente. Era um Porsche vermelho e esse carro sempre foi meu sonho de consumo.  

Minha boca se abriu no mesmo instante que os olhos.

—O que isso significa? — Quase não encontrava palavras para falar.

—Significa que esse carro é seu. —Papai deslizou a mão pelo capô do carro e sorriu para mim como não fazia há muito tempo. —Comprei para você.

—Não brinca! —Falei eufórica, olhando para Manoela que estava rindo de mim. Quando ela me tirou da cama e depois arrastou até aqui dizendo que tinha uma surpresa que me alegria nunca imaginei que fosse um carro. —Mas quando? Como? Por quê?

—É apenas um dos vários agrados que irei dar se continuar colaborando. — Meu pai disse simples. —Pedi a sua tia que escolhesse a seu gosto. Acho que você acertou, Kelly. —Ele acenou com a cabeça, me fazendo olhar imediatamente para trás e encontrar tia Kelly parada na porta ao lado de Justin.

Meu sorriso se dissipou na mesma hora. Percebi que ela estava usando uma blusa de gola alta, provavelmente para esconder as marcas que Justin devia ter deixado. Senti a dor martelando em meu peito outra vez.

—Se o presente é por causa do Erick, então pode ficar com o seu carro papai. —Falei e ele franziu a testa. — Nós não somos namorados e nem nada do tipo. Eu menti.

Tia Kelly ficou surpresa com a notícia, mas Justin demostrava indiferença a tudo, enquanto meu pai estava vermelho e quase soltando fumaça de tanta raiva.  

Aconteceu tudo o que já era de se esperar. Nós discutimos feio e ele só não me bateu porque tia Kelly interferiu como sempre. Se bem que, dessa vez eu preferia que ela não tivesse se metido. Ainda estava com tanta raiva por o que aconteceu ontem.

Voltei para meu quarto ouvindo meu pai gritar que eu ficaria de castigo até o fim da vida. Mas tudo bem. Quando era que ele não falava isso? No exato momento em que me joguei no puff ouvi alguém bater na porta e bufei, pensando ser o meu pai para continuar com a briga.

—Caí fora! —Falei alto para que me ouvisse.

—Sou eu. —Tia Kelly abriu a porta, colocando apenas o rosto para dentro do quarto. —Posso entrar?

—Não. —Respondi de imediato.

—Selena, eu preciso falar com você. —Mesmo sem minha permissão, ela entrou.

—Mas eu não sou obrigada. —Respondi, cerrando os olhos em sua direção. —Por que você não vai até o quarto do guarda-costas e conversa com ele? Ah, já sei. Vocês preferem fazer outras coisas.

Eu nunca tinha falado assim com minha tia, mas também não conseguia falar de outra maneira. Estava morrendo de ciúmes e mais ainda de raiva dos dois.  

—Sinto muito pela cena que viu, Selena e estou morrendo de constrangimento por isso. —Ela passou a mão no rosto, parecendo sem graça. —Não queria que isso tivesse acontecido, mas foi mais forte que eu. Você pode não ter percebido, mas o Bruce fica me cantando a todo momento e foi difícil resistir ao seu charme e sedução.

—Mas é claro. —Sorri sem humor.

—Mas qual é o problema? Eu sou uma mulher jovem e sozinha. Não vejo nada demais nisso. —Seus olhos me analisaram por alguns instantes. — mas e você? Por favor, não me diga que está interessada nele.

—Mas e se tivesse, qual era o problema?

—Vários. Ele é apenas um guarda-costas e seu pai jamais permitiria algo assim. —Minha tia se abaixou, apoiando-se no puff e tocou meu joelho. —Eu não queria ter que dizer isso, mas ele não te suporta. Já chegou até a dizer que você era desengonçada e sem graça.

—Quê? —Não consegui esconder a surpresa.

—Só estou falando isso para que você veja logo que tipo de cara ele é. Bruce não serve para uma garota como você, meu anjo. —Ela tentou tocar em meu rosto, mas afastei bruscamente. — Sinto muito querida!

—Me deixa sozinha, tia. —Senti os olhos lacrimejarem, então levantei e fui até o banheiro só para disfarçar. Não queria que ela notasse que a idiota aqui estava triste.

—Tudo bem. Eu entendo que você deve estar com a cabeça um pouco cheia agora. —Ela pausou um pouco antes de continuar. —Selena, gostaria que não comentasse nada sobre o que aconteceu com o seu pai. Fico com vergonha que ele saiba de algo assim, entende?

—Está bem, tia. Agora saia logo, por favor! — Disse com impaciência.

—Certo. —Ela respondeu e no momento seguinte ouvi a porta ser fechada.

Foi aí que eu me permiti chorar. Eu era tão idiota, meu Deus. Só alguém muito burro sabe que algo é furada e mesmo assim insisti em atolar o pé na merda.  Eu e minha mania de querer desvendar as coisas. Por que eu não deixei esse cara para lá?

Depois de passar algum tempo sentada no vaso sanitário e chorando igual a uma lesa, resolvi deixar o banheiro, decidida a esquecer tudo isso. Não era nada impossível e eu ainda estava em tempo de arrancar Justin de mim antes que ele se apossasse de vez do meu coração.

Meu corpo travou quando me deparei com Jorge sentado à borda da cama.  

 —O que você está fazendo no meu quarto? —Falei, irritada.

—Eu vim olhar para essa sua carinha de sonsa. —Ele pegou o baby doll que eu havia vestido na noite anterior e cheirou.

—Larga isso! —Puxei o tecido de suas mãos. —Se tem alguém sonso aqui, não sou eu.

Ele deu um sorriso debochado.

—Você tem essa carinha de anjo, mas na verdade é uma Diaba!

—Eu não sei do que Você está falando e também não estou interessada. Agora dê o fora daqui! —Apontei a saída, quase inchando de raiva.

—Estou falando do sexo ardente entre você e aquele maldito guarda-costas no escritório. —Ele disse, levantando-se de vez. —Logo em cima da mesa do seu pai. Safadinha emh!

Fiquei completamente pálida diante dele.

—Você só pode estar ficando louco. —Tentei não parecer nervosa ao falar.

—Eu fiquei louco mesmo, mas foi de tesão. Nunca imaginei que você fosse tão fogosa, Lindinha! — Sua risadinha conseguiu me desconcertar de vez.

—Eu não vou ficar ouvindo você falando merda. Tenho coisa melhor para fazer. Agora saia do meu quarto, se não eu vou gritar.

—O que será que o senador irá fazer quando eu disser que presenciei o sexo mais quente que já vi em toda a minha vida e sua filha era a protagonista? Aposto que ele vai ficar enlouquecido! —Sua voz era cheia de deboche e ele tinha um sorriso de lado emoldurando seu rosto frio.

—Você não tem provas. —Aquela altura eu já estava apavorada e ele gargalhou, talvez por ter percebido isso.

—Será que não? —Vi Jorge tirar o celular do bolso e logo depois mostrou um vídeo onde Justin e eu estávamos em uma cena pra lá de erótica. — Achou mesmo que eu seria tão idiota a ponto de não ter provas? Eu tive a sorte de esquecer alguns papéis importantes no escritório e quando voltei para pegar, me deparei com uma cena dessas. Vocês estavam tão distraídos que nem me viram espiando pela porta.

—O que você quer? É dinheiro? Eu pago. —Propus imediatamente.

—Dinheiro é sempre bom, mas você não tem acesso as contas do seu pai ainda e não quero mixaria. —Ele deu de ombros. —Mas por enquanto você pode ir me pagando de outro jeito. —Seus olhos de serpente passearam pelo meu corpo, causando-me mais um daqueles arrepios ruins.

—Isso não vai acontecer. —Disparei, quando percebi quais eram as suas intenções.

—Ao invés de mostrar apenas para o seu pai, eu poderia vazar o vídeo na internet também. Isso sim é que seria um escândalo! — Jorge fez um gesto com as mãos, simulando uma explosão.

—Você não pode fazer isso. —Falei, limpando uma lágrima que escorria em meu rosto.

—Posso e vou, se você não colaborar. — Senti sua mão imunda acariciando meu rosto amedrontado. —Quero que você me encontre hoje à noite para podermos acertar como será feito o pagamento.

—Eu não vou. —Afastei sua mão de perto de mim com uma tapa, quase cega pelas lágrimas.

—Então amanhã cedo será comparada a uma atriz pornô por todos os americanos. — Ele deu um sorrisinho maldoso. — Você quem sabe, Lindinha! Eu não tenho nada a perder aqui. —Concluiu, piscando o olho e saiu.

Caí ajoelhada no chão, chorando que nem louca. Eu estava nas mãos daquele cara e não havia nada que pudesse fazer.  

A porta do meu quarto foi novamente aberta.

—Vim assim que pude... —Manoela cortou a voz ao me ver naquela situação. —Não acredito que você está assim de novo. Selena! — A senti tocar em meu ombro. — Eu já disse que esse cara não te merece.

—Eu tenho problemas maiores agora, Manu. —Falei entre soluços. —Estou perdida.

—Eu vou buscar um pouco de água com açúcar para que se acalme aí depois você me conta o que aconteceu dessa vez.

Manoela saiu, mas não demorou a volta com a bendita água com açúcar que eu tomei em apenas dois goles, sentindo as mãos tremerem. Contei tudo o que havia se passado para ela, que consegui ficar até duas vezes mais nervosa que eu.

—Eu sabia que ele não iria deixar por isso mesmo. —Ela passou a mão pelos cabelos de forma tensa. —Jorge está se vingando por você ter me defendido naquele dia. É um imundo!

—O pior é que eu vou ter que ceder a chantagem dele. —Voltei a chorar.

—Não, Selena. Você não pode se encontrar com ele. Jorge é perigoso e sei bem quais são suas intenções.

—Não posso deixar que ele coloque esse vídeo na internet. Isso não só vai acabar com a carreira do meu pai como também com minha vida. —Vi Manoela andar de um lado para o outro, tentando pensar em algo para me salvar dessa.

—Fala com o Bruce. Isso também vai prejudicar a ele de certa forma.

—Não vou pedir ajuda a ele de jeito nenhum. —Falei cheia de rispidez. — Se você não percebeu, ele não está falando comigo. Já nos esbarramos não sei quantas vezes hoje e ele nem se quer olha para a minha cara.

—Eu também não gosto nada da ideia de ter que pedir favor aquele imbecil, mas isso exige medidas extremas. —Ela insistiu.

—Já disse que não, Manu. — Bufei, limpando as lágrimas do meu rosto. —Eu mesma vou resolver esse problema, mesmo que isso signifique ter que encontrar com o Jorge.

—Você não sabe com quem está lidando. Ele é traiçoeiro!

—Eu também posso ser.

(...)

Horas depois...

"Estou esperando você na esquina de sua casa neste extrato momento. Não se atrase!”

Recebi a mensagem de Jorge e Encarei Manoela, que me olhava apreensiva.  

—É agora. Trouxe o que eu te pedi? —A perguntei, pegando minha bolsa que estava sobre a cama.

—Isso não vai funcionar. Escuta o que estou dizendo. —Manoela protestou pela terceira vez desde que contei o que pretendi fazer. Ela me entregou uma faca bastante afiada e eu a guardei na bolsa. —Ele não vai ficar com medo de você só por que está com uma faca. Selena, você não mata nem barata porque fica com dó.

—Eu não vou matar ninguém. Que ideia! A faca é só para o caso de ele tentar dar uma de engraçadinho para cima de mim. É apenas para dar um susto, entendeu?

—Não. Ainda acho que você não deveria ir. —Seus braços se cruzaram.

—Já disse que só vou negociar um valor com aquele salafrário para que eu possa pagar pelo seu silêncio.

—Diz que os seguranças não vão deixar você sair depois da treta com o senador.  Isso vai te ajudar a ganhar tempo.

—Eu já tentei isso, mas o filho da puta acertou tudo com os seguranças. —Frustrada, eu soltei a respiração lentamente. —Me deseje sorte!

Deixei a casa tentando ignorar o fato de minhas pernas estarem trêmulas. Eu tentei parecer confiante na frente da Manoela apenas para que não ficasse tão preocupada, mas a verdade é que eu estava morrendo de medo.  

Passei pelos seguranças e andei até a esquina, onde tinha um carro prata encostado no meio fio. Vi quando uma mão acenou de dentro, pedindo que eu me aproximasse e mesmo receosa, assim o fiz.

—Sábia escolha, lindinha! Cheguei a achar que você não viria e já estava prestes a ligar para um amigo jornalista. Ele iria adorar receber esse vídeo. —Jorge sorriu, balançando o seu telefone para me amedrontar.

—Vamos acabar logo com isso, está bem? —Respirei fundo, buscando paciência para as idiotices dele. —Quanto você quer para ficar quieto? Vamos lá! Diga qual é o seu preço.

—Entre no carro. —Sua ordem me fez recuar dois passos para trás.

—Não. Podemos resolver isso aqui mesmo.

—Sendo assim... — o vi discar um número e logo em seguida encostar o celular na orelha. —Boa noite, senador! Eu sei que está um pouco tarde, mas eu tenho um assunto de extrema urgência para tratar com o senhor. — Fiquei desesperada ao perceber que ele estava realmente falando com o meu pai, então não pensei duas vezes para dar a volta e entrar no banco ao lado do motorista. —É coisa relacionada a sua candidatura, senhor. Mas isso pode ficar para amanhã. Depois eu apareço em sua casa para dizer pessoalmente do que se trata.

Jorge finalizou a ligação e arrancou com o carro.

—Para onde estamos indo? —Perguntei, ficando apavorada.

—Quando chegarmos você vai saber.

Engoli em seco.

Seguimos pelas ruas movimentadas até chegar a um bairro de classe média. Não foi gasto mais que meia hora até ali, só que esse tempo foi torturante ao lado de Jorge. Ele era insuportável e não parava de falar coisas desagradáveis.

—Que casa é essa? —Falei assustada, ao o ver seguir em direção a uma residência que era afastada das outras.

—É minha casa.

—Eu não vou entrar aí. —Disparei.

—Vai sim. Caso contrário, eu volto a ligar para o seu pai e dessa vez irei contar as coisas até o final. —Ele abriu a porta e fez sinal para eu passar. — Entre logo!

Abracei meus ombros e forcei as pernas a andarem.

—Seja bem vinda a minha humilde residência!

—É um nojo igual a você! —Passei os olhos rapidamente por toda a sala, onde tinha dois sofás brancos e um tapete felpudo espalhado no meio. Acima da lareira tinha a cabeça decepada de um urso e isso me deixou com mais raiva. Odiava a falta de respeito com os animais. —Vamos logo ao que interessa, Jorge.

—Concordo plenamente. —Fui andando para trás quando ele passou a vir em minha direção com um olhar cheio de segundas intenções.

—Fique longe de mim! —Caí sentada no sofá, com ele a um passo de distância. —Eu não vim até aqui para isso. Se pensa que vou fazer tudo o que você quer, está muito enganado. Seu nojento!

A expressão dele mudou completamente, parecendo irritado agora.

—Não venha bancar a boba para cima de mim. Você não fez cu doce quando estava trepando com aquele guarda-costas sarnento! — Entrei em pânico quando o vi abrir o cinto e baixar as calças, mostrando o tamanho da saliência dentro da cueca. —Agora seja uma boa garota e faça um carinho gostoso em mim. Eu sei que essa boquinha carnuda deve ser muito boa nisso.

Ele apertou sua intimidade, como se estivesse se preparando, então abri a bolsa que estava em volta do meu pescoço e retirei a faca de lá.  

—Eu disse para ficar longe! —Coloquei o objeto pontiagudo entre nós, torcendo para que ele não percebesse o quão trêmula eu estava.

—Que surpresa! —Jorge forçou uma cara de susto, só para zombar de mim. —Você não teria coragem.

—Se eu fosse você não falaria com tanta certeza. —Mantive meu olhar colocado ao dele, tentando parecer forte, mas só Deus sabe como eu estava nesse momento.

—Claro que tenho certeza, mas... -—Em um movimento rápido, ele colocou a mão para trás e no momento seguinte encostou a arma prata no meio da minha testa. —Também tenho algo para você. Sabe, só para o caso de eu estar errado.

Era gelado como um cubo de gelo. Todo o meu corpo estremeceu e pisquei por várias vezes, tentando pensar no que fazer para sair dessa. Por que eu sempre me metia em furada?  

—Quem você acha que morreria primeiro?  —despertei, quando o senti puxar meu cabelo para que erguesse meu rosto ainda mais. —É melhor você parar de bancar a engraçadinha porque eu posso deixar de ser bonzinho e fazer algo pior do que só mostrar o seu vídeo para todo mundo. Agora joga essa faca no chão e abre a boca. —Neguei com a cabeça, começando a chorar baixinho, então ele me deu uma tapa e arrancou a faca de minhas mãos. Ouvi o barulho de quando o objeto se chocou contra a cerâmica. —AGORA ABRE LOGO A PORRA DESSA BOCA SE NÃO VOU ESTOURAR OS SEUS MIOLOS!

Sua mão apertou o meu rosto, forçando-me a abrir boca.

—Vamos fazer um teste. —Arregalei os olhos quando ele colocou o cano da arma em minha boca.

Os movimentos de vai e vem estavam me fazendo engulhar. Eu chorava ainda mais, enquanto ele olhava fascinado para meu rosto.  

—Isso! —Falou mordendo os lábios. —Caralho! Eu já estou ficando doido de tesão. Preciso sentir essa boquinha no meu pau.

—Não! —Gritei com a voz embargada assim que ele tirou a arma da minha boca e a colocou no chão.

—Fica calada!

Jorge me deu um empurrão, obrigando-me a deitar no sofá e logo em seguida montou sobre mim. Eu me debatia e gritava feito louca, tentando inutilmente afastá-lo, só que ele era muito mais forte.

Como não conseguia fazer com que eu levantasse os braços, ele rasgou minha blusa. Morri de nojo com a forma pervertida que ele olhou para o meu decote, coberto pelo sutiã tomara que caia e depois o puxou de vez até o umbigo.  

—Mas que coisa linda! —Falou, passando a língua pelos lábios. —Sempre tive vontade de apertá-los.

—Me larga, por favor! —Eu supliquei chorando ainda mais quando ele tocou os meus seios. —SOCORRO!

—Pode gritar a vontade. A casa é estucada. —Ele deu um sorriso perverso.

—Eu não quero. Não faz isso comigo, por favor!

—Relaxa, lindinha! Você vai até gostar.

Eu estava completamente perdida. Já não tinha forças para lutar e nem lágrimas para chorar. Senti a boca daquele homem asqueroso beijando-me do pescoço até o vão entre os seios, então fechei os olhos com força. Preferia não ver nada daquilo acontecendo e se era para ser, então que fosse de uma vez. Já não havia outra saída.  

    Foi quando ouvi o barulho da porta sendo arrombada, então Jorge ergue o rosto em direção a porta.

—Você?!

 Vi o olhar de Jorge se encher de espanto e tentei fazer o possível para olhar também, mas era difícil, já que eu estava deitada de costas para a porta.  

—Acho que esqueceram de me convidar para a festa. —Meu coração disparou quando ouvi a voz fria de Justin. —Que feio! Estou muito magoado agora!


Notas Finais


Sim gente... Será que eu esqueci de dizer que estava erótica? heheheh Sorry! Era surpresa.
Espero que tenham gostado do cap que tive a ajuda toda especial da minha prima Fifinha. <3 sabe que te amo, fofa!
É isso..
Nos vemos no próximo domingo.
Digam amém!


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