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História Don't Forget - Primeiro de Janeiro de 1980


Escrita por: avengertimelady

Notas do Autor


Olááááá <3

como vocês estão leitores lindos? Hora de descobrir o porquê de James chamar Mari e Sirius de volta para o Brasil, escolhi algumas músicas para acompanharem o cap:

Kansas- Dust in the Wind
-Cranberries - Zombie
Daughter - Youth
Coldplay- Fix You

Capítulo 27 - Primeiro de Janeiro de 1980


Fanfic / Fanfiction Don't Forget - Primeiro de Janeiro de 1980

Janeiro de 1980:

 

Mari:

 

            Eu dava risadinhas incessantes enquanto Sirius beijava meu rosto e me abraçava, porém ele estava tão atrapalhado que eu estava mais era o carregando. Nem precisei acender alguma vela, a luz de fora banhava o quarto. Era por volta das três da manhã do primeiro dia de 1980 e havíamos acabado de voltar da praia, Sirius acabou exagerando um pouco na bebida e conheceu o poder da caipirinha, agora ele cambaleava e ria de tudo, claro que ele teve que disfarçar um pouco na frente dos meus pais, mas aqui no quarto era hilário ver seu estado, ele tentava cantar alguma música em português, mas eu só ouvia palavras enroladas enquanto tirava sua regata. Peguei meus pijamas na minha bolsa enquanto tirava meu vestido branco senti um abraço por trás.

-Maaaaaaaariii- Ele cantarolou.

-Sim, meu pinguço?

-Vamos fazer amor na rede? Vai parecer que estamos voando- Ele propôs.

-Si, você não vai conseguir fazer nada nesse estado- Adverti achando graça, seu hálito era de limão e álcool.

-Eu... Consigo sim, vamos pra lá que eu mostro- Ele propôs.

-Ok, me espera lá na cama- Disse e ele deu uma risadinha.

-Você vai ver ,linda eu vou fazer o Brasil inteiro escutar a gente...- Ele ia dizendo.

-Claro que vai- Concordei terminando de colocar meu pijama, com aquele calor optei apenas por uma blusa de alças e um shorts.- Vamos lá garanhão, quero ver seu melhor...- Falei me virando para a cama e segurei uma gargalhada: Sirius havia desmaiado de sono, mas sem antes estar a meio caminho de retirar sua bermuda. Subi sua bermuda de volta, sem antes de admirar a bela bunda do meu namorado. Ajeitei na cama para ficar mais confortável, colocando apenas um lençol fino para lhe cobrir, então deitei ao seu lado sentindo o cansaço do dia e das comemorações e desejei assim como nos anos anteriores que nada mudasse entre nós.

-Eu te amo- Sussurrei me aconchegando no meu namorando, poderia estar quente, mas eu simplesmente ansiava por sua pele, eu queria sentir o perfume dela.

-Também te amo- Ele resmungou e fechei os olhos enquanto sorria para mim mesma.

            Não sei que horas eram quando ouvi alguém muito longe, abri os olhos devagarzinho para ver meu pai no quarto, assim que Sirius se deu conta ele quase deu um pulo indo para longe.

-Eu não toquei nela, juro.

-Sirius, Mari... James mandou uma carta, ele pediu para que vocês voltassem imediatamente para Londres.

-Oh Merlin- Esfreguei os olhos e me sentando na cama, Sirius fez o mesmo, porém bem mais alerta que eu.

-Ele disse o motivo?- Ele quis saber.

-Não, apenas pediu isso- Olhei para meu namorado, eles estava mortalmente sério.

-Acho melhor irmos, espero que não seja nada de sério- Falei. – Vamos nos trocar e ir .

-Enquanto isso, posso falar com você filha? Sua mãe quer fazer algumas recomendações.

-Claro, você arruma as malas, Si?- Perguntei e ele já estava fora da cama. Fui com meu pai para o quarto dele e de mamãe, ela estava lá já trocada.

 -Gente, o que está acontecendo?- Meu pai colocou a mão na nuca.

-Não quis falar nada na frente do Sirius, mas... Lily mandou a carta pedindo para vocês voltarem... Os pais de James faleceram, querida.

            Senti o ar escapar dos pulmões e o mundo girar rápido demais, tive que sentar na cama.

-Não, não, não não.... Não pode ser papai, eles estavam bem.

-Filha eu conheci os Potter, eles já tinham uma idade avançada.- Meu pai se sentou de frente para mim- Só Merlin sabe como eles queriam ter um filho, e insistiram apesar dos riscos. Lily contou na carta que eles foram dormir depois da festa de ano novo e simplesmente... Não acordaram.

-Ai minha nossa James deve estar arrasado- Eu me esforçava para não chorar. Os Potter eram maravilhosos comigo, lembro da primeira vez que os visitei quando estava no terceiro ano, James queria treinar o time e obviamente eles me trataram quase como se eu fosse da família, depois que fiquei mais próxima de James e comecei a namorar Sirius eu os visitava sempre e agora...

-Seu pai não quis contar para Sirius porque... Sabemos como ele é.

-Não vou conseguir contar- Falei finalmente chorando- Não acredito que eles se foram.

-Eu sei que dói, meu leãozinho- Mamãe veio me abraçar- Mas você precisa ser forte por Sirius.

-Não sei se consigo- Funguei.

-Claro que consegue, princesa- Meu pai deu um sorrisinho- Não estou pedindo para segurar as emoções nem nada, mas pense que seu namorado e seu amigo precisam de você.

-Eu cuido deles- Prometi secando as lágrimas. – Vou sentir saudades.

-Nós também querida- Minha mãe beijou meu rosto- Fiz uma cesta com comidas para vocês.

-Obrigada, vou pegar minhas malas.- Antes de me levantar Henrique apareceu no quarto, ainda de pijamas.

-O pai me contou, sinto muito Mari- Ele disse- Você já vai para Londres?

-Vou sim – Então nos abraçamos- Cuide dos nossos pais, ok?

-Sempre, eu vim lhe dar isso- Ele estendeu um pergaminho, ao abrir me deparei com um lindo desenho de nós cinco.

-Isso é lindo, Rique e tem até o Sirius- Observei.

-Ele é quase um MacLaine.

-Obrigada maninho- beijei seus cachos e fui para meu quarto, Sirius terminava de fechar nossas malas, ele até deixara um vestido para mim em cima da cama.

-Aconteceu alguma coisa?- Ele quis saber, minha vontade era de chorar.

-Só um rápida conversa com meus pais, eles só ficaram preocupados.

-O que você acha que pode ser?

-Saberemos quando chegarmos, mas você precisa manter a calma- Pedi enquanto me trocava.

-Estou sentindo algo esquisito- Ele disse.

-Si, calma por favor- Pedi, pegamos as malas e fomos para sala onde a chave de portal já estava lá. Nos despedimos de  meus pais, meu coração apertou de saudades já, então pegamos no abajur velho, aquele puxão horrível nos levou para nossos apartamento.

-Si... Antes de irmos preciso te contar algo- Falei e o levei para o sofá.

-Mari você está me assustando- Ele disse.

-James nos chamou de volta porque... O senhor e a senhora Potter foram dormir e simplesmente... Não acordaram- Seus olhos perderam o foco, estava difícil demais não chorar, mas respirei.

-Não é possível...- Não pode ser...- Ele se levantou andando de um lado para o outro falando coisas que mal entendi.

-Eu sinto muito Si- Falei, ele parecia uma animal ferido e acuado, doía vê- lo assim, então levei um susto quando ouvi seu grito de dor, ele caiu no chão da sala e corri para perto, ele se agarrou em mim como quem se agarra num bote salva vidas, seu choro era alto e eu sentia meu coração trincar, desejei do fundo do coração de nunca mais ver Sirius nesses estado, e fiz o que prometi aos meus pais, eu seria forte por ele.

-Eu sinto tanto, meu amor, mas tanto- Funguei- Vai doer muito, e você nunca vai parar de sentir saudade deles, mas saiba que aqueles que amamos, a gente sempre pode encontra-los aqui, no coração- Acariciei seus cabelos delicadamente.

-Mari, não vou aguentar... Eles eram minha família.

-Eles nunca vão deixar de ser- Deixei claro.- E você vai aguentar, você tem James, Remo, as meninas e você tem a mim. Não vou a lugar nenhum.

-Eu me sinto horrível porque a primeira coisa que pensei foi “por que eles? Por que não...”

-Não termine a frase- Sei que ele iria dizer a mãe dele, porém é algo demais para se desejar, e não gostaria que Si tivesse o peso dessa frase em si.- Vai ficar tudo bem, eu estou aqui, quando você estiver pronto vamos ver James.

            Perdi a noção do tempo, demorou para Sirius controlar o choro, e aguardei ele se acalmar enquanto eu dizia palavras de conforto baixinho como “estou aqui” “eu te amo” “ vamos superar isso.” Por fim ele se levantou, colocou um casaco e disse apenas um “melhor irmos”, ele parecia ter envelhecido uns 20 anos. Segurei sua mão fortemente enquanto aparatávamos, abri os olhos e vi a residência dos Potter, pareceu uma eternidade até que abrimos o portão que como sempre rangeu, logo vi James aparecer seguido por Lily, Remo e Ingrid, assim que nos viu James saiu quase correndo em nossa direção, Sirius soltou de minha mão e correu para o abraço do amigo, o choro dos dois se tornou audível e novamente senti o coração partir por eles, por mim, por nós que havíamos sido um pouco filhos dos Potter. Remo se juntou aos dois e nem me atrevi a interromper aquele momento, Lily e Ingrid vieram para perto de mim e abracei minhas amigas, achei que choraria, mas ao invés disso aguentei firme fazendo carinho nas minhas amigas, queria que tivesse uma poção para que as dores que a vida proporciona desaparecessem, mas ao que parece o único remédio é o amor.

            O resto dos acontecimentos aconteceram como um borrão para mim, tivemos que ajudar James com os preparativos do funeral, eu e Remo fizemos a maior parte, enquanto Lily e Ingrid cuidavam dos meninos, James estava em estado de choque, perdido, e Sirius tinha acessos de raiva e revolta.

-Tudo vai mudar agora, não é?- Remo perguntou, assim como trouxas tínhamos um lugar específico para cuidar de detalhes quando um parente vem a falecer, tínhamos que pegar um pergaminho confirmando a morte dos Potter.

-Eles eram tudo para James e se tornaram tudo para Sirius- Disse me sentindo cansada, como se não dormisse há dias, sendo que passava da uma da tarde.- Nem sei como estamos aguentando.

-Acho que isso que é amor. Engolir a dor para confortar quem amamos- Remo refletiu.

-Os meninos tem sorte de ter – Tentei sorrir.

-Eles me salvaram de uma vida miserável de auto piedade, Mari. Eu faria tudo por eles.

-Eu também.

            James nos pediu para não velassem seus pais, ele queria que fossem enterrados no mesmo dia.

-Não vou aguentar vê-los assim- Ele nos explicou e claro que fomos buscar tudo para a cerimônia, seria no cemitério na mesma cidadezinha que eles moravam, os parentes não eram muitos, porém todos estavam estarrecidos.

-Eles foram dormir e simplesmente, não acordaram- James dizia e voltava a chorar.

-Hey- Falei para Lily, era quase a hora do enterro e ela estava sentada numa cadeira, James estava ao lado dos caixões.

-Vim descansar um pouco- Ela disse e lhe entreguei um copo de água.

-Tome, você e o bebê precisam se hidratar.

-Obrigada.

-Imagine é só água...

-Não Mari, por tudo- Seus olhos vezes estavam marejados.

-Somos uma família- beijei seu rosto e então fiz carinho na sua barriga- Tente não se estressar muito, pelo bebê.

-Farei meu melhor- Lily respondeu e fiquei segurando sua mão até que nos disseram que era hora do enterro, antes porém alguém da família teria que falar algumas palavras, todos olharam para James, vi o pavor em seu olhar.

-Oh não- Lily sussurrou- Conheço esse olhar de Jaime- Então ele saiu correndo para fora, na hora ela se levantou, mas se encolheu.

-Grid!- Chamei.

-Lily está tudo bem?

-Só... Uma pontada- Ela disse- Preciso ver James.

-Eu vou, Grid, cuida da grávida aqui.

-Pode deixar, Remo vai ficar com Sirius.- Fui correndo para fora também, nevava no cemitério e as árvores que envolviam o lugar não ajudavam em nada, porém consegui ver um vulto indo para saída, fui em seu encalço.

-James!- Chamei energicamente- James espera!

-Eu não posso Mari! Não posso fazer isso!

-Calma...

-Meus pais estão mortos! Como posso ter calma?!- Ele tirou seus óculos e as lágrimas rolaram- Eu sinto como se estivessem arrancando meus pulmões e meu coração, e o pior é que essa sensação nunca mais VAI ACABAR. Eu não consigo ser forte!!

-James, por favor me escuta- Pedi, minha garganta ardia, talvez de todo choro que eu engolia.- Ninguém está pedindo para você ser forte, essa reação é completamente compreensível diante do que você está sentindo, mas você não está só.

-O que vou fazer da minha vida, Mari?

-Você será o marido maravilhoso que você já é, o amigo fiel e daqui uns meses, o pai babão. Essa dor vai amenizar, e vai restar um sentimento que os brasileiros chamam de saudade, eles estarão sempre com você, James- Estendi meus braços e meu amigo me abraçou fortemente. Fechei os olhos enquanto silenciosamente confortava James.- Você é amado, você ama e isso que fará a diferença daqui em diante.

-Muito obrigado, Mari- Ele fungou- Obrigado por estar sempre por perto, por ser o coração e por cuidar do meu irmão. Eu te amo.

-Eu também te amo, James... Estarei aqui sempre.

            Voltamos em silêncio para onde os outros estavam, quando James ia para falar algumas palavras Sirius se adiantou.

-A primeira vez que visitei a família Potter eu tinha 12 anos e fui escondido. A senhora Potter fez meu prato favorito, e o Senhor Potter jogou quadribol comigo e James, saí de lá sem entender que sensação boa era essa que eu sentia, então pelos próximos anos aprendi o que era uma família de verdade, o que era o amor, e nunca vou me esquecer disso, perde-los parece perder os trilhos da minha vida, porém enquanto eu tiver meus amigos sei que tudo vai ficar bem eventualmente... Sentirei a falta de vocês, mãe, pai.- Desta vez me permiti que algumas lágrimas caíssem, senti alguém me abraçar e vi que era Ingrid.

-Pode chorar, Mari. Choro não é sinal de fraqueza- Minha amiga era tão sábia e me conhecia tão bem, ela sabia como eu me recusava em chorar em situações assim, era como se eu perdesse o controle de tudo, mas ali naquele momento eu vi que de fato não temos nenhum controle de nossas vidas. Me encolhi na minha amiga enquanto ela me abraçava fortemente.

            O enterro acabou e já era de noite, falamos para dormir com James e Lily, mas ele não quis.

-Preciso ficar á sós com Lily, por ora – Ele disse ainda desolado.

-Claro cara, mas qualquer coisa nos mande uma carta- Remo disse

-Se precisarem podem dormir conosco- Ingrid complementou.

-Muito obrigado por estarem comigo nesse momento, sei que posso contar com vocês.

-Sempre- Jurei. Nos despedimos e cada um foi para sua casa, eu e Sirius entramos no apartamento em silêncio, fiz o jantar enquanto ele ia tomar um banho, não queria sufoca-lo. O jantar também foi igualmente silencioso, fomos então para o quarto, foi minha vez de tomar um banho e só ali enquanto a água  caía deixei que minhas lágrimas se misturassem, mordi minha mão para abafar os gritos que eu queria dar, eram tantos sentimentos misturados: eu sentia  uma enorme tristeza, o luto me sufocava, a revolta vinha “por que eles e não um comensal” e a dor de ver Sirius e James sofrendo era horrível, eu não sabia descrever como me sentia, fui escorregando na parede do banheiro chorando copiosamente a medida que caía minha ficha que pessoas morriam, que eu poderia perder pessoas que amava, eu não tinha poder nenhum em relação à isso e o medo tomou conta de mim em forma de choro, minha visão estava tão embaçada que mal reparei num vulto vindo na minha direção, e mal notei a água sendo desligada.

-Você não tem jeito, MacLaine- Sirius falou e ergui o rosto , ele enrolou uma toalha nos meus ombros e me levou no colo até o quarto.- Se segurando até não poder mais. Você não precisa carregar todos os sentimentos do mundo sabia? Somos um time ou não?

-Eu... Precisava cuidar de você- Apenas falei ainda chorando, ele no gesto mais terno que vi me vestia com delicadeza.

-E não queria que ninguém cuidasse de você- Sirius secou meus cabelos com a toalha- Eu preciso de você, linda mas você não pode tomar a dor de todos para si.

-Si...

-Eu te amo, e mais do que nunca preciso de você, mas você também precisa deixar que eu cuide de você.

-Prometo- Funguei- Eu te amo.

-Sempre, linda- Nos beijamos delicadamente.

            O primeiro dia do ano nos destruiu por completo, mas eu tinha Sirius para me ajudar a juntar todos os pedaços, e dormi sabendo que isso era suficiente.


Notas Finais


Primeiramente, desculpa ;-; esse foi um dos caps mais doloridos de escrever, porém sinto que é importante para o desenvolvimento de todos
beiiijos e nos vemos semana que vem <3


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