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História Donghae in the Sky with Diamonds - Dixième


Escrita por: heartquake

Notas do Autor


it's 4:14AM
and I'm
oh, so
in love
with you.

Capítulo 10 - Dixième


Fazia uma semana que eu não saía de casa para ir ao meu emprego, muito menos via Hyukjae. Sei lá, eu só não queria ver a cara dele porque não sabia qual seria a minha reação quando olhasse naqueles olhos escuros que ele tinha. Talvez a minha reação tivesse sido exagerada e eu acabei me sentindo um completo babaca e idiota porque, afinal de contas, eu nem podia exigir muita coisa naquela nossa relação. Eu nunca ia poder beijar aquela boca em público e nem andar de mãos dadas mesmo.

Naquele meio tempo eu estava me consumindo de vergonha, escrevendo poemas sobre amor e alguns sobre ter vontade de morrer. Estava certo o cara que disse que a poesia vinha do sofrimento. Mas daí eu me sentia ainda mais ridículo, jogava todo aquele monte de papel fajuto e levava bebida para dividir escondido com Donghwa no quarto dele. Meu irmão sentia que eu estava pra baixo e fazia um monte de piada meia boca para tentar me consolar de alguma forma. Eu até que dava umas boas risadas porque o sujeito sabia como me fazer rir.

As aulas estavam de volta e eu me consolava com o pensamento de que tudo acabaria em alguns meses e eu podia estudar o que eu queria mesmo – embora eu não soubesse direito que rumo tomar. Meus pais andavam dizendo que eu não deveria estudar literatura, nem jornalismo porque a pressão era grande e mal dava para alimentar o estômago. E então se contradiziam falando para eu estudar algo que eu gostasse. A minha única certeza era que medicina e direito nem de longe eram a minha praia.

Evitei a Jessica pelos corredores daquela escola o máximo que pude e provavelmente ela fez o mesmo porque eu não a vi em canto algum. Não que eu estivesse reclamando. Que ela tivesse tomado vergonha na cara cheia de reboco e não insistisse naquela situação.

Hyukjae me procurou em casa, mas eu nunca estava. Sempre eu dava um jeito de sumir dali depois da aula. Mamãe concluiu que Hyukjae era um cara bonito e parecia sempre triste. Ela comentou algo sobre o sorriso melancólico que ele tinha no rosto e eu não soube o que responder. Eu sentia saudade daquele sorriso cheio de dentes brancos e daqueles olhos rasgados. Era bom que ele sentisse o mesmo que eu. Fazia eu me sentir menos patético em sentir uma falta tremenda dele.

Eu não tinha como manter um contato nem indireto com Hyukjae. Foi por isso que numa noite de sexta-feira de céu sem muitas estrelas que eu resolvi tomar coragem e me redimir com ele. Eu sabia que ele estaria tocando no bar do nosso primeiro encontro, com aquela Les Paul velha demais e com a Lucille estacionada em alguma parede de beco.

O frio começava a dar as caras e eu cogitei a possibilidade de o inverno chegar mais cedo. Depois de bastante tempo eu vesti a minha única jaqueta por cima de uma camisa branca e enfiei as mãos nos bolsos para sair de casa. Eu ainda tinha um resto do salário da borracharia enfiado no bolso de trás da calça e dava para pagar pelo menos um refri para mim – ou, sei lá, se Hyukjae quisesse dividir comigo.

Quando eu fechei a porta de casa e olhei em direção à rua, um vento frio soprou em minha direção e quase me disse um “é agora ou nunca” que eu decidi acatar. Fui caminhando lentamente, quase como se eu estivesse evitando toda uma situação entre mim e Hyukjae. Eu queria vê-lo e fiquei com medo de ele não querer mais olhar na minha cara. Eu não me culpava, mas sabia que eu podia ter lidado melhor com tudo.

Quando fui me aproximando do bar, avistei a entrada apinhada de gente, como da primeira vez em que pisei ali. Senti o mesmo nervosismo e o mesmo rebuliço no estômago. Evitei cada um dos caras que me observavam e parei ao lado da janela vizinha a entrada. Meu coração batia forte e eu queria logo encontrar o cara que estava fazendo meu coração doer.

Apertei os olhos e mirei o palco. Ele estava lá. E eu encarei que nem um idiota. Eu não sabia se deveria entrar ou ficar parado fora do bar só olhando sem fazer nada. Eu nem conseguia mover as pernas direito, muito menos andar. Por isso eu passei uma canção inteira só encarando, sem coragem de entrar e me enfiar entre aquela gente que assistia ao espetáculo bem em frente ao palco.

Hyukjae estava com uma calça branca, meio justa, uma camisa de botão daquele jeito bagunçado que ele enfiava para dentro do cós das calças e uma jaqueta preta estava amarrada na cintura. Eu não conseguia ver direito a expressão dele. Hyukjae seguia tocando os acordes da música como se não existisse ninguém além dele mesmo naquele palco. Não notei nos caras da banda, só na forma como Hyukjae mudava os acordes e fazia uns arranjos fenomenais como se fosse a coisa mais fácil do mundo.

Decidi que eu não tinha ido ali para ficar olhando pela janela, no lado de fora, pegando o frio da noite no corpo. Eu fui até a entrada do bar com os meus passos cheios de timidez. Aquele amontoado de gente me apertava e eu desviava do jeito que dava até chegar ao meio da multidão que lotava o lugar. Tive que ficar nas pontas dos pés para tentar me sobressair naquela muvuca e eu nem tinha certeza se Hyukjae me enxergaria. Pelo menos eu estava ali para tentar consertar tudo. Já considerava um avanço enorme.

Parei para prestar atenção no jeito que Hyukjae tocava e como Michelle soava bem sendo dedilhada por ele. Eu estava com uma vontade enorme de chorar, mas acabei sorrindo com o francês enrolado que ele cantava e que, mesmo com o sotaque, dava para entender. Senti como se eu estivesse me apaixonando de novo por ele e percebi como a balança pesava mais para o lado de eu querer ficar com ele mesmo que as coisas fossem contra nós. Eu tinha certeza que o mundo sempre nos daria as costas. Depois de Michelle, a banda do Hyukjae começou a tocar Something e a multidão gritou.

Eu estava a um pé de dar o fora dali para chorar e fumar enquanto esperava Hyukjae terminar a apresentação, mas ele me encontrou. Ele me encontrou no meio de um bocado de gente que gritava e balançava naquele apertadinho de corpos. Os olhos dele vieram diretos em mim e pareciam surpresos por me ver naquele lugar depois de ele ter deixado de insistir bater na minha porta. Ele quase se esqueceu de cantar a próxima linha da música por ter aberto um sorriso em minha direção.

Algumas pessoas olharam para trás na tentativa de descobrir o motivo do sorriso dele. As garotas que o assediavam, é claro, sempre estavam de olho no que acontecia. Eu me fiz de desentendido e olhei para trás também, fingindo que não era comigo.

Voltei minha atenção ao Hyukjae perplexo lá no palco mixuruca demais para alguém com o talento dele. Seus olhos me prenderam onde eu estava e eu tive certeza que ele estava cantando para mim. Eu fiquei emocionado de um jeito tão brega que tive que passar a mão na cara para ver se não estava chorando. Felizmente eu não estava.

Quando a música estava terminando, ele largou a guitarra, deixando aquele peso pendurado pela correia ao redor do pescoço e segurou o microfone com as duas mãos. Os olhos de Hyukjae se fecharam e ele se tornou sereno, calmo. Eu vi amor. Ele começou a cantar os últimos versos sem o som da guitarra, só um instrumental baixo porque, finalmente os caras da banda sacaram o sentimento que Hyukjae estava tentando passar, não importava quem era o receptor.

Ele não queria me deixar.

A multidão voltou a ser uma loucura depois dos agradecimentos finais. Fiquei apertado entre as pessoas e a passos lentos naquele chão preto e branco eu fui em direção à saída. Dei uma última olhada para trás. Eu sabia que Hyukjae viria procurar por mim depois.

Daí do bar e me encostei na parede externa, sentindo o vento frio de início de madrugada fustigar meu rosto. Enfiei as mãos nos bolsos e dobrei o joelho para apoiar o pé na parede descascada da fachada do bar. Lá dentro já virava uma discoteca com umas músicas duvidosas que eu fiquei escutando enquanto esperava.

A rua estava vazia, só um cachorro abandonado passou correndo e latindo.

Ouvi um som baixo de grama morta farfalhando e enxerguei Hyukjae vindo em minha direção aos tropeços por causa do cadarço do coturno desamarrado. Ele parou na minha frente. Eu não soube o que fazer. Ele encostou a guitarra já guardada na capa ao meu lado e remexeu no cabelo daquele jeito que só ele mesmo faria. A mão dele estava repleta de curativos, principalmente nas pontas dos dedos. Pigarrei e ele me encarou de novo.

Foi estranho o silêncio que mantínhamos, foi estranho estar no meu próprio corpo. Ele mordia os lábios e suava um pouco nas têmporas.

- Oi – eu falei quase baixo demais para ele ouvir. Depois disso Hyukjae sorriu, arqueando as bochechas magras demais e rosadas, avançou em mim e me beijou. Bem ali na rua mesmo.

Foi rápido. Necessitado. Ardente.

Os lábios dele se encaixaram nos meus enquanto ele segurava meu rosto entre as mãos e a perna se encaixava entre as minhas. A boca dele era quente, macia e naquela hora estava com gosto de bala de morango. Hyukjae mordiscava minha boca sem força, aproveitando que eu retribuía o beijo na mesma intensidade. Meu coração palpitava com velocidade enquanto a língua dele deslizava na minha, fazendo uma carícia doce e afoita.

Percebi a falta que eu sentia daquela boca e do jeito que Hyukjae deixava com que eu segurasse com força o seu cabelo escuro como a noite que pintava o céu.

Nos afastamos e ficamos de testa colada uma na outra, misturando as nossas respirações que de coerentes não tinham nada. Nunca soube dizer se ele me olhava naquele instante, mantive os olhos fechados e abraçava os ombros largos para ter certeza que Hyukjae estava ali mesmo.

- Se tem um Deus mesmo... Que ele nunca te tire de mim de novo – Hyukjae disse. A voz dele era carregada de uma angústia que me machucou e corroeu. Abracei Hyukjae mais forte e enfiei o rosto no pescoço dele. Não tinha perfume, não tinha cheiro de coisa poética alguma, era só o cheiro dele. Ele se arrepiou. Sorri contra aquela pele.

- Eu amo você, tá legal? – eu disse. Foi baixinho. De uma vez só. Mas ele virou o rosto pra mim com as sobrancelhas franzidas e um bocado de sentimentos misturados naquela cara de paçoca.

Ele era a coisa mais maravilhosa que eu poderia ter.

- CARALHO, ELE ME AMA – Hyukjae deu um berro alto pra cacete, mas a festa rolava e provavelmente ninguém escutaria.

Hyukjae saiu correndo no meio da rua, foi e voltou, correu de novo e se deitou no meio da rua todo estirado no asfalto, com a mão direita no peito e sorrindo. Eu podia muito bem fingir que não conhecia o doido, mas o que eu fiz mesmo foi caminhar até ele, me agachar ao seu lado e repetir o que já tinha dito. Hyukjae ficou lá, olhando para o céu como se esperasse alguma coisa acontecer. Sorrindo.

Antes que nós fôssemos para a casa dele, dançamos que nem loucos. Por incrível que pareça, ele era pior dançarino do que eu, quase tão ruim quanto algumas das músicas da seleção que o Dj discotecava. Mas isso não impediu que a aura entre nós dois deixasse de ser erótica. Eu não conseguia deixar de notar na forma insinuativa com que Hyukjae dançava na minha frente e em como ele mexia no cabelo daquele jeito que me deixava atordoado. Cada vez que ele vinha mais perto de mim eu sentia vontade de agarrar aquele corpo.

Na minha idade, era normal pensar em sexo. Mas com Hyukjae dançando comigo, era inevitável que eu pensasse naquilo durante mais tempo que o habitual. No meu caso, não importava se era sexo com outro homem, porque o cara era Hyukjae. Nas últimas semanas eu ficava em um clima que só Hyukjae podia entender porque, quando nos olhávamos, o tesão que sentíamos era quase palpável. Aquilo tudo não era estranho, eu tentava pensar.

Eu tinha costumado a reparar demais nas formas como as roupas caíam no corpo de Hyukjae e imaginar como aquele corpo seria sem nada para cobrir. Eu tinha passado a gostar dos músculos fortes dos braços dele e do modo como as veias saltavam no braço sempre que ele estava recolocando livros nas prateleiras do sebo. Há muito eu olhava para as pernas dele e sentia uma vontade absurda de entrelaçar nas minhas.

Minha imaginação tinha ficado fértil e a minha vontade de desvendar aquele campo que eu nunca tinha cruzado me deixava com um problema apertando as calças. Foi por causa disso que eu comecei a trancar a porta do meu quarto para ter uma privacidade que eu nunca tinha exigido. No começo eu tinha vergonha de ver o que eu estava fazendo e ficava no escuro enquanto tocava uma. Eu não era de fazer aquilo, mas depois de conhecer Hyukjae, eu sentia uma necessidade quase patológica de literalmente colocar para fora aquele negócio que eu estava sentindo.

A bimbada e a coisa toda podia nem acontecer, por isso eu me satisfazia do jeito que dava. Hyukjae nunca saberia daquilo. Por aqueles tempos não permitirem sentar pra falar disso e tal. Era tudo muito implícito, mesmo que todo mundo soubesse o que era sexo.

É claro que eu não imaginaria que um dia eu chegaria perto de algo realmente sexual com o Hyukjae, mas a minha saudade gritava para que eu fizesse tudo o que tinha direito, o que desse na telha. Eu queria descobrir como era aquilo com Hyukjae. Então, depois de termos dançado até suarmos em bicas, nós estávamos no quarto de Hyukjae, nos altos do sebo, quase pelados lá pelas quatro da manhã.

Nós tínhamos andado pela cidade deserta no assento da lambreta, pegando vento e em algum momento nós paramos na casa dele. Entramos mais silenciosos do que assaltantes e nos embrenhamos no quarto dele. Não era muito grande, mas era bem maior que o meu. Hyukjae ligou o abajur pequeno que dividia espaço com um bocado de livros sobre uma cômoda marrom e eu pude ver como era tudo por dentro.

As paredes tinham um tom amarelado, bem claro e era decorado com pôsteres dos Beatles. Havia numa estante de ferro toda a coleção dos vinis que eles tinham lançado, organizado numa ordem de... Sei lá, preferência e ao lado estavam dois violões, um preto e um bege, tinha um banjo e a guitarra que ele trazia nas costas Hyukjae colocou ao lado encostado à parede. Eu fiquei encantado com tudo.

Hyukjae abriu a janela que ficava em direção à rua e quando voltou até mim começou a tirar minha jaqueta.

- Decepcionado? – perguntou ele. Minha jaqueta foi parar em algum lugar no chão e então ele envolveu a minha cintura com os braços, em um abraço por trás apoiando a cabeça em meu ombro. – Não é muito organizado, mas dá pro gasto.

- Bagunçado é, mas é a tua cara – a gente ficou ali olhando para a parede que dividia espaço com o luar além da janela e aquele monte de instrumentos.

Hyukjae começou a beijar meu pescoço e passar o nariz no meu cabelo de um jeito carinhoso, lento, daí eu percebi que era a primeira vez que tínhamos privacidade, um momento de nós dois. Pensei no sexo, pensei no amor que eu estava sentindo. Fechei os olhos sentindo aquela carícia toda cuidadosa e calculada. Não era como se não soubéssemos o que íamos fazer, mas era para durar. Hyukjae fazia aquilo tudo para me deixar mais calmo, me passar aquela confiança do tamanho do mundo que ele tinha.

Girei o corpo até ficar de frente para Hyukjae. Ele estava de olhos fechados, mordendo o lábio como se prendesse o sorriso que tingia aquela cara. Ele era o cara mais bonito que eu poderia ter, ele não sabia disso, muito menos fazia ideia do quanto eu gostava quando ele descia as pálpebras e fazia os olhos se tornarem fendas. Passei as mãos pelos ombros dele, enfiando os dedos sob a jaqueta e fazendo com que ela caísse dos braços dele.

Brinquei com os fios da nuca dele enquanto minha boca tocava a carne daqueles lábios macios demais. A boca dele era linda em todo aquele volume cheinho e fofo. Ele detestava que fosse daquele jeito, mas era bom morder. Hyukjae já respirava meio afoito e apertava a minha cintura do jeito que eu gostava.

- Hyukjae...

- Hm?

- Faz amor de costas comigo?

Eu me senti fodidamente ridículo e meloso e piegas e um punhado de adjetivos que eu não conseguia lembrar. Hyuk sorriu contra a minha boca e eu pensei que ele estava tirando sarro das minhas palavras.

- Isso soa tão bem na tua boca – disse ele. – Quase frase de livro. E se tu perguntar isso daqui a 30, 40 anos, eu vou te dizer sim e sim. 

Hyukjae pegou meu rosto entre as mãos, brincando com o polegar na minha bochecha em desenhos incompreensíveis. A boca dele deslizou sobre a minha, sem pressionar ou beijar de verdade, muito delicadamente. Ele não precisava de muita coisa para dizer que me amava pra valer porque eu sentia aquilo com cada ato dele. E antes eu não acreditava ser assim. Um dia, ele tinha me ensinado uma palavra nova: “ceticismo”. Eu gravei o significado dela e comecei a reparar na forma que ele me tratava, nas coisas que eu via. E, justamente nos atos, ele dizia que me amava.

Trocamos um dos muitos beijos que me deixavam sem chão e todo bambo. Eu não me importava enquanto fosse ele a me deixar assim. Hyukjae deslizou as mãos pelos meus ombros descendo pelos meus braços e antes de chegar até minhas mãos, ele foi em direção à barra da minha camisa. Ele deixava beijos em meu rosto conforme subia o tecido e depois jogou o pedaço de pano em algum canto daquele quarto. Os olhos dele percorreram cada centímetro do meu corpo até que eu ficasse meio envergonhado com toda aquela atenção.

Quase travei, sem saber o que fazer, mas ele começou a deslizar o indicador desde minha mandíbula fazendo um caminho sinuoso pelo meu pescoço até a clavícula. Ele tomou minha boca mais uma vez e de olhos fechados avancei com as mãos até a camisa dele, tirando a barra que estava enfiada nas calças e buscando os botões. Foi meio difícil fazer aquilo, mas aos poucos fui tirando cada botão das casas até que, depois de observar um feixe de pele entre a camisa aberta após apartar o beijo, empurrei pelos ombros até que a camisa encontrasse o chão.

Não que eu não esperasse aquilo, mas eu não deixei de ficar surpreso com a beleza absurda dele. Hyukjae sorriu e tirou uma mecha de cabelo que caía em meu rosto, colocando atrás da minha orelha. Ele deixou que eu observasse seu corpo por um tempo, assim como ele fazia com o meu. Os ombros dele eram largos e o peito era delineado e pálido, num tom incrivelmente bonito, alguns pelos finos faziam uma sombra rala aqui e ali e depois havia o abdômen quase definido. Debaixo do umbigo tinha aquele caminho de pelos que me atiçou de um jeito indizível.

A boca dele marcou meu maxilar e eu sentia vários arrepios marcando a minha coluna, tremulando. Deixei meias luas em seus ombros com as pontas das unhas e repreendi os ofegos que queriam ir além da minha boca. Agarrei as costas dele e me senti bem com aquilo. Eu até pensava que seria estranho, mas o tato era bom. Sentir a temperatura na palma da mão era agradável. Também quis sentir mais daquilo, mais dele. Aproveitei o ensejo quando Hyukjae desceu a boca até meu pescoço e as mãos até minha bunda.

Gemi e percorri o corpo dele com uma mão, sentindo os pelos abaixo do umbigo até sentir a rigidez por cima das calças. De súbito Hyukjae largou meu pescoço e me olhou nos olhos de um jeito necessitado barra erótico. Talvez tivesse se impressionado com a minha atitude, então tirei a mão e enfiei o rosto na curvatura do pescoço dele.

- Continua – disse Hyukjae, então eu voltei lá ainda meio inseguro, desenhando o formato do pênis dele sob o tecido para depois apertar entre os dedos.

Hyukjae estava com o cabelo ainda mais desgrenhado, então ele afastou do rosto a ponta de franja que caía do topete, tirando dos olhos e foi em direção ao cós do meu jeans.  Me arrepiei sentindo a mão dele abrir o botão com habilidade. Ele não estava nervoso, só um tanto ansioso e mordia o lábio.  Aos poucos ele me levou até a cama e eu caí sentado. Do ângulo que eu estava, os olhos de Hyuk pareciam mais escuros e a pele clara demais reluzia com a luz do abajur.

Deslizei até o meio da cama mais macia que a minha e chamei por ele. Hyukjae veio engatinhando até mim e ficou de joelhos para puxar minhas calças para longe do meu corpo. Fiquei de cueca, me sentindo envergonhado, mas nada muito grave e esperei que ele se desfizesse das próprias calças também. Ele deitou o corpo sobre o meu e me beijou no momento exato que senti a intimidade dele tocar a minha. Ele estava tão duro quanto eu, e só senti aquele estado piorar conforme a gente se esfregava e trocava beijos.

- Eu quero ver como você é nu – eu disse, mal conseguindo respirar, mas ele entendeu. Um sorriso despontou na boca dele. Eu sabia que a minha curiosidade o agradava. O primeiro a ficar nu, na verdade, fui eu, não antes de ele ter me alisado com a mão morna e firme. Depois ele tirou a própria cueca e ficou lá de joelhos me olhando.

Cada olhar que ele me lançava era diferente do outro. Era muito particular. Mesmo que nós estivéssemos no meio de uma transa, eu me consumia de paixão e todas aquelas coisas que tem nos livros. Inclusive, era quase como uma poesia a imagem de Hyukjae se tocando na minha frente, coisa que nem nos meus sonhos mais sexuais eu imaginaria. Eu imitei aquele ato e aquilo só pareceu afetar Hyukjae ainda mais, coisa que eu vi antes de fechar os olhos e ouvir o barulho das nossas mãos aumentando gradativamente.

Em algum instante eu me virei de costas para ele, deixando a cabeça de lado e com o olhar quase implorando para ele fazer alguma coisa. Sei lá, me foder. Eu queria saber a sensação de ter ele dentro de mim, sentir o peso do corpo dele sobre o meu e a temperatura da pele dele. Mesmo que eu estivesse em uma condição vergonhosa, não me importei e só aproveitei quando as mãos dele apertaram minha bunda com gosto e depois seu corpo se moldar ao meu.

- Hae... – ele me chamou com dificuldade. A voz dele era baixa, rouca e extremamente obscena. Eu gostava do jeito que soava ao pé do meu ouvido. – Só relaxa, tá bom.

Foi o que eu fiz. Me concentrei em gravar o modo como ele apertou minha cintura com a mão e foi me invadindo. Procurei registrar o que eu sentia conforme eu era preenchido, mesmo que fosse difícil. Depois ele envolveu minhas mãos e decorei o ardor da pele contra a pele e a sensação esquisita de ter Hyukjae em mim até meu corpo perceber que era ali mesmo que ele deveria estar. Meus quadris guardavam em si a marca do impacto dos quadris dele que vinham com uma lentidão absurda. Hyukjae falou para eu dizer se ele me machucasse, mas tudo o que eu sentia era atenção, cuidado e companheirismo.

Quando o relógio bateu lá pelas tantas, eu virei de frente para ele, fazendo Hyukjae me preencher de novo tão rápido quanto o possível porque eu me senti vazio. Ele me olhou nos olhos enquanto investia contra mim. Observei o suor escorrer lentamente nas têmporas dele e o som da cama rangendo baixinho sob nos dois. O cabelo dele caía em seu rosto e então eu decidir afastá-los e segurar seu rosto entre as minhas mãos, de modo que eu o via mais de perto, o que me deixava em frangalhos.

Hyukjae era lindo em todo aquele paradoxo de gente; um poeta de subúrbio bom de cama e com gemidos musicais. As sobrancelhas se franziam e os olhos se tornavam fendas. Havia aquelas pintinhas apaixonantes no canto do olho direito e na bochecha, alguns espalhados nos ombros e nas costas, que era possível sentir no tato. Havia aquela boca escarlate partida em dois para me deixar ouvir os gemidos. Os braços dele estavam decorados com veias que saltavam com a pressão e seu peito se avermelhava. Ele me envolveu com a mão e me tocou só para me deixar ainda mais satisfeito.

Durante todo aquele momento seus olhos não me deixaram, até eu sentir Hyukjae se desfazer dentro de mim, despertando novas sensações. As investidas continuaram até pararem por completo. Não deixei que ele saísse de dentro de mim por algum tempo. Ele me observou e beijou minha boca. Tinha carinho ali.

- Não consigo acreditar – ele disse enquanto tentava encontrar algum oxigênio nos pulmões. Eu ri meio envergonhado. Estava amanhecendo.

- No que?

- Que a gente tá pelado na minha cama, depois de ter feito... Amor.

- Pensei que você ia falar sexo.

- Isso foi amor.

- Amor com um bando de caras olhando pra nós dois.

- Por causa deles que a gente tá junto em qualquer parada.


Notas Finais


Muitos milagres podem existir porque, dessa vez, o word apagou 8 páginas que eu havia escrito, mas consegui refazer. Eu berrei, xinguei e chorei até minha irmã veio rir da minha cara e limpar minhas lágrimas e a gente teve um diálogo tipo:
ela: cê lembra o que tinha escrito? eu: nãÃOOOOO.
(obrigada, kurisu, essa é pra ti.)
Eu não sei decidir se antes estava melhor que esse. E deve ter um punhado de erros e typos. Sinto muito mesmo.
Aliás, eu acabei não fazendo o que eu queria fazer nesse capítulo. Hahaha. Isso tudo foi fora do planejado. Mas valeu eu chororô.
Ah, eu vi esse gif e baaaam, é o Hyukjae de DSD, me ajudem > https://33.media.tumblr.com/11fcdd073bfe7787db7c790ba39eccd4/tumblr_n3lv8ry7i91reqd5uo2_250.gif

for my precious diamonds, tai.


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