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História Dominadores. - Dead


Escrita por: GessicaFrazo

Notas do Autor


Voltei<3
Quem disse que milagres não são reais? Olha quem está postando em um dia de sexta, gente! kkkk
Sem enrolação!
Vai ler o cap.

Capítulo 19 - Dead


Fanfic / Fanfiction Dominadores. - Dead

Chicago-Justin Bieber.

Meus olhos focaram em Jorge, que estava sobre Selena no sofá e apertei os punhos com raiva. Assim que se recuperou do susto, Jorge levantou-se, apanhou a arma do chão e apontou para mim enquanto subia as calças.  

—Olha que coisa linda! Ele veio salvar a namorada.—Jorge falou com deboche.

—Justin! - Selena deu um grito desesperado, levantando-se de uma só vez daquele sofá, mas Jorge a empurrou de volta sobre ele.

—Fica aí, Lindinha!—Ele olhou para Selena e depois para mim.—Então seu nome é Justin? Sabia que tinha alguma coisa errada com você.

—É melhor você não encostar as mãos nela seu filho da mãe!— Fiz partida para ir até ele, mas parei quando o vi destravar a arma.

—Mas do que eu já encostei?—Ele sorriu de novo só para me provocar.— Conta como a gente estava se divertindo antes dele chegar, lindinha.

Meus olhos foram de encontro a Selena que chorava horrores, arrumando o sutiã. Se antes eu já estava maluco, agora eu estou puro ódio! O que ele fez com a minha garota?  

—Êpa! Não banque o engraçadinho garoto!—Foi o que Jorge Falou quando percebeu que eu estava tentando tirar a minha arma da cintura.— Mãos acima da cabeça, agora moleque!—Disse Jorge, andando até mim.

Fui obrigado a erguer as mãos e depois o desgraçado me fez virar de costas e esfregou a minha cara na porta. Ele tateou os dois lados de minha cintura até encontrar a arma e a tirou de mim.  

—Você achou mesmo que poderia vir até aqui, salvar a princesa e sair de herói?

Não demorou muito para que eu ouvisse o barulho de algo quebrando e quando percebi, Jorge estava caído no chão ao lado do que sobrou de uma garrafa de rum. Selena tinha o acertado em cheio e o cheiro enjoado tomou conta de toda a sala.  

Sem perder tempo e aproveitando-me de sua vulnerabilidade, acertei o pé na cara dele, fazendo com que ele deitasse de vez no chão. Selena afastou-se quando me viu colocar as duas pernas em volta dos quadris de Jorge e socá-lo incontáveis vezes.

—Achou mesmo que um lambe botas como você poderia me matar? Emh, filho da puta?!—Continuei o socando com toda a fúria que havia dentro de mim e que não era pouca.

Jorge já estava com a cara toda inchada e sangrando, mas aquilo não era o suficiente para mim. Eu poderia matá-lo rapidamente, mas ele tinha que sofrer. Não sabia explicar o tamanho de minha alegria por finalmente poder me vingar desse idiota que fazia tempo que estava na minha lista negra.

Recuperei minha arma e joguei a dele para longe, então o arrastei até a cadeira que estava em frente à lareira, o jogando sobre ela. Jorge tentou se levantar, mas eu colei minha arma em sua cabeça.

—Fica paradinho aí seu merda! Ainda temos contas a acetar.—Virei o rosto em direção a Selena, que nos olhava amedrontada, abraçando seus ombros com força.—Selena! Procure algo que sirva para amarrar ele.

—Mas para quê?

—Faz logo o que estou mandando caralho!—Quase gritei com ela, que me olhou confusa e logo depois sumiu em um corredor que dava acesso ao resto da casa.

—Você devia ver sua cara agora. Está parecendo um zumbi. —Sorri ao ver a expressão raivosa dele.—Claro, sem ofensa aos zumbis.

Logo Selena voltou, trazendo um lençol.

—Foi só o que eu consegui achar.—Ela disse e estendi o braço, pedindo que me entregasse, mas ela se recusou.—Primeiro me diga o que pretende fazer com isso.

—Não é óbvio?

—Justin, pelo amor de Deus! Não faz nenhuma besteira.—Ela disse em tom de súplica, quando ouviu Jorge implorando para que não me desse ouvidos.

—Deixa de ser trouxa!—Puxei o lençol de suas mãos, mas sem desviar a arma que estava apontada para Jorge.—Ele ia te estuprar e você fica aí cheia de peninha. Poupe-me!

Dei mais um soco no rosto de Jorge, para que ele ficasse quieto o tempo necessário para eu amarrá-lo. Prendi bem seus braços e só me afastei quando percebi que estava bem seguro.  

Notei uma faca caída não muito longe de mim e andei até lá para apanhá-la.  

—Essa está bem afiada, emh!—Falei apreciando a qualidade do objeto em minhas mãos. —É. Vai servir para o que eu quero.

—Não, Justin!—Selena se colocou entre mim e o alvo, abrindo os braços e serrei os olhos em sua direção.

—Não pense que é só falar manso e eu vou fazer o que você quiser, Selena. Eu faço o que quero e quando quero. Não pense que é tão importante a ponto de mudar isso.—Passei por ela e parei de frente a Jorge que arregalou os olhos quando viu a faca.

—Agora a conversa é entre nós dois.—Passei o dedo indicador levemente sobre a parte afiada da lâmina, sem desviar o olhar daquela serpente.— Estou curioso para saber o que pretendia fazer com essa lesada.

—Ia comer a bundinha linda dela. Algum problema moleque?—Ele provocou, me deixando ainda mais emputecido.—Ou será que é só você que pode se divertir?

—Ah, então você queria se divertir? Então vamos à diversão.—Disse, friamente. —Abra a boca! —Ordenei e ele balançou a cabeça, se negando. -EU MANDEI VOCÊ ABRIR, PORRA!

Gritei de uma forma tão estridente e ameaçadora que o homem a minha frente estremeceu de medo. Pressionei os dois lados de sua bochecha, o abrigando a abrir a boca e depois puxei a língua para fora.

—Foi essa língua nojenta que você passou nela? Pois será a primeira coisa que você vai perder.

Passei a faca bem no meio de sua língua e joguei no chão. Jorge se contorceu na cadeira e soltou um grunhido alto que se misturou ao grito de Selena. Revirei os olhos, pensando o quanto essa garota era mole e decidi ignorá-la para continuar com a brincadeira.  

—Então... Eram com esses olhos que você a desejava?—No mesmo instante, enfiei a faca abaixo de um dos seus olhos e o arranquei, para depois segurar entre meus dedos como se fosse uma bola de gude.—Isso eu vou guardar de lembrança. —Dei um sorriso debochado.

Ouvi o som de vômito e quando me virei Selena estava ajoelhada atrás do sofá.  

—Está tudo bem aí?—Perguntei, mas admito que foi só para zombar dela.

—Eu não acredito que você fez isso na minha frente!—Ela gritou, para logo depois vomitar de novo.

—Eu não mandei você olhar.—Dei de ombros e voltei a dar atenção ao futuro defunto.—O que foi? Não sei se é impressão, mas você não parece estar muito bem meu amigo.

Sorri da deformidade em sua cara, que agora sim parecia com um zumbi. Por mim ficaria horas ali arrancando cada pedacinho dele, mas deu para perceber que o cara não aguentaria muito tempo. Estava quase batendo a cacholeta.

—Acho que já deu por hoje. Está na hora de você ir pro inferno.—Sem esperar, cravei a faca a baixo de seu queixo e a vi sair sobre a cabeça.— Caramba! Esqueci de mandar lembranças para Satanás.

Todo o ambiente cheirava a sangue, vômito e rum, fazendo meu estômago revirar. Já estava na hora de me livrar daquela imundice.  

—Para de nojeira e ascende essa lareira para mim.—Pedi a Selena, enquanto desamarrava o corpo e o jogava no chão.

—Não vou fazer nada para te ajudar. Você é psicopata, Justin!—Sua resposta me fez encará-la e vi que estava de costas para mim, cobrindo os olhos com as mãos.—Meu Deus! Nós vamos ser presos por causa da sua loucura. Logo vai ter carro de polícia para todo lado e vamos pegar pena de morte.

Voltei a revirar os olhos. Eu não aguentava a besteira e exagero dessa garota.

—Para isso acontecer precisa-se de provas e eles não terão.—Respondi, tentando ter calma.—Você vai ascender a lareira ou esquartejar o corpo? Decide aí. Não dá pra ficar só olhando enquanto eu faço todo o trabalho sozinho.

—Já disse que não vou participar disso.—Ela respondeu, parecendo irritada. —Ainda não entendo como é que você consegue ser tão frio a ponto de fazer uma atrocidade dessas e não sentir nada.

—Assassinar é igual a perder a virgindade, depois de um tempo você se acostuma.—Disse rindo e a vi ficar ainda mais enraivecida.—Deixa que eu faço tudo. Você não serve pra nada!

 Arrastei o corpo até a lareira, deixando um rastro de sangue e o joguei dentro da mesma. Vaguei pela casa a procura de algo para queimá-lo e acabei achando álcool. Risquei o fósforo e joguei sobre Jorge, fazendo subir uma linda labareda de fogo, então me sentei na poltrona para apreciar o show.

Depois que só restou ossos queimados para contar história, eu os apanhei com uma pá e coloquei em um depósito grande que achei na cozinha. Me livraria deles depois que limpasse toda a aquela bagunça. Não podia ficar vestígio algum do que aconteceu ali.  

(...)

Deixei a casa logo depois de Selena, trazendo o depósito a baixo do braço. Ela andava apressadamente até o meu carro, sem nem olhar para trás.

—Será que dá pra você esperar?—Falei, aumentando os passos para acompanhá-la.

—Não chegue perto de mim!—Ela não se deu ao trabalho de virar para responder.

—Eu te salvei garota. Deveria estar agradecida e beijando os meus pés agora.—Bufei e ela parou de repente, virando logo em seguida em minha direção com uma cara feia. 

—E eu te chamei por acaso?—Disparou.—Aliás, como foi que você me encontrou?

—Manoela me procurou e disse o que estava acontecendo assim que você saiu de casa.—Dei um sorriso debochado.—Parece que sua amiga é um pouco mais esperta que você. Que ideia do caralho foi essa? Deveria ter me falado antes de sair fazendo merda. Você é impossível!

—Queria que eu te falasse para quê? Você não é um super herói, Justin. É um maníaco cruel e sem a menor consideração pelos outros. Olha só o que acabou de fazer.

—Vai ficar com raiva só por causa disso?—Comecei a ficar irritado também. 

—Por causa disso e porque você transou com a minha tia, seu idiota!— Selena já estava falando alto. —Não quero nunca mais olhar na sua cara.

—Ah, tá. Então essa raiva toda é só por que eu comi a sua tia?—Dei um sorriso irônico antes de prosseguir.—Se serve de consolo, você é melhor que ela.

O rosto de Selena ficou tão inchado que se estivéssemos em um desenho animado iria explodir a qualquer momento.

—NÃO. NÃO SERVE. SEU PANACA! —E gritando isso, ela voltou a me dar as costas e entrou no carro, batendo a porta com tanta força que vi a hora dos vidros da janela quebrar.

Durante todo o caminho ela não deu uma só palavra o que já era um milagre, considerando que nunca fechava aquela matraca. Depois que a deixei em sua casa, fui me livrar dos ossos de Jorge, mas não demorei a voltar. Guardei o carro e segui para o meu quarto, sentindo que precisava urgentemente de um banho para tirar aquela inhaca de morto de mim.

—O que faz aqui?—Falei assim que entrei no quarto, notando Kelly sentada em minha cama.

—Estava te esperando.—Ela levantou e andou até mim.—Aliás, onde é que você se meteu?

Fechei a porta do quarto e andei até a cabeceira da cama para pegar minha toalha que estava sobre a mesma.  

—Achei que John tivesse falado que não queria você saindo em horário de trabalho.—A ouvi dizer e quando me virei, ela já estava quase em cima de mim.

—Ele que vá pra puta que pariu!—Disse, me esquivando dela.—Agora dá o fora do meu quarto que vou tomar banho.

—Será que eu posso ir junto?—Ela deu um sorriso atrevido.

—Não. Se manda!—Fiz um gesto de cabeça, apontando a porta.

—Ah, é? Quero ver você dizer não a isso... —O nó do robe que ela usava foi desfeito e ele deslizou de seu corpo até o chão, a deixando apenas com uma lingerie vermelha bastante provocante. —Mudou de ideia? —Ela sorriu de lado. Estava sentindo-se "a gostosa", mas, se bem que ela era mesmo.

Dei uma rápida olhada em seu corpo, mas não me senti excitado. Kelly estava em boa forma, já que passava muito tempo na academia. Tudo nela era superficial, começando do silicone em seus seios até os apliques no cabelo.  

—Não.—Respondi completamente seco e lhe dei as costas, seguido em direção ao banheiro.

Ela correu e se atravessou em frente à porta.

—Jura que você vai recusar "tudo isso"?—Falou, dando uma voltinha e tive que rir. Tem mulher que faz de tudo para ser pisada.

—Você é tão ridícula!

—Ridícula?—Kelly não gosto do que falei.—Qual é o seu problema? Ontem você praticamente me arrastou para esse quarto e hoje se fingi de difícil.

—Não estou me fingindo de difícil. Eu só não quero comer você. Entendeu ou quer que eu desenhe? —Comecei a me irritar.

—Mas por quê?—Ela tentou mudar de tática e aproximou-se toda manhosa, passando a mão em meu peito. —Foi tão bom, não foi? Eu passei o dia todo pensando no quanto você foi incrível e me deixou com um gostinho de quero mais.—Assim que ela acabou de falar, eu agarrei em seu punho e girei o braço, a fazendo gemer de dor.

—Não é novidade. Todas sempre querem mais. —Com a outra mãos livre eu segurei firme em seu rosto. —Agora deixa eu te dizer uma coisa. Você é muito gelo e pouco whisky. Quem te ver gostosa assim não faz ideia de que comer uma vaca e você deve dá no mesmo. Não passa de propaganda enganosa.—A Arrastei para fora do meu quarto e concluí. —Acho até que devo te processar.

Vi seu rosto inflamar de um jeito que até os olhos escuros aparentavam estar em chamas.  

—Isso não vai ficar assim.—Ela serrou os dentes, apontando o dedo na minha cara. —Dá última vez eu até deixei passar, mas agora você vai ver do que sou capaz.

—Que medo! —Sorri com deboche.

—Você não sabe com quem está lidando, Bruce.—Kelly estava tão furiosa que viu dificuldades em controlar o tom de voz.

—E nem você.—acertei uma tapa em sua mão, fazendo com que ela a abaixasse. —Se apontar esse dedo na minha cara de novo, vai acabar ficando sem ele. Sai que olhar para a sua cara está me dando asco!— Disse, batendo a porta na cara dela.

Bufei, lembrando que só podia estar louco quando transei com ela. Só tinha feito isso para atingir Selena, mas se arrependimento matasse, eu estaria morto. Quando finalmente consegui tomar meu banho e tentei aproveitar o resto da noite, Selena invadiu meus pensamentos, fazendo-me perder o sono.

Dois dias se passaram e as coisas na casa dos Gomez estavam cada vez mais insuportáveis. Kelly fazia de tudo para eu ser demitido e sentia que estava quase conseguindo. Já Selena, estava me ignorando completamente e nem minhas provocações estavam surtindo efeito. Evitava me encontrar e quando estávamos no mesmo cômodo simplesmente fingia não me ver. Isso estava me incomodando de tal maneira que não sabia explicar.

 Ouvi o som de risadas vindas do jardim e quando fui verificar o que estava acontecendo, me deparando com Selena e Manoela, jogando água uma na outra com duas mangueiras de aguar as plantas. Foquei o olhar apenas na morena de cabelos cumpridos, que sorria igual a uma criança. Estava completamente encharcada e ainda assim incrivelmente linda! Tinha um sorriso tão doce e angelical que acabei rindo também, mesmo não vendo a menor graça no que elas estavam fazendo.

Selena, que ainda não tinha percebido que eu estava ali, de repente olhou em minha direção e toda a alegria de sua face se dissipou. Ela virou o rosto para outro lado na mesma hora.

—O carro já está pronto senhorita.—O motorista de John aproximou-se de Selena. —A que horas deseja ir?

—Ir para aonde?—Perguntei, andando até elas.

—Daqui a pouco, Alfred. Eu só irei tomar um banho, então não saia daqui. —Selena fingiu que eu não estava ali e seguiu em direção à porta, sendo seguida por Manoela.

—Hey!—Chamei, mas ela nem deu bola, então agarrei em seu braço, fazendo com que parasse.—Não me ignore!

—Larga ela cara!—Manoela tentou separar minha mão do braço de Selena e eu a olhei extremamente feio.

—É melhor você não se meter.—Foi só o aviso que dei.

—Pode deixar que eu resolvo isso, Manu.—Disse, Selena.

—Tem certeza?—Manoela intercalou o olhar entre sua amiga e eu e depois de receber uma afirmação, nos deixou a sós.

—Solta o meu braço, Justin!—Falou, puxando o mesmo de minhas mãos.— Qual é o seu problema?

—Tenho que saber para aonde você vai. Esqueceu que ainda sou o guarda-costas?

—Não tem como esquecer isso.—Ela estava brava, eu podia sentir.—Mas você não precisa ir comigo, pois já pedi autorização do meu pai para sair. Eu irei visitar o Erick, já que um maluco quase o matou no meio da rua.

Senti os olhos queimarem ao ouvir o nome daquele playboy.

—Eu ainda posso terminar o serviço.

—Agora chega!—Selena quase gritou.—Eu não sou "sua", então ver se para de ficar ameaçando o Erick.—Fez aspas com os dedos antes de prosseguir. —Vai cuidar da sua missãozinha e larga do meu pé!

Ela girou nos calcanhares e entrou na casa. Eu a segui e agarrei em novamente, só que com muito mais força.  

—Perdeu a noção do perigo, garota?—Disse, serrando os olhos para ela.—Baixa a sua bola!

—Não estou nem aí.—Ela teve a audácia de me Encarar de frente.—Por mim você pode ameaçar até o papa que não vou ligar. Agora me deixa ir que tenho coisa melhor para fazer.

Então ela se soltou e seguiu rumo às escadas.

—Eu vou com você. —Afirmei.

—Não vai.—Ela virou apenas o rosto para trás, enquanto continuou subindo.—Erick não quer nem olhar na sua cara e eu também não, então nos faça o favor de ficar longe.

Quando Selena sumiu do meu campo de visão eu já estava quase enfartando com a petulância da garota. De onde ela tirou coragem para falar assim comigo? Não sabia o que me deixava mais louco. Se era sua audácia ou saber que ela iria ver aquele cara de novo.  

Sentei-me na espreguiçadeira ao lado da piscina e vi a hora em que Selena deixou a casa. Estava toda arrumada e o vento trouxe o cheiro doce de seu perfume até minhas narinas. Só não a impedi de sair porque o imbecil do motorista chegou, mas vontade não me faltou.

—Alguém está levando um gelo. Bem feito! Isso é o que dá sair comendo porcarias.—Ouvi a voz de Manoela e quando virei para trás, ela estava com uma vassoura em mãos.

Estava tão distraído que nem percebi quando ela se aproximou. Merda! Ultimamente eu andava vacilando demais.  

—Você não imagina o tamanho do meu arrependimento.—Falei a olhando feio.

—Agora está arrependido de ter transado com a naja?—Um sorriso gozador se formou em seus lábios.

—Não. Estou arrependido de não ter te jogado da janela.—Me levantei de vez e ela deu um pulo de susto, apontando a vassoura em minha direção. Eu ri disso.—Se eu quisesse fazer alguma coisa com você não seria essa vassoura que iria impedir.

—Fique onde está seu maníaco de uma figa!—Pronunciou com os olhos arregalados.—Não tenho medo de você.

—Pois não é o que parece. —Saí dali gargalhado.

Parei no meio do caminho quando ouvi vozes do que parecia ser uma discussão entre os seguranças e alguém do lado de fora do portão. Resolvi me aproximar e ver do que se tratava.

—Eu já mandei você sumir velhote!—Fred falou com impaciência.

—Não saio daqui até conseguir falar com a Selena.—Reconheci aquela voz na mesma hora, então tirei Fred e Ivan da minha frente.—SELENA! SELENA!

Eduard começou a gritar sem parar e tive que colocar as duas mãos nos ouvidos em forma de concha. Ele tinha uma pasta escura em baixo do braço esquerdo e parecia um maluco.  

—Mas o que diabos está acontecendo aqui? —Perguntei.

—Esse maluco aí que insisti em ver a Selena. Já estou quase saindo para dar uma surra nele.—Disse Fred, demostrando impaciência.

—Eu quero ver a Selena. SELENA!—Ele voltou a gritar e me vi obrigado a fazer alguma coisa, antes que John ouvisse e acabasse dando em merda.

—Abra o portão!—Ordenei e fui encarado como surpresa pelos dois seguranças ao meu lado.

—Vai deixar ele entrar? —Senti o receio na voz de Ivan.

—Claro que não, idiota! Sou eu que vou sair.—Esperei que o portão fosse aberto e me aproximei de Eduard. —Selena não está aqui.

—Eu não acredito em você.

—Pois está perdendo o seu tempo esperando.—Respondi, tentando leva-lo na conversa.— Apenas eu sei aonde ela foi e se quiser posso te levar até lá.

—Então diga.—Aquele desgraçado era mais desconfiado do que eu pensava.

—Você só irá encontrá-la se eu for Junto. É pegar ou largar.—Ele ficou pensativo por um tempo e depois optou por aceitar a minha proposta.

Saímos em seu carro e Eduard colocou a pasta sobre as pernas, tomando todo o cuidado do mundo com aquilo.  

—Não posso deixar você dizer que é o verdadeiro pai dela.—O Encarei a tempo de ver sua expressão de surpresa.

—M-Mas... Como você sabe disso?—Seus olhos se arregalaram e eu sorri, pensando o quanto as pessoas poderiam ser burras. Joguei um verde e ele caiu feito um patinho.

—Você acabou de confirmar minhas suspeitas, mas só alguém cego ou idiota não perceberia a incrível semelhança.—Disse e depois olhei para a pasta.—O que tem aí dentro? Um exame de DNA?

—Isso é entre mim e Selena, então não se envolva.—Disparou, zangado.

—Errado. É entre mim e você agora.

—O que você tem haver com isso? Nada.

—Selena não irá acreditar em você, igual como aconteceu da última vez.—Disse, convicto disso.—Melhor pegar o caminho de volta para casa e deixar as coisas como estão.

Vi o homem ao meu lado apertar o volante com extrema força, desviando o olhar da estrada.  

—Não venha me dizer o que fazer garoto. Eu tenho como provar que estava falando a verdade, pois contratei um detetive para seguir John e ele conseguiu fotos bastante comprometedoras. —Por a firmeza em sua voz, pude sentir que Eduard estava falando a verdade, o que me preocupou.

—Não entendo por que está querendo mexer nisso depois de tanto tempo.—Bufei, começando a ficar impaciente.

Pelo pouco que pude conhecer de Selena, percebi que ela não sabia lidar com coisas assim. Era emotiva e frágil demais para superar revelações como aquelas. Tinha medo de que ela surtasse de vez e fizesse besteira logo quando faltava tão pouco tempo para que eu completasse a missão. Decididamente seria melhor que nunca soubesse da verdade.

—Eu não costumo fazer acordos, mas irei abrir uma exceção. Quanto você quer para sumir do mapa e esquecer a Selena de vez?—Fui logo direito ao ponto e por sua cara irritada achei que não gosto muito da ideia.

—Absolutamente nada irá me impedir de revelar isso a ela. John já tirou Cinthia de mim e não deixarei que faça o mesmo com minha filha.

Respirei fundo, buscando paciência.

—Aceite logo a porra da proposta enquanto ainda estou com boa vontade.—Engrossei a voz, porém senti que o velho não se importou.

Depois eu Mato e sou ruim.

—Agora chega.—Ele levou o carro até o acostamento e parou.—Saia já daqui!

—Não enche o saco velho idiota!—Falei, já muito irritado.—Tem gente que não sabe aproveitar as chances que a vida dá e depois reclama.

—Eu te mandei sair moleque!

Como não liguei, Eduard tirou o sinto de segurança e tentou me empurrar para fora do carro. Eu fiz de tudo para me manter ali sem precisar pegar pesado com o idiota, mas ele não colaborava.

—Você vai sair por bem ou por mal!—Ele deixou o carro e fez a volta, abrindo a porta do banco do passageiro. —SAI AGORA!

Ele me segurou pelo braço e tive que me deitar para que não me tirasse do banco. Puta que pariu! Esse velho estava apelando demais. Vendo que seu esforço não estava surtindo efeito, ele me agarrou pelos pés e começou a me puxar. Dei um supetão, conseguindo soltar um deles e logo em seguida o acertei contra seu estômago, jogando-o para longe.  

Sentei-me a tempo de vê-lo deitado no meio da estrada e no momento seguinte, uma moto surgiu em alta velocidade, passando por cima dele. Seu grito de dor ecoou por meus ouvidos, me fazendo arregalar os olhos. O piloto da moto ainda olhou para trás, mas não se deu ao trabalho de prestar socorro. Muito pelo contrário, o cara se mandou.

Corri até Eduard e me ajoelhei ao seu lado, vendo seu estado crítico. Tinha muito sangue escorrendo pela boca e ouvidos. Seus olhos estavam esbugalhados e transmitiam dor e agonia.  

—Merda!—Comecei a pressionar seu peito, mesmo sabendo que isso não faria a menor diferença. O cara já estava com o pé na cova.—Não ouse morrer,  velhote miserável!

Ele começou a tossir, fazendo jorrar uma gota de sangue em meu rosto. Olhei para os lados, procurando por ajuda e não havia nem sombra de alguém. Eu não fazia ideia de onde estávamos, pois só fiz Eduard dirigir sem rumo para ganhar tempo.  

—Se... Selena.—Em um fio de voz, ele soprou o nome de Selena. Estava respirando com muita dificuldade e mesmo assim insistia em tentar falar. - C-Conte... A verdade.

—Está louco?! Eu não vou fazer isso.— Respondi, nervoso.

—Conte... —O vi fechar os olhos vagarosamente e depois dar seu último suspiro.

—Inferno! —Praguejei alto, bufando de raiva.

Quando não quero matar alguém pela primeira vez o cara vai e morre mesmo assim. Isso só podia ser um recado da vida me mostrando que não era para eu ser bonzinho.

 Passei a mão pelos cabelos, pensando no que fazer. Não podia deixar o corpo ali e ainda tinha que me livrar do carro, pois minhas digitais estavam por toda parte. Que grande merda!

Tirei o celular do bolso e disquei o número da única pessoa que poderia me ajudar nesse momento.

—O que é que manda, Justin? —Ryan não demorou para atender.

—Me diz que você ainda está em Chicago. —Disse, com o celular preso no ombro, enquanto arrastava o corpo de Eduard para dentro do carro.

—Estou sim. Ainda tenho uns bagulho para resolver aqui antes de ir embora. Nunca pensei que administrar uma boate desse tanto trabalho. —Soltei o ar com suas lamentações fora de hora e isso foi o suficiente para que percebesse que tinha algo errado. —Qual é o problema?

—Estou indo aí agora.—Tomei o banco do motorista e liguei o carro.— Estou precisando de ajuda.

Point of view Selena Gomez.

—Eu vou demitir esse guarda-costas. —Ouvi a voz zangada do meu pai assim que cheguei em casa.

—Não é de hoje que eu te falo isso, John. Não sei por que você não está mais me dando ouvidos.—Tia Kelly o seguia em seus saltos por toda a sala. —O demita de uma vez. Aquele rapaz é um imprestável!

—O que está acontecendo aqui? —Me aproximei deles.

—Seu pai irá finalmente demitir o Bruce. —Tia Kelly disse com satisfação.

—Mas por quê?

—Porque ele não recebe ordens. Fez poucos dias que o John alertou que não queria ele passeando em horário de serviço e o indivíduo já sumiu sem dar explicação.—Não sabia se era impressão, mas notei certa satisfação na face de minha tia.—Ele tem que sair logo daqui, não é Selena? —Fui encarada por ela. —Sei que você também já não aguenta esse cara te segundo para todos os lugares.

Fiquei sem saber o que responder. Minha cabeça pareceu estar dando voltas, enquanto eu era bombardeada por lembranças que me deixaram ainda mais confusa. Ele ir embora seria a solução dos meus problemas e evitaria que mais sangue fosse derramado, porém, eu não conseguia deixar de me sentir triste.  

—Selena?—Tia Kelly chamou minha atenção, mostrando que papai estava apenas aguardando que eu tomasse uma posição diante do assunto.

Bela hora para ele querer minha opinião!

—Façam o que acharem melhor.—Falei, subindo para o meu quarto e segurando a vontade de chorar.

Chegando lá, me deitei de bruços e agarrei o travesseiro. Ouvi a porta ser aberta quase que em seguida, mas não me dei ao trabalho de olhar para saber que era Manoela.

—Eu ouvi tudo lá da cozinha. Seu pai pediu que Bruce fosse até o escritório quando chegasse para acertar as contas.—Ela parecia animada com a notícia, mas resolveu disfarçar quando viu como eu estava. —Você fez a escolha certa, Selena. Quando ele for embora dessa casa será mais fácil para esquecê-lo de vez.

—Eu sei disso. Só não vou conseguir vê-lo partir. —Disse, com a voz fraca. —Acho que nem quero.

—Pois deveria, assim você coloca de vez na cabeça que já era. Lembra que ele transou com a sua tia. Isso vai te ajudar a não sentir tanto.

—Não precisa repetir isso. —A repreendi, me virando para fitar o teto. — Eu entendo que é o melhor, mas poxa... Olha o meu lado também. Acho que gosto dele mais do que deveria.

—Aff! Não sei por qual motivo. O cara é grosso, violento, se acha o gostosão e é pobre. Você com certeza consegue coisa melhor.—Revirei os olhos com a implicância dela.

—Quem ver pensa que você nunca foi a fim dele.

—Já ouviu aquele ditado que diz: quem nunca errou que atire a primeira cerveja?

—Não seria "pedra"?—Falei, contendo o sorriso pequeno que queria se formar em meus lábios.

—Ah, que seja. Cada um atira o que tem. —Ela deu de ombros e apertou minha mão.—Só continua dando um gelo até ele ir embora. Você estava se saindo muito bem.

Horas depois...

 Estávamos terminando de jantar e Justin ainda não tinha voltado. Tentei me convencer de que ele era o único culpado do que iria acontecer. Se fosse mais cuidado e um pouco menos hostil, talvez isso tivesse sido evitado.  

—Nada do guarda-costas?—O interesse de minha tia em ver Justin fora dali era nítido. Perguntava-me se ela tinha se cansado dele tão rápido.

—E eu que vou saber? Passei o resto do dia no quarto.—Respondi meio amarga.

Percebi que meu pai ficava só mexendo no celular e vez ou outra um sorrisinho discreto se formava no canto de sua boca. Muito bonito! Quando eu ficava no celular era falta de educação, agora ele podia tudo. O mundo às vezes era tão injusto.  

Tia Kelly deu um pigarro alto.

—A comida vai esfriar, John Gomez. —Sua voz saiu ameaçadora.—Melhor deixar para falar com suas amiguinhas depois.

Arqueei a sobrancelha, estranhando isso. Era impressão minha ou ela estava com... Ciúmes? Meu celular começou a vibrar no bolso e ao ver que era Demi, resolvi sair para atender no jardim.  

—Fala aí sua louca! —Falei.

—Oi nada, Selena Gomez. Você depois que arrumou um boy esqueceu-se das amigas.—Disparou com a voz carregada de rancor. Tive que rir do seu exagero.—Falsidade mandou lembranças!

—Primeiro, eu não tenho um boy.—Suspirei, lamentando isso.—Segundo, não esqueci de você. O problema é que anda acontecendo muita coisa e estou sem tempo para nada.

—Eu não sou "nada". Sou sua amiga. "Melhor amiga", só pra deixar claro. Você tem que arranjar tempo para me contar os babados. Isso é regra básica da amizade.—Nem tentei protestar, pois sabia que ela tinha razão. —Eu também estou morrendo de ódio aqui, caso não tenha percebido.

—Por quê?

—Meus pais estão falando em se separar pela milésima vez e decidiram me mandar amanhã para o internato antes de terminar as férias.

—E por que eles fariam isso? — Estranhei, pois ainda faltava algum tempo para o inicio das aulas.

—Porque são doidos!—Ela bufou.—Eles brigam e eu quem pago o pato? Ninguém merece! Segundo a terapeuta deles, não era bom eu estar presenciando tantas brigas. Mano, esse povo vive em guerra desde que me entendo por gente e agora a porra da terapeuta acha que vou ficar traumatizada por causa disso? Vou passar um trote para o escritório dela e mandar tomar no cu!

Dei uma risada mesmo sabendo que não deveria. É que Demi ficava muito engraçada quando estava com raiva.

Tomei um susto ao ser abraçada por trás e logo depois meu pescoço foi beijado.

—Qual é o motivo dessa risada?—Justin soprou em meus ouvidos, fazendo subir cada pelo do meu corpo.

Tentei me manter firme, mesmo sentindo todo o corpo aceso com o seu toque.  

Seja forte!

—Já disse que não quero saber de você, Justin. Deixa-me em paz! —Impus firmeza na voz e me afastei de suas mãos.

—Para com isso, Selena. Vai ficar com raiva de mim agora?—Ele parecia nervoso, mas não de um jeito enraivado.—Para com essa besteira e vamos aproveitar o pouco tempo que nos resta. Eu vou embora depois da festa.

Pensei em dizer que ele seria demitido antes disso, mas quem disse que tive coragem? Meu coração estava apertado só em pensar que ele nunca considerou a hipótese de ficar. Mas como eu era idiota! Por que ele ficaria? Isso tudo não passava de um trabalho para ele e eu era só o passatempo. Acontece que há alguns dias atrás eu não imaginava que fosse doer tanto assim.  

—Selena... —Justin me chamou depois de um longo minuto de silêncio. Arrisquei encará-lo mesmo correndo o risco de fraquejar diante de seus olhos brilhantes. Ele parecia estar querendo falar alguma coisa, mas não conseguia. —Aconteceu uma...

Antes que ele pudesse terminar, ouvi um barulho de algo se chocando contra o chão. Olhei em volta e vi algo caído um pouco distante de nós, mas não identifiquei o que era, estava muito escuro ali fora.  

—O que foi isso?—Perguntei, enquanto me aproximava e senti Justin agarrar firme em meu braço, fazendo-me parar no meio do caminho.

—Entre, Selena!—Disse ele em um tom autoritário, que me fez virar para encará-lo.

Não entendi bem o porquê da expressão seria e tensa em seu rosto. Justin olhava fixamente para a direção da piscina e senti que tinha algo errado. Livrei-me de suas mãos e andei rapidamente até o local, ouvindo seus passos bem atrás de mim.  

—Deixa de ser teimosa garota!—Ele novamente me puxou, tentando me arrastar dali.

Um tremor subiu de meu dedão até o último fio de cabelo e soltei um grito ensurdecedor, quando percebi que era o corpo de Manoela caído no chão, com uma faca cravada nas cotas. 


Notas Finais


Gente do céu! Estou me sentindo a Shonda Rhimes das fanfics. kkk SQN né O.o Queria eu sinhô.
Espero que tenham gostado e podem comentar meus amores. Sou feia, mas não mordo. kkkkk
Bjs e até o próximo!


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