1. Spirit Fanfics >
  2. Don’t tell our secret (Wantasha) >
  3. Capítulo 7

História Don’t tell our secret (Wantasha) - Capítulo 7


Escrita por: ClarkeLexazinha

Capítulo 7 - Capítulo 7


O lago Echo estava apinhado na hora em que eu e Bruce chegamos. Graças a Deus, Yelena não foi conosco. Ela disse que tinha planos, e eu imaginava que eles incluíam queimar a minha efígie. Ela havia aparecido no meio da discussão acalorada que Mamãe e eu tivéramos sobre eu convidar Yelena. Desculpe, eu não conseguia pensar em uma gótica de patins.

Avistei Carol e Nebula circulando o perímetro do lago, as cabeças bem próximas, conversando. Bruce falou:

— Vou me informar sobre o jogo de hóquei, ver se podemos participar. — Ele correu para a margem sul, onde havia uma partida em andamento.

Cortei caminho sobre o lago congelado e parei ao lado da Carol.

— Oi, Nat! — Ela me cumprimentou. — Como foi a competição?

— Ninguém afundou — respondi.

— E alguém teria notado se isso acontecesse? — Nebula brincou.

Carol a cutucou.

— Eu não devia falar disso. — Nebula fechou o velcro das suas luvas de esqui. — Nenhum dinheiro seria suficiente para me fazer vestir um maiô em público. — O rosto dela subitamente se iluminou: — Ali está ele! Vejo vocês depois. — E saiu patinando.

Carol e eu ficamos observando enquanto ela acelerava na direção da margem, onde Peter tinha acabado de sair do banheiro masculino. Ele usava botas de caminhada, notei. Arqueei minhas sobrancelhas para Carol.

— Ele não patina — ela explicou.

— Ainda bem que já aprendeu a usar o penico.

Ela bateu em mim. Nebula derrapou até parar perto da borda, derramando uma chuva de cristais de gelo sobre Peter. Ela se atirou sobre ele, envolvendo-o em um beijo mortal.

— Onde foi que ela arrumou esse menino? — Perguntei a Carol. — Na loja de brinquedos?

— Natasha, isso é maldoso.

Empalideci.

— Desculpa. É que… — Não era da minha conta, essa é a verdade. E daí se a Nebula já tivesse passado por todos os estudantes do primeiro ao quarto ano do ensino médio e agora estivesse atrás dos bebês? Eu não tinha por que enfiar meu dedo nesse bolo.

— Ela o ama de verdade. — Carol disse. — Acha que finalmente encontrou sua cara-metade.

— Lei das médias. — Comentei. — É o que acontece quando você faz muitas tentativas 

— Natasha. — Carol ficou chocada.

Eu me encolhi.

— Desculpa. Só estou sendo malvada. Espero que ele seja o cara certo pra ela.

Todas nós devíamos achar o homem dos nossos sonhos, pensei.

Patinamos perto do jogo de hóquei e Bruce nos chamou:

— Natasha, Carol. Eles vão precisar de reforços dentro de dois minutos. Avisem a Nebula pra vir também. É um jogo misto.

Segurei a trave do portão. Carol falou:

— Vou avisar a Neb. Não estou a fim de jogar hoje.

— Tá de brincadeira? — Franzi a testa para ela.

Ela decolou. Estranho. Carol estava ansiosa para que o lago abrisse logo, para que pudéssemos jogar hóquei todo fim de semana, como costumávamos fazer. Será que ela estava brava comigo por criticar o namorado da Nebula? Eu só estava brincando, quero dizer… Droga.

Apertei os cadarços e fiz algumas flexões de joelhos para aquecer. Enquanto eu vestia as luvas, Nebula disparou através do portão e parou derrapando ao meu lado.

— Tem alguma coisa errada com a Carol? — Ela perguntou. — Ela parece meio distante ultimamente. Desde o Natal, pra falar a verdade. Você notou?

— Hã, sim. — Na verdade, não tinha notado. Será que estava tão concentrada em mim mesma? Sério mesmo? Carol era minha melhor amiga, eu deveria ter reparado nisso.

Nebula acrescentou:

— Estou preocupada com ela. Ela mal falou três palavras comigo a semana inteira. — Espiamos o outro lado do lago, onde Carol estava sozinha patinando, fazendo desenhos no gelo. — Ela conversou com você?

— Não — admiti.

— Se ela contar o que tá acontecendo, você vem me contar, certo?

— Sim, claro. — Uau. Carol realmente não parecia mais a garota animada que costumava ser. — Espero que não seja por causa do Tony. — Pensei alto.

Os olhos da Nebula se arregalaram.

— De jeito nenhum. Eles estão firmes e fortes.

Tony era o namorado da Carol, quase noivo. Não estavam oficialmente comprometidos, mas só porque decidiram esperar. Tony era um ano mais velho que Carol. Depois de se formar, no ano anterior, ele entrou para a Americorps e se mudou para Atlanta. O plano era que Carol fosse morar com ele na primavera.

Eu gostava do Tony, esnobe do jeito como ele era. Ah, eu só tinha inveja da BMW. O cara tinha muita grana. Nos fins de semana em que estava na cidade, ele levava a Carol a restaurantes românticos e gastava uns cem dólares com ela. Enquanto isso, uma grande noite com o Bruce significava sentar em uma cabine do Wendy’s em vez de só passar pelo drive-through.

Eu não havia conversado com a Carol, a não ser nos nossos bate-papos diários na hora do almoço. Imperdoável. Prometi que ia colocar o assunto em dia.

A cabana no lago Echo oferecia tacos e capacetes de hóquei para quem não trouxesse o próprio equipamento. O goleiro de capacete azul levantou a mão e nos chamou:

— Reforços. — Três ou quatro jogadores patinaram de encontro à cerca para um descanso. Capacetes foram retirados e mudaram de cabeça.

Nebula perguntou:

— Qual é a cor do seu, Bruce?

— Azul — ele respondeu. — Vou ser o goleiro, a menos que você queira.

Ele estava falando comigo, mas Nebula cantarolou:

— Vá em frente! — Ela arrancou o último capacete azul da minha mão. — Vou ser sua guarda, Bruce. — Piscou para ele e me jogou o capacete vermelho.

Será que ela fez isso de propósito para me aborrecer? Às vezes…

Bruce fez sinal com o dedo na minha direção.

— O que foi? — Escolhi um taco de hóquei da tenda de aluguel.

— Vem cá.

Obedeci. Ele amassou minhas bochechas entre as luvas de esqui.

— Boa sorte — falou. — Você vai precisar.

Beijei-o, depois enterrei a lâmina do patim na bota dele.

O confronto foi vencido pelo time vermelho e nós levantamos o puck do gelo com os tacos. Os outros cinco jogadores do meu time eram bons patinadores, eu já os tinha visto por aí ou jogado com eles antes. Clint, um dos amigos do Bruce, era um winger, jogava na dianteira do meu time. Ele resmungou alguma coisa, mostrando me reconhecer. A única outra garota de capacete vermelho parou ao meu lado, girou de ré com os patins e disse:

— Oi, eu sou Kate.

— Natasha. — Tocamos as luvas.

Ela mudou de direção e disparou para a rede. Uau. Com aquelas coxas, ela só podia ser uma velocista dos patins.

Perdemos a oportunidade de marcar ponto, mas apenas porque Clint e outro cara do nosso time marcaram bobeira segurando o puck.

— Aqui! — Ouvi Kate gritar mais de uma vez, mas eles não passavam o puck para ela.

Nebula interceptou um passe entre Clint e o colega dele e disparou na direção do nosso gol. Droga. Alcancei-a dentro da área e roubei o puck de volta. Patinei em curva e manobrei o puck com o taco para o lado, então vi Kate festejando e lancei o puck em sua direção. Clint o pegou no ar e passou-o para o amigo.

— Droga — Kate resmungou enquanto derrapava do meu lado. — Eu tinha o campo aberto.

— Eu sei. — Nós duas reviramos os olhos.

O jogo continuou equilibrado pelos vinte minutos seguintes, até que estivessem todos bem cansados. O placar estava cinco a quatro para o time azul.

— Intervalo! — Bruce anunciou.

O alojamento havia nos enviado um barril de cidra quente e os jogadores o cercaram como um enxame. Eu precisava arrumar minha meia que havia se embolado no tornozelo. Kate caiu ao meu lado no banco.

— Precisamos tirar da frente o Beavis e o Butthead — ela falou. — Teríamos feito pelo menos três gols se não fossem aqueles idiotas.

— É isso aí — concordei. Eles estavam dominando o jogo.

— Se eu conseguir pegar o puck pelo menos uma vez, tenho certeza que posso fazer a ruiva comer poeira.

Ela estava falando da Nebula.

— Ok. Vou fazer o possível para tirá-la da frente. Ela tem o joelho esquerdo ruim — contei a Kate. — Se você pegá-la por esse lado, ela não consegue se recuperar a tempo.

— Ah, é? — Os olhos da Kate brilharam. — Legal. — Ela cruzou uma perna sobre o joelho e limpou a lâmina do patim. — Você é uma boa jogadora. Está em algum time?

— Não. Eu tenho jogado com o pessoal desde que tinha uns seis anos. Você é uma ótima jogadora. Onde costuma patinar?

— No rinque Andersen, na 104ª com a Sheridan, conhece?

Eu sabia onde era. Meneei a cabeça.

— Você vem muito aqui? — Kate me olhou por cima do taco.

Antes que eu conseguisse responder, Bruce veio patinando com dois copos de isopor de cidra quente.

— Aqui, gata. — Ele deu um para mim. Ao notar Kate, ofereceu o outro. Que cavalheiro.

— Não, obrigada — ela disse, sorrindo. — Vai fundo.

A cidra estava fumegante e picante e eu a segurei próximo ao rosto para o vapor aquecer o meu nariz. Kate se pôs de pé, enfiou os patins no gelo e disparou.

Fiquei me perguntando sobre ela. Não, não fiz isso. Eu já sabia.

No segundo tempo, Kate esperou pacientemente. Os jogadores não só fizeram os passes, como ficaram o tempo todo fazendo faltas e cruzando os tacos em stick checking. Não existe checking no hóquei aberto, todo mundo sabe disso.

Uma multidão estava se juntando na borda da pista e alguém gritou:

— Vocês estão terminando? Queremos jogar.

Clint gritou:

— Mais um minuto! — Ele passou por mim. Ainda estávamos perdendo por um gol. Rápida como um borrão, Kate zarpou por trás de um jogador azul e costurou pelo meio. Ela perseguiu Clint e fez um body-check tão forte que ele quase saiu voando. Kate roubou o puck dele e correu pela lateral.

Mergulhei na cola dela. Nebula passou por mim, perseguindo Kate, mas Kate driblou-a pela frente, quase fazendo Nebula tropeçar. Kate levou o puck até atrás da rede. Os olhos dela percorreram a pista e me encontraram.

Entrei no slot bem à frente do Bruce. Ele estava alerta. Tinha uma ótima intuição e conhecia os meus movimentos. Assim que Kate seguiu para a zona neutra, ela girou e passou por mim.

Bruce se agachou. Eu fiz uma finta através dele e disparei o puck com um backhand. Bruce mergulhou, primeiro de frente, mas o puck deslizou por baixo dele e para dentro da rede.

O time vermelho comemorou, como se tivéssemos ganhado a Copa Stanley.

Kate patinou na minha direção para um high five. Enquanto eu deslizava por trás do Bruce, ainda tombado no gelo, ouvi-o resmungar:

— Porra.

Abaixei, peguei o puck e deixei cair sobre as costas dele.

— Acho que você quis dizer “puck”.

Ele agarrou meu tornozelo e tentou me derrubar, mas escapei. Ele se pôs de pé e me perseguiu pelo gelo, empurrando-me para um monte de neve na extremidade oposta. Esfregamos neve na cara um do outro, rindo e lutando. Bruce prendeu meus braços e rolou sobre mim. Beijou-me. Manteve a pressão até que eu tivesse dificuldade para respirar.

— Sai fora! — Ordenei.

— O quê? — Ele disse, parecendo confuso. 

Ficou de joelhos.

— Machuquei você?

— Não — Sim. Pus-me de pé. Ele sempre tem que estragar as coisas, pensei.

Parece que nunca podemos só nos divertir.

Clint patinou na nossa direção e falou para Bruce:

— Vamos começar outro jogo. O time vermelho está com um jogador a menos. Quem entra, você ou a Natasha?

Bruce me perguntou:

— Nat?

— Pra mim já deu — falei, tirando a neve da gola do meu casaco. — Vai você. Preciso passar um tempo com a Carol.

Ele limpou a neve da minha nuca e depois saiu.

Encontrei Carol junto da fogueira, onde ela e Nebula esquentavam as mãos. Carol disse:

— Ótimo jogo. Só assisti ao final, quando você fez gol.

Nebula murmurou:

— Nós teríamos ganhado se não fosse aquela sapatão.

Eu virei devagar para encarar Nebula.

— Como é que é?

Os olhos dela encontraram os meus e ela mordeu o lábio.

— Se você se refere à Kate, ela é uma baita de uma atleta.

Nebula resmungou:

— É, todas elas são.

— O que está querendo dizer?

— Ei — Carol segurou meu braço. — Está esfriando. Vamos entrar. Peter disse que guardou uma mesa pra gente na lanchonete.

— Falando no Peter… — eu disse, retirando minhas luvas congeladas. — As pessoas estão começando a fofocar.

A cabeça da Nebula levantou.

— Sobre o quê?

— Adivinha.

Os olhos dela se estreitaram. Ela inclinou o rosto em direção ao meu e falou:

— E por que você não me conta?

Droga. Eu não devia nem ter começado essa discussão. No entanto, ela precisava saber a verdade.

— Estão dizendo que você é uma piranha.

Nebula deixou escapar um suspiro.

— Sério! — A mandíbula dela se apertou. — Bem, não importa quem são essas pessoas, elas podem ir se foder. — Ela saiu patinando na direção da entrada.

Carol suspirou.

— Natasha…

— Eu sei — minha cabeça caiu para trás. — Abrir o forno, inserir a cabeça.

Carol correu a lâmina do patim para a frente e para trás sobre o gelo.

— Ela acha que você a está julgando.

— Não estou — meu rosto corou. Estou? Talvez esteja. — Sou amiga dela, Carol. Achei que ela devia saber. Só estou tentando protegê-la. — Certo, Natasha. Isso é tão nobre da sua parte. Deveria usar a verdade para afastar seus amigos com maior frequência. Deixei escapar um longo e profundo suspiro. — Vou ligar pra ela mais tarde e pedir desculpas.

— Obrigada — Carol falou. Ela detestava quando eu e Nebula trocávamos farpas. Graças a Deus, ela sempre esteve ali para acalmar os ânimos. Isso me fez imaginar como foi que eu e Nebula conseguimos manter nossa amizade por tanto tempo. Conhecíamo-nos desde a oitava série, quando ela e a mãe vieram de mudança do Texas, depois da primeira vez que os pais dela se separaram. Neb estava bastante abalada na época. Ela queria muito ter ido morar com o pai, mas ele havia ido morar com a namorada e ter uma criança por perto estragaria o estilo de vida do casal. Ele nunca telefonava para ela, nem sequer nos aniversários. Então começamos a conversar e descobrimos que tínhamos o “pai ausente” em comum.

Nebula era uma companhia divertida. Destemida, doida e um pouco descuidada. Diferente de mim, a sra. Chata e Previsível.

Carol começou a seguir em direção à entrada e eu a alcancei.

— Você está bem? — Cutuquei o ombro dela com o meu. — Você parece meio distante, como disse a Neb.

Carol sorriu.

— Estou bem.

— Mesmo?

Ela abriu a boca e em seguida fechou. Olhando saudosa para além do gelo, ela falou:

— Sinto falta dos velhos tempos.

Franzi a testa.

— Os velhos tempos?

Ela olhou para mim.

— Quando éramos crianças. Vindo aqui. Patinando por horas. Brincando de pega-pega e de bobinho. Vou sentir saudade de tudo isso. — Os braços dela se estenderam para abranger algo maior do que o lago.

Esquivamo-nos de um grupo de garotos bagunceiros que estavam perseguindo umas garotas à nossa frente, fazendo-as rir e gritar. Acho que entendi o que Carol queria dizer. A vida era mais fácil quando éramos crianças. Não girava em torno das mudanças, das escolhas e de seguir adiante. Vivíamos o momento. O tempo era eterno.

Enganchei meu braço com o da Carol.

— Vou te dizer uma coisa. Vou pedir pra gente uma banana split com chantilly extra e duas cerejas em cima. Em homenagem aos velhos tempos.

— Só nos seus sonhos — ela disse. — Eu teria que fazer dieta a semana inteira.



(…)



No domingo à noite, eu estava caindo em um cochilo quando Bruce ligou. Minhas pálpebras pesavam como chumbo depois de passar seiscentas vezes pela mesma página de Beowulf. Nenhuma palavra fora registrada.

— Yelena já foi embora? — Ele perguntou.

— Sim. — Bocejei. — Mas o Alexei está aqui.

— Não me importo. Estou indo aí.

Ele desligou antes que eu pudesse protestar. Não é que eu não quisesse vê-lo, acontece que era domingo. Uma noite de estudos.

A primeira coisa que ele fez, assim que o guiei para o meu quarto, no porão, foi abrir o zíper do jeans.

— Meu Deus, Bruce. Você nem sequer pergunta.

Ele parou com os jeans em volta dos quadris.

— Você não quer? — Perguntou.

Suspirei e me deixei cair na cama. Arrastei-me até a cabeceira e abracei os joelhos, respondendo:

— Não é isso. Só que… — parei.

— O quê? — Bruce examinou meu rosto. — O que é, Nat?

— É só isso que fazemos quando estamos sozinhos.

Ele fechou o zíper do jeans. Sentando-se ao meu lado no colchão, ele disse:

— A gente não tem conseguido ficar muito tempo sozinhos, gata. Você não quer fazer no carro e não podemos ficar juntos quando a Yelena está aqui. Agora, as noites de estudo não contam.

Entendi o recado.

— Lembra como a gente costumava conversar? Por horas e horas, a gente só conversava. A gente não conversa mais.

— A gente conversa todo dia — ele disse. — Vejo você no almoço, ligo pra você toda noite. E nos vemos nos fins de semana, sempre que possível.

Fechei os olhos com força e deixei a cabeça cair entre os joelhos. Bruce se esticou ao meu lado, passando um braço pela minha cintura e me puxando para perto dele.

— Podemos conversar — ele disse. — Sobre o que você quer falar?

— Eu não sei — murmurei.

— Amo você — ele sussurrou na minha orelha. — Sei que não digo isso o bastante. Amo você, amo você, amo você. É o que quer ouvir?

Não era. Eu já sabia disso.

— Quando foi que paramos de ser amigos? — Levantei a cabeça.

Ele se afastou um pouco.

— Mas nós ainda somos amigos. Você é a melhor amiga que já tive. — Ele me examinou. — Pras garotas é diferente, eu sei. Mas você não pensa em mim como seu amigo?

— Sim, eu penso. É claro. Só que… — Só que o quê, Natasha? Diga a ele.

Diga a ele como você gostaria de voltar para o modo como as coisas eram antes. Antes do sexo, do compromisso. Ah, sim. Ele ficaria maluco de felicidade com isso.

Bruce beijou minha orelha, depois meu pescoço, minha clavícula. Por mais que eu tentasse, não consegui corresponder. O que havia de errado comigo? Ele era ótimo, maravilhoso, perfeito. Era tudo que uma garota podia querer.

Então, por que, depois que ele foi embora, fiquei acordada na cama desejando no fundo alguma coisa mais?



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...