História Don't let me forget - João de Barro

POV Emily

Alison: Bom dia dorminhoca. 

Emily: Bom dia Ali. 

Alison: Dormiu bem?

Emily: Dormi... tirando o fato de que você não para nenhum segundo na cama, sim, eu dormi bem. 

Alison: Ah, desculpa. 

Emily: Não se desculpe, eu já estou acostumada. E você, dormiu bem? 

Alison: Mais ou menos, eu não dormi direito. 

Emily: Não?

Alison: Não. Fiquei boa parte da noite te observando, você dorme tão plenamente. 

Emily: Ali, precisamos conversar sobre o que aconteceu ontem. 

Alison: Emily eu já sei o que você vai dizer. Você vai dizer que foi um erro o que aconteceu, que eu estava bêbada e inconsciente e que fomos irresponsáveis, é isso, não é?

Emily: É isso. 

Alison: Emily eu pensei muito na gente, sabe? Enquanto eu observa você dormir, vários pensamentos vieram a minha mente. Nós nunca falamos do passado, você nunca se abre comigo sobre isso, mas o meu coração me diz que nós tínhamos algo. Emily, por mais que você pense, o que aconteceu aqui ontem não foi só sexo. 

Emily: Ei, nunca mais fale isso. Eu jamais pensaria que o que aconteceu aqui foi só sexo porque não foi. 

Alison: Então se abre comigo Em. Eu sei que antes de acontecer o acidente nós tínhamos algo, e sei também que nos amávamos, e que esse amor não morreu. Eu não tive a certeza disso ontem, eu já sabia disso a muito tempo. 

Emily: Ali, isso tudo é tão complicado.

Alison: Deixa eu descomplicar. Em, eu estou disposta a ouvir o que você tem pra dizer, seja lá o que for. Eu sinto que me apaixonei por você uma vez, e estou me apaixonado de novo. 

Emily: Ali, quando eu digo que é complicado, não estou mentindo. O passado envolve tanta coisa... 

Alison: Quem sabe se você não se abrir comigo, as coisas fiquem mais fáceis. Vai, me diz o que tá acontecendo. 

Emily: Ali, eu não posso. 

Alison: Se abre comigo Em...

Alison coloca seu corpo sobre o meu, colocando suas pernas em volta da minha cintura, exatamente como ela fez ontem no sofá. Aos poucos ela vai beijando meu pescoço, dando leves mordidas no mesmo. Sinto meu corpo estremecer com o contato. Droga, ela tem um poder indescritível sobre mim.

Emily: Alison, isso é golpe baixo.

Alison: Só estou te fazendo carinho. Em, para tudo. 

Emily: O que foi? 

Alison: Seu pescoço está completamente roxo e cheio de marcas hahaha. 

Emily: É essa sua mania de chupar o meu pescoço. No dia seguinte eu acordo cheia de marcas. 

Alison: Ah, você já viu o meu seio direito? Você se apossou completamente dele. 

Emily: Mas eu me aposso das partes que só eu vejo, você não. Você já viu as minhas costas? 

Alison: Nem arranhei tanto. 

Emily: Não, imagina se tivesse arranhado. 

Alison: Tá bom, então da próxima vez eu não faço nada disso, fico parada igual a uma estátua. 

Emily: De jeito nenhum. Eu amo o nosso sexo. Eu amo quando você chupa o meu pescoço e me faz delirar, e principalmente, amo quando você arranha as minhas costas e eu abafo os seus gemidos com a boca. 

Alison: Então quer dizer que vai ter outra vez? 

Emily: Ali... 

Alison: Ah Emily, você não vai começar com aquele discurso né? Poxa, olha o que aconteceu aqui ontem, olha as coisas que acabamos de falar uma pra outra. 

Emily: Ei, será que eu posso falar agora? 

Alison: Fala. 

Emily: Sim, meu amor, a gente tinha um relacionamento. Você era a namorada mais linda e mais sexy que alguém poderia ter. Eu te amava com todas as minhas forças. Você era a minha base, o meu caminho, a minha vida, o meu amor. 

Alison: Porque você está falando da gente no passado? 

Emily: Porque você me pediu pra falar dele... mas se você quer saber, nada mudou. Nem o meu amor, nem o fato de você ser a razão da minha vida. Eu te amei no passado, te amo no presente, e se o futuro permitir, te amarei eternamente. 

Alison: Hmmm, virou poeta?

Emily: Quando se trata do amor que eu sinto por você, tudo vira poesia. 

Alison: Eu sempre soube do seu amor por mim, por mais que você não dissesse em palavras, você sempre demonstrou em gestos e atitudes. Meu coração sempre soube que o nosso sentimento jamais morreria. Eu só não entendo porque você não me contou antes, e porque você mentiu pra mim no hospital dizendo que se chamava Spencer. 

Emily: É que... 

Assim que lembro das ameaças do pai de Alison, paro com as palavras no mesmo instante. Minha vontade é abrir o meu coração para ela e dizer tudo o que está acontecendo, quem sabe isso não lhe ajude a recordar do passado, mas a verdade é que eu não posso. Não posso vacilar com a Blair e correr o risco de perder outra pessoa que amo. 

Alison: Que?

Emily: Eu estava com medo de você não me reconhecer, só isso. 

Alison: E porque o meu pai não gosta de você? 

Emily: Não é nada disso, é claro que ele gosta, ele só tem um pouco de ciúmes da nossa relação.

Alison: Ah, menos mal. Sabe Em, eu gosto tanto do meu pai, tenho certeza que ele sempre vai apoiar a nossa relação. Ter ciúmes de um filho é normal, ainda mais de uma filha tão linda como eu, hahaha. 

Emily: Aé? 

Alison: É... to brincando. Mas é sério, eu tenho certeza que...

Emily: Espera. Você está brincando ou falando sério? 

Alison: Em, você entendeu.

Emily: Não entendi. 

Alison: Emily. 

Emily: Alison. 

Alison. Aff, esquece tudo que eu ia dizer. 

Alison faz menção de sair do meu colo e eu rapidamente inverto nossas posições, ficando em cima dela. Amo irrita-la, e amo ainda mais as suas expressões faciais quando ela se irrita. Ela fica tão linda quando está brava, sem dúvidas é a pessoa que eu mais amo nessa vida. 

Emily: Sabe essa covinha no seu queixo? Ela é a segunda coisa mais linda do mundo.

Alison: Emily me deixa, quero me arrumar. 

Emily: Você não vai perguntar qual a primeira coisa mais linda do mundo?

Alison: Não. Agora sai de cima de mim.

Emily: A primeira coisa mais linda do mundo é você. A segunda é a sua covinha e a terceira o seu sorriso. Ah, tem os seus olhos também, que são o resumo do azul mais lindo que eu já vi. 

Alison: Porque você me irrita e depois fala essas coisas pra mim? Poxa, não tem como ficar com raiva de você.

Emily: Eu sei, eu sempre faço isso porque você nunca consegue ficar de mal comigo. Vai, pode continuar o que você estava dizendo.

Alison: Então, eu estava dizendo que pelo pouco que a Alison atual conhece dos pais, tenho certeza que eles vão ficar muito felizes em te receber lá em casa. Eu sei que o meu pai parece ser meio durão, mas eu tenho certeza que um dia ele vai gostar de você na mesma proporção que eu gosto. Talvez não na mesma proporção, porque se isso acontecer eu vou ficar com ciúmes, mas quem sabe as coisas não se acertem? 

Alison sai de cima de mim e começa a andar pelo quarto, gesticulando e falando ao mesmo tempo. Ela anda de um lado para o outro sem parar de falar, e meu coração se aperta por vê-la colocar tantas esperanças em algo impossível de acontecer. Começo a lembrar das ameaças que sofri, que afetariam muito a Blair caso eu pisasse na bola. Minha cabeça diz para eu parar com tudo aquilo e tentar fazer a Alison entender que não temos como ficar juntas, mas o meu coração... ah, esse parece ir sempre contra a razão. Cada vez que eu olho aquela coisinha pequena andando de um lado para o outro, sorrindo e fazendo planos para o nosso futuro, eu desmonto.

A amo tanto. Amo o jeito como ela se diverte com as situações, amo a esperança que ela tem em um mundo melhor. Só consigo agradecer a Deus todos os dias por ter colocado esse doce anjo ao meu lado, que me faz tão bem à ponto de eu colocar sempre a felicidade dela na frente da minha.