História Don't touch me - Quem são vocês?

Eu e Ivy nos entre olhamos por alguns segundos.

- Eu abro ? - ela questionou, pronta para se levantar do sofá.

- Eu não sei. - sussurrei, apertando a foto em minhas mãos.

- Não vou deixar ele te ferir. - a ruiva observou, se levantando e andando até a porta com cautela. Mas isso não adiantava muito, já que o barulho de seus saltos ecoavam por todo o lugar. Antes de abrir a porta Hera me olhou nervosamente, eu apenas retribui o olhar, digamos que um pouco mais exaustivamente.

- ONDE ELA ESTÁ?   - ouvi uma voz familiar gritar, era um grito rouco e desesperado.

- Quem  ? - essa era a voz de Hera.

Me encolhi no sofá largando a foto ao chão, segurei meus joelhos contra o corpo enquanto me balançava sem parar.

- Saia da minha frente erva daninha ! - ouvi novamente a mesma voz familiar dizer.


- J-Jerome?  - sussurrei para mim mesma, petrificada. Então levantei depressa do sofá e corri para a mesa de jantar, fui para de baixo da mesma como uma criança  que fez algo errado


- Ela não está aqui, J. !  - a ruiva disse, batendo a porta com força.

Ouvi os saltos de Hera enquanto a mesma perambulava pela sala.

- Acho que ele já fo.... - ela sussurrava até ser interrompida por um grande estrondo vindo da porta da frente.

- Você tem três segundos para vir até mim, Anna. - Jerome falou em bom tom, pude ver seus pés por debaixo da mesa, ele andava de um lado para o outro. Procurando por mim, eu acho.

- Ela não está aqui, Palhaço!  - Ivy gritou, me fazendo soltar um grunhido de susto.

Então vi os pés de Jerome pararem, e se virarem para mim. Merda !
Ele começou a dar passadas furiosas até a mesa onde eu estava.
O que eu faço? 

- Por ali, Anna. - Hera sussurrou, tentando distrair Jerome e apontando para uma das janelas que ficavam perto da porta da cozinha, e funcionou. Jerome mudou o rumo da de sua rota, indo até a janela, ele colocou a cabeça para fora e verificou se o jardim estava vazio. Eu sai de baixo da mesa com cuidado para não fazer barulho e corri até Hera devagar, ela me levou até a porta de entrada depressa, enquanto Jerome verificava a porta de saída da cozinha.

- Parada. - alguém sussurrou, fazendo nós duas pararmos à porta. Levantei o olhar devagar,  Hera fez o mesmo. Minha boca se abriu por completo.

- Espantalho ? - Hera questionou.

- Olá, Ivy. - ele falou, tirando aquele saco horrível da cabeça, nos dando visão de um homem jovem e aparentemente muito perturbado. - Hey, J. Elas estão aqui ! - ele gritou, apontando uma arma para nossas cabeças.

- O quê faz aqui?  - Ivy perguntou, parecendo confusa. Espera, eles se conhecem ?

- Fuga coletiva, todos escaparam de Arkham.- ele explicou, sem tirar a mira de sua vista.

- Isso explica o visual. - ela debochou, apontando com o queixo para a roupa listrada do cara que apenas sorriu.

- Que bom que já se conhecem, fica tudo mais fácil. - ouvi uma voz bem conhecida sussurrar em meu ouvido. Sua respiração era quente e ofegante, e eu reconheceria aquele cheiro de perfume barato em qualquer lugar, era Jerome.
Porém,  antes que eu possa dizer qualquer coisa ou fórmula uma ação rápida, Hera abre uma das mãos rapidamente, soltando algum tipo de gás no rosto do Homem à nossa frente, ele cai e Ivy pega sua arma. A mira ? Em Jerome, que estava atrás de mim meio que me usando como escudo.

- Vamos ver o quão boa sua mira é - ele debochou.

- Eu não preciso preciso de uma arma para acabar com você, J. - ela falou, sorrindo. E rapidamente duas plantas vieram ferozmente em nossa direção, ou melhor, na direção de Jerome. Eu apenas o encobri, o deixando se esconder atrás de mim.

- SAIA DA FRENTE, ANNA ! ELAS NÃO VÃO PARAR. - a ruiva gritou, mas foi tarde demais. As plantas me alcançaram em uma velocidade e força absurda. Me fazendo voar até a parede do outro lado da sala. Acabei por fim batendo a cabeça na parede e caindo ao chão como um saco de lixo. A última visão que tive foi de gritos e risadas, gritos de Hera, risos de Jerome 

- Ela está morta ? - uma voz distante e familiar disse.

- Cale a boca, J. - essa voz era feminina. - Ei, Anna. Consegue me ouvir? Eu sinto muito. - a voz continuou.

Tentei abrir meus olhos, mas tudo parecia forçar minha visão para baixo, me fazendo desistir.

- O quê houve ? - outra voz perguntou, mas essa era diferente.

- Ela está inconsciente, gênio. - a mulher disse.

- Faça algo, você não é doutor ou sei lá o que Espantalho? - a voz familiar provocou.

- Anna, consegue me ouvir ? - Acho que esse era o tal "Espantalho" falando.

Forcei meus olhos o máximo que pude, então eles me obedeceram, um pouco relutantes. Não havia luz nem sombras, o lugar estava apático e insosso. Um homem magro e com porte perturbador estava à minha frente, segurando meu rosto com as mãos frias. Ao nosso lado esquerdo, havia um par de ruivos que me olhavam com preocupação, eu acho.

- Como está, Anna ? - a ruiva número 1 perguntou, vindo até mim em seus enormes saltos.

- Ela ainda vem comigo. - o ruivo número dois disse, sacando uma arma de sua cintura rapidamente e apontando para a mulher. Eu realmente não sabia o que fazer, eu corria ou ficava ali, ouvindo ? Afinal, uma dúvida pairou sobre mim.:

- Quem são vocês? - perguntei, não havia nenhum rosto familiar, nenhum ponto de segurança. Eu não conhecia absolutamente ninguém ali.