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História Dormindo com o Inimigo - Após as confusões, vem as preocupações...


Escrita por: HimeSama20

Notas do Autor


Yoo, minna-san!! Demorei dessa vez, né? Gomen, gomen... Esse capítulo ficou um pouco grande, mas mesmo assim não consegui colocar nele tudo que eu queria... (senão ia ficar com 10 mil palavras...)
Espero que gostem :)

Capítulo 4 - Após as confusões, vem as preocupações...


Pov Otoya On

 Não soube dizer exatamente qual foi o som que me acordou, mas ignorei-o rapidamente, virando-me para o lado e tornando a dormir. Logo assustei-me com um som abafado, um som parecido com um tapa. Bufei, indignado. "Aff... Vocês sabem que horas são? Não é hora de ficar brigando."

Para descobrir de onde vinha, concentrei-me para tentar ouvir algum outro som. E ouvi.

- Aahh!! Ren!!

Enrubesci. O barulho que me acordou eram... gemidos. Não quis nem pensar no que era aquele som que parecia um tapa que ouvi à instantes. Levei as mãos à cabeça, irritado. Já tinha demorado tanto tempo para conseguir dormir por causa do calor, agora não iria conseguir porque meus vizinhos de quarto não conseguiam controlar os hormônios!

- Ahh!! Isso!!!

Choraminguei, frustrado. "Eu quero dormir!!". Ouvi Tokiya se mexer na cama e reclamar com a voz embargada de sono.

- Ah, não... Eu vou matar esses dois!

- Quem são os nossos vizinhos? Quem sabe eu te ajudo a matar eles.

- Ah, Masato, você é tão maravilhoso. Eu amo... estar dentro de você.

Senti meu rosto ficar vermelho.

- N-não me diga que são...

- Exato! Ren e Masato é que dormem nesse quarto.

- Ehhhhhh? E desde quando eles são assim... tão... hã, íntimos?

Tokiya suspirou cansado e pousou a cabeça no travesseiro, com as mãos atrás da cabeça. Involuntariamente, acompanhei-o com o olhar.

- Ah, sei lá. Não me lembro mais, já faz tempo.

- Quem diria... E eu que achava que o Masato odiasse o Ren.

Tokiya riu nasalmente, fazendo meu coração disparar. Seu riso era lindo, como tudo nele. Era realmente uma pena que ele raramente sorrisse.

- De tanto odiar, olha no que deu.

Fiquei em silêncio. Ah, se Tokiya soubesse que eu era igual o Masato... Amando em silêncio mas fingindo que não suportava. Ele nunca mais falaria comigo se soubesse... Antes que entrássemos em um terreno perigoso, mudei de assunto.

- Eu achei que relacionamentos amorosos eram proibidos aqui dentro. - Lembrei-me de ter ouvido isso do diretor quando vim fazer a matrícula.

- Não que seja proibido, só não é permitido quando são duas pessoas que pretendem trabalhar juntas no futuro. No caso deles, que querem estar na mesma banda, é proibido, mas diga isso pra eles!

- Ren... Mais forte!!

Um calafrio percorreu minha espinha com o gemido de Masato e eu senti meu baixo ventre latejar involuntariamente. Consequentemente, senti meu rosto queimar de vergonha. Era o cúmulo eu estar ficando excitado só de ouvir os gemidos dos dois. Mas seus gemidos me lembravam outros, em um quarto semi escurecido de uma boate noturna. Sem nem mesmo perceber, olhei para Tokiya, que fitava o teto e suspirava de irritação ocasionalmente. Naquela noite eu havia imaginado que era ele na minha cama, e não um desconhecido, e agora ele estava ali, tão perto e ao mesmo tempo tão longe...

Droga, por que ele tem que ser tão estupidamente lindo e gostoso? Por que eu tive que me apaixonar por ele? Ouvindo os sons excitantes que vinham do outro quarto, eu estava sentindo uma vontade quase incontrolável de me jogar em cima de Tokiya e transar com ele ali mesmo. Bem, se eu não soubesse que ele iria me espancar até a morte talvez eu até tivesse coragem de fazer isso. Mas não, embora eu ame Tokiya eu amo muito mais a minha vida.

Como se adivinhasse que eu estava pensando nele, Tokiya desviou os olhos em minha direção, flagrando meu olhar sobre ele.

- O que foi?

- N-nada!

Virei-me rapidamente para a parede e deitei-me, cobrindo minha cabeça com o lençol que estava usando para me cobrir. Meu coração bateu rápido e meu rosto devia estar tão vermelho quanto meu cabelo.

- "Idiota! Idiota! Não fica encarando ele!" – Repreendi-me mentalmente.

- R-Ren... Ahhh...

- Isso, geme meu nome... Eu tô quase lá, Masato.

- “Droga! Dá pra gemer mais baixo?” – Pensei. Se isso continuasse assim logo eu estaria totalmente duro, e aí eu estava ferrado. É muito difícil esconder esse tipo de coisa de outro homem, e se Tokiya percebesse eu ia ser alvo de zoação dele o resto da minha vida.

- O que foi, Ittoki? Não me diga que está ficando excitado?

Meu corpo inteiro se arrepiou ao som de sua voz. Ele havia baixado o tom e deixado sua voz rouca só para... me provocar?

- “Não! Ele só me provocaria se soubesse que eu não o odeio de verdade. Mas... então... ele sabe? Não! Não tem como ele saber! Eu nunca demonstrei na frente dele! Ahhh!!! Acho que estou ficando paranoico!”

- E então? Não vai me responder?

Tokiya estava mais próximo da minha cama. Me desesperei.

- “Não chegue mais perto!” Baka!! É claro que não!

Falei rudemente e olhando-o zangado, na tentativa de afastá-lo da minha cama. Mas me assustei com o quão perto ele estava e minha expressão zangada foi substituída pela de surpresa. Ele se inclinou ao lado da minha cama e aproximou seu rosto perigosamente do meu.

- Tem certeza? Algo aqui diz o contrário.

Sua mão pousou sobre meu membro semi ereto e deu um aperto firme, me fazendo pular da cama, ficando em pé em posição de defesa. Meu rosto já devia estar roxo a essas horas.

- O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO, BAKA????

Mas Tokiya pouco ligou para a minha fúria, ele estava muito ocupado caindo na gargalhada. Então ele estava mesmo só tentando me humilhar. Ufa! Melhor assim, por que se ele sequer desconfiasse dos meus sentimentos eu não saberia o que fazer. Mas então eu me dei conta: ELE ESTÁ TENTANDO ME HUMILHAR? O QUE ELE PENSA QUE EU SOU?

- ICHINOSE!!! VOCÊ ME PAGA!!!!!!!!

Gritei apontando para ele.

- Nossa, Ittoki, eu achei que você fosse mais esperto. Você perdeu totalmente o jeito nesses anos, hein? Antigamente, você jamais cairia nessa!

Desdenhou, ainda rindo muito do meu constrangimento. Em meu momento de fúria, avancei sobre ele, desferindo socos em seu peito.

- Idiota! Cretino! Desgraçado! Eu te odeio!

Continuei a agredi-lo, mas era em vão, era visível que aquilo não surtia efeito nenhum nele. Com uma facilidade incrível, Tokiya agarrou meus pulsos e me empurrou com toda a força, me prensando contra a parede. Me debati, tentando me soltar. Aquela proximidade me deixava no mínimo à beira do pânico.

- Imbecil, me solta!!

Mas ele nada disse. Nada fez. Apenas me olhava, com uma expressão que eu nunca havia visto em seu rosto. Não havia nenhum traço do habitual desprezo que sempre havia em seu olhar. Me surpreendi com a intensidade daqueles orbes azuis, que me fitavam como se... me desejassem.

- “Devo estar ficando louco.”, pensei.

Vi quando seus olhos desceram para minha boca. Meu coração batia como um louco.

Tum-dum, Tum-dum, Tum-dum

Eu o olhava hipnotizado, sua expressão era irresistivelmente sedutora. Senti sua mão afrouxar o aperto em meu pulso, mas não ousei me mexer. Eu sequer respirava direito. A única coisa que pensava era “Por favor, me beija!

Mas um grito vindo do quarto ao lado nos arrancou do transe. Tokiya largou minhas mãos de súbito, parecendo um tanto assustado. Ele me deu as costas e voltou para a cama em silêncio.

- “Não!”, lamentei.

Fiquei ainda um longo tempo no mesmo lugar, esperando minha respiração se acalmar. O que... tinha acontecido ali? O que deu em Tokiya? Eu estava confuso. Subitamente, percebi que aquela situação havia me deixado completamente excitado, e agora teria que dar um jeito nisso.

- “Malditos Ren e Masato! Amanhã vocês me pagam!”

Pov Otoya Off

oOo

A verdade era que no outro dia Otoya não tinha forças para cumprir a ameaça.  Estava totalmente exausto, não tinha mais conseguido dormir mesmo depois de dar um jeito em sua ereção. Ele ficara pensando em Tokiya, no que tinha acontecido (ou quase) entre eles. Não conseguia esquecer o olhar penetrante e sedutor do moreno, e no quanto queria desesperadamente ter acabado com aquela pequena distância entre eles. Mas mesmo querendo provar o gosto da sua boca, sabia que se arrependeria, pois assim demonstraria seus verdadeiros sentimentos. Ele estava certo de que se Tokiya descobrisse, ele não teria escrúpulos em usá-los para humilhá-lo, e jamais poderia permitir isso. Esse dilema ajudava a consumir suas forças, pois não fazia nem um dia que dividia o quarto com Tokiya e já estava sendo tão difícil para ele.

- “Malditos hormônios! Que Deus me ajude, senão não vou durar uma semana...”

No café da manhã, Otoya não era o único que lançava olhares assassinos em direção a Ren e Masato. Todos na mesa pareciam estar querendo estrangular os dois. Ren arqueou a sobrancelha.

- Todo esse carinho logo de manhã está me deixando sem graça.

- O que você queria depois de ninguém ter conseguido dormir por causa de vocês dois? Flores e bombons?

Desdenhou Camus, entre uma mordida e outra de seu sanduíche.

- Tá conseguindo andar, Masato?

Perguntou Reiji, rindo em seguida da carranca do azulado.

- Tanto quanto você quando o Ranmaru te pega de jeito.

O moreno corou e encontrou algo muito interessante para olhar na toalha da mesa, enquanto Ranmaru olhou para o outro lado e fingiu que não ouviu. Ren olhou para Masato.

- Tá doendo muito, amor?

Sua voz tinha um tom de falsa preocupação, que Masato identificou na hora. Ele fechou mais a cara e deu um tapa forte em seu ombro. Todos riram da face avermelhada do Hijirikawa e Ren se encolheu com a agressividade do menor.

- Ai! Agora não adianta ficar bravinho, eu avisei que hoje tinha aula de dança e mesmo assim você me provocou.

Ele precisava mesmo ficar expondo a intimidade dos dois na frente dos amigos? O azulado respirou fundo e cerrou os punhos, tentando ao máximo controlar sua vontade louca de espancar o ruivo.

- Jinguji?

- Hum?

- Cala essa boca!

Masato emanava uma aura negra e Ren achou que era mais saudável deixá-lo em paz. Um longo tempo se passou até Syo se manifestar pela primeira vez naquele dia.

- Escutem o que eu digo, um dia vocês dois vão se dar mal. Já pensou o que aconteceria se alguém que não fosse do nosso grupo dormisse naquele corredor?

- Bem, aí nós seríamos mais silenciosos.

Retrucou Masato, entre goles do seu chá gelado. Otoya ergueu a cabeça quando seu cérebro, atrasado, processou o que Syo havia dito. Ele olhou para o loiro.

- Espera aí! Repete!

- O quê? – Perguntou Syo, confuso. – Um dia vocês vão se dar mal?

- Não, a outra parte! De quem dorme no corredor.

- Ah, você não sabia que todos nós dormimos no mesmo corredor?

- Hã... não... “Maldito Tokiya! Bem que ele podia ter me falado, né?”

- Bem, um corredor tem seis quartos, certo?

Otoya concordou.

- No corredor da direita, o primeiro quarto é do Cecil e do Hayato, o do meio é o meu e do Natsuki e o último é do Ai e do Camus. No corredor da esquerda, o primeiro quarto é o seu e do Tokiya, o do meio é o do Ren e do Masato e o último é do Ranmaru e do Reiji.

Otoya estava à beira das lágrimas de felicidade. Ele juntou as mãos em frente ao rosto.

- Alguém troca de quarto comigo?? Por favooor!!!!

- Ehh... Não!

Responderam em uníssono. Os ombros de Otoya caíram, desanimado com a resposta negativa dos amigos. Num último raio de esperança, ele olhou para Hayato.

- Ichinose-san, ele é seu irmão. Não deve ser realmente ruim pra você dividir um quarto com ele, né?

Hayato ficou sem jeito.

- Hum... Não acho que seja uma boa ideia, sabe? Bem... Da última vez, foi um pouco traumatizante, então eu não consigo me imaginar dormindo sob o mesmo teto que ele.

- “Caramba, Tokiya, você podia ser um pouco mais querido, né?”

Reiji apoiou os cotovelos na mesa.

- Otoyan, é tão horrível assim dividir o quarto com o Toki?

O ruivo suspirou alto e fechou os olhos, irritado.

- Vocês nem imaginam o que ele fez ontem...

- Oh, você vai contar o que eu fiz? Essa eu quero ver.

Tokiya, que não estava presente até o momento, chegara silenciosamente enquanto eles conversavam. Puxou uma cadeira ao lado de Ranmaru, que o olhou torto, e se sentou. Otoya corou furiosamente com seu comentário. Tokiya riu cínico do silêncio do menor.

- Não vai contar, né? Sabia que era covarde.

Disse calmamente, dando um gole em seu café. Uma veia saltou na testa do ruivo.

- “Ah, você quer me provocar, é?”

Mas ao invés de brigar com Tokiya, resolveu devolver a provocação. Deu um riso debochado e disse em tom desdenhoso.

- Eu até poderia contar, eu realmente não ligo, mas eu duvido que você tenha coragem.

Tokiya repentinamente se engasgou com o café, fazendo Ranmaru dar um pulo de susto ao seu lado, rapidamente socorrendo o amigo, dando leves batidas em suas costas. Ai olhou desconfiado para Otoya.

- O que vocês dois aprontaram ontem à noite?

- O Tokiya vai ter que responder, eu não quero me atrasar pro meu primeiro dia de aula.

Ele olhou de relance para Tokiya, que o olhava com um ódio mortal enquanto recuperava o fôlego.

- Algum de vocês é da minha turma?

Perguntou o ruivo aos amigos. Apenas Masato ergueu a mão.

- Eu sou.

- Se importa de me mostrar o caminho da sala?

- Claro que não.

Jogou o guardanapo com força em cima da mesa e se levantou um tanto desajeitadamente, provocando novos risos entre os colegas.

Assim que os dois saíram, os demais encararam Tokiya com curiosidade. Este, percebendo o olhar de todos sobre si, tentou disfarçar o constrangimento. Sem querer, havia cavado a própria cova.

- “Você me paga, Otoya Ittoki!” Bom, também não quero me atrasar.

Disse, já levantando. Mas foi surpreendido pela mão forte de Ranmaru em seu peito, o obrigando a se sentar novamente.

- Negativo! Agora você vai contar o que você fez com o Otoya, senão...!

Tokiya arregalou os olhos diante do tom ameaçador de Ranmaru. Ao ver que nenhum dos amigos tentou defendê-lo, começou a ficar nervoso. Ele poderia realmente levar uma surra por causa da brincadeira, então resolveu que era mais seguro contar a verdade. Ao terminar, sentia-se constrangido e envergonhado com a reação dos amigos. Alguns seguravam-se para não rir, outros pareciam querer esfolá-lo vivo.

- Gente, qual é! Foi só uma brincadeira.

Syo e Reiji lançaram um olhar ameaçador a ele.

- Tá certo, foi um pouco estúpida-

- Um pouco? – Esbravejou Ai. – Sabe o que nós deveríamos fazer com você?

Tokiya começou a ficar realmente com medo ao ver Ai puxando para cima as mangas de seu uniforme. Mas a única pessoa que ele achou que jamais intercederia por ele o fez. Ficou surpreso ao ver Hayato se levantar e segurar o ombro de Ai.

- Pessoal, foi uma brincadeira estúpida sim, mas vocês sabem que o Tokiya também é estúpido, então ele simplesmente não pôde evitar. É realmente necessário que ele apanhe por causa disso?

Tokiya olhou torto para o irmão ao ouvir suas palavras. Os demais perceberam que sua reação era um pouco exagerada, e se acalmaram um pouco. Mas eles não podiam evitar de ficar zangados com Tokiya, já que todos ali sabiam o que Otoya sentia por ele. Deve ter sido particularmente difícil para o ruivo a “brincadeira” de Tokiya.

Para o alívio do moreno, o sinal que indicava o início das aulas soou nesse momento. Mas Ai ainda o encarava friamente, e quando falou, sua voz saiu ácida.

- Tome muito cuidado com suas “brincadeiras” no futuro, Ichinose. Da próxima vez, nem o seu irmão vai livrar a sua pele.

 Todos pegaram suas bolsas e se dirigiram para a sala de aula. Apenas Natsuki ficou para trás, junto com Tokiya.

- Quem diria que o Hayato um dia salvaria seu pescoço, não é?

Tokiya o olhou surpreso com o comentário e recebeu um sorriso simpático do loiro. Ele gostava de Natsuki, era o único que não o hostilizava quando ele brigava com o ruivo.

- Vamos para a sala também?

Tokiya suspirou pesadamente.

- Vamos.

oOo

Masato não sabia se ria ou se ficava com raiva quando Otoya lhe contou o ocorrido. Mas no fim, o riso venceu e ele caiu na gargalhada.

- E você, o que fez?

Perguntou curioso ao amigo.

- Ah, o que você acha? Eu fingi que fiquei super zangado, quando, bem no fim, eu fiquei é super excitado.

- E por que não aproveitou a situação? Por que não se jogou em cima dele e usou seu charme para seduzi-lo? É o que eu teria feito.

Otoya olhou horrorizado para o azulado.

- Quem é você e o que fez com o Masato Hijirikawa que eu conheço?

Masato riu da reação do ruivo.

- Digamos que um certo Ren Jinguji me corrompeu ao longo dos anos.

- É, tô vendo.

- Sabe, adorei o modo como você devolveu a provocação do Tokiya lá no refeitório.

- Há, há, há!! Foi demais, né? Ele achou que ia conseguir me humilhar publicamente e eu “Bum!” joguei a bomba no colo dele!

Os dois amigos gargalharam lembrando da reação do Ichinose.

- Mas acho melhor você tomar cuidado na aula de dança, ele deve estar uma fera com você.

- Nós temos aula de dança juntos?

- U-hum.

- Ai, não, tô ferrado! Acho melhor ficar bem longe dele.

- Eu te aconselho a fazer isso.

Masato ficou quieto um tempo.

- Então... E sobre a ideia de seduzir o Tokiya? Vai rolar?

- CLARO QUE NÃO!!

Gritou, assustando o maior. Em seguida ele suspirou, deixando os ombros caírem.

- Acho que nunca vou ter coragem de “seduzi-lo”. Esqueceu que o nosso quarto fica no terceiro andar? E se ele resolve me jogar pela janela? Do jeito que ele me despreza, não duvido que ele teria coragem de fazer isso.

Otoya abaixou a cabeça, olhando para o chão enquanto caminhava. Masato percebeu a tristeza em sua voz, e o abraçou pelos ombros, solidário.

- Já pensou em contar a verdade para ele?

O ruivo o olhou com os olhos arregalados.

- Quer dizer, me confessar pra ele? Está louco? Não! Nem pensar!! Ele me odeia, já pensou no quanto ele vai me humilhar se souber?

- Você só vai descobrir se tentar.

- Não! Eu prefiro mil vezes ficar o resto da vida fingindo que o odeio a ter ele debochando dos meus sentimentos. Eu não iria suportar.

Ao abrir a porta da sala, Otoya ficou constrangido ao notar o olhar de todos os alunos sobre si. Já esperava essa reação, em todas as escolas era assim. O aluno novo era sempre alvo de atenção e curiosidade por parte dos demais. Ao ver o constrangimento do amigo, Masato segura em seu braço e o guia até uma das carteiras, a que ficava atrás da sua.

- Não liga pra eles, não. Logo acaba essa curiosidade. Oh, droga!

Pragueja ele ao ver um aluno se aproximando deles. Alto, de cabelos castanhos, olhos roxos penetrantes e óculos de aro preto, ele emanava um ar de hostilidade. Otoya não gostou dele à primeira vista, e a julgar pela reação do amigo, deduziu que Masato também não gostava dele.

- Ora, ora, um aluno novo.

- O que quer aqui, Otori? Perdeu alguma coisa? Ou foi só ver uma carne nova no pedaço que já ficou todo alvoroçado?

O moreno sorriu cínico.

- Calma, Hijirikawa. Eu só vim dar as boas-vindas ao aluno novo. Eichi Otori, muito prazer.

Ele estendeu a mão ao ruivo, que relutou em apertar.

- “Seja educado! Seja educado!”

Repetia em sua mente. Estendeu a mão e apertou a do outro, soltando-a rapidamente.

- Otoya Ittoki.

Eichi percebeu que ele não respondeu seu “muito prazer”, mas não se incomodou. Manteve seu sorriso cínico e extremamente irritante no rosto enquanto voltava a falar.

- Se você precisar de amigos de verdade, eu sento bem ali.

Apontou para o outro lado da sala. Repentinamente, ele se aproximou mais de Otoya, fazendo o ruivo se assustar e ficar em estado de alerta.

- Olha, se eu fosse você, não andava muito com esse aí, não, ou você pode acabar ficando mal falado.

Cochichou em seu ouvido. Otoya cerrou os punhos. Quem aquele idiota pensava que era pra falar mal do seu amigo? Eichi continuou.

- A não ser que você não se importe que todos pensem que você é gay.

- A não ser que você não se importe que ninguém mais te reconheça depois da surra que eu vou te dar, eu sugiro que você cale essa boca!

Disse o ruivo ameaçadoramente. O sorriso cínico sumiu do rosto de Eichi, que agora o olhava com surpresa. Ele se afastou do ruivo diante do seu tom áspero.

- Como disse?

- Você é surdo? Eu disse pra você calar essa sua boca antes que eu te arrebente! O Masato é meu amigo de longa data, e se eu fosse você, pensava muito bem antes de falar mal dele na minha frente.

Todos assistiam à briga atentamente, esperando para ver qual seria o desfecho. Mas para a decepção geral, Eichi não estava a fim de briga, então deu as costas aos dois, dizendo em tom de aviso.

- Depois não diga que eu não avisei.

Mas Otoya não se deixou ameaçar.

- E só pra você saber, eu sou gay sim, então não precisa se dar o trabalho de espalhar boatos sobre mim.

O moreno o olhou irritado.

- “Esse é duro na queda! Igual os outros. Mas vamos ver quanto tempo dura essa sua pose de durão.”

Ele se dirigiu para o outro lado da sala, se juntando com dois outros garotos, que deviam ser seus amigos.

- Como foi?

Perguntou um deles.

- Nós vamos ter que dar uma lição nele. Colocá-lo em seu devido lugar. Ninguém fala desse jeito com Eichi Otori!

De longe, Masato e Otoya observavam o trio. Masato sentou-se novamente, irritado.

- Dá pra acreditar que o Tokiya é amigo desse cara?

O Ittoki o fitou, incrédulo.

- Sério? Tá explicado o porquê de tanta babaquice, então.

- Bom dia, queridos alunos!!!!!

Ringo Tsukimiya cumprimentou a todos, radiante, sendo retribuído calorosamente por alguns (principalmente as meninas) e nem tanto por outros.

- Hoje nós temos dois alunos novos. Levantem-se por favor.

Otoya se levantou e a menina sentada ao seu lado fez o mesmo.

- “Ela é nova, também?”

O ruivo gostou de saber que não seria o único a pagar aquele mico. Resolveu se apresentar primeiro.

- Sou Otoya Ittoki, é um prazer estudar com vocês.

A sala o cumprimentou, e ele ouviu alguns gritinhos histéricos de algumas meninas.

- Ai, ele não é fofo? – Ouviu uma delas perguntar para a amiga.

- Sim, e lindo também! – A outra respondeu.

- Muito bem, quietos, por favor! – Pediu o professor. Ele olhou para a outra aluna. – Apresente-se, por favor.

- Hai! Sou Haruka Nanami. É um prazer conhecê-los.

Dessa vez não houve tanta histeria, apesar de Haruka ser bem fofinha. Os dois se sentaram em seguida.

- Bom, eu não sei se já disseram pra vocês, mas a nossa turma tem um esquema de duplas.

Os dois moveram a cabeça negativamente.

- Uma dupla é formada por um aspirante a ídolo e um aspirante a compositor. Essa dupla é mantida até o final do curso e todos os seus trabalhos devem ser feito juntos, exceto aqueles que são feitos em grupos, entenderam?

- Sim!

Ambos responderam.

- Vocês se importam de serem uma dupla? Já que não tem mais ninguém sobrando.

Otoya olhou para Haruka, que sorriu simpática à ele. Ele respondeu.

- Claro que não. Vai ser um prazer.

- Ótimo! Vamos começar a aula.

oOo

Na aula de dança, as duas turmas se misturaram no salão, e como havia dito mais cedo, Otoya ficou o mais distante possível de Tokiya.

Todos dançavam energicamente. Seus uniformes, que consistiam em uma camiseta branca e bermuda azul escura, estavam molhados de suor. Havia apenas uma pessoa na sala que não estava dançando: Hayato Ichinose, que estava sentado em um canto da sala, compondo.

Ao perceber a ausência de Hayato, Otoya questionou Reiji.

- Ah, ele não pode fazer a aula. Ninguém sabe porque, mas aparentemente ele tem um atestado médico que o dispensa das aulas.

Mesmo curioso, o ruivo resolveu não perguntar mais nada.

 A professora olhava pelo espelho o desempenho de seus alunos. Eles não estavam nada mal, na verdade eram muito bons, porém nada disciplinados. Ela não era a pessoa mais paciente do mundo e já estava farta de todos aqueles risinhos vindos dos alunos que dormiam no corredor A do terceiro andar. Eles riam de um de seus colegas, que parecia estar com dificuldade em fazer a aula. Quando a música acabou, ela virou-se, de cara fechada para os alunos.

- Qual é o motivo de tanto riso aí? Posso saber?

Todos congelaram no mesmo instante. A professora era assustadora e tinha mania de falar tudo gritando. Nesse momento, não era diferente.

- O gato comeu a língua de vocês? Hijirikawa!

Masato deu um pulo no mesmo lugar à menção de seu nome. Endireitou o corpo e ficou em posição de sentido, como se estivesse na presença de um comandante do exército.

- Hai!

Resistiu ao impulso de bater continência para a professora, que o analisava como uma onça analisa sua presa antes de atacar.

- Por que você está dançando como se estivesse com um cabo de vassoura espetado na bunda?

Ele arregalou os olhos e corou até o último fio de cabelo. Agora, a sala toda estava rindo dele.

- Se não está em condições de continuar, diga! ENTENDEU?

Gritou mais alto, fazendo todos pularem de susto. Aquela professora era medonha.

- H-Hai!!

- Ok, descanso de 10 minutos! Quem tiver que ir no banheiro, VÁ AGORA!!

Metade da sala saiu correndo e a professora também se retirou. Masato olhou acusador para Ren.

- A culpa é sua!

- Hã?! Não vem colocar a culpa em mim, não! Se alguém aqui é culpado, esse alguém é você!

Enquanto os dois continuavam a brigar e jogar a culpa um no outro, Hayato observava de seu canto, rindo da infantilidade dos amigos. Balançando a cabeça, voltou a compor sua música, mas parou ao ver uma sombra em sua folha, quando alguém bloqueou a luz. Ao erguer a cabeça, deparou-se com quatro alunos da outra turma.

- Posso ajudar?

Perguntou, curioso.

- Pode, sim. Sabe, eu vi você sentado aí a aula toda, sozinho, e não é a primeira vez que eu vejo você não participar da aula.

Hayato percebeu um certo cinismo em sua voz, e viu um sorriso debochado nascer na boca dele e de seus companheiros.

- “É melhor tomar cuidado com eles.”

Ele levantou-se com cuidado, colocando suas coisas cuidadosamente de lado.

- E você tem algum problema com isso?

O rapaz fingiu estar pensativo.

- Hum... Na verdade tenho! Por acaso você acha que é muito melhor do que nós pra não querer fazer aula com a gente?

Enquanto falava, ele e seus amigos ficaram em volta dele, não dando a ele espaço para escapar se as coisas ficassem piores.

- Ehh... Na verdade, eu não faço a aula porque eu não posso, não porque eu não quero.

- E por que não? Vai cansar a sua beleza?

Os quatro caíram na gargalhada. Hayato olhou friamente para todos, sem se importar com as provocações. Não era a primeira vez que passava por isso e com certeza não seria a última.

- São ordens médicas.

Sussurrou, trincando os dentes.

- Own! Ele é doentinho! Ele não é uma gracinha?

- Esses imbecis estão te incomodando, Hayato?

Hayato olhou para trás e se surpreendeu ao ver Tokiya e Cecil logo atrás dele. Os demais se aproximavam mais devagar.

- “O que ele está fazendo?”

Se perguntou, confuso. Mas se recuperou rápido do choque inicial.

- Só o mesmo de sempre. Não preciso da sua ajuda.

Tokiya levantou uma sobrancelha, resignado. O estranho olhava confuso de Hayato à Tokiya, notando a semelhança dos dois. Hayato cruzou os braços e perguntou, sarcástico:

- Sim, somos irmãos. Dá pra notar a semelhança?

- É, e essa “gracinha” que você está importunando é o meu irmão mais novo.

Completou o Ichinose mais velho. Mas o estranho não se deixou intimidar pela expressão no rosto de Tokiya.

- Meu assunto é com ele. Não se meta!

- É, Tokiya, não se meta!

Pediu o mais novo. Tokiya o olhou de canto.

- Você fica quieto! – E para o estranho. – Não importa qual seja seu assunto com ele! Eu não quero nenhum babaca preguiçoso com invejinha importunando ele, ouviu?

O rapaz estreitou os olhos diante das palavras ásperas do mais velho. Nunca tinha reparado que o garoto solitário que nunca tinha visto dançar tinha um irmão tão bravo assim, e se soubesse, não tinha mexido com Hayato.

Tokiya perdeu a paciência com a falta de uma resposta do rapaz que provocara Hayato, avançando sobre ele e segurando a gola de sua camiseta.

- Eu perguntei: você ouviu?

Repetiu com uma voz baixa e perigosa. Os outros três que o acompanhavam tentaram defendê-lo, mas foram impedidos por Ren.

- Se eu fosse vocês, não faria isso. Vocês estão em desvantagem numérica, não acha?

Os três olharam a sua volta e se viram totalmente cercados. Na mesma hora desistiram de tentar revidar. Tokiya apertou mais a camiseta do estranho.

- Eu não vou repetir a pergunta.

Ameaçou Tokiya. O estranho desviou os olhos dos seus.

- Ouvi.

O Ichinose o soltou com força, quase fazendo-o cair no chão.

- Ótimo! Agora vaza!

E os quatro saíram correndo. No mesmo instante, Hayato empurrou o irmão, fazendo-o cambalear para trás.

- Qual é o seu problema? – Esbravejou o mais novo. – Eu disse que não precisava da sua ajuda!

- Nossa, um muito obrigado já estaria de bom tamanho. Olha, eu só achei que você não ia dar conta de quatro-

- Para de me tratar como criança! Eu sei me virar sozinho, droga!!

Os demais apenas olhavam a cena, sem coragem para se intrometer.

- Nunca, nunca mais se meta nas minhas brigas! Entendeu?!

Hayato apontou o dedo desafiadoramente para o mais velho, que o olhou irritado. Às vezes, o irmão sabia ser tão irritante quando ele.

- Se eu quiser me meter nas suas brigas, eu me meto e você não pode fazer nada a respeito! Não é você que vai me impedir! E abaixa esse dedo antes que eu quebre ele!!

Ambos ficaram encarando-se pelo que pareceram horas para quem estava assistindo. Os amigos estavam sem jeito diante da briga dos irmãos, e não sabiam o que fazer, se diziam algo ou não. Mas não precisaram fazer nada, pois aparentemente Hayato perdera a briga interna que tiveram e se virou, irritado, pegando suas coisas enquanto resmungava coisas nada agradáveis a respeito do irmão.

Enquanto se afastava, Hayato sentiu algo estranho. Suas pernas enfraquecerem de repente e a vista ficou turva.

- “Não! Agora não!”

Pensou desesperado. O que menos precisava agora era ter uma crise para provar à Tokiya o quanto ele era incapaz. Mas ele não tinha mais controle sobre seu corpo e sentiu-se oscilar para o lado, ouvindo o barulho de papeis caindo no chão, quando seus braços, enfraquecidos, não suportaram mais o peso das suas coisas. Ao longe, ouviu os amigos chamando-o.

- Hayato!!

Tokiya se assustou quando o irmão oscilou para o lado e seu corpo caiu em direção ao chão. Tentou correr para segurá-lo, mas estava longe, jamais chegaria a tempo. Mas suspirou aliviado quando Natsuki, Reiji e Syo conseguiram evitar sua queda. Com o coração aos pulos correu em sua direção e se ajoelhou ao seu lado. Hayato ainda estava consciente.

- Hayato! O seu remédio, cadê?

Perguntou alto, já apalpando os bolsos do uniforme.

- E-eu acho que deixei n-na mochila...

- Ugh!! Baka!!

O mais velho gritou, já se levantando e correndo em direção à sala de aula. Sem se virar para trás, gritou.

- Levem ele pra enfermaria! Eu encontro vocês lá!!

Saiu pelo corredor quase atropelando a professora, que retornava da pausa naquele momento.

- Ei, Ichinose!!!

Mas ele não parou. Nem sequer diminuiu quando chegou na sala, se chocando ruidosamente à porta. Rapidamente, entrou na sala e revistou a mochila do irmão, espalhando suas coisas sobre a carteira. Ao encontrar o pequeno frasco, saiu correndo novamente, sem nem ao menos guardar os pertences de Hayato. Não era hora de se preocupar com isso.

Correu o mais rápido que pode até chegar na enfermaria, dessa vez sem quase derrubar a porta. Encontrou o irmão desacordado, acompanhado de Natsuki, Reiji e Syo, e com o auxílio dos outros, o fez tomar uma pequena pílula que retirou do frasco.

Mais calmo, deixou-se cair em uma cadeira que estava vaga, exausto e ofegante. Seus amigos o olhavam, ainda assustados com o ocorrido.

- Ichinose...

Começou Syo. Tokiya estava preparado para as perguntas, mas não para respondê-las.

- Hum?

Reiji perdeu a calma

- Como assim “hum”? Explica pra gente o que aconteceu! Cara, eu tô tremendo até agora!

O Ichinose suspirou. Eles iriam ficar muito irritados com ele.

- Desculpa pessoal, mas eu não posso contar.

Os três começaram a protestar, mas Tokiya elevou o tom de voz.

- O que vocês precisam saber é que ele tem que ficar o tempo todo com esse remédio.

Mostrou o vidro aos demais.

- Se vocês o verem sem ele por perto, puxem a orelha dele. Ele tem que tomar sempre que se sente mal e foi muito negligente da parte dele sair por aí sem levar o remédio junto.

- E por que você não supervisiona ele? Ele é seu irmão, afinal.

Indagou Syo, irritado com os modos de Tokiya, falando como se eles fossem responsáveis por Hayato.

- Ele não permite que eu cuide dele. É um cabeça-dura.

- Mas o que-

Começou Natsuki, mas Tokiya o interrompeu.

- Eu não vou contar, não adianta perguntar.

- Você não acha que nós temos o direito de saber depois de ter passado um susto desse?

Perguntou Reiji, e os outros dois concordaram com ele. Tokiya ergueu a mão, pedindo silêncio.

- Entendam, por favor. Eu não tenho o direito de contar porque ele não quer que ninguém saiba. Ele não se sente à vontade. Eu apenas respeito o seu desejo, e gostaria que vocês fizessem o mesmo.

Dizendo isso, ele se levantou, colocando o frasco em cima do criado-mudo ao lado da cama. Olhou para Reiji.

- Não é necessário dar uma nova dose à ele. Assim que o efeito passar, ele vai se sentir enjoado, mas é normal, vai passar com o tempo. Apenas leve-o de volta ao quarto e deixe que ele descanse. Posso contar com você?

Reiji assentiu.

- Pode deixar.

Tokiya virou-se e dirigiu-se à porta. Antes de sair, olhou para os três, um por um.

- Mais uma coisa: não perguntem nada à ele, e por favor, digam aos outros que façam o mesmo. Ele não vai gostar de ser questionado e vai ficar dias sem falar com vocês se vocês o pressionarem.

Sem esperar resposta, saiu do quarto e deparou-se com Cecil. O indiano estava com a cabeça baixa e a expressão abatida.

- Me desculpe, Tokiya. Eu devia ter visto que ele não estava com o remédio.

O Ichinose colocou a mão no seu ombro.

- Não se preocupe, eu não estou te culpando. Eu confiei em você para cuidar dele e até agora você não me decepcionou.

- Obrigado.

Agradeceu, sentindo-se mais aliviado.

- Ele também confia em você, senão não teria te contado o problema dele. Só não deixe ninguém saber que você sabe, senão eles vão pressionar o Hayato para que ele conte à eles também.

- Quanto a isso não precisa se preocupar. Eu prometi a ele e a você que não contaria e não vou contar.

De longe, os dois nem desconfiavam que estavam sendo ouvidos. Não que eles estivessem falando alto, muito pelo contrário, uma pessoa normal nunca escutaria o que eles conversavam. Mas ele não era uma pessoa normal, tinha olhos e ouvidos de falcão, nada podia ser escondido dele.

- Então o Cecil sabe? Interessante.

Saiu rindo triunfante de sua descoberta. Sabia muito bem como usar essa nova informação.

 


Notas Finais


Ai, gente, fiquei com dó do Tokiya nesse capítulo... Vocês acham que eu peguei muito pesado com ele? Não, né, ele mereceu! muahahaha ~autora má
As confusões estão apenas começando e os mistérios entre os dois irmãos também ;)
Eu sei que o capítulo ficou grande e espero que não tenha ficado cansativo. Eu achei que ele ficou meio paradinho...
Espero que tenham gostado e que comentem para que eu saiba o que vocês acharam, ok? Se encontrarem algum erro (o cap foi escrito às pressas hehe) avisem que arrumarei.
Espero ansiosa pelos seus reviews


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