História Dorama? - Propostas?

POV Zoro

- Ilha à vista! - Nami exclamou, deixando Luffy empolgado imediatamente.

- Woow, vamos conhecê-la! - Ele exclamou, enquanto Usopp preparava o Sunny para descermos. Na verdade, eu adoraria ficar de guarda, pois não estou com tanta vontade de descer. Porém, como eu fui o último a cuidar do navio, as chances de eu ficar hoje são bem baixas.

- Aw, podem deixar que eu fico de guarda! Preciso chegar algumas coisas no Sunny. - Franky exclamou, sorrindo. É, eu sabia que não ia ter como ficar dessa vez.

- Obrigada, Franky. - Robin sorriu, descendo do navio ao lado de Nami, já pensando nas lojas de roupas que estariam naquela ilha.

Como eu havia dito, eu não estava com tanta vontade de descer, porém, ao ver a ilha por dentro, não posso negar que me chamou a atenção. Ela era toda iluminada, os habitantes usavam roupas super chamativas e as lojas eram bem exuberantes. Posso dizer que era uma ilha bem... Hollywoodiana?

- Wooow, olha só pra esse lugar! Imagine quanta carne tem aqui! Usopp, Chopper, me sigam! - Luffy gritou, seus parceiros o seguiram prontamente. Robin e Nami, como sempre, foram até as lojas de roupas. Eu optei por dar uma volta, já que não tinha uma loja específica para visitar.

De fato, o único problema daquela ilha eram as lojas. A grande maioria era de roupas, joias e afins. Claramente, nada que combinasse comigo. O lado bom é que tinham vários restaurantes e cafés, então aproveitei para comer e beber alguma coisa. O saquê deles era excelente, um dos melhores que já provei. Enquanto degustava meu lanche, observei que um cara me encarava fixamente. Eu não sabia se ele tinha me achado lindo ou se queria lutar. Sei que, se ele quiser lutar, o azar é dele. Assim que eu terminei de comer, ele se levantou e veio em minha direção.

- Boa tarde. Peço perdão por ficar lhe encarando, mas não pude deixar de notar sua aparência. Permita-me fazer uma apresentação. Eu sou Inazuma, sou diretor de filmes e novelas. Estou escrevendo um dorama, e devo dizer que você é perfeito para o papel principal! Estaria interessado?

- Ahn? Eu, numa novela?

- Sim! Eu precisava de um rapaz robusto, já que o personagem principal tem esse físico e uma personalidade forte e rabugenta – Isso foi um elogio? - O que me diz?

- É que isso nunca foi minha área, sabe? Eu não sou bom ator e acho que isso prejudicaria seu trabalho.

- De forma alguma! Temos profissionais dispostos a te ajudar nas atuações, e fora que estou disposto a pagar uma bela recompensa. - Ele retirou um celular, me mostrando uma foto de uma katana incrível. O pior é que era um modelo que eu nunca tinha visto à venda, pois, se eu estiver certo, era um modelo raríssimo.

- Q-Que, como assim? Que katana é essa?

- É uma katana original da família Miyamoto. Imagino que você os conheça.

- C-Claro, mas eu jamais imaginei que uma katana deles estaria disponível.

- Minha família tinha amizade com os Miyamoto e, quando Musashi morreu, eles doaram suas katanas para as famílias de maior confiança. Porém, como eu não uso esse tipo de arma, resolvi procurar alguém que fará bom proveito dela. O que me diz?

- Eu digo que aceito!

~~

Ele me levou até um local enorme e, como tudo naquela ilha, chique. Segundos depois de adentrarmos o local, várias pessoas vieram até mim, alegando que precisam fazer figurino e maquiagem. Credo, que povo desesperado. Mas ok, aceitei, pois aquela katana precisa ser minha.

Me deram uma roupa bem diferente do que eu costumava usar. Era uma jaqueta de couro, uma calça jeans e uns sapatos chiques. Além disso, passaram gel em meu cabelo e me deram óculos escuros.

- Certo, você está perfeito. Aqui está seu roteiro – ele me entregou algumas folhas – Como eu sou horrível para nomes, você pode ter seu próprio nome. Tudo o que precisa fazer é seguir a personalidade e as falas! - Assenti, começando a ler o tal roteiro. Certo, eu seria o Zoro, um cara sério, um pouco preguiçoso, meio “bad boy”, popular, que gosta de ficar sozinho, rabugento, e que nunca se apaixonou. Incrível, afinal, eu não precisava mudar nenhum detalhe. Isso vai ser bem fácil.

- Diretor, o outro ator chegou!

- Perfeito. Traga-o aqui!

Ouvi uma voz conhecida, estava elogiando as mulheres do local. Quando me virei para trás... Certo, por que eu não estou surpreso?

- Cook?

- Hein, Marimo? O que faz aqui?

- Recebi uma proposta incrível, e não quero deixar passar. E você?

- Ganhei uma semana em um resort cheio de damas maravilhosas. É óbvio que eu não ia recusar, mesmo que eu não seja bom em atuar.

- Oh, entendo. - Dei ombros. Sanji se afastou, indo se trocar. Quando ele retornou, também tinha roupas bem diferentes do normal para ele. Usava uma camisa xadrez, uma calça jeans clara, um sapatênis, touca e óculos, porém de grau. Era estranho vê-lo assim, mas, de alguma forma, não consigo dizer que ficou ruim. - Então... Como é seu personagem?

- Ah, eu tenho o meu próprio nome. Porém sou um cara mais tímido, que tem várias mellorines aos meus pés, porém não me interesso por nenhuma delas. Diz aqui que eu vou me apaixonar por alguém bem improvável. Vai entender, né?

- Várias mulheres aos seus pés? Só numa novela mesmo. - Sorri, observando-o bufar.

- Já no seu caso, nem em novela você faz sucesso entre elas, hm? Agora vemos quem está na pior.

- Como é, cook? - Me aproximei dele, porém fomos interrompidos por uma voz alta.

- Muito bem, vamos fazer os primeiros testes. - O diretor gritou – Zoro, você começa de lá, Sanji, você de cá. Leiam os diálogos e tentem ser mais fiéis possível com as personalidades! Luz, câmera, ação!

- Ahn, sério mesmo que eu preciso ir para a aula? - Cocei meu olho, fazendo uma cara de desgosto. Como eu havia dito, nada de diferente do que eu sou de verdade.

- Zoro querido, é seu último ano no colégio. Aproveite porque você vai sentir falta disso um dia. - Uma mulher, que claramente fazia o papel da minha mãe, encostou em meu ombro, sorrindo.

- Acho difícil eu sentir saudade. Nunca teve nada de interessante lá. Nem acontecimentos, nem pessoas, nada.

- Nunca diga nunca, filho. Esse ano tudo pode mudar!

- Certo, mãe, certo. - Escovei os dentes e caminhei até o cenário da escola.

POV Sanji

- Sanji, querido, vai se atrasar!

- Ok, mãe, já estou levantando. - Me espreguicei, olhando para os lados, sendo fiel ao roteiro. Aquele resort precisava ser meu! Me levantei, vestindo o figurino do meu personagem e caminhei até minha “mãe”.

- Ansioso para o último ano, meu querido?

- Um pouco... Mas espero que seja um ano bem especial. Quero ter boas lembranças do colégio.

- Tenho certeza de que será o melhor ano. Torço por você! - Ela beijou minha testa e saiu de cena.

- Você está ótimo, Sanji! - Inazuma gritou para mim. Agradeci, isso era sinal de que o resort estava cada vez mais próximo... Tantas mellorines! Ok, Sanji, foco. Antes você precisa fazer esse tal papel.

Segui para o colégio, observando os outros atores fazerem o mesmo. Até que gravar um dorama era engraçado, afinal, você estava vivendo um dia que, na verdade, não era um dia verdadeiro, mas você agia como se fosse... Ok, isso ficou estranho, mas acho que deu para entender. Cheguei no colégio e, segundo o roteiro, eu deveria andar de cabeça baixa. Ok, né? Fiz o que ele pedia, até que trombei em alguém.

- Ai... Me desculpe. - Falei, preocupado.

- Olha pra frente, cacete. - Notei que a pessoa com quem trombei era Zoro.

- Cacete o que? Tá nervoso, marimo?

- Hein? O que deu em você?

- Sanji, o roteiro! - O diretor gritou.

- Que? - Observei o roteiro, e Zoro estava apenas seguindo suas falas. Suspirei, soltando um baixo “foi mal”. O problema é que o personagem de Zoro era idêntico a ele, então eu não sabia quando era atuação ou não.

- Vamos recomeçar. Luz, câmera, ação!

Novamente, caminhei de cabeça baixa, agora ciente do que aconteceria na cena a seguir. Trombei no Zoro, porém dessa vez caímos no chão, seguindo a cena. O problema é que... Eu

precisava cair em cima dele. Foi uma cena estranha, eu admito, mas é só atuação... Certo?

- O-Oh, como sou distraído. Me desculpe! - Eu passei a mão em minha testa.

- Olha pra frente, cacete. - Ele me empurrou para o lado, levantando-se.

- Nossa, dormiu com a bunda descoberta? Eu pedi desculpas, eu hein. - Ele me encarou com desgosto. Nada novo sobre a luz do sol.

- Tá, tanto faz – Ele deu ombros, esticando sua mão para me levantar. Logo em seguida, saiu de cena.

- Ótimo, vocês estão indo muito bem. Acham que conseguem sem o roteiro em mãos? - Ambos assentimos – Ótimo então.

Refizemos a cena toda sem leitura e, por mais incrível que seja, acabamos nos dando bem. Não sei se posso elogiar a atuação do Zoro, afinal, ele não tinha nada de diferente, a não ser suas roupas. Porém eu estava bem seguro de mim, o que me deixou bem feliz.

Depois disso, gravamos outras cenas no colégio. Nada de diferente de uma novela de colegial comum. Cenas nas aulas, caminhando por dentro do colégio, conversando com outros atores, alguns dias se passavam dentro da novela... Durante a gravação, descobri que Zoro fazia o papel de um cara popular e bad boy, o qual atraia muitas garotas, porém nunca se apaixonou. Imaginar o Zoro apaixonado é bem engraçado, aliás. Não consigo pensar nele beijando alguém.

- Certo, vamos gravar a última cena do dia! Zoro, Sanji, a cena é de vocês. - Assentimos, tomando nossos lugares e dando uma lida no roteiro. A cena parecia tranquila, até que cheguei em seu final e...

- D-Diretor, esse roteiro está certo?

- Sim, por que não estaria?

- É que... Essa cena aqui, ahn...

- Ué, é a cena final.

- Mas eu? E ele?

- O que você esperava de um BL?

- De um o que?

- Boys Love. Você não leu a sinopse da novela, não?

Folhei o roteiro até a primeira página e... É, eu não tinha lido a sinopse, e ela era bem clara. “Um bad boy, e tímido. Dois opostos podem se atrair, mesmo que de forma nada comum”. Agora, posso afirmar que: me fodi. Respira, Sanji... É pelo resort, unicamente o resort. Você dá um selinho nele e pronto, acabou, nem vai sentir!

- Ta certo... - O diretor sorriu. Encarei Zoro, e ele tinha a mesma expressão facial que eu. Tenho certeza de que ele pensou a mesma coisa.

- Luz, câmera, ação!

Novamente eu caminhava pela escola e, dessa vez, Zoro estava recusando uma declaração de amor. A garota saiu chorando, e eu fui até o Zoro.

- Você não tem coração? - Segurei seu braço.

- Tenho, e ele tá batendo, olha aqui – Ele segurou minha mão, colocando em seu peito. Aquilo me deu uma sensação bem... Estranha. Mas por que? Argh, foco, Sanji!

- É-É, mas não parece! Por que a fez chorar?

- Ora, ela disse que gostava de mim, mas eu não gosto dela. Pode acontecer com qualquer um.

- O que você tem? Nunca se apaixona por ninguém, pare de ser assim.

- Por que está falando como me conhecesse super bem?

- Não precisa te conhecer bem pra saber como você é, afinal, você é suuuper popular, não é? Mas, pelo jeito, é popular em ferir o coração das damas, também.

- Olha, isso é problema meu, sabe? E você está me irritando.

- É que eu simplesmente não me conformo com alguém que fere o coração de uma dama e não sente nada com isso. Você deve ser incapaz até de demonstrar sentimentos, ou até de beijar alguém! - Eu realmente consegui dizer isso? Não sei explicar, mas eu estava tão dentro do papel que eu podia jurar que aquela cena era real, e não uma simples gravação.

- Ah, não? - Ele segurou minhas mãos, me colocando contra a parede e segurando meu queixo – Vamos ver se sou incapaz, então, - E me beijou. Como desconfiei, era só um selinho, nada demais, está tudo sobre controle...

Até que ele começou a querer enfiar a língua...

E eu permiti.