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História Dragão de Má Fé - Drarry - Uivo de guerra


Escrita por: All_Blue

Notas do Autor


Hey, meus amores! ^^ ❤️
Apenas uma informação importante para o capítulo:

✓ Oni (vê mídia): (鬼) são criaturas da mitologia japonesa. O termo Oni é equivalente ao termo "demônio" ou "ogro", porque tais podem descrever uma variedade grande das entidades. Onis são criaturas populares da literatura, arte e teatro japonês. (fonte: Wikipedia).

• Eles aparecem no filme "Os Crimes de Grindelwald", se analisar os pôsteres que aparecem na frente do Circo Arcanus.

~ Boa leituraa

Capítulo 12 - Uivo de guerra


Fanfic / Fanfiction Dragão de Má Fé - Drarry - Uivo de guerra

Leo Portman On

A primeira vez que vimos o Manticora também tinha sido a última. Após aquele estranho nevoeiro que cobriu as masmorras quando o grifinório foi atingido, fomos abandonados lá para continuar lutando. Vencemos? Sim. Mas a que preço?

Desde que Harry foi levado, Draco mudou. Estava mais ansioso do que o normal, participava do "Caça aos merdas" - como ele chamou os subordinados do "Lorde" - e procurava o próprio líder com o afinco de um demônio atrás de uma alma tranquila. Sua postura, sempre rígida, ajudava a manter a ordem e nossos novos aliados eram extremamente úteis.

Não tinha tempo para simplesmente desabar. Salvaria o Harry, ou morreria tentando.

Vivíamos mudando os esconderijos para evitar ataques surpresas. Era, definitivamente, uma situação de constante tensão. Aprendemos (mais por obrigação) a conviver e colaborar com os grifinórios, que surpreendentemente lidavam bem com tudo o que estávamos passando, embora seu nervosismo fosse evidente, afinal, ter o menino de ouro nas mãos de um bruxo exilado e psicopata não é nem de longe o melhor dos cenários.

- Você parece pensativo. - Stephen me chamou a atenção. Ficamos bem próximos devido ao tempo que passamos aqui. Não é o melhor ambiente para conquistar amizades, mas fazer o quê?

- Como não ficar assim? - respondi, sorrindo sem mostrar os dentes. - Quanto mais lutamos, mais parece que as coisas irão se complicar. E eu realmente prefiro que aconteça logo um cataclismo e essa tensão toda finalmente acabe!

- Se você está assim, imagine eu! - riu sem humor. - Estou aqui a um tempo considerável, é um alívio lutar e, de fato, seria mais fácil se tudo acontecesse logo.

Falou isso enquanto sentava ao meu lado no chão do atual refúgio.

- Não acho que vá demorar tanto, de qualquer forma. É isso ou Dragão vai acabar destruindo até mesmo os grãos de areia. - ele soltou uma risada em concordância e não pude deixar de admirar seu sorriso. Apesar de tudo o que passou, ele carregava uma leveza característica. Era para ele está com o espírito destruído, mas aguentou todo o sofrimento sozinho e ainda tem coragem o suficiente para lutar contra seus agressores, mesmo sem magia...

- Me olha assim mais um pouco e vou começar a suspeitar que está apaixonado. - disse, ainda rindo. Pisquei um pouco atordoado, mas brinquei também.

- Pensei que o irresistível aqui era eu.

- Também. - deu de ombros. O olhei espantado e até mesmo um pouco envergonhado (coisa que vindo de mim é um absurdo). Ele me encarava com aquelas esferas castanhas e divertidas. Momentos assim com certeza faziam falta.

- Para um lufano você é bem direto.

- Vai usar estereótipos para disfarçar o constrangimento, sonserino inabalável? E por que eu seria da Lufa Lufa?

- Você falando assim parece uma estratégia bem estúpida. E não sei, mas você é muito lufano, não que isso seja algo ruim. MUITO pelo contrário. Eles são fodas.

Riu do meu comentário.

- Agora sua estratégia de me elogiar está dando certo.

- Não posso discordar, afinal, são poucos os que conseguem fugir do meu charme.

- Imagino. - Ficamos um pouco em silêncio e ele foi perdendo o sorriso, ficando sério de repente, parecendo lembrar de um detalhe crucial. - Mas, independente disso, não é como se um lobisomem fosse livre para amar quem quer que seja. - olhava para as próprias mãos, como que desconhecendo a própria pele. Como alguém preso em uma realidade que não lhe pertencia e lhe era dolorosa, o que, de certa forma, se assemelhava ao caso.

- Você não é somente a criatura que vive aí dentro. - me senti na obrigação de afirmar. Queria que ele enxergasse isso.

- O que eu faço, Leo? Como posso sobreviver a isso? Como posso viver sabendo que um monstro incontrolável está dentro de mim, esperando a lua cheia para se libertar e acabar com minha sanidade? - sua voz falhava e foi morrendo aos poucos.

Não respondi de imediato. Segurei sua mão e a apertei, tentando passar apoio como ele tinha feito comigo quando precisei.

- Não existe cura para a licantropia. Mas você não é somente um lobisomem, antes disso é um garoto incrível, corajoso, gentil... Você é Stephen Grey, o homem que está lutando ao nosso lado para derrotar as trevas que ameaçam o nosso mundo. A gente te quer ao nosso lado. Eu quero você ao meu lado. - dito isso, o abracei com força. Ele não se afastou, ao invés disso escondeu o rosto em meu peito e acaricei de leve as suas costas, massageando devagar em círculos.

- Nós vamos sobreviver a isso e você finalmente poderá voltar para casa. Vou te ajudar, prepararei a poção Mata-cão quando tivermos os engredientes fora daqui. Suas noites não precisarão ser tão solitárias. - o apertei quando senti seu corpo vacilar. Ele cercou seus braços ao redor da minha cintura e ficamos assim por um tempo.

- Obrigado, Leo... Não sabe o quanto me anima ouvir isso. Fiquei tanto tempo sozinho aqui, acreditei que acabaria morrendo...

- Shh... Não precisa mais pensar nisso, ok? Estamos juntos nessa. - sussurrei, em uma promessa que pretendia cumprir.

••• [×∆×] •••

Stephen Gray on

- Espera, espera aí! Tá me dizendo que isso realmente é fruto de experiências com magia das trevas? É muito absurdo...

- Sei que é difícil acreditar. Por incrível que pareça, criaturas mágicas que estavam supostamente "extintas" a muitos anos ainda rastejam por aqui. Manticora foi capaz de dominar e habitar esse inferno. Não desistiram de seus objetivos, afinal. Os rituais eram sinistros e as falhas, mortas e descartadas como lixo... Eu não faço ideia de como eles conseguiram juntar a magia de alguns dos seus homens com a de Mortalhas Vivas, por exemplo. No entanto, já presenciei brigas onde o Patrono foi suficiente para derrota-los.

- Quem conseguiria ter memórias felizes em um lugar como esse?

- Para sádicos como eles, duvido muito que a definição de "memórias felizes" seja a mesma que a nossa. A perturbação mágica acabou com o pouco de sua sanidade. - respirei fundo, exausto.

- Certo, galera, acho que já chega por hoje. Stephen já nos disse tudo o que sabia. Vamos todos descansar. Como combinado, eu cubro o primeiro turno junto com os outros.

Todos concordaram, relutantes. Draco foi o primeiro a se retirar. Estavam com expressões sérias, presos em seus próprios pensamentos e conclusões sobre tudo o que lhes contei. Entretanto, eu estava muito cansado. Meus músculos estavam doloridos, minha cabeça doia e tive que me acostumar da pior maneira com a mudança dos meus sentidos. A noite de lua cheia estava se aproximando. Já me peguei desejando que, justo nessa noite, a luta começasse, assim eu poderia ser mais forte. Ideia tola, afinal eu não consigo me controlar, só atrapalharia.

Senti uma mão no meu ombro e virei o rosto. Leo tinha uma expressão preocupada. Seus olhos azuis tão fixos nos meus, como se pudesse lê a minha alma e compreende-la. Como se pudesse aplacar a violência da fera que me rasgava por dentro.

- Sei que vai soar idiota, mas você está bem? - sua voz tão próxima era gentil.

- Logo logo terei que encarar a lua cheia. Eu sinto seus efeitos... Por mais cruel que seja, ela aparece no céu negro todo mês. Sei que é inevitável, mas é impossível não ficar nervoso. - respondi, em um tom de voz baixo.

- Hey, tenta não se preocupar, já falei que vamos te deixar em segurança. Me deixe cuidar de você. - o encarei, sem conter minha surpresa. Já tinha dito que enfrentariamos isso juntos, mas a ternura com que falava ainda era algo muito novo para mim. Ou talvez eu apenas esteja desacostumado com tanta demonstração de gentileza. Ele pareceu um pouco envergonhado, mas não voltou atrás. - Não me olhe assim, por Merlin! Somos amigos.

Não contive o sorriso que brincava nos meus lábios. Era, de certa forma, muito reconfortante, embora eu não pudesse permitir que se arriscasse.

- Obrigado... - foi tudo que consegui responder.

- Tsc, já disse também que não precisa agradecer. Vá descansar assim como os outros. - notei ele corar levemente. Tão adorável...

Concordei e não me demorei mais por lá.

••• [×∆×] •••

- Não se preocupe, Stephen. Vamos trancar você com magia. - Hermione, como sempre, bastante prática e confiável. Fico muito feliz por tê-la conhecido.

- Muito obrigado, Mione. Confio em vocês, não quero machucar ninguém. - Respondi fraco, apoiando o peso do corpo em Leo.

Ele me segurou com carinho, o que apreciei internamente. Me levou até o espaçoso quarto e me deitou em um colchão improvisado. O quarto foi cheio com objetos que posso destruir sem me machucar. Fechei os olhos com força, sentindo a dor e a tontura aumentar. Escutava meu próprio coração com uma precisão assustadora, como se eu fosse minha própria presa. Quase conseguia sentir a fera se preparando para dominar.

Eu estava com medo.

Senti uma mão acariciar meus cabelos. Abri os olhos, assustado, e me deparei com o sonserino. Ele ainda estava ali?

Continuou com o carinho reconfortante. Sim, dessa vez era diferente, eu não estava sozinho. Sentia seu olhar protetor sobre mim e em outra situação, eu teria corado patéticamente. Agora, porém, só conseguia me concentrar em sua companhia. Tornei a fechar os olhos, mais tranquilo, e esperei a fera se libertar.

••• [×∆×] •••

Leo Portman on •

- Nossa, você está tão bem quanto uma bosta de hipogrifo.

- Você quer parar com os comentários bondosos?

- Desculpa, é a força do hábito.

Revirei os olhos enquanto Draco sentava ao meu lado. Estava apoiado na parede em frente onde Stephen estava preso.

- Esse cara mexeu mesmo com você, não foi?

- De uma forma que não consigo explicar. - suspirei.

Senti o braço dele em volta dos meus ombros e me apoiei em si, agradecendo silenciosamente. Estava tão cansado daquela situação. Draco, mesmo sendo absurdamente irritante, sarcástico e as vezes até maldoso, sempre estava lá quando eu mais precisava.

Mesmo quando ele também sofria.

- Vamos achar o Potter, dragão... - senti a necessidade de falar.

- Nem que seja a última coisa que eu faça. - a convicção presente em sua voz, de alguma forma, me passou aquela energia, por mais que esperasse aquela resposta. Sim, nós seríamos os vitoriosos.

Passamos algumas horas jogando conversa fora para tentar amenizar a atmosfera que cobria aquele lugar de ansiedade e tristeza. Estávamos responsáveis por aquela parte do esconderijo e os outros cobriam os turnos.

- Então você concluiu que o Potter queria ir para a festa na sua forma para poder ficar mais perto de mim?

- Claro, idiota. Fiquei um tanto bravo, mas até que curti aquele tempo na sala precisa. Foi relaxante, não sabia que estava precisando desse tempo.

- Ah, quanta estupidez. - disse com um desprezo que não alcançava os olhos.

- Admita que você gostou. - ri um pouco, provocando.

- Você é um desgraçado.

- Um desgraçado incrível que você adora.

Não sei dizer exatamente por quanto tempo mais ficamos conversando. Acho que momentos descontraídos assim nos distanciava da dura realidade. Era uma forma alternativa de nos fortalecer. Temos nossos motivos para lutar, para destruir aquilo que resistiu ao tempo na mais profunda escuridão do coração humano. Para resistir aquele lado que tenta satisfazer o desejo de dominar, de sobressair ou de simplesmente destruir. O segredo, acredito, é se fortalecer nas convicções. É viver sem dá um passo para trás.

É não ter medo de se reconstruir.

- Isso definitivamente não é uma história de amor.

Ri alto. Ele tem toda razão.

- É, parece que não, mas faz parte. - dei de ombros e trocamos aquele olhar cúmplice tão próprio de nossa amizade.

Nesse instante, porém, houve uma explosão. Nos levantamos de rompante com o susto, alarmados.

- Mas que merda foi essa?

- Provavelmente estamos sendo invadidos.

- Não pode ser. Não faz tanto tempo que nos escondemos aqui. Como eles nos encontraram tão rápido?

- Então nossos queridos aliados estão se divertindo com bombas e não nos convidaram.

- Se é assim, então hora da festa. - respondi a ironia de Draco e agarrei a varinha com força, obrigando a ter firmeza enquanto a palma da mão estava suada. O coração inevitavelmente acelerado, fazendo companhia a uma mente nervosa, mas que se obrigava a se manter metódica. Dei uma última olhada para a cela improvisada onde Stephen se encontrava, torcendo para que pudessemos lidar com aquilo o mais rápido possível, desejando voltar o quanto antes.

Virei as costas e avancei junto com Draco para fora da "base".

Enquanto corríamos pelo labirinto de construções, a adrenalina fazia com que o corpo entrasse em combustão e nossos sentidos ficassem aguçados. Não demorou muito para encontrarmos o centro da confusão desenfreada.

Uma quantidade significativa de inimigos atacavam nossos aliados sem hesitar. Tinham um conhecimento de campo absurdo e sabiam onde os ex-prisioneiros estavam majoritariamente reunidos, acabando com nossa organização limitada.

Bando de catarro de Voldemort desgraçados.

Porém, isso não era suficiente para nos derrubar. Draco e eu nos juntamos aos outros no ápice da luta. Nos escondiamos atrás de escombros e atacavamos, priorizando a velocidade nos movimentos. No entanto, os homens do Manticora adotaram a mesma estratégia, criando uma "terra de ninguém" e dificultando nosso avanço. Não poderíamos permitir que essa batalha se estendesse mais do que o necessário, se não as baixas seriam muito maiores.

- ATAQUEM COM TUDO. - gritou Draco, repentinamente. Olhei para ele como se estivesse louco, mas rapidamente entendi o plano.

Os nossos inimigos contra-atacavam com a mesma intensidade que os nossos. Enquanto estivessem distraídos em atacar e defender ataques frontais, não se atentariam a golpes por cima. Draco usava o wingardium leviosa para levitar enormes pedregulhos. Quando os outros notaram a estratégia, logo provocaram ataques que propositalmente formavam nuvens de poeira e magia imensa, o que reduzia drasticamente a visibilidade do inimigo. Alguns dos nossos aliados ajudavam Draco e outros aproveitaram a brecha para se aproximar do improvisado cerco dos bruxos. Resolvi acompanhá-los e atacamos de surpresa as laterais.

Atingimos em conjunto, fazendo com que eles recuassem para o centro. No mesmo instante, as rochas foram soltas, esmagando parte de suas forças em um estrondo ensurdecedor. Entretanto, enquanto protegia meus olhos da poeira, um dos sobreviventes lançou em minha direção um feitiço que, por pouco, não me atingiu em cheio. Contudo, foi suficiente para provocar uma explosão que me jogou violentamente para as proximidades da floresta sombria, que se localizava no limiar do território em que estávamos. Usei um feitiço para diminuir o impacto, mas não foi rápido e nem eficaz o bastante, resultando em um choque físico doloroso, mas que poderia ter sido muito pior se eu tivesse me demorado mais para agir.

Sentia meus ouvidos zumbindo e a visão turva. Tentei apoiar o peso do corpo nos antebraços e me ergui um pouco, cuspindo um pouco de sangue no processo. Sentia partes do corpo arderem como o inferno. O chão, sujo de sangue, indicava que minha condição não era das melhores. Olhei ao redor enquanto lutava para levar ar aos pulmões.

Meus olhos passaram pela vegetação escura, observando de longe uma corrente rasa e igualmente obscura, como se alguém as tivesse tingido. Continuei analisando para então, por fim, minha visão se fixar em dois pontos brilhantes e terrivelmente vermelhos. Um Oni me encarava, com a boca consideravelmente aberta babando sangue e pedaços de carne morta. Seu tamanho era imenso e não se comparava ao meu, embora parecesse menos evoluído dos que eram representados nos livros, sendo muito mais animalesco. Nunca me imaginei encarando uma criatura demoníaca cuja existência era, até então, de rara comprovação. Senti meu corpo congelar no lugar e tremer com força.

Sem movimentos bruscos...

Lutei contra o impulso de vomitar. A horrível criatura continuava parada a poucos metros, encarando-me como um monstro abominável prestes a devorar uma criança, causando uma pressão intimidadora. Em seu todo, era silencioso, mas o barulho interno que reproduzia me deixava apavorado. Nunca tinha ouvido algo tão tenebroso. E, merda, eu sentia a tensão aumentar. Ele me atacaria a qualquer instante, podia sentir. Na posição em que estava, em um salto, suas garras perfurariam minhas costas com facilidade. Não seria, em hipótese alguma, uma morte rápida.

Seria inútil correr.

Procurei minha varinha, mas ela foi parar relativamente distante de onde eu me encontrava. Ao longe, os sons da luta denunciavam que os sobreviventes resistiam. Não poderia contar com muita ajuda.

A criatura ficou repentinamente em alerta e seus movimentos bruscos me davam a aterrorizante sensação de que, rápido como um piscar de olhos, ele se aproximaria e me esquartejaria com a crueldade perversa que se esperaria de algo criado para matar.

Ao ouvir um barulho alto de passos, fechei os olhos com força, instintivamente, mas pronto para me agarrar a qualquer possibilidade de sobrevivência.

O ataque que esperava, contudo, não ocorreu.

Quando tornei a abrir os olhos, deparei-me com uma cena perturbadora. Um lobisomem atacava o Oni (tendo aproximadamente o mesmo tamanho) com uma poderosa ferocidade. No meio desse quadro sinistro, não pude ver, sem estremecer de dor e medo, as garras do demônio perfurarem as regiões das costas do enorme lobo. Porém, a força do licantropo foi suficiente para resistir ao golpe. Jogavam o peso dos corpos e usavam de suas garras para derrubar o adversário.

As duas feras de instintos assassinos tentavam a todo custo se sobressair. O Oni tentava afundar as presas no crânio do lobisomem, mas a velocidade era um fator decisivo. Rosnados e sons monstruosos tomavam conta do lugar, enquanto travavam uma batalha distante de qualquer senso aceitável de barbaridade. Eram animais que só desejavam unicamente a destruição do outro. No momento, essa era sua grande motivação.

No meio da luta selvagem, foram se aproximando de onde eu estava. Usei o que me restou de forças para levantar, correr até onde minha varinha estava e me afastar.

Ao me virar novamente, olhando com mais concentração, pude finalmente focar minha atenção no lobisomem... Fiquei sem chão, e ainda avancei cambaleante um passo para frente.

- STEPHEN! - não contive o grito, mas o lobisomem estava interessado demais na outra criatura.

- HEY, LEEEOO. - Me virei e deparei com Draco, que não parecia ferido gravemente. - VENHA, SAIA DAÍ!

- DRACO, O QUE-

- NÃO FOMOS NÓS. ELE QUEBROU AS BARREIRAS E CORREU DIRETAMENTE PARA CÁ. É IMPOSSÍVEL PARAR. - gritou de longe, enquanto corria em minha direção. - ANDE LOGO. TEM OUTROS MERDAS INSANOS AQUI.

- TENHO QUE AJUDÁ-LO. - respondi no mesmo tom.

Um som grotesco tomou conta. Quando voltei meus olhos para a luta, vi Stephen com as garras enfiadas no tórax do Oni. A mandíbula forte se fechando no pescoço do outro, afundando suas presas enquanto o sangue jorrava, consequentemente sujando os pelos do enorme lobo, que terminou de decapitar com brutalidade.

Soltou o corpo do outro e uivou, anunciando sua sangrenta vitória.

E até meus ossos tremeram perante tanto poder.

Senti Draco puxar meu braço com força e me obrigar a correr de volta ao local do esconderijo. Corremos com toda a velocidade possível. A adrenalina nos dando forças para ignorar nossas dores.

Quando já estávamos em uma distância considerável, ousei olhar para trás. Stephen já não estava tão para trás, seus dentes ensanguentados implorando por estraçalhar mais carnes.

Se aproximando cada vez mais...

- STEPHEN ESTÁ VINDO! - Nossos aliados entenderam o recado. Todos recuaram rapidamente, correndo na direção oposta. Os nossos inimigos restantes estavam confusos, olhando para toda a confusão. Draco agarrou meu braço novamente e me puxou com violência para o lado no exato momento em que o lobisomem saltou e parou no meio do campo de batalha. Quando ele se deparou com suas próximas presas, não hesitou em atacar com uma velocidade extrema.

A dispersão dos restantes foi rápida, todos lutavam para escapar de suas garras, totalmente cientes da força da criatura que ameaçava suas vidas miseráveis. Não tivemos que resistir muito mais. E, em fim, ganhamos aquela batalha.

No entanto, um dos nossos aliados saiu de onde estava escondido, provavelmente para verificar o perímetro, acreditando está livre de perigo.

Stephen rapidamente se voltou para ele agora que não tinha mais quem atacar. Correu rapidamente em sua direção e o jovem tentou recuar o máximo que podia, gritando de pavor. Corri em sua direção e, mesmo no instante em que o lobo passava, agarrei-me ao seu pescoço, tentando segurar sua mandíbula fechada. Um plano estúpido e perigoso, eu sei, mas foi totalmente instintivo da minha parte. E também nunca poderia machuca-lo. Nenhuma magia do meu conhecimento seguraria um lobisomem no ambiente em que estávamos.

Para a minha grande sorte, no exato momento em que o agarrei, o lobisomem uivou de dor e parou. Os pelos foram reduzindo de tamanho, os ossos foram tomando nova forma, o focinho e as orelhas voltavam ao normal... Foi fascinante e triste observar Stephen voltando a ser humano. Eu logo o cobri com meu casaco da melhor maneira que consegui e o abracei, tomando cuidado com seus ferimentos.

Ele soluçava, as lágrimas molhando sua face que só demonstrava dor e cansaço. O corpo trêmulo e ferido se encolhia nos meus braços, buscando o apoio que não conseguia de si mesmo. Afastei delicadamente seu cabelo, que escondia os olhos, e o fiz me encarar.

- Você vai ficar bem, Stephen. - sussurrei baixinho.

- E-eu... Eu matei alguém? - ele se obrigou a perguntar, com sua voz quebrada, ainda mais baixa.

- Não. Você salvou. - sorri de leve para ele, que me encarou confuso. Continuamos sentados em silêncio, tentando nos tranquilizar depois de tudo o que aconteceu.

Não me afastei uma única vez. Tudo o que mais queria era mantê-lo seguro comigo. Fiz um carinho confortador, ouvindo-o suspirar baixinho.

- Obrigado por ficar comigo...

- Não seja idiota. Nada me impediria. O feitiço não foi suficiente para te manter seguro, me perdoe... - eu me sentia péssimo.

Ele moveu a mão até onde fica o coração.

- Sabe, eu me senti estranho. Era como se... Se eu precisasse está aqui. Acho que nenhum feitiço iria me prender naquele estado, eu acho. - ele comentou baixinho, com o choro mais controlado.

Não soube o que comentar sobre aquilo.

Ouvi ele soluçar novamente.

- Uma sensação horrível de que eu corria o risco de perder algo importante. Mesmo eu sendo um monstro, eu sentia que tinha que lutar. Não consigo me entender, eu não... Não deveria ser assim... Quanta destruição eu posso causar e eu não... Não sei o que... - segurei seu rosto entre minhas mãos com carinho e o fiz me encarar novamente, para que ele enxergasse a certeza e a verdade do que eu diria e repetiria para sempre, se necessário.

- Você nos salvou, Stephen. Eu já te disse, você não é um monstro. É a melhor pessoa que eu tive a honra de conhecer. Pode parecer a maior loucura que vai ouvir em toda a sua vida, mas se fosse por você, eu não iria ter medo de enfrentar todos esses filhos da puta de novo. - vi com satisfação o choro diminuir e seu rosto tomar cor de forma natural e bela.

Sorri como um bobo para ele que, para a minha surpresa, se aproximou mais até nossos lábios se juntarem em um beijo calmo e carinhoso. Não me afastei, segurei sua nuca com firmeza e lá entrelacei meus dedos nos fios emaranhados, em um carinho especial. De início, foi apenas um contato casto, massageando suavemente e sentindo a textura única. Nossas bocas se conheciam de maneira apaixonada enquanto ele precionava meus lábios entre os seus deliciosamente. Mordi o inferior em um pedido mudo, que logo foi cedido. Aprofundamos o beijo, curiosos, e minha língua atrevida foi recebida com desejo pelo outro, investigando cada centímetro e sendo correspondida com avidez. Ele aventurava suas mãos pelo meu corpo, apertando-o junto ao seu, enquanto arranhava meu pescoço lentamente, com cuidado e afeto, sempre se atentando para não tocar nos ferimentos. Seu arfar era lindo, e o gemido baixo que deixava escapar era música para mim. Eu sentia que poderia viver feliz apenas o ouvindo.

Não sei dizer por quanto tempo ficamos assim, tão submersos um no outro e nas novas sensações. Para mim era perfeito, pois nunca tinha me sentindo assim com ninguém antes.

Só sei que estava completamente rendido.

Isso até Draco fazer uma piadinha que não me dei ao trabalho de escutar. O lobinho se afastou um pouco envergonhado, buscando ar e com o rosto tão quente quanto o meu. Ajudei-o a levantar, sem esconder o sorriso, e fomos juntos para outra base, onde poderíamos tratar nossos ferimentos.


Eu só não esperava que esse pequeno momento de paz fosse durar tão pouco. 


Notas Finais


Curiosidade: Siiim, Leo tá certissimo, se Stephen fosse um bruxo, ele seria da Lufa Lufa.

Chegamos ao fim do capítulo, meus amados bruxos e bruxas! ^^
Espero de coração que tenham gostado. Lembrem-se de comentar e votar, se assim preferirem, pois me anima bastante e eu adoro saber a opinião de vocês. Como sempre, obrigada pelo apoio 🥺❤️ fico toda boba. Desculpa qualquer erro kkk

>>>PRÓXIMO CAPÍTULO É INTEIRINHO DO HARRY.<<<

Até a próxima, beijinho do leão ❤️🦁

Fiquem bem.


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