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História Don't Forget - Pilot


Escrita por: HarmonyUnbroken

Notas do Autor


Heeeeey, babies, boa noite!!

Okay, sei que é uma surpresa eu estar aqui, mas bem, here we go again!

Eu estive rabiscando essa história, que por um acaso é beeeeem diferente da última e espero tremendamente que seja tão bem aceita quanto Colega de Quarto (abro um parêntese aqui pra agradecer a vocês por todo o carinho na fic passada e por ainda continuarem favoritando mesmo depois do fim, obrigada <333). Algumas pessoas me incentivaram muito a postar essa história, então quero deixar registrado isso!!

No mais, deixarei dois caps pra vocês hoje e quero ver suas hipóteses e interrogações acerca do começo.

Boa leitura, babies!!!

Capítulo 1 - Pilot


[...]         

   __O que você vê? – ela me perguntou quase num sussurro.

   Seus olhos castanhos estavam focados no horizonte, o pôr do sol fazendo seu rosto quase brilhar em meio à perfeição do momento. Meus pés descalços tocavam a areia gelada da praia de Santa Monica e minhas mãos estavam trêmulas, aquela maldita sensação de desconhecido, de abismo, coisas que eu sempre sentia quando estava com ela.

   A olhei um pouco de lado e pude observar, sem que ela notasse, o quanto seu rosto era lindo de perfil.

   __O que VOCÊ vê? – devolvi sua pergunta e percebi um pequeno sorriso bailando entre seus lábios.

   Ela continuou sem direcionar seus olhos para mim. Seus cabelos davam fortes solavancos com o vento litoral e ao olhar novamente para o sol se pondo, pude vê-lo quase beijando o mar.

   __Eu não vejo nada... – ela disse, repentinamente me pegando de surpresa. Voltei a encarar seu perfil. – Quando eu estou aqui e vejo o pôr do sol, eu não lembro de nada...toda a dor, a mágoa, o sofrimento, os problemas, todas as coisas ruins parecem ficar atrás de mim e eu não vejo nada...nada além do sol indo embora...

   Houve um breve momento de silêncio entre nós e então finalmente senti seus olhos em meu rosto.

   __O que você vê, Lauren? – ela perguntou novamente.

   __Eu posso...copiar algo para responder?

   Ela deu um risinho divertido.

   __Sim, você pode!

   Assenti devagar e voltei a olhar para o pôr do sol. Metade dele já tinha sumido, quase parecendo ter sido engolido pelo mar. Respirei fundo e fechei os olhos por dois segundos, antes de abri-los e dizer:

   __Eu vejo o infinito... – eu pude sentir seus olhos em mim, mas não a encarei naquele momento. – Quando estamos aqui, eu me sinto parte do infinito...eu sou infinita!

   Minha mão, que apoiava meu corpo, na areia da praia caminhou devagar e tocou a dela bem do meu lado. Eu percebi seus olhos encarando nossas mãos e então, numa fração de segundo, a fração de segundo mais longa de toda a minha vida, ela entrelaçou seus dedos nos meus, nossas mãos sujas de areia finalmente tomando o lugar que eu sabia que deviam ocupar desde que a tinha conhecido: juntas.

   Será que ela sabia que me sentir infinita estava mais relacionado a ela do que ao lugar onde estávamos? Eu não precisava dizer. Eu queria que ela soubesse.

   __Eu amo você, Camz... – não consegui deixar de dizer.

   Ela me encarou sorrindo. Aquele sorriso tão doce. Aquele sorriso que tinha me tirado de uma prisão que eu nem sabia estar confinada.

   __Eu amo você...

 

~CAMILA CABELLO~

 ...90 DIAS ANTES...ATLANTA, GEORGIA – EMORY UNIVERSITY HOSPITAL

       __Camila? – ouvi alguém chamar, mas era quase como se aquela voz estivesse longe demais de mim, como se eu estivesse presa em algum cômodo e aquela voz estivesse do outro lado da porta. – Camila? Você consegue me ouvir?

   Abri os olhos devagar, tentando acostumá-los pouco a pouco à claridade. Quem era Camila?

   Um homem vestido de branco estava com o rosto próximo demais do meu. O que era aquilo? Eu tinha morrido?

   __Camila? Você consegue me ouvir? – ele perguntou novamente.

   Seus olhos eram de um azul claro e límpido e pareciam muito ternos. Um bipe chato e contínuo soava no recinto onde eu estava. O que diabos era tudo aquilo?

   __Água... – consegui dizer depois de tanto esforço para formular aquela palavra.

   Quase parecia que eu tinha ficado anos dormindo e tinha esquecido até como falar.

   __Água, claro... – ele disse e pegou um copo de água que se encontrava ao lado da cama onde eu estava.

   Foi então que notei melhor onde eu me encontrava. Ele estava de branco e os bipes vinham de pequenas máquinas que me observavam e regulavam como eu estava. Havia fios ligados de mim até as máquinas. Eu estava num hospital e aquele devia ser o meu médico.

   __Aqui... – ele disse, colocando a mão atrás da minha cabeça e me ajudando a levantar um pouco para tomar a água. – Devagar, devagar...

   Me engasguei nos primeiros goles, mas do meio para o fim consegui secar o pequeno copo descartável com rapidez.

   __Boa garota... – ele disse e recolheu o copo até a mesinha de metal ao lado da cama. – Como se sente?

   __Cansada... – consegui dizer, deitando a cabeça no travesseiro e fechando os olhos. – O que eu estou fazendo aqui? Parece que eu fui atropelada por algum caminhão...

   __Você não se lembra? – ele perguntou e senti seus dedos por debaixo da luva tocando a pele do meu rosto. – Abra os olhos pra mim, Camila...

   Camila? Meu nome era Camila?

   Abri os olhos e uma luz amarela forte me cegou por um momento, me fazendo fechá-los de novo.

   __Abra, Camila...eu preciso que você abra...

   Abri os olhos novamente e ele ficou com aquela luz dentro do esquerdo e depois do direito, a retirando e me encarando, sério.

   __O que eu to fazendo aqui? O que aconteceu? – comecei a me desesperar quando ele não respondeu.

   Me mexi na cama, tentando arrancar os fios do meu braço. Tinha muitos nas minhas mãos e no limite do antebraço com o bíceps. Aqueles bipes estavam deixando minha cabeça confusa.

   __Camila, acalme-se, por favor, esses aparelhos estão te ajudando, você precisa de medicação... – ele dizia, enquanto tentava segurar meus braços, que não paravam quietos, tentando me soltar e escapar de tudo aquilo. – Enfermeira! – ele gritou, alto. – Enfermeira!

   Uma moça baixinha e rechonchuda entrou no quarto e arregalou os olhos ao ver aquela situação. A vi assentir e em segundos, ela estava colocando o conteúdo de uma seringa dentro de uma daquelas bolsas de soro que estava ligada a mim.

   Minha cabeça girou e meus braços ficaram moles. Seja o que fosse que tinha acontecido, eu não podia sair dali. Não agora.

   Apaguei.

 

~LAUREN JAUREGUI~

...MIAMI, FLORIDA...

   Me remexi na cama e me espreguicei, gemendo preguiçosa, sem coragem nenhuma de levantar. Abri os olhos devagar e percebi que o quarto ainda estava parcialmente escuro, por causa das densas cortinas com as quais Lucy cobria suas janelas.

   Lucy...minha noiva. A mulher com quem eu me casaria dali dois meses. Parecia mentira. Eu a tinha conhecido no jardim de infância, quando seu pai mudara da América Latina para morar em Miami. Era incrível o quanto tínhamos gostos parecidos e tínhamos percebido isso com o passar dos anos. Nós gostávamos das mesmas bandas, tínhamos o mesmo gosto peculiar por filmes antigos do cinema mudo e parecíamos apreciar tremendamente cada uma das viagens que fizemos à Itália para apreciar um bom vinho. Poderíamos ir para qualquer lugar, mas sempre íamos para a Itália, era nosso lugar no mundo.

   Em que ponto tínhamos chegado a um noivado, eu confesso que nem eu mesma sabia muito bem. Lucy e eu nunca tínhamos estabelecido realmente o que éramos uma para a outra. Nós sabíamos que fazíamos um bem mútuo uma a outra e que nos sentíamos felizes quando estávamos juntas, mas nunca fomos de rotular tudo aquilo. O que éramos ou o que realmente sentíamos.

   Às vezes eu achava que o nosso compromisso era por conveniência. O pai de Lucy investira milhões de dólares no negócio do meu pai e agora, a Construtora Jauregui era a mais requisitada do país e meu pai tinha passado de um simples marceneiro a empresário milionário do ramo das construções. Ele sempre dizia que jamais poderia pagar o que o Sr. Vives tinha feito por ele e colocava Lucy do céu para cima, a enchendo de elogios, presentes e claro, de mim. Uma hora, éramos amigas inseparáveis, agora, estávamos prestes a nos casar, coisa que eu jamais imaginei fazer, com quem quer que fosse.

   Eu tinha uma boa vida, disso jamais poderia me queixar. Eu tinha dinheiro e podia ir para onde quisesse, na hora em que quisesse. Eu tinha uma noiva linda, apaixonada e dedicada a mim. Eu tinha uma família amorosa, unida e maravilhosa. Eu tinha tudo. Eu tinha tudo em minhas mãos. Mas junto, sempre tinha a sensação de que estava faltando algo.

   Suspirei, virando minha cabeça para o lado e vendo os longos cabelos castanhos de Lucy caindo em cascata, bagunçados em suas costas. Ela tinha uma âncora tatuada em sua pele morena, que estava visível pelo fato de ela estar completamente despida, enquanto dormia profundamente.

   Era sempre isso. Manhãs na construtora, tardes na faculdade, jantares em família e vir aqui e transar com ela até a hora de dormir. Era sempre isso. Era uma monotonia infindável e eu sabia que minha vida caminharia para terminar exatamente desse jeito. Parada. Eu casaria com Lucy, talvez passássemos nossa lua de mel na Itália e então, casada, eu assumiria a presidência da construtora, tomando meu direito de filha mais velha e jamais poderia realmente sentir todas as coisas que eu sabia que estavam faltando, mesmo sem saber exatamente o que eram.

   Levantei, sentando na beirada da cama e coçando os olhos. O relógio eletrônico em cima do criado mudo marcava 7:15 da manhã. Eu tinha 45 minutos para chegar na construtora. Não que eu devesse realmente cumprir algum horário, eu era a filha do chefe, tinha meus privilégios, mas por alguma razão, eu não gostava muito de me prolongar em minhas manhãs com Lucy. Eu a amava, isso não podia negar de jeito nenhum para mim mesma, mas era como se eu estivesse numa TPM sem fim, então preferia me manter longe do que me estressar e falar coisas que não deveria.

   Às vezes eu me sentia muito idiota por lamentar e reclamar tanto, tendo uma vida que muitos matariam para ter. Mas nada, nada do que eu fazia parecia ser suficiente para me trazer êxtase, prazer, plenitude.

   Aos meus 20 e poucos anos, eu, Lauren Jauregui, me sentia uma mulher incompleta.

 

~CAMILA CABELLO~

   __Amnésia? – uma voz feminina perguntou e então eu ouvi um soluço seguido de um choro. – Mas por quanto tempo? Ela se lembra de algo? Ou só esqueceu o que aconteceu?

   __Nós não sabemos, Sra. Cabello... – uma voz masculina falou.

   Eu conhecia aquela voz. Era a mesma voz com a qual acordei naquela manhã. O médico. O médico dos olhos claros. O mesmo que chamara a enfermeira para me dopar e me impedir de saber o que realmente estava acontecendo comigo.

   Engoli em seco, os olhos ainda fechados. Quem sabe se eu continuasse fingindo que continuava apagada, eles saíssem logo do quarto e eu pudesse finalmente levantar e fugir dali.

   Eu me sentia um lixo. Minhas pernas pareciam ter corrido uma maratona, meus braços estavam mortos e minha cabeça estava explodindo. Eu sabia que estava ferida de alguma forma. Algo enfaixava todo o entorno da minha cabeça e ao tatear aquilo mais cedo, senti meus dedos molhados. Seja o que fosse que tinha acontecido, eu estava sangrando e a julgar por todos aqueles aparelhos me monitorando, eu ainda não estava bem o suficiente para sair dali. Ainda mais com o agravante da tal amnésia que o médico acabara de dizer para aquela mulher que estava ao meu lado e eu sequer sabia quem era. Aquilo era horrível. Eu não lembrava de absolutamente nada e só sabia que meu nome era Camila porque era assim que ele tinha me chamado. Mas quem eu realmente era? E o que tinha acontecido de tão grave para que eu ficasse ferida daquele jeito e esquecesse completamente tudo o que dizia respeito a mim?

   __Nós vamos fazer alguns exames quando ela acordar... – o médico disse novamente. – Pode ser algo temporário, mas não podemos dizer ao certo. Nós demos um calmante, porque ela estava muito agitada e se mexendo muito, vêem? Dois pontos arrebentaram e ela sangrou um pouco...ela deve estar muito confusa por não se lembrar de nada...

   Houve um breve momento de silêncio, enquanto eu apenas ouvia o choro baixinho daquela mulher. Quem era ela? Poderia ser minha mãe? Eu tinha alguma mãe?

   __Eu vou deixá-los a sós com ela por um momento... – o médico disse e em segundos, ouvi a porta bater.

   Esforcei-me para manter os olhos fechados. Eu queria muito ver quem estava ali, mas não queria arriscar ser dopada mais uma vez e ficar ainda mais grogue do que já estava.

   Deus, eu precisava de um analgésico, minha cabeça estava explodindo.

   __Alguma notícia da polícia? – a voz feminina perguntou, grave, parecendo se recompor do choro.

   Tinha mais alguém ali com ela além do médico.

   __Não... – uma voz grave, masculina. – O canalha fugiu no mesmo instante e deixou ela lá no meio da rua...as câmeras não conseguiram detectar a placa, só sabemos que era um carro de luxo, um Mercedes vermelha...

   __O que vai acontecer com a nossa menina, Alejandro? – a mulher perguntou e começou a chorar de novo.

   Então era isso? Eu tinha sido atropelada e o motorista tinha fugido?

   Tentei formular algo na minha cabeça. Eu precisava sair dali. Eu precisava dar um jeito de saber quem eu era ou o que tinha acontecido.

   Hora ou outra, eu ficaria sozinha ali e fugiria, não importava o que tivesse que fazer.

 


Notas Finais


E então? Já tem alguma ideia do que pode ter acontecido de verdade com a Camila ou quem possa ter feito isso??

Quero muito saber a opinião de vocês!!

Nos vemos no próximo capítulo daqui a pouco. Até breve!!


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