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História Dormindo com o Inimigo - É por isso que eu te amo


Escrita por: HimeSama20

Notas do Autor


Vocês devem estar furiosos comigo, né?
Eu sei que eu demorei mais do que as outras vezes e não tenho uma desculpa plausível dessa vez. Podem me condenar, praguejar, mandar o amigo Madara atrás de mim... Não, pera... Amigo Madara num pode hehe
Esse capítulo ficou curto em compensação aos outros, mas o capítulo todo é uma cena só, então não compensava colocar outra cena no final, sem contar que ia demorar mais tempo.
Cá entre nós, eu achei que esse capítulo ficou muito bom u.u ~modeeesta E espero que vocês também curtam.
Ah, tem lemon nesse capítulo, então segue o aviso anterior, bolsas de sangue pra repor a hemorragia e bolsas de gelo pra esfriar a temperatura corporal hehe
Ah, gostaria de agradecer a todos que vem comentando e favoritando a fic, vocês não imaginam a força que vocês me passam com esses simples gestos. E àqueles que nunca comentaram, eis a chance de o fazer e deixar uma autora muito feliz ^-^
Nos vemos nas notas finais.

Capítulo 7 - É por isso que eu te amo


Ren olhou no relógio, era quase meia-noite. Estava deitado em sua cama, esperando Masato terminar seu banho para que os dois pudessem dormir.

No refeitório, depois de muito esperarem pelo retorno de Cecil com notícias sobre Otoya, eles resolveram ir descansar, prometendo estrangular o Aijima no outro dia por deixá-los esperando. Masato seguira direto para a sala de música, terminar um trabalho com um colega de classe, tarefa que levou apenas duas horas para finalizar. Ao retornar, seguira direto para o chuveiro.

Ren podia ouvir a voz doce do azulado, que cantarolava baixinho no banheiro e suspirou profundamente. Ele tentara dormir várias vezes nas duas horas que Masato estava ausente, mas todas suas tentativas foram malsucedidas. Ele sabia bem qual era o motivo: ele simplesmente não conseguia mais dormir quando estava sozinho. Atualmente, eram raras as noites em que eles não dormiam juntos. Às vezes eles até se deitavam em camas diferentes, mas no meio da noite sempre acabavam na mesma cama. Era justamente disso que sentira falta nessa noite, do corpo de Masato junto ao seu, do cheiro que emanava do corpo de seu amante.

Se perguntou quando se tornara tão dependente do Hijirikawa. Desde que eles começaram a namorar há dois anos atrás a presença do outro foi se tornando cada vez mais forte em sua rotina, fazendo-o sentir falta do seu amado a cada instante que ficavam separados.

O toque do celular de Masato o tira de seus devaneios. Rapidamente, se levanta e se dirige à cama do outro, checando no visor quem ligava àquela hora para seu namorado. Como era um número desconhecido, anda até o banheiro e abre uma pequena fresta na porta.

- Masa, ligação pra você.

- Atende, por favor. Tá meio difícil sair agora.

O ruivo espiou-o brevemente, e, através do vidro embaçado, pode vê-lo com a cabeça cheia de shampoo e resolveu atender.

- Moshi moshi*.

- Quem está falando?

Perguntou com estranheza o homem do outro lado da linha.

- “Droga!” – Exclamou mentalmente ao reconhecer aquela voz. - Sr. Hijirikawa, sou eu, Ren Jinguji.

- Jinguji, o que está fazendo com o celular do meu filho?

Perguntou rispidamente. Ren engoliu em seco, nervoso, não era novidade para ele que o pai de Masato não gostava dele.

- Ele está tomando banho e me pediu para atender. Me desculpe, eu não sabia que era o senh-

- O que você está fazendo no quarto dele?

Cortou-o bruscamente, dando ênfase à palavra “você”. Ren fez uma careta de desgosto pela grosseria.

- Esse quarto também é meu.

O patriarca dos Hijirikawa quase gritou do outro lado da linha.

- O quê? Masato nunca me contou esse absurdo!

- "Merda, ele não sabia!?" E-eu... hã... o Masato...

Ele gaguejou, sem saber o que responder, já se preparando para ser insultado. Mas estranhamente, o Sr. Hijirikawa ficou quieto e demorou para falar novamente.

- Isso vai ser por pouco tempo. Vou falar com a direção da escola para que ele mude de quarto.

- Senhor...

- Você é uma péssima companhia para o meu filho, quero você longe dele.

Respondeu rispidamente.

Ren trincou os dentes. Mesmo sabendo que o pai de Masato não simpatizava com ele, se sentiu incomodado com isso.

- Peça para o Masato me ligar quando terminar o banho.

Pediu o Sr. Hijirikawa, desligando em seguida sem sequer esperar uma resposta.

- Tsk! Merda!

Exclamou, sabendo que tinha falado o que não devia. Ele sabia que Masato não contara à família sobre os dois por medo da reação do pai, que era muito conservador, e ele até concordara com isso pelo menos até que o azulado estivesse pronto, mas nunca imaginara que ele sequer tinha contado que eles dividiam o quarto.

- “Que droga, Masato! O medo que você tem do seu pai é tão grande assim?”

Pensou, sentindo-se magoado com o amante. De certa forma, sentia como se Masato o estivesse negando, como se a relação dos dois tivesse que ser sempre um segredo absoluto. Entendia que ele tivera uma educação rígida e que sua família era muito tradicional e conservadora, mas mesmo assim sentia-se irritado com o fato de Masato nunca estar disposto a se arriscar por eles. Será que ele não entendia a necessidade que Ren tinha de poder demonstrar a todos o quanto o amava? O quanto ele queria ter a liberdade de pegar em sua mão ou beijá-lo em público?

- “Será que ele tem vergonha de mim?” – Se perguntou, sentindo um enorme buraco no peito.

Masato sai do banheiro nesse momento, com a toalha sob os ombros e vestido somente com a calça.

- Quem era?

Questionou, mas não obteve resposta. Ren olhou-o com a expressão neutra, analisando seu corpo de cima a baixo. Por mais que estivesse irritado, não podia deixar de admirar a visão à sua frente. Seus cabelos bagunçados e molhados lhe davam um ar despojado e sexy, e seu peito desnudo era praticamente um convite para ser atacado.

Ren estreitou os olhos e Masato viu a irritação estampada neles. O maior se aproximou rapidamente, sem que Masato sequer tivesse tempo de reagir, e capturou seus lábios com urgência, prensando-o contra a porta do banheiro. Masato ficou surpreso com a atitude repentina de Ren e com a violência com que ele lhe beijava, mas correspondeu com avidez, sentindo o gosto particular do Jinguji.

As mãos de Ren capturaram as de Masato, entrelaçando-as e erguendo-as ao lado de sua cabeça. Quando o ar faltou para ambos, eles se separaram ofegantes, com um fino fio de saliva ainda ligando seus lábios.

- O que houve?

Indagou Masato, ofegante e corado pela intensidade do beijo. Mas Ren não respondeu nem esperou que ele recuperasse o fôlego e atacou a boca de Masato novamente, que separou suas mãos e agarrou forte em seus braços, dando um aperto firme em seus músculos definidos. Ren encaixou-se entre suas pernas, roçando sua ereção semi-desperta com a coxa, fazendo Masato dar um gemido surpreso, que foi abafado por seus lábios.

Ren estava irritado com Masato, o azulado sabia disso. Ele só era intenso dessa maneira quando estava furioso com ele. Mas não entendia o motivo, sabia que não havia feito nada que o irritasse, ele estava normal antes de entrar no banho.

- “Será que foi a ligação?”

Desconfiou, mas deixou de lado sua curiosidade por um momento e deixou que o maior extravasasse. Quando o fôlego dos dois acabou novamente, eles se separaram e encostaram suas testas, mais ofegantes que antes.

Ren mantinha os olhos fechados enquanto Masato o olhava, cauteloso. Tinha medo de perguntar novamente o que tinha acontecido e deixá-lo mais irritado.

- Ren...

O maior abriu os olhos e Masato viu o brilho diferente que havia em seus olhos. Havia uma mistura de irritação e luxúria que o maior sempre exibia quando estava de mau humor.

- Eu estou muito irritado com você, Masato.

Masato percebeu o tesão em sua voz, e apesar de terem trocado apenas alguns beijos, podia sentir pelo contato entre seus corpos o quanto Ren estava duro.

- Por quê?

Sussurrou o azulado. Ele sabia que aquela pergunta era inútil, pois o ruivo só responderia depois que tivesse seus desejos saciados.

- Sabe o que acontece quando eu fico irritado?

Indagou, ignorando a pergunta feita pelo menor, como ele previra.

- Sei.

Respondeu baixo, com um pequeno sorriso nos lábios. Ren sorriu também e seu coração acelerou em expectativa.

- Você fica do jeito que eu gosto.

- Como?

Questionou o Jinguji, fitando a boca do menor.

- Selvagem.

Masato lambeu os lábios de Ren, vendo seu olhar escurecer com a provocação.

- Intenso.

Aproximou sua boca de sua orelha e mordeu-a levemente. Sorriu nasalmente quando Ren arfou e seu corpo se arrepiou.

- Sem controle.

Continuou o Hijirikawa, sua voz apenas um sussurro baixo, mas alto o suficiente para Ren escutar.

Ren segurou seus pulsos com força e os prendeu contra a parede, aproximando seu rosto do de Masato.

- Quer me ver sem controle, Masa?

- Quero.

 Respondeu travesso. Ren beijou-o novamente, dessa vez com menos agressividade, mas com muito mais intensidade, liberando seus braços em seguida.

Masato passou as mãos por seus cabelos, arranhando suavemente sua nuca, sabendo que aquele era um ponto sensível do mais velho. Ren sentiu seu baixo ventre latejar e passou as mãos pelas costas do mais jovem, descendo até chegar em sua bunda, adentrando o tecido. Deu um aperto firme de cada lado, seguindo para o meio de suas nádegas e acariciando seu orifício.

 O menor gemeu, quebrando o beijo, e seu corpo tremeu quando Ren, sem aviso, enfiou um dedo dentro de si, iniciando movimentos lentos de vai e vem. Suas pernas vacilaram, e ele precisou se segurar firme no maior para não cair.

Ren riu.

- Você é que perde o controle bem rapidinho, não é, Masa?

- Baka! Ah!!

Ele gemeu mais alto quando Ren introduziu mais um dedo e acelerou os movimentos. Masato cerrou os olhos com força e apoiou sua cabeça no ombro do maior. Mas Ren puxou seus cabelos para trás sem delicadeza, obrigando-o a erguer a cabeça.

- Olha pra mim.

Ordenou.

- Eu quero ver o prazer no seu rosto enquanto é fodido pelos meus dedos.

Com a mão livre, o ruivo abaixou a calça do menor, e sorriu ao constatar que ele não usava roupas íntimas por baixo. Foi a vez de Masato sorrir de volta.

- Facilita as coisas, não é?

Indagou, com o rosto corado.

- Fico contente que já esteja pensando assim, Masa. Só comprova o quanto eu te corrompi.

Ele inseriu mais um dedo, e Masato gritou alto, sem desviar seus olhos dos azuis de Ren.

- Ahh... Ren!!

- Isso, geme meu nome.

Murmurou, excitado. Com a outra mão, masturbou o membro endurecido de Masato no mesmo ritmo em que o estocava. O menor gemeu novamente. Ele estava ofegante e necessitando de alívio.

- Ren... mais... ahh!

- Mais o quê?

- V-você sabe...

- Diga!

O azulado desviou os olhos, envergonhado, mas novamente teve sua cabeça virada à força.

- Diga, Masato! Você quer mais rápido, mais fundo ou... mais grosso?

Masato corou intensamente, se negando a responder uma pergunta tão vergonhosa quanto aquela.

Ren parou os movimentos subitamente, ouvindo um resmungo do menor. Seu semblante tornou-se sério e seu olhar, ameaçador.

- Se você não pedir, eu não vou fazer.

O menor arregalou os olhos. Agora não adiantava tentar escapar, ele precisava de alívio, e rápido.

- M-mais g-gros-so...

Gaguejou, extremamente envergonhado.

- Bom garoto.

Aprovou o mais velho. Retirou seus dedos de dentro do menor e terminou de retirar suas calças, retirando as suas próprias roupas em seguida. Masato amava seu corpo, bem definido e bronzeado. Sem se conter, puxou Ren para si e lhe deu beijo fogoso.

As mãos de Ren desceram até suas coxas, erguendo-as firmemente, e o azulado rapidamente passou as pernas em volta de sua cintura. Gemeu longamente na boca do mais velho ao sentir o contato entre os dois membros endurecidos. Com uma das mãos, masturbou a ambos de uma vez só, arrancando um suspiro do amante.

Ren se afastou um pouco, sem apartar o beijo, deixando entre eles espaço suficiente para que Masato posicionasse seu pênis em sua entrada. Sem conseguir mais se conter, o Jinguji se enterrou dentro do mais novo, arrancando-lhe um grito abafado por seus lábios.

- Hnn!!

Não importava quantas vezes eles transavam, Masato era sempre apertado, e isso o enlouquecia. Sem conseguir controlar o próprio corpo, Ren estocou-o com força, sem ao menos esperar o menor se acostumar com a invasão. Masato quebrou o beijo e abraçou-o, seus olhos lacrimejando pela dor da penetração violenta que sofrera. Por causa disso, a dor demorou muito mais tempo para passar, e ele não conseguiu suportar.

- Ren, tá doendo... Vai mais devagar...

Implorou. Assustado, o ruivo parou de se mover e fitou-o, vendo o desconforto no rosto de seu amado. Recriminou-se por ter colocado seus próprios desejos acima do bem estar daquele que amava.

- Desculpe...

Pediu, sentindo remorso. Ele voltou a se movimentar, mais devagar dessa vez, e continuou nesse ritmo por vários minutos. Logo Masato começou a sentir prazer, rebolando sugestivamente em seu membro.

- Pode ir mais rápido agora...

Com a permissão concedida, o ruivo aumentou o ritmo, indo cada vez mais fundo.

- Humm!!!

O azulado gemeu, sentindo sua próstata ser atingida pela primeira vez, levando-o ao delírio. Ele apertou seu canal com força para dar mais prazer à Ren, e foi a vez desse gemer carente.

- Anh! Masa...

Ren desceu os lábios para o pescoço de Masato, dando mordidas e chupões fortes, lambendo os locais feridos em seguida. Queria deixá-lo marcado, para que, no outro dia, ele se lembrasse a quem ele pertencia.

- Ahh!

Gritou o mais novo, numa mistura de dor e prazer. Ele rebolou no colo de Ren, buscando uma fricção maior com o membro do parceiro. Ren fechou os olhos e gemeu.

- Masato...

Masato amava ouvi-lo gemer seu nome, e decidiu provocá-lo mais. Beijou-o ardentemente e ao se separarem, mordeu seu lábio inferior sensualmente, gemendo em sua boca, do jeito que sabia que mexia com o maior.

Sua provocação surtiu o efeito desejado, os olhos de Ren brilharam de luxúria e este o carregou até a cama, jogando-o sem cuidado.

- Vai pagar por me provocar.

Murmurou rouco. Em um movimento rápido, Masato puxou-o pelo braço e derrubou-o na cama, ficando por cima.

- E quem vai me cobrar? Você?

Perguntou malicioso, rebolando forte em seu pênis entumecido, gemendo alto ao sentir o pré-gozo em sua bunda.

- Masato, eu tô avisando. Não me provoca.

Sem dar importância ao aviso do mais velho, Masato posicionou-se sobre o membro do maior e abaixou seu quadril com força, subindo e descendo com vontade. Ren abriu a boca em um gemido mudo, seu tesão aumentava quando Masato cavalgava sobre ele. Era sua posição preferida, pois assim era o mais novo quem tinha o comando do sexo e vê-lo tomando a iniciativa sempre o excitava.

- Isso, Masato! Ahh!!

Ren respirava ofegante, nesse ritmo não aguentaria muito mais tempo. Masato passava as mãos sobre seu peito, e seus olhos jamais se desviavam dos de seu amado. Ele gemia despudorado, contraindo suas feições a cada nova onda de prazer proporcionada. Inclinou-se e beijou os lábios do ruivo delicadamente, diminuindo o ritmo da cavalgada.

- M-me fode...

Pediu, corando extremamente em seguida. Ren fechou os olhos, se concentrando para não gozar com o pedido do mais novo. Em um único movimento, inverteu as posições, sem sair de dentro do mais novo. Sem perder tempo, iniciou um vai e vem intenso, arrancando gritos de prazer do azulado.

- Assim?

Perguntou entre suspiros.

- Sim!!! Ahh!!!

Gritou em resposta, arranhando seus ombros com suas unhas curtas. Ren observava com deleite suas expressões de prazer. Em um ato inesperado, Ren inclinou-se e abraçou Masato, que, surpreso, o abraçou de volta.

- R-Ren?

- Diga que me ama.

Pediu, sem parar os movimentos do quadril.

- Ahhh!!

Gritou ao ter sua próstata atingida com força.

- O q-que deu em v-você?

- Apenas diga. Por favor, Masato!

Implorou, o prazer quase em seu auge.

- Eu... eu te amo.

Confessou, corando levemente.

- Diga de novo!

Ordenou, estocando-o forte em seguida.

- Ahhh!! Eu te amo!

Declarou-se mais alto dessa vez.

- De novo!

- Ren... Ah!! Eu te amo!! Do fundo do meu coração! Você é o único que eu amei, e o único que vou amar! Aaahhh!

Gritou ao atingir um forte orgasmo, ao mesmo tempo em que Ren chegava ao seu ápice também.

- Huumm!!

Gemeu ao despejar seu prazer dentro do parceiro. Retirou-se de dentro dele e deitou-se de costas na cama, ofegante. Masato também tinha dificuldade em respirar, ainda sentia em seu corpo fortes espasmos.

Aproximou-se de Ren e relaxou a cabeça em seu peito, totalmente satisfeito e perguntou com a voz já embargada de sono.

- Quem era no telefone?

Ouviu Ren suspirar, provavelmente de irritação e levantou um pouco a cabeça, dando um beijo carinhoso em seu pescoço antes de fitá-lo.

- Ren?

- O seu pai.

Masato arregalou os olhos e perdeu no mesmo instante qualquer vestígio de sono.

- Droga, agora que você me fala isso!?

Procurou por sua cueca ao redor e a vestiu, se levantando rápido e correndo até a sua cama, pegando seu celular com rapidez.

- Por que você atendeu?

- Você que pediu.

Respondeu, dobrando os braços e os colocando atrás da cabeça. Ele parecia estar muito calmo, enquanto Masato parecia prestes a ter um ataque de nervos.

- Você não me disse que era ele!

Acusou.

- Eu não sabia que era o seu pai, senão não tinha atendido.

- Como você não sabia??

Perguntou com a voz alterada.

- Era só olhar no visor!

- Era um número desconhecido.

- Droga, por que ele usaria um número desconhecido?

Perguntou a ninguém em especial. Ren abandonou sua postura calma e se levantou também, imitando Masato e vestindo sua roupa íntima.

- Por que todo esse desespero, Masato? Tudo isso é medo que eu tenha contado pra ele que nós dividimos o quarto?

Seu tom era ácido e sarcástico ao mesmo tempo, o que não passou despercebido pelo azulado. Agora estava entendendo o comportamento estranho dele.

- Você contou, não é?

Ren perdeu qualquer resquício de calma que lhe restara.

- É claro que eu contei, Masato! Como é que eu ia adivinhar que ele não sabia!? Você devia ter me dito que ele não sabia!

O menor ficou sem palavras diante da raiva do mais velho. Ren expirou forte, tentando manter o controle.

- A propósito, ele pediu pra você retornar a ligação.

Sentou-se na cama com os braços apoiados nos joelhos, olhando para o chão, enquanto Masato ligava para o pai. O azulado tremia, e com muito esforço conseguiu encontrar o contato que desejava entre as ligações recebidas.

Uma voz zangada atendeu do outro lado.

- Masato! Você já viu que horas são?

Ele olhou de relance para o relógio na cabeceira de sua cama e se espantou. Já era uma hora da manhã. Ele ficara mais de uma hora na cama com Ren! Não era à toa que seu quadril latejava.

- Desculpe. Me disseram que você pediu pra retornar a ligação.

Não mencionara o nome de Ren, esperançoso de que o pai tivesse esquecido desse fato.

- É, eu pedi. Onde você estava até agora?

- Estava fazendo um trabalho com um amigo.

- Me disseram que você estava tomando banho.

- E-eu estava... depois que voltei.

- Isso foi a mais de uma hora. O que esteve fazendo nesse tempo?

Masato engoliu em seco.

- Não foi pra isso que o senhor ligou, não é?

Tentou contornar o assunto e encontrou uma distração perfeita.

- Aliás, que número é esse?

- Não me contou que dividia o quarto com o Jinguji.

Acusou o patriarca do clã Hijirikawa, ignorando completamente a pergunta do filho. O azulado suava frio, apesar de estar calor, e podia ouvir seu coração batendo alto.

- E-eu ia contar!

- Quando?

Pressionou.

- Isso realmente tem importância?

Questionou, tentando acabar com o assunto. O pai ficou pensativo por um momento.

- Não, não tem. Até porque logo você não vai mais precisar dormir no mesmo quarto que ele.

- Como assim?

- Eu vou falar com o Saotome, e exigir que você troque de quarto.

- Hã?? Você não pode fazer isso!

- Não posso??

Perguntou, resignado.

- Q-quer dizer, não precisa se incomodar tanto com isso, Ren é meu amigo, não é realmente um problema dividir o quarto com ele.

- O problema é exatamente esse, Masato. Jinguji é seu amigo.

- O que isso tem a ver?

Perguntou, exasperado.

- Eu nunca aprovei essa amizade, você sabe disso.

- E eu nunca entendi porquê, você sabe disso.

O pai expirou forte.

- Masato, você sabe o que dizem dele por aí? Ele... é diferente. Você mancha a sua imagem andando com ele.

- O que quer dizer com "diferente"?

Perguntou, ofendido.

- Você sabe.

- Não, não sei!

Insistiu.

- Que droga, Masato! Ele é gay! Vai dizer que nunca tinha reparado?

Ele não sabia o que dizer. Ele não contara ao pai que era gay também por medo do que ele pudesse fazer, mas jamais imaginou que seu pai fosse preconceituoso.

- E-eu... hã...

Ren riu às suas costas. Masato não se dera conta, mas seu celular estava em volume alto e ele escutara toda a conversa. Agora ria debochando da hesitação do azulado. Seria capaz de apostar sua carreira como ele não teria coragem de afirmar que sabia e menos ainda de dizer que também era gay.

- Pai... podemos conversar sobre esse assunto depois?

Perguntou baixo.

- Venha para casa no fim de semana.

E desligou. Masato estava atordoado. Não imaginava que ele tivesse essa informação. E agora, o que faria? Jamais desconfiara que o pai fosse preconceituoso. Se antes não contara sobre seu relacionamento por medo do que ele poderia fazer, agora tinha pavor de contar e sofrer sua rejeição.

Enquanto Masato refletia sobre o que fazer, Ren balançava a cabeça, decepcionado. No fim, ele tinha razão, Masato nunca teria coragem de assumir o romance dos dois.

- Você tem vergonha de mim, Masato? Por isso não tem coragem de assumir nosso namoro?

Questionou com a voz repleta de mágoa. Masato depositou o celular na cama e se aproximou de Ren, tocando-lhe a face.

- Ren, é claro que não.

- Então por que hesitou? Por que não disse a ele que já sabia?

Dessa vez sua voz saiu gélida. Masato fitou-o com os olhos arregalados.

- Você escutou?

Ren se afastou de Masato.

- Com o volume do seu celular acho que até o Tokiya e o Otoya escutaram.

Masato abaixou o olhar, sentindo o remorso lhe corroer por dentro.

- Desculpa...

Pediu, sincero. Mas Ren apenas balançou a cabeça novamente.

- Sério isso, Masato?

Perguntou com indignação. O azulado olhou-o sem entender.

- Você me nega pro seu pai e depois vem com "desculpa"? Ah, faça o favor!

- Ren, não fala assim. Eu vou contar pra ele.

- Ah é? Quando, nesse fim de semana? Mês que vem? Ano que vem?

Perguntou debochadamente.

- Eu não sei...

- Esse é o problema, Masato! Você nunca sabe! Sempre desconversa, foge do assunto.

O azulado ficou quieto.

- Às vezes eu fico me perguntando se você realmente me ama.

- É claro que sim! Eu te disse agora a pouco, não disse?

Segurou forte nos braços de Ren. Ele estava à beira das lágrimas.

- Você tem um jeito estranho de demonstrar.

- Não duvide do que eu sinto, Ren, por favor!

Suplicou, derramando uma lágrima. Ao ver a gota solitária escorrendo do rosto daquele que amava, Ren suavizou seu olhar e enxugou sua bochecha com o polegar. Masato fechou os olhos ao seu toque.

Mesmo que estivesse muito zangado, não podia ignorar seus sentimentos, e ver o menor expondo suas emoções sempre o quebrava. Ren respirou profundamente.

- Não duvido do que você sente. Me desculpe pelo que eu disse, eu estou com a cabeça quente.

Tomou o menor em seus braços, envolvendo-o em um abraço carinhoso. Masato suspirou aliviado.

- Por favor, não deixe o que o meu pai disse te afetar. Eu não vou trocar de quarto nem que o diretor mande. Ele precisa entender que eu não vou me afastar só porque ele quer.

Ren riu nasalmente.

- Até parece que você está falando de uma criança.

O azulado riu também.

- Às vezes ele parece uma.

Ren quis desfazer o abraço, mas Masato o apertou firme em seus braços.

- Masa?

- Eu... estou com medo.

Confessou.

- Medo de quê?

Indagou, envolvendo-o novamente.

- De ir pra casa. De contar pra ele que você é meu namorado e ele me rejeitar. Se ele souber, ele é capaz de te fazer mal, Ren.

O ruivo percebeu o medo em sua voz e sentiu algo úmido em seu peito. Surpreso, constatou que ele estava chorando novamente, apesar de não fazer nenhum ruído que o denunciasse.

- Shhhh...

Passou suas mãos carinhosamente por suas costas, acalmando-o.

- Ele não vai fazer nada contra mim. Seu pai odeia um bom escândalo, e com certeza não vai querer se arriscar. Olha...

Fez uma pausa, respirando fundo. Masato fitou-o com seus olhos úmidos e vermelhos.

- Você não precisa contar pra ele agora, tá? Ele vai estar de cabeça quente ainda e é melhor esperarmos a poeira baixar.

O menor suspirou aliviado, dando-lhe um selinho demorado. No fundo sabia que ele entenderia, mas não imaginara realmente ouvir o ruivo pedir para esperar. O próprio Ren nunca imaginara que um dia diria aquilo.

- É por isso que eu te amo.

Confessou-se novamente, sorrindo carinhosamente ao amado.

 


Notas Finais


* Moshi moshi - significa o famoso "Alô" ;)

A partir de agora, novos casais serão introduzidos na fic, sem, é claro, tirar o foco do casal principal, que é o Otoya e o Tokiya.

Para todos que estavam esperando a cena do Otoya, eu gostaria de dizer que nesse momento eu estou fugindo para o lugar mais inóspito, deserto e desabitado que existe na face da terra. Um lugar que nem o byakugan pode me achar u.u
Àqueles que querem me esquartejar nesse momento, uma boa notícia: o próximo capítulo está quase pronto, eu adiantei ele no meu horário de almoço ;) Tudo pra deixar vocês mais felizes e não quererem trucidar a pobre autora aqui T-T
Por hoje é isso, minna, nos vemos no próximo capítulo. E comentem, por favor u.u
Leitores me xingando em 3...2...1...


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