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História Dormindo com o Inimigo - Surpresa


Escrita por: HimeSama20

Notas do Autor


Yoo minna-san!! Como prometido aqui está o capítulo.
Gostaria de agradecer a todos que favoritaram a fic, e também àqueles que comentaram o capítulo anterior, vocês são demais! ^^
Sem mais delongas, aqui vai o capítulo, espero que gostem!

Capítulo 2 - Surpresa


No outro dia, apenas uma pessoa rondava os pensamentos de Otoya. Por mais que tentasse, não conseguia esquecer o moreno misterioso da noite passada. Nunca um cliente havia mexido tanto com ele antes, ficara o dia todo distraído imaginando que tipo de pessoa ele deveria ser.

Na lanchonete, sua atenção fora chamada mais de uma vez pelo gerente.

- O que está acontecendo com você hoje, Ittoki-kun? Não está se sentindo bem?

Otoya viu a oportunidade e a agarrou.

- Ah... É!! É isso mesmo! Eu não estou me sentindo muito bem hoje. Desculpe não ter falado antes, não queria te preocupar.

Assim o gerente o deixou ir embora mais cedo. No caminho até o orfanato, Otoya relembrou o momento após o moreno ter ido embora.

Depois que Tokiya saiu, Otoya não conseguia mais parar de pensar nele. Imaginar que ele era seu antigo amor de adolescência havia mexido muito com ele, agora se questionava se fora realmente uma boa ideia chamá-lo por esse nome.

Arrumou o quarto rapidamente e sentou-se na cama, os pensamentos perdidos em uma certa pessoa. Pensava em quem ele poderia ser, seu nome, idade, profissão, no quanto queria ter experimentado aquela boca. Como seria o rosto dele? Devia ser lindo! Imaginou um rosto que combinaria perfeitamente com sua voz aveludada e seu corpo escultural.

Leves batidas na porta o arrancaram do transe.

- Pode entrar.

Asuka e Yosuke entraram e lançaram um sorriso à Otoya. Quem falou primeiro foi Asuka.

- Ele devia ser muito bom de cama, pra fazer você gritar daquele jeito.

O rosto de Otoya ficou da cor do seu cabelo.

- Ehhh...??

Yosuke concordou.

- É verdade, lá do meu quarto dava pra ouvir os gritos. Ahh... T-Tokiya!! Me fode...

O Ittoki ficou mais corado ainda, se é que isso era possível. Asuka continuou.

- E aí, tá conseguindo andar?

- Vocês fizeram sexo selvagem? Ele gozou dentro?

- Bakas!! Parem com isso!!!

Otoya se levantou encarando os amigos, mas se arrependeu ao sentir uma pontada aguda no quadril. Ele gemeu, levando a mão ao local, fazendo os outros dois caírem na gargalhada.

- Há, há, há!! Ele acabou com você, hein...

Asuka resolveu brincar com o companheiro também.

- E você, Yosuke? Não tá acabado, não? Você acabou de atender um cliente também. Pelo visto ele não era tão bom assim.

Ele corou e fechou a cara.

- Ele era uke.

Os outros dois riram do colega até não aguentarem mais. Ambos sabiam que ele odiava ser seme.

Ele resolveu mudar o rumo da conversa.

- Então, Ittoki, quem era ele? Ele era bonito? Gostoso? Charmoso?

- Ele era muito gostoso! Na verdade, ele estava procurando por você.

- Por mim?

- É. Eu acho que ele era um cliente seu.

- Descreve ele.

Otoya pensou um pouco.

- Hum... Ele era alto, cabelo azul escuro, pele bronzeada. Usava máscara. Tinha uma voz muito bonita.

Um brilho de reconhecimento passou pelos olhos de Yosuke.

- Ah, já sei quem era. – Em seguida fez uma careta. – Ahhh!! Você deu sorte, eu queria ter atendido ele. Agora tô entendendo porque tá tão acabado.

Asuka riu.

- Há, há!! Viu, você saiu correndo pra pegar o primeiro cliente que chegou e se deu mal.

- Espera! – Ele olhou para Otoya. – Você chamou ele de Tokiya. Ele disse o nome dele pra você?

O ruivo negou.

- Não. Na verdade ele disse que eu podia chamá-lo por qualquer nome, então o chamei pelo primeiro que me veio na cabeça.

- Ah, tá. Se ele tivesse te falado o nome dele eu ia ficar muito revoltado.

- Por que?

- Eu já tentei várias vezes descobrir o nome dele, mas ele sempre se nega a dizer.

- Ah, vai ver que ele quer privacidade. Vai que ele é uma pessoa conhecida? Não ia pegar bem as pessoas descobrirem quem ele frequenta um lugar desses...

Nessa hora eles foram interrompidos por batidas na porta. Ela se abriu e em seguida Ryo entrou e olhou para os três.

- O que vocês estão fazendo? Os clientes estão esperando.

Assim cada um voltou para o seu trabalho.

Ao voltar à realidade, se deu conta de que já tinha chegado no orfanato, e só nesse momento lembrou-se do bazar. Repreendeu-se mentalmente por ter esquecido.

Estranhou ao encontrar o jardim vazio, a essa hora o movimento ainda devia ser grande, assim, entrou rapidamente, temendo que algo tivesse acontecido.

- Tadaima. Oba-san...?

 Olhou confuso ao redor quando ninguém respondeu.

- Minna?

Um menino apareceu por uma porta quando percebeu a chegada de Otoya.

- Oto-nii!! Nós estamos aqui!

Otoya se dirigiu para o salão que eles usavam para os eventos beneficentes do orfanato. Ao entrar, viu que realmente estavam todos lá. Ele olhou interrogativamente para Yumiko.

- Yumiko-san, o que houve? Por que estão todos aqui?

Mas Yumiko não conseguiu responder, pois todas as crianças começaram a falar ao mesmo tempo.

- Oto-nii, o bazar...

- Um homem muito bonito...

- Ele cantou pra gente...

- Ele era muito legal...

Otoya não sabia para que lado olhava. Estava ficando louco com todos gritando ao mesmo tempo. Mas quem acabou com a bagunça foi Yumiko.

- Crianças, quietas!

Todos se calaram no mesmo instante. Todos sabiam que quando Yumiko gritava era hora de ficar quieto.

- Falem um de cada vez, senão o Otoya não vai entender.

Um menino levantou a mão ansioso.

- Eu! Eu!

Yumiko assentiu, deixando-o falar.

- Nós começamos o bazar beeeem cedo e logo as pessoas começaram a chegar.

Outro menino levantou a mão.

- Deixa eu continuar!

E começaram a gritar novamente.

- Eu também quero falar!

- Eu também!

- Eu sou o próximo!

- Quietos!!

Yumiko elevou a voz novamente, fazendo todos se calarem mais uma vez.

- Todos vão falar um pouco, senão quem vai contar ao Otoya sou eu! Akihito, continue.

Akihito era o segundo menino que levantou a mão.

- Como Takashi disse, nós começamos o bazar bem cedo...

As crianças estavam muito animadas. O dia do bazar finalmente tinha chegado. Elas tinham enfeitado o salão de eventos com balões e fitas coloridas, deixando o local convidativo e receptivo. Entre os itens do bazar, haviam roupas e brinquedos doados por moradores especialmente para o bazar.

Uma grande faixa na entrada do orfanato convidava a população a prestigiar o evento. O bazar era um meio de conseguir fundos para as despesas do orfanato, e era feito sempre que conseguiam mercadorias suficientes.

Mas aquele mês estava fraco e poucas pessoas entravam para olhar.

- Tem tão pouca gente dessa vez... – Disse Kazumi, uma das meninas mais velhas, com 14 anos.

Enquanto isso, Yumiko cuidava da seção de roupas.

- Por favor, ajude nossas crianças.

Ela falava pacientemente aos que passavam por ali. Mas poucos lhe davam atenção.

Uma das crianças correu animada em sua direção. Era Takashi, de apenas 6 anos.

- Oba-san, eu vendi dois brinquedos! – E lhe entregou o dinheiro.

A senhora sorriu contente com a alegria do menino.

- Que bom, Takashi-chan! Continue se esforçando.

- Hai!

E correu outra vez para o seu lugar.

Mas Yumiko estava preocupada. Já passava das 10 e eles haviam vendido poucas coisas ainda. Num dia normal, pouca coisa sobrava para a tarde.

Na seção de brinquedos, estavam Kazumi, Takashi e Akihito, de 10 anos.

Takashi estava animado após ter vendido dois brinquedos, mas Kazumi estava desanimada. Ela estava sentada em um canto, com a mão apoiando a cabeça. Sua expressão era aborrecida.

- Takashi, quer parar de ficar gritando?

- Mas a Oba-san disse para eu me esforçar. Kazumi, você não quer ajudar a vender os brinquedos?

- Tsc, é claro que eu quero, mas se ninguém quer comprar o que eu posso fazer?

Akihito chamou a atenção dos dois.

- Olha, gente!

Em sua direção, uma mulher vinha com uma criança de uns 9 anos.

- Olá, quer comprar um brinquedo?

Convidou Takashi. Mas ao chegar perto dela, a moça recuou e levou o menino para trás dela, como se quisesse protegê-lo. Os dois meninos estranharam a atitude da mulher, mas Kazumi já tinha passado por isso e sabia o que a mulher estava pensando.

- Não cheguem perto, por favor.

- Por que? – Takashi perguntou confuso.

- Vai saber que tipo de doenças vocês tem.

Kazumi cerrou os dentes, irritada. Takashi recuou um passo, surpreso.

- Nós não...

- Mãe, me tira desse lugar. Eu estou com medo.

Choramingou o filho da mulher.

- É claro, meu amor. Vamos achar o seu pai e vamos embora daqui. Eu não sei nem porque ele quis parar aqui.

E se afastou rapidamente das crianças. Os dois meninos olhavam magoados para a mulher que se afastava, se perguntando porque ela achava que eles tinham doenças. Eram crianças normais, exceto por não terem família. Kazumi sabia o que os dois estavam sentindo e consolou os dois.

- Ei, não liguem pra ela. Ela é uma idiota.

- Kazumi, por que ela disse que tínhamos doenças?

A pergunta de Akihito a pegou de surpresa. Ela não queria magoá-los mais com a resposta, então apenas abaixou a cabeça.

- Queria que o Oto-nii estivesse aqui.

Disse Akihito e Takashi concordou.

- É! Ele cantaria uma música pra gente e diria que tudo ia ficar bem.

Kazumi teve que concordar com os dois. Por pior que fosse a situação, Otoya tinha sempre um sorriso no rosto.

- Eu sei, eu também queria que ele estivesse aqui. Mas ele não pode, tem que trabalhar.

Ao ver lágrimas nos olhos de Takashi, Kazumi sentiu pena do menino.

- Takashi-chan, por que você não vai lá com a Yumiko-san?

O menino assentiu e correu em direção à ela.

- O que aconteceu, Takashi-chan?

O menino abraçou as pernas da senhora e ficou ali, lutando contra as lágrimas que teimavam em escorrer pela sua face. Yumiko se inclinou, pegou o menino no colo e sentou-se em uma cadeira, aninhando-o em seus braços.

- Quer me contar o que aconteceu?

Takashi moveu a cabeça negativamente.

- Está bem, mas quando quiser contar eu estou aqui, ok?

O menino assentiu.

Assim as horas se passaram.

Chegando perto do meio-dia, eles fecharam o bazar para almoçar. Reunidos à mesa, todos estavam cabisbaixos, os fundos arrecadados até o momento eram menos da metade do que eles estimavam.

- Isso está uma droga!

- Shinji! Olha a boca! – Repreendeu Yumiko.

Kazumi concordou.

- Mas Yumiko-san, ele tem razão. Nós não vendemos nem 1/3 do que nós temos! Como vamos arrecadar dinheiro para o orfanato desse jeito?

- Ei, não desanimem! Ainda temos a tarde para tentar vender o que sobrou! Vocês vão ver que vai ter mais gente à tarde.

- Não! Não vai ter!!

Gritou Takashi, que estivera quieto desde o incidente com a mulher. Seus olhos já estavam úmidos.

- Takashi, por que está dizendo isso?

Yumiko se assustou com o gesto rude do menino, ele geralmente não era assim.

- Ninguém se importa com a gente! Por que iriam nos ajudar? Eles acham que temos doenças, e mesmo se tivéssemos eles não se importariam com a gente! Se nós morrermos ninguém vai sentir nossa falta!!

E levantou-se da mesa, correndo em direção à porta. Ouviu o grito de todos o chamando de volta, mas não deu atenção.

Passou correndo pelo jardim, e ao avistar o portão aberto, passou correndo pelo mesmo, esbarrando em um homem que passava na calçada.

- Ai!

O homem reclamou ao sentir a dor em sua perna. Ao perceber que era uma criança, segurou o mesmo pelos ombros.

- Ei, você está bem?

- Me solta!

Ele percebeu que o menino chorava.

- Por que você está chorando? Onde estão seus pais?

- Eu não tenho pais, eu sou órfão!!

- Takashi!!

Kazumi e Yumiko corriam em direção aos dois. Ao se aproximarem, Yumiko olhou zangada para Takashi.

- Takashi! Você não pode correr desse jeito! Ainda mais para a rua!

- Desculpa...

O menino soluçou, colocando a mão no rosto. Kazumi se aproximou e o pegou no colo, levando-o para dentro. Yumiko se curvou para o estranho.

- Desculpe por isso.

- Não foi nada. Ele está bem?

- Ele vai ficar. Essas crianças são obrigadas a passar por maus bocados, às vezes... Elas pensam que ninguém se importa com elas, e eu entendo o motivo de elas pensarem assim. Às vezes eu mesma penso que ninguém liga para essas crianças. Desculpe, eu acabei desabafando com você.

O estranho deu de ombros.

- Tudo bem. Vocês que estão promovendo o bazar?

Apontou para a faixa na entrada.

- Sim. Gostaria de dar uma olhada?

- Por que não?

- As crianças estão almoçando, espero que não se importe.

- De jeito nenhum. Posso fazer companhia à elas?

- Claro!

Assim ela o levou para a cozinha.

- Crianças, esse é o... – Deixou a frase para que ele terminasse.

- Eu me chamo Hayato.

Todos o cumprimentaram. Ao vê-lo, Takashi abaixou a cabeça envergonhado.

- Humm... Desculpe por antes...

- Não tem problema. Eu não me machuquei.

Ele notou o clima pesado na cozinha.

- Ei, por que vocês estão tão tristes?

As crianças desviaram o olhar do dele.

- Nós não vendemos nada no bazar...

A maioria concordou. Hayato sentiu pena daquelas crianças, queria alegrá-las de alguma forma.

- O que eu posso fazer pra alegrar vocês?

- Canta uma música?

Todos pediram em uníssono. Akihito emendou.

- É o que o Oto-nii faria se estivesse aqui.

- Quem é “Oto-nii”? – Perguntou à Yumiko.

- Eles estão se referindo ao Otoya. É o mais velho deles, e está trabalhando no momento. O sonho dele é ser cantor e ele trabalha muito para conseguir dinheiro e estudar música. Otoya canta para eles o tempo todo.

- Hum.. Está bem, eu vou cantar uma música.

- Obaaaa!!! – As crianças gritaram juntas.

Hayato fechou os olhos e cantou.

Ah, kimi dake ni todoke

Ah, canto somente para você

Kono kaze no oto yo

O som desse vento

Feeling heart

Sentindo o coração

As crianças olhavam atentas para ele.

Mou nakanakute ii yo sono mama de ii

Não precisa mais chorar, somente fique como está

Sora wo mite

Olhe para o céu

Ah, my sweetest love

Ah, meu mais doce amor

Todos levantaram-se e ficaram em volta de Hayato.

Blue, aoku kagayaku hoho wo tsutau sono shizuku

Azul, esta lágrima brilhante que cai em sua bochecha

Rise, shitte ita kai asu e no hikari dato

Levante-se, você sabia? A luz que nos guia para o amanhã

Truth, kimi wa tabun ne jibun wo mada yoku shiranai

Verdade, talvez você não se conheça tão bem ainda

Sono namida wa kitto kimi wo michibiku niji ni naru

Mas essa lágrima se transformará num arco-íris que te guiará

Nagai tabi ni kogoeru nara

Se ficar frio em sua longa jornada

Ah, uta de atatamete ageru yo

Ah, te aquecerei com uma canção

Kimi ga negau koto no zenbu ga

Talvez nem todos os seus

Hoshi ni naranai kamoshirenai

Desejos se tornem estrelas

Dakedo shinjiru yume de areba

Mas se tiver um sonho em que acredita

Ikusen aru yozora no

Ele se transformará em milhares de estrelas brilhantes

Ichiban kirameku hazu no houseki saa

No céu noturno

Todos aplaudiram muito o rapaz sentado entre as crianças. Mesmo depois de terminar de cantar, Hayato ainda ficou algum tempo de olhos fechados. Ele havia cantado com toda a sua alma para alegrar aquelas crianças. Cantar era o que ele amava, e ele havia realmente cantado com muito amor.

Quando ele abriu os olhos, se assustou ao perceber todos à sua volta.

- Você canta muito bem. – Elogiou Yumiko.

- Obrigado. – Agradeceu sinceramente.

- Onii-chan, sua voz é muito bonita. Você é cantor?

- Sim, eu estou tentando me tornar um. – Respondeu modestamente. Na verdade, ele já havia sido lançado como cantor, apesar de ainda estar estudando música.

Eles conversaram mais um pouco ali na cozinha, até que Hayato decidiu ver o bazar. Ele olhou tudo o que eles tinham, desde as roupas, até alguns móveis e os brinquedos.

- Certo! – Ele olhou para Yumiko. – Me dê um preço por tudo que você tem aqui.

- C-como assim??

- A senhora ouviu direito. Eu quero comprar tudo o que vocês têm aqui!

- Ehhhhh??? – As crianças gritaram.

- Tudo? – Repetiu Yumiko. – Mas...

- Vamos, me dê um preço. Vocês não querem vender as suas coisas? Eu estava mesmo procurando esse tipo de coisa para comprar e doar para um hospital.

Yumiko estava realmente surpresa. Ela pensou um pouco e lhe deu um preço. Ele rapidamente fez um cheque e entregou à ela, que se assustou ao observar o valor do cheque, pois era três vezes maior do que ela tinha falado.

- Hã... Desculpe, mas o valor desse cheque está errado.

Disse estendendo o papel para ele. Ele estendeu a mão, mas ao invés de pegar o cheque, ele o apertou nas mãos da senhora.

- Aceite como uma doação. Vocês foram muito gentis comigo e eu acho que posso retribuir com essa gentileza.

- E foi assim que aconteceu. Ele levou tudo que a gente tinha! – Terminou Akihito.

Otoya estava pasmo. Como queria estar ali para agradecer ao estranho que tinha ajudado tanto eles.

- De quando é o cheque?

A senhora estendeu o pequeno papel a ele, que arregalou os olhos ao ver o valor.

- I-isso é...

- É ótimo, não é?

- Sim! Com esse dinheiro vamos poder reformar o orfanato! Ele precisa de mais quartos, esse salão precisa de pintura e as meninas precisam de um beliche novo.

Otoya percebeu todos darem um olhar cúmplice à Yumiko. O que eles estavam aprontando?

- Na verdade... Nós estamos pensando em fazer outra coisa com esse dinheiro.

- O quê?

Quem respondeu foi Takashi.

- Nós vamos dar pra você poder entrar na escola de música!

Todos concordaram.

- O quê?? Não! O conforto de vocês é muito mais importante!

- Otoya-chan. – Yumiko o chamou. Ele olhou para ela. – O sonho de todos eles é que você consiga realizar o seu. Aceite esse dinheiro e realize o seu sonho. Torne-se um cantor famoso, alegre as crianças de todo o Japão com suas canções. E quando você for famoso e ganhar o seu próprio dinheiro, você pode nos ajudar a reformar o orfanato.

Otoya sentiu as lágrimas lhe virem aos olhos. Não tinha palavras suficientes para agradecer à eles, então apenas ajoelhou-se ao chão e abraçou as crianças que tanto amava, sendo retribuído com carinho.

- Obrigado...

Foi a única palavra que ele conseguiu dizer em meio as lágrimas.

oOo

Dois dias depois ele finalmente chegou à Academia, sendo recebido por Ringo Tsukimiya. Ringo era um ídolo famoso e idolatrado por todo o Japão, mas sua aparência peculiar sempre enganava a todos que o conheciam. Apesar de ser homem, Ringo ostentava belos e compridos cabelos rosas, e seus olhos azuis completavam seu rosto angelical.

- Oi, você deve ser Otoya Ittoki, certo? Eu sou Ringo Tsukimiya.

O ruivo assentiu e se curvou.

- Muito prazer.

- O prazer é meu. Eu serei seu professor e vou explicar as regras da escola para você. Venha comigo, eu vou lhe mostrar o seu quarto.

Otoya o seguiu pela escola e ficou admirado com a beleza do lugar. O prédio principal era enorme e ele pensou que se perderia facilmente ali.

- Daquele lado ficam os dormitórios e daquele outro as salas de aula. As aulas vão de segunda a sábado, o domingo é livre para vocês descansarem ou fazerem o que quiserem.

Eles passaram rapidamente pelas salas de aula, que estavam vazias por ser domingo.

- Os alunos são separados por classes: Classe A e Classe S. Os alunos novos ou que ainda não estão preparados para um ensino superior ficam na Classe A. Os alunos que nós percebemos que possuem um talento especial ficam na Classe S, o professor dessa turma é Ryuya Hyuga.

Nessa hora, o professor de cabelos cor de areia passou por eles no corredor.

- Esse é o professor Hyuga. Professor, esse é Otoya Ittoki, o aluno novo.

- Seja bem-vindo, Otoya. Espero que goste de estudar conosco.

Otoya se curvou educadamente para ele.

- Com certeza eu me esforçarei e darei o meu melhor.

O professor se afastou e eles continuaram.

- Mesmo sendo um aluno de Classe S, não significa que ele não possa voltar para a Classe A. Se ele começar a relaxar ou perder o desempenho, nós o enviamos novamente para a Classe A. Então, se você conseguir entrar na Classe S, se esforce para não perder a oportunidade.

- Ok.

Otoya ouvia tudo atentamente, não queria perder nenhum detalhe.

- As aulas começam 8 horas em ponto, e quer um conselho? Não se atrase.

Piscou radiante ao ruivo.

- Aqui é o refeitório. São servidas 4 refeições por dia que já estão inclusas na mensalidade. Você só precisa pagar se quiser alguma coisa que não esteja no cardápio. O café da manhã é servido das 7 da manhã as 7:30. O almoço é do meio-dia até à 1 da tarde. Um rápido lanche é feito entre 4 e 4:30 da tarde e o jantar é servido entre 8 e 9 da noite. Se você se atrasar e perder alguma refeição, sinto dizer que você terá que esperar até a próxima. Está entendendo tudo?

- Sim.

- Ótimo! Agora vamos aos dormitórios.

Seguiram em direção ao pavilhão onde ficavam os quartos dos alunos.

- Desse lado fica o dormitório dos meninos, daquele lado o das meninas. É desnecessário dizer que é proibido meninos na ala das meninas e vice-versa. A quebra dessa regra pode levar à suspensão.

Otoya anotou mentalmente essa regra.

- Como são muitos alunos, não tem como cada um ficar com um quarto só para si. Então nós colocamos duas pessoas no mesmo quarto. Isso ajuda no entrosamento com os colegas também.

Eles pararam em frente à uma porta.

- Esse é o seu quarto. Você tem alguma pergunta?

- Não, eu entendi tudo.

- Ótimo! Agora, se você não se importa, eu preciso resolver umas coisas.

Otoya se curvou para o professor e esse foi embora. Quem será que era seu colega de quarto? Estava ansioso para conhecê-lo, tinha certeza de que iriam se dar muito bem. Otoya respirou fundo e entrou no quarto.

- Olá... Eu sou seu novo companheiro de quarto. Meu nome é-

- Otoya?!!

Desconcertado, se perguntou como o outro sabia seu nome. Olhou atentamente para ele. Alto, de cabelos e olhos azuis. Algo nele parecia vagamente familiar.

- Quem... é você?

- Sou eu! Tokiya Ichinose!


Notas Finais


Gostaram do capítulo? Espero que sim...
Aguardo ansiosamente seus reviews divosos ^_^
Até a próxima!!
Beijos da Hime <3


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