As aulas de segunda foram diferentes de todas as outras. Não pude me entender com nenhuma delas. Não pude me entender. Mas eu pensava que, talvez, pudesse entendê-lo. E o porquê de naquela manhã não ter falado com ninguém. Nem Sean. Era culpa minha. Uhh.
Se não fosse ainda, e pudesse jogar nele todos os problemas, menos mal. Não era o caso. Vá, vá, vá, Paige, vá conversar com ele, vá se explicar. Vá dizer que o aceita. Que tentará o perdoar e peça sua paciência. Por favor, Paige, vá, só dessa vez. Abra-se para ele, eu pensava. Eu não tenho essa cara de pau, muito menos a coragem, respondia-me.
No fim da aula, ele arrumou a bolsa e se foi, desta vez nem me cruzou o olhar. Desta vez, era eu que o olhava de trás. “Vá, paige, por favor.”
Coloco os méritos na fome, que me deram o fervor do sangue pela carne, que me fizeram um pouquinho só mais selvagem e me fizeram segui-lo. Quando virava o fórum, o momento que nossos caminhos se separavam, chamei seu nome e o agarrei pela ponta de sua camisa.
-Paige? - Ele respondeu, virando-se devagar. Eu juraria ter visto medo em seus olhos. Era por minha culpa? Não era tarde demais, se eu o largasse, dissesse que não era nada e deixasse-o ir, seria melhor? Eu estava com medo de continuar a encará-lo. “Mas Paige, por favor, vá.”
-Sim, sou eu. Pode me acompanhar até minha casa?
E nunca o vi tanto demorar a responder. Acreditei que estivesse pensado em dezenas de desculpas que me fariam largar de seu pé. Eu aceitaria todas. Se o silêncio continuasse por um momento a mais sequer, eu entenderia o recado. Todavia ele respondeu.
-Posso...
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