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História Doomed (Jeon Jungkook) - Bem-vinda ao inferno


Escrita por: JKMANIA

Notas do Autor


Boa leitura!💕

Capítulo 3 - Bem-vinda ao inferno


Fanfic / Fanfiction Doomed (Jeon Jungkook) - Bem-vinda ao inferno

Capítulo 3 – Chapter Three

Despertei assustada, toda suada e com a respiração ofegante. Me sentei de uma vez e olhei a minha volta. Eu não estava no meu quarto ou em qualquer outro que fosse familiar para mim. Não tinha sido um pesadelo, Minji havia realmente feito aquilo comigo.

Levantei as pressas daquela cama e corri em direção a primeira porta que avistei. 

— SOCORRO! — Gritei enquanto batia na madeira, desesperada. — ALGUÉM ME TIRE DAQUI! POR FAVOR!

Acredito que eu tenha implorado por ajuda durante dez minutos, até sentir a minha garganta doer e minha voz começar a falhar. Ninguém apareceu, sequer ouvi algum barulho. 

Desistindo, voltei para perto da cama e me sentei no chão. Abracei minhas pernas e apoiei minha cabeça em meus joelhos, permitindo que as lágrimas saíssem em abundância. Como ela pôde? Eu era a sua irmã mais nova, sangue do seu sangue, e mesmo assim, me deu de bandeja sem pestanejar. Meu peito ardia em decepção. 

Quando escutei o trinco da chave girar, sequei as lágrimas e meu corpo entrou em alerta. Alguém abriu a porta e se aproximou de mim, e apesar de querer saber quem estava ali, eu estava apavorada demais para me mover.

— Vejo que acordou. — A voz era grossa, como a de um homem. — Trouxe algo para você comer. — Falou e não demorou um minuto para sair do quarto e trancar a porta novamente. 

Olhei para o colchão, vendo uma bandeja com comida ali em cima. Escutei meu estômago roncar, mas eu não iria me arriscar em comer essa comida, portanto, ignorei a minha fome. 



Eram sete horas da noite de acordo com o relógio digital do meu lado. Eu estava na mesma posição há três horas inteiras. Não consegui me mexer e sair dali, meu corpo pareceu entrar em uma espécie de paralisia por puro medo. 

Escutei a porta ser aberta mais uma vez. 

— Você não comeu nada. — Era a mesma voz de antes. 

Ele se ajoelhou ao meu lado, ficando bem próximo a mim. Como reflexo, apertei minhas pálpebras com força e me neguei a encará-lo, temendo pelo o que vinha à seguir.

— Preciso que venha comigo a um lugar.

— Eu não vou a lugar nenhum com você! — Murmurei na pura coragem, rangendo os dentes. 

Ele riu nasalado, e logo senti a sua mão no meu queixo me obrigando a abrir os olhos e olhá-lo. Meu corpo estremeceu. Era um homem com cabelos preto, olhos arredondados e puxados, e lábios finos. Não era uma aparência de alguém mal, mas sua expressão me dizia ao contrário. Afinal, as aparências enganam. 

— Escute Mia, irei te dar duas opções. Eu posso colocar uma arma na sua cabeça e mandar você levantar e me acompanhar para fora da porra desse quarto, ou, eu peço educadamente que levante e me acompanhe para fora desse quarto. — Engoli a saliva com dificuldade. — Qual você escolhe?  

Afastei a sua mão de mim com um movimento rude, me levantando em seguida. Ele sorriu por breves segundos, e eu precisei morder minha língua para não falar besteira. 

— Boa escolha. — Se pôs de pé, saindo do cômodo. Sem outra alternativa, passei a segui-lo. 

Entrei em um extenso e luxuoso corredor cheio de portas, andando a passos incertos atrás dele. Quando parei no topo da escada, meu olhar girou por completo pelo local, e eu não consegui impedir um "uau" impressionado sair pelos meus lábios. Estávamos em uma casa. Uma mansão. Só aquela sala de estar era maior que muitas casas que eu já tenha visto, inclusive a minha.

Tinha algumas pessoas por ali, todos uniformizados, deduzo eu serem os empregados. Ninguém, absolutamente ninguém olhou para mim, todos passaram com as cabeças abaixadas e ignoraram a minha presença. 

— Não temos o dia todo. — Ele reclamou, me olhando impaciente. 

Terminei de descer os degraus e o segui até estarmos fora da casa, onde tinha um carro que aparentemente esperava por nós dois. 

— Boa noite, Senhor Kim. — O homem parado ao lado do veículo o cumprimentou, e pela roupa, provavelmente era o motorista.

O tal 'Senhor Kim' não o respondeu, ele apenas deu a volta no veículo e entrou no carro. O motorista abriu a porta para mim enquanto olhava para o chão. Bufei, entrando em seguida. 

Durante o percurso, eu encarava unicamente a janela ao meu lado. Tentei não me mover em momento algum, até a minha respiração eu tentava manter baixa para não chamar a atenção. Haviam edifícios altos por todas as ruas que passávamos, só que nenhuma delas eram comuns para mim, o que significava que não estávamos mais em minha cidade.

Olhei para o rapaz ao meu lado de soslaio, enquanto ele mexia em um celular e parecia concentrado. Por diversas vezes quando o carro parou no sinal vermelho, cogitei em tentar abrir a porta e sair correndo, contando totalmente com a sorte. No entanto, qual era a probabilidade disso dar certo? Ele certamente daria um tiro em minhas costas. 

— A onde estamos indo? — Tomei coragem para perguntar, em um tom baixo. Eu precisava saber pois a única coisa que passava pela minha cabeça era que ele estava me levando para um lugar remoto para dar um fim na minha vida.

Ele não me respondeu, decidindo me ignorar e continuar mexendo no aparelho telefônico. Suspirei derrotada, encostando minha cabeça na janela do carro e voltando a ficar calada.

Minutos depois o veículo estacionou. Olhei para fora, vendo os comércios abertos e pessoas que iam e vinham. Senti quando Kim se aproximou de mim e colei minhas costas na porta do carro para tentar me afastar o máximo possível. 

— Preste atenção, iremos sair e você permanecerá de boca fechada. Se você ousar falar mais do que deve ou tentar dar uma de esperta, eu irei adorar fazer uma visita a sua tia. — Arregalei os olhos, amedrontada. Eu sabia que aquilo não era um blefe. — Saiba que ninguém ali dentro irá te ajudar, na primeira oportunidade, eles farão questão de me entregar a sua cabeça numa bandeja. Entendeu? 

— S-sim. — Abaixei a cabeça. Eu temia pela minha vida, mas me importava muito mais com a da minha tia.

Ele saiu do carro e esperou eu fazer o mesmo. Kim apoiou uma mão em minhas costas e foi me empurrando para dentro de uma viela, caminhamos um pouco e ele me fez entrar em uma porta. Passamos por um corredor de paredes vermelhas e pouco iluminado. Quando chegamos na parte movimentada do local, meus pés travaram de vez. 

Muitas mulheres praticamente seminuas passavam para lá e para cá levando bebidas, enquanto outras dançavam em cima de palcos espalhados. Alguns dos homens que estavam sentados jogavam dinheiro e gritavam palavras obscenas para elas. 

Me virei para ele, o encarando com um desespero quase palpável. Meus olhos arderam e minhas mãos começaram a tremer. Ele tinha mesmo me trazido para uma boate?

— O-o que eu estou fazendo aqui? — Perguntei com a voz trêmula. 

— Irá trabalhar aqui, Mia. — Respondeu-me de forma simples. 

— A-aqui? — Engoli o nó em minha garganta. O que ele queria que eu fizesse aqui? — E-eu não vou trabalhar aqui!

— Oh, você acha que está em posição de escolha? — Sorriu ladino. Cerrei meus punhos, me segurando para não voar na cara desse desgraçado. 

Kim Taehyung! — Minha atenção foi para um homem que se aproximou de nós dois, sorrindo abertamente. Ele era mais velho e estava todo engravatado.  — O que te traz a minha humilde boate?

Então seu nome era Kim Taehyung…

— O nosso acordo. — Apontou para mim. O homem desviou o olhar para mim, o que me fez estremecer. Não era um olhar nada puro e inocente.

— Aigoo, como pude me esquecer? — Aproximou-se de mim. — Então você é a famosa Mia? — Ele ousou pegar na minha mão e tentar levá-la até a sua boca, mas eu puxei meu braço rudemente. — Oh! A gatinha é arisca. — Gargalhou, e eu consegui ver alguns de seus dentes de ouro.

Ele se afastou, voltando a atenção para Kim.

— Taehyung, não sabe como eu fico feliz em finalmente quitar essa dívida com ele. É um peso nas costas que eu estou tirando. — Falou aparentando alívio.

— Está perdoado, Jihoon. — Taehyung cruzou os braços, dando de ombros.

— Não esperava outra coisa, afinal somos uma grande família! — Abriu os braços e sorriu, porém, sua expressão foi se desmanchando ao notar que Kim permanecia sério. Ele raspou a garganta, sem jeito. — Certo… — Virou para trás e chamou alguém com um aceno de mão.

Uma garota se aproximou de nós e eu a encarei de cima a baixo, reparando em suas roupas um tanto vulgares. Ela usava apenas um sutiã e uma saia de couro, igual a maioria das outras meninas. Ela curvou-se para eles dois.

— Hyuna, essa é a Mia e ela vai trabalhar aqui. Mostre a ela o lugar e ensine o que irá fazer. — O tal Jihoon mandou, sério.

— Sim, Senhor. — De forma atrevida ela pegou em meu pulso e me puxou dali. Enquanto eu era arrastada por essa Hyuna, eu e Taehyung nos encaramos. O olhar de quem 'cortaria a minha língua se eu a usasse' estava bem ali.

— Odeio aquele velho… — Resmungou quando já estávamos longe deles. — Bem, o que você irá fazer é basicamente servir bebidas, então não tem muito o que te ensinar. Anote o pedido dos clientes, repasse o pedido para a bartender e depois sirva o cliente, simples. E em hipótese alguma derrube a bebida, então espero que seja boa em equilibrar bandejas só com uma mão. — Falou sem parar. 

— Aqui é o salão da boate, onde você mais vai ficar. Por ali é o banheiro, mas recomendo usar os dos funcionários, é mais… seguro. — Apontou. — Aquela escada dá acesso ao segundo andar, lá é onde fazem nossos pagamentos, ou seja, o melhor lugar daqui. — Sorriu de forma sapeca. — Atrás do bar tem uma porta que dá direto para o camarim, é onde nos arrumamos antes do serviço. E por fim… — Ela parou de me puxar ao pararmos em frente a um corredor. — Aqui ficam os quartos VIPS, mas acredito que você não virá muito aqui. Só ficam os velhos ricos e a maioria já tem as suas preferidas aqui dentro, sem contar que você não fará esse tipo de serviço, não é?

Engoli em seco, sabendo perfeitamente do que ela se referia. Mas não, eu não faria aquilo, iria preferir um tiro do que ter que passar por isso.

— Você é bem calada. — Disse, se encostando na parede atrás de si enquanto me olhava. — Então, qual é a sua história?

— M-minha história? — Olhei para os lados,  impaciente.

— Foi expulsa de casa? Fugiu com o namorado que te deu um pé na bunda? Está tão desesperada por dinheiro que se submeteu a trabalhar aqui? São os motivos da maioria. — Explicou, dando de ombros. Ah, se ela soubesse…  — Mas você parece jovem demais para tudo isso. Tem o quê… dezoito? Dezenove anos?

— Não consegue não fazer perguntas? — Taehyung surgiu do nosso lado, de braços cruzados e uma expressão de poucos amigos. Parecia entediado.

— Aigoo, virou guarda-costas da garota, Kim? — Ela sorriu de forma divertida, o provocando, o que me surpreendeu. Ela não tinha medo dele?

Ele nada respondeu. 

— Vamos, Mia. — Sem perceber, soltei um suspiro de alívio. Ficar ali estava me dando tremedeiras.

O caminho de volta pareceu mais curto e quando menos percebi, já tínhamos chegado naquela casa. Fui no encalço de Taehyung e me preparei para subir a escada e voltar para o quarto, entretanto, parei no primeiro degrau quando alguém me chamou.

Quando me virei para trás, o meu olhar foi subindo lentamente pelo sujeito, dos pés à cabeça. Observei seus trajes todo preto e quando cheguei em seu rosto, estranhei achá-lo familiar.

— É bom revê-la, Mia. 

— Revê-la? — Tombei a cabeça para o lado, confusa e ao mesmo tempo temerosa.

Ele sorriu e deu alguns passos em minha direção. Como reflexo, eu dei outros para trás, subindo mais alguns degraus.

— Faça um esforço, sei que se lembra de mim… garotinha. — Arfei surpresa, de olhos arregalados. Precisei me apoiar no corrimão da escada para não cair por tamanho choque.

— V-você?






Notas Finais


Gente, essa Mia só se fode cara...🥲

Obrigada por ler até aqui.💕


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